terça-feira, fevereiro 25, 2020

Decisão no futebol britânico limita cabeçadas na bola de crianças com menos de 12 anos... Proibição semelhante existe nos EUA desde 2015.


 Imagem: Autor Desconhecido

A 16 de janeiro de 2020, a BBC escocesa anunciou a intenção da federação de futebol daquele país em proibir cabeçadas nas categorias que menores de 12 anos participem...

Nesta segunda-feira as federações de Inglaterra, Escócia e Irlanda anunciaram o que se pode chamar de guia orientador que indica, no fundo, que crianças entre 6 e 11 anos não devem cabecear a bola durante os treinos.

O debate já acontece a algum tempo e relaciona o ato de cabecear bolas em partidas das categorias menores com a demência, o que motivou, em 2015, a proibição de jogar de cabeça nas partidas juvenis nos Estados Unidos.

Agora, no Reino Unido, a ideia é que depois, entre os 12 e os 16 anos, seja adotada uma "abordagem gradual" as cabeçadas.

Não existirá, todavia, um limite para o número de cabeçadas para qualquer faixa etária durante os jogos.

A proibição aplica-se apenas aos treinos, revela o The Guardian, conceituado jornal inglês.

Em janeiro, a BBC informou que a federação escocesa pretendia avançar com a medida com base num relatório científico que aponta um maior risco de contrair aquela doença por ex-jogadores de futebol, relacionando isso com as cabeçadas em idades mais jovens.

Um estudo da Universidade de Glasgow durante o ano passado, com base nos registos de saúde de 7 676 ex-futebolistas e outras 23 mil pessoas, chegou a conclusões que se podem ser consideradas muito preocupantes.

"Os ex-futebolistas tinham 3,5 mais vezes probabilidades de morrer de doenças cerebrais do que um não ex-futebolista; e cinco vezes mais probabilidades de morrer de Alzheimer; quatro vezes mais probabilidades de morrer de doenças do neurónio motor e duas vezes mais probabilidades de morrer de Parkinson."

As discussões estão em curso desde o lançamento do estudo, em outubro, que encontrou que vínculos entre ex-jogadores e doenças cerebrais degenerativas.

O médico da federação escocesa, John MacLean, fez parte da equipe que detectou o fato de que que ex-jogadores terão três vezes e meia mais probabilidades de morrer de demência.

No entanto, informou então a BBC, "ainda não há evidências firmes que vinculem o gesto futebolístico à doença, mas o Dr. MacLean acredita que a restrição ao contato com a cabeça é hoje pensamento comum entre médicos".

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