A 16 de
janeiro de 2020, a BBC escocesa anunciou a intenção da federação de futebol
daquele país em proibir cabeçadas nas categorias que menores de 12 anos
participem...
Nesta
segunda-feira as federações de Inglaterra, Escócia e Irlanda anunciaram o que
se pode chamar de guia orientador que indica, no fundo, que crianças entre 6 e
11 anos não devem cabecear a bola durante os treinos.
O debate já
acontece a algum tempo e relaciona o ato de cabecear bolas em partidas das
categorias menores com a demência, o que motivou, em 2015, a proibição de jogar
de cabeça nas partidas juvenis nos Estados Unidos.
Agora, no
Reino Unido, a ideia é que depois, entre os 12 e os 16 anos, seja adotada uma
"abordagem gradual" as cabeçadas.
Não existirá,
todavia, um limite para o número de cabeçadas para qualquer faixa etária
durante os jogos.
A proibição
aplica-se apenas aos treinos, revela o The Guardian, conceituado jornal inglês.
Em janeiro, a
BBC informou que a federação escocesa pretendia avançar com a medida com base
num relatório científico que aponta um maior risco de contrair aquela doença
por ex-jogadores de futebol, relacionando isso com as cabeçadas em idades mais
jovens.
Um estudo da
Universidade de Glasgow durante o ano passado, com base nos registos de saúde
de 7 676 ex-futebolistas e outras 23 mil pessoas, chegou a conclusões que se
podem ser consideradas muito preocupantes.
"Os
ex-futebolistas tinham 3,5 mais vezes probabilidades de morrer de doenças
cerebrais do que um não ex-futebolista; e cinco vezes mais probabilidades de
morrer de Alzheimer; quatro vezes mais probabilidades de morrer de doenças do
neurónio motor e duas vezes mais probabilidades de morrer de Parkinson."
As discussões
estão em curso desde o lançamento do estudo, em outubro, que encontrou que
vínculos entre ex-jogadores e doenças cerebrais degenerativas.
O médico da
federação escocesa, John MacLean, fez parte da equipe que detectou o fato de
que que ex-jogadores terão três vezes e meia mais probabilidades de morrer de
demência.
No entanto, informou
então a BBC, "ainda não há evidências firmes que vinculem o gesto
futebolístico à doença, mas o Dr. MacLean acredita que a restrição ao contato
com a cabeça é hoje pensamento comum entre médicos".
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