sexta-feira, maio 01, 2020

No dia 1 de maio de 1994 morreu Ayrton Senna... um acidente que feriu profundamente o Brasil e mudou para sempre a Fórmula 1.

 Imagem: Autor Desconhecido

Sem Senna, o Brasil ficou mais triste

Por Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte

Há exatos 26 anos, o Brasil perdeu Ayrton Senna.

Naquele 1º de maio de 1994, a curva Tamburello tirou a vida de Senna e levou junto a alegria que o brasileiro sentia ao ouvir o tema da vitória e ver a bandeira verde e amarela tremulando no alto do pódio.

Já se passou mais de um quarto de século desde que Ayrton Senna perdeu o controle de sua Williams e bateu forte no muro da curva Tamburello, durante o GP de San Marino, em Ímola, no dia do trabalho de 1994.

Era manhã no Brasil, como de costume as famílias se reuniam para assistir aquilo que havia se tornado o programa dominical favorito dos brasileiros desde que Senna despontou como jovem talento da F1 em 1986.

Mesmo no início da carreira, quando correu por equipes modestas, o brasileiro conseguiu bons resultados.

A idolatria aconteceu de vez, quando o primeiro título mundial veio em 1988.

Depois, mais dois mundiais em 1990 e 1991, e dois vices em 1989 e 1993.

Títulos que dão a dimensão da grandiosidade do piloto que dominou a F1 até o trágico acidente.

Na pista, Senna só não era unanimidade porque competia com ótimos pilotos, como o grande rival Alain Prost, com quem travava uma ferrenha disputa nas pistas e dentro da própria equipe, a McLaren.

Prost foi o único a quebrar a sequência de títulos de Senna, sendo campeão nos dois vices do brasileiro (89/93).

Os rivais protagonizaram finais de temporada eletrizantes em dois anos seguidos.

No circuito de Suzuka, Prost tinha a vantagem na pontuação, o que lhe bastava para vencer o campeonato se Senna não pontuasse.

O francês não pensou duas vezes e na primeira curva após a largada bateu propositalmente no brasileiro.

Com o abandono de prova dos dois, Prost comemorou o título de 1989.

No ano seguinte, a classificação na última corrida do ano mostrava Ayrton na liderança e Alain Prost na segunda colocação.

No mesmo circuito de Suzuka, ao sinal verde, Senna não hesitou em devolver o jogo sujo do ano anterior, bateu no francês e foi campeão com o abandono do arquirrival.

Essa era a receita da idolatria de Senna: ele nunca tentou ser perfeito, pelo contrário, quando preciso respondeu a altura o indecoroso adversário.

Mesmo com a alta rivalidade entre o brasileiro e o francês, a relação entre os adversários era respeitosa a ponto de Prost vir ao Brasil para o funeral de Ayrton, além de carregar o caixão do brasileiro.

Anos depois da morte de Senna, Prost declarou:

“Quando ele morreu, senti que uma parte de mim também tinha morrido”.

Muita gente não gosta de Pelé, por conta da ligação com o Santos ou com a política, de Roberto Carlos, por dizerem que ele não canta bem, mas nunca vi alguém que não goste de Ayrton Senna.

E essa dimensão como ídolo máximo da nação, Senna construiu em 161 corridas, durante uma década na F1, com 65 pole positions, 41 vitórias, 3 títulos mundiais, além de atuações que são imensuráveis como a mágica primeira volta em Donington Park em 1993, ou a vitória em Interlagos no GP de 1991 quando a caixa de câmbio quebrou e Senna venceu a corrida apenas com a 6ª marcha.

As corridas na chuva também marcaram uma época, lembro do meu pai torcendo para chover durante as corridas, para que Senna deixasse todos para trás.

Ayrton Senna é uma experiência única que toca o coletivo principalmente por fazer sentido individual a cada um que viu ou viveu os tempos de Senna nas pistas.

Mas e quem não viu, quem não era sequer nascido quando a curva Tamburello acabou com tudo?

Justamente por tudo que fez em vida e que não cabe nos frios números que mensuram sua carreira, é que Senna transcendeu a própria existência e tornou-se um símbolo brasileiro.

Foi Senna quem mais incentivou o tal orgulho de ser brasileiro quando empunhava, ainda de dentro do cockpit, uma bandeira verde e amarela ao cruzar a linha de chegada.

Ayrton fazia questão de dizer onde nasceu, onde começou no kart e de propagar o Brasil no exterior como um país grande e com um povo rico em vontade de trabalhar.

Não era ufanismo, era amor pelo chão onde nasceu.

Amor pela pátria mãe, sentimento de difícil compreensão em tempos de entreguistas e pessoas que distorcem o significado de ser patriota.

Por esse amor pelo país onde nasceu, Ayrton comentou com sua irmã Viviane, que gostaria de realizar alguma ação para diminuir a desigualdade social no Brasil.

Segundo Viviane Senna, a conversa aconteceu em março de 1994 e os irmãos combinaram de voltar a falar sobre o projeto ao final da temporada.

O acidente impediu que Senna conseguisse desenvolver sua ideia, mas não fez Viviane desistir do sonho do irmão.

Assim, em novembro de 1994 nasceu o Instituto Ayrton Senna, que desenvolve e fomenta ações sociais voltadas à educação de jovens de baixa renda.

Mais uma pole position com o alto do pódio para Ayrton Senna da Silva.

A fatídica corrida aconteceu na manhã de domingo, a cena que ninguém queria ver com Senna, logo na terceira volta.

A notícia que ninguém queria ouvir, veio por volta das 2h da tarde daquele triste domingo de feriado.

Morreu Ayrton Senna do Brasil.

O tema da vitória nunca mais tocaria pela alegria, só por saudades.

A passagem de bastão na Fórmula 1, se deu da forma mais trágica possível.

Na corrida que sequer deveria ter acontecido por conta do terrível acidente com Rubens Barrichello e a morte de Roland Ratzenberger, nos treinos livres, morreu Ayrton Senna, um dos mais talentosos pilotos de todos os tempos.

E foi Michael Schumacher, mesmo depois de uma confusão sobre a bandeira vermelha e a nítida impressão de que Senna não estava bem, que venceu a corrida e festejou naquele fim de semana fúnebre de Ímola.

26 anos depois da trágica morte de Ayrton Senna, o Brasil está mais triste porque perdeu a alegria das manhãs mágicas dos domingos.

Nem a data aponta motivos para comemorar, já que depois de anos de recessão econômica e em meio a uma pandemia que mata na casa das 400 pessoas por dia no país, a pior crise sanitária do século, o Brasil soma 12,850 milhões de desempregados neste dia do trabalho de 2020.

Senna nunca se preocupou em fazer cena.

Fez história, foi ídolo e num dia do trabalho morreu trabalhando, fazendo o que mais amava e perseguia.

Estará para sempre na história do Brasil como ídolo inconteste de uma nação que enxergou nele uma parte do Brasil que dava certo além de uma frestinha de um Brasil que poderia dar certo.

Infelizmente, Senna se foi há 26 anos e o Brasil parece se afundar a cada dia mais num poço sem fundo.

Imagem: Autor Desconhecido

O Etihad Stadium não recebe jogos desde 19 de fevereiro...

Imagem: Paul Ellis/AFP via Getty Images 

20 craques que mereciam desculpas por nunca terem recebido a Bola de Ouro...

Imagem: Autor Desconhecido

O jornal Record de Portugal publicou uma lista com os 20 craques, que segundo a publicação, merecem desculpas por nunca terem sido premiados com a Bola de Ouro...

É claro que faltam muitos outros, mas infelizmente, apenas 20 foram nomeados.

Não necessariamente é preciso concordar...

Mas obrigatoriamente, há que se reconhecer o valor de cada um dos que foram listados.

Andrea Pirlo (Itália)
Iker Casillas (Espanha)
Francesco Totti (Itália)
Steven Gerrard (Inglaterra)
Gianluigi Buffon 9Itália)
Ryan Giggs (País de Gales)
Franco Baresi (Itália)
Frank Lampard(Inglaterra)
Bernd Schuster (Alemanha)
Carles Puyol (Espanha)
Alessandro Del Piero (Itália)
Ferenc Puskas (Hungria)
Raúl González (Espanha)
Thierry Henry (França)
Roberto Carlos (Brasil)
Dennis Bergkamp (Países Baixos)
Xavi Hernández (Espanha)
Paolo Maldini (Itália)
Eric Cantona (França)

Peter Bonetti, o árbitro Kirkpatrick e Gordon Banks...

Imagem: Autor Desconhecido

A Premier League vai fazer 50 testes por semana para retomar o campeonato...


4 milhões de euros em testes para detectar o coronavírus a Premier League deverá gastar para fazer 50 testes semanais nos atletas e retomar o campeonato.

Fonte: Máquina do Esporte

quinta-feira, abril 30, 2020

Só falta o ok de Angela Merkel para a bola rolar novamente na Alemanha...


O regresso da liga alemã em maio voltou a ficar mais próximo, depois que o projeto de retomada ter recebido o apoio do Ministério do Trabalho, que o considerou "aceitável em termos de saúde e segurança no trabalho"...

"A segurança dos jogadores, treinadores e todos os envolvidos na organização dos jogos pode ser amplamente garantida se o conceito for totalmente implementado", disse o secretário de Estado do Ministério do Trabalho, Björn Böhning, ao grupo de mídia RDN.

A Liga Alemã (DFL) desenvolveu planos detalhados para o retorno em 9 de maio da Bundesliga, suspensa desde meados de março devido à pandemia de covid-19, prevendo jogos à portas fechadas, testes regulares com jogadores e medidas rigorosas de higiene e de distanciamento.

O plano da DFL é "criterioso, reduz riscos e, como tal, é aceitável em termos de saúde e segurança", acrescentou Böhning, cujo apoio surgiu depois da aprovação do projeto pelo Ministro do Esporte e pelos 16 estados da Alemanha.

No entanto, a decisão final caberá à chefe de Governo, a Chanceler Angela Merkel, irá se reunir na quinta-feira por videoconferência com as autoridades dos diversos estados regionais.

Com a ameaça de falência que paira sobre vários clubes da Bundeliga, o dono do Borussia Dortmund, Hans-Joachim Watzke, alertou na terça-feira, em declarações à emissora pública ZDF, que os clubes alemães estão "prestes a perder 750 milhões de euros" se a época 2019/20 não terminar.

Kaio Felipe, lateral-esquerdo do Independente de Limeira morreu após sofrer descarga elétrica...

Imagem: Autor Desconhecido

Kaio Felipe (centro da foto), lateral-esquerdo de 21 anos do Independente, clube da cidade de Limeira, no interior paulista, faleceu na última terça-feira, depois de ter sofrido uma descarga elétrica enquanto brincava com uma pipa.

"É com sentimento de pesar que o Independente Futebol Clube comunica o falecimento do jogador Kaio Felipe. Expressamos à família e amigos sinceras condolências", escreveu o clube na conta oficial de Instagram.

Final da FA Cup de 1896/1897 - Aston Villa 3x2 Everton... público: 65.000 espectadores.

Imagem: James Marsh/BPI/Shutterstock 

José Mourinho foi "trabalhar" na horta do Tottenham...

Imagem: Twitter do Tottenham

José Mourinho nesta quarta-feira assumiu uma função totalmente diferente no centro de treinamento do Totteham Hotspur...

Se voluntariou para ajudar na entrega de produtos frescos da horta localizada no espaço Kitchen Garden no CT do clube.

Os alimentos recolhidos são distribuídos aos mais necessitados no município de Haringey, em Londres.

Peter Bonetti, Ron Springett, Norman Hunter, George Eastham, John Connolly e Terry Paine, assistem na entrada do túnel de Wembley, a final da Copa de 1966...

Imagem: PA

"Encerrar este campeonato seria a morte do Calcio"... Gabriele Gravina, presidente da Federazione Italiana Giuoco Calcio.

Imagem: Autor Desconhecido

O presidente da FIGC (Federazione Italiana Giuoco Calcio) está em confronto com o governo, diante  do vontade das autoridades de dar por encerrada a temporada por causa da pandemia.

"Eu nunca assinarei isso, o sistema perderia 800 milhões. Se esperarmos pela vacina, a liga 2020/21 também não será disputada".

As declarações de Gabriele Gravina são uma mensagem clara do futebol italiano à vontade do governo de dar por encerrada a temporada por causa da pandemia.

O presidente da Federação Italiana de Futebol, falando durante um evento realizado na sede do Ascoli Calcio, reiterou o desejo de retomar o campeonato o mais rápido possível:

"Enquanto eu for presidente da FIGC, nunca assinarei nenhum documento que encerre o campeonato, porque isso significaria a morte do futebol italiano. Defendo os interesses de todos e me recuso a assinar algo assim, exceto em condições objetivas que coloquem em risco a saúde daqueles que participam desse esporte. Se dermos por encerrada a temporada, o sistema perderá 800 milhões, o que diminuiria para 300 se as partidas suspensas forem realizadas a portas fechadas ".

O executivo máximo do futebol da Itália disse ainda:

"O PSG relatou ter perdido 200 milhões quando o governo decretou o encerramento das competições. Você pode imaginar os conflitos que surgiriam com acessos, rebaixamentos e patrocinadores?"

Segundo Gravina, o futebol terá que conviver com o vírus, como todos os outros setores:

"Eles dizem que devemos esperar pela vacina, se esse fosse o caso, a liga 2020/21 também não seria disputada. As pessoas não entendem ou fingem não entender".

quarta-feira, abril 29, 2020

Dr Roberto Vital, médico do ABC em frente ao Estádio Bramal Lane, casa do Sheffield United e o primeiro a ser construído para o futebol...

Imagem: Gerson/Massagista da Seleção Paralimpica de Natação

Depois de publicar a lista dos estádios mais antigos do mundo, recebi do Dr. Roberto Vital, médico do ABC, uma foto, em ele está em frente ao Estádio Bramal Lane, casa do Sheffield United FC e o primeiro a ser construído para o futebol.

Millwall FC: "pai" do hooliganismo na Inglaterra...


Não conheço, mas já vi! #8

O Millwall e sua imagem atrelada ao hooliganismo.

Por Dyego Lima/Universidade do Esporte

Para qualquer conhecedor do futebol, em especial da bola jogada na terra da Rainha, é difícil ver esse escudo e, automaticamente, não o relacionar a cenas de socos, chutes e pancadaria.

Podendo ser considerado uma espécie de "pai" do hooliganismo na Inglaterra, o Millwall tem lutado muito ao longo dos anos para se dissociar dessa fama de "time de brigões".

Contudo, o profundo entendedor sabe que o clube vai muito além disso.

Fundado no longínquo ano de 1885, o Millwall é oriundo de Bermondsey, distrito localizado no sudeste de Londres.

Criado com Rovers como segundo nome, o clube manteve sua nomenclatura, mesmo tendo disputado sua última partida na região de Millwall em 1910, numa área conhecida como Isle of Dogs - em português, Ilha dos Cães.

Em suas 92 temporadas até hoje nas divisões inglesas, de 1920/21 até 2018/19, a equipe obteve onze acessos, sendo cinco como campeão, e nove rebaixamentos.

Na maior parte de sua existência, alternou entre a segunda e terceira divisões.

De 1910 até 1993, o time jogou no que hoje é chamado de The Old Den, no bairro de New Cross, antes de se mudar para a sua atual casa, The New Den, ou simplesmente, The Den.

Inaugurado no dia 04 de agosto de 93, com derrota do Millwall por 2 a 1 para o Sporting Lisboa num amistoso, o estádio possui capacidade para 20.146 torcedores.

O palco foi o primeiro da Inglaterra a cumprir os requisitos do Relatório Taylor, responsável por determinar medidas de segurança para prevenir tragédias similares ao desastre de Hillsborough.

Além da instalação de assentos e a ausência de alambrados, as laterais do campo são abertas para facilitar uma eventual entrada de viaturas policiais.

Anteriormente apelidado de The Dockers, em alusão ao trabalho de seus torcedores nas docas nos anos 1900, o clube adotou o termo The Lions por conta da imprensa inglesa.

Ela chamou o time de Lions of the South após o Millwall eliminar da FA Cup de 1899/1900 o Aston Villa, então líder da Liga.

Sua torcida possui um canto característico, talvez a principal canção da equipe: "No one likes us, we don't care". No português, "Ninguém gosta da gente, nós não ligamos".

A rivalidade entre Millwall e West Ham é uma das mais antigas e violentas da Inglaterra, que foi acentuada com o surgimento do movimento hooligan no país.

Com os clubes constantemente em diferentes divisões, a maioria dos duelos aconteceram nas Copas nacionais, e antes da Primeira Guerra Mundial.

Ao todo, são 99 partidas desde o primeiro encontro em 1899.

O Millwall venceu 38, contra 34 triunfos do West Ham, além de 27 empates.

No filme Green Street Hooligans, lançado em 2005, e que chegou ao Brasil com o simples nome de Hooligans, o nobre leitor pode conferir um pouco do que o confronto significava para ambas as torcidas.

O longa traz o ator Elijah Wood no papel principal.

A película é apenas um dos vários exemplos de como a imagem do Millwall está fortemente atrelada à violência dentro e fora dos estádios em dias de jogos, que datam desde antes da década de 1960, quando o hooliganismo começou, de fato, na Inglaterra, e que acabou afetando drasticamente as médias de público no país.

Ao longo dos anos, o clube sofreu diversas punições por conta de seus torcedores.

Ultras e jogadores rivais, e até mesmo árbitros já sofreram por conta da Millwall Bushwackers, principal organização hooligan do time.

Para evidenciar isso, cabe citar o caso em que os hooligans do Millwall, juntamente com outros baderneiros, quase foram responsáveis por um chefe de Estado passar a mandar no futebol do país.
Margareth Thatcher, que já não via o esporte com bons olhos, quase assumiu seu controle depois de um episódio ocorrido em 13 de março de 1985.

Numa partida de quartas de final da FA Cup, uma briga entre os ultras do Luton Town, reforçados pelas firmas de West Ham e Chelsea, e a torcida do Millwall, deixou 81 feridos.

O confronto começou nas arquibancadas do Kenilworth Road, adentrou o gramado e chegou às ruas ao redor do estádio.

Socos eram distribuídos e objetos, arremessados.

Um policial foi atingido com um bloco de concreto na cabeça e quase morreu.

Após o incidente, a Dama de Ferro se reuniu com os dirigentes da Federação, e por meio de uma série de exigências, passou a interferir nos direitos civis dos presentes em estádios do país.

A voz de controle de Thatcher sobre o futebol local ganhou ainda mais força após episódios subsequentes a esse em Luton.

Um incêndio na casa do Bradford matou 56 pessoas.

Após briga, uma parede caiu e matou um jovem de 15 anos em Birmingham.

O desastre de Heysel matou 39 pessoas na final da Champions de 1985.

Por fim, a tragédia de Hillsborough, em 1989, que vitimou 96 indivíduos, feriu outros 700, e que foi o estopim para o governo britânico.

Foi no mesmo ano de 1985, centenário do clube, que o Millwall tomou uma atitude para tentar mudar sua imagem.

A equipe fundou a Millwall Community Trust (MCT). Ela oferece projetos esportivos, educacionais e de caridade.

É uma maneira de a instituição ajudar a retirar jovens das ruas e impedir que eles entrem para o mundo do crime.

O Início

O clube foi fundado por trabalhadores da fábrica de alimentos conservados J.T. Morton.

Inaugurada no ano de 1849 em Aberdeen, na Escócia, a empresa abriu uma filial nas docas de Millwall em 1872, atraindo força de trabalho de vários lugares do continente, principalmente de Dundee.

O primeiro secretário da equipe foi Jason Sexton, de 17 anos, que era filho do proprietário do pub The Islander, na Tooke Street, onde o clube realizava suas reuniões.

A primeira partida do time foi em um terreno baldio na Glengall Road, no dia 03 de outubro de 1885.

Derrota por 5 a 0 para o Fillebrook, do distrito de Leytonstone.

Em novembro de 1886, a East End Football Association foi formada, surgindo, assim, a primeira competição daquela região: a Senior Cup.

No ano inaugural, o Millwall fez a final contra o London Caledonians.

Após empate por 2 a 2, os clubes concordaram em dividir o título.

Cada equipe ficou de posse do troféu por seis meses.

Em abril de 1889, após se mudar para sua nova casa, The Athletic Grounds, o clube alterou seu nome de Rovers para Athletic.

Lá, acabaram fundando a Southern Football League, da qual foram vencedores nos dois primeiros anos, e vice no terceiro.

Em 1901, quando a Millwall Dock Company decidiu usar suas terras como um pátio para depósito de madeira, a equipe teve de partir para um terreno em North Greenwich.

Os primeiros lampejos de sucesso

Resultados satisfatórios em nível nacional começaram a chegar.

Nos anos de 1900 e 1903, o clube alcançou as semifinais da FA Cup, sendo eliminado por Southampton e Derby County, respectivamente.

Em 10 de outubro de 1910, os Leões jogaram sua última partida como um time do Leste de Londres.

Sob os olhares de 3 mil torcedores, venceram o Arsenal por 1 a 0, em duelo válido pela London Challenge Cup.

Após o confronto, a equipe se mudou para The Old Den, em New Cross, no Sul londrino.

Já sem Athletic no nome, o Millwall foi convidado pela Liga Inglesa a fazer parte, junto de outros 22 clubes, da nova 3° divisão do país na temporada 1920/21.

Convite aceito, sua primeira partida foi no dia 28 de agosto.

Vitória por 2 a 0 ante o Bristol Rovers.

A partir da metade da década, a equipe atingiu um ponto de sucesso.

Na temporada 1925/26, passou onze jogos seguidos sem sofrer gols, um recorde da Liga até ali, junto de York City e Reading.

Também se tornou um duro combatente nas Copas.

Em 1926/27, eliminou da FA Cup, o tricampeão Huddersfield Town, uma das potências do país.

Na temporada seguinte, venceu a 3° divisão-Sul marcando 87 gols como mandante, recorde que permanece até hoje.

Pela FA Cup de 1937, o duelo de 5° rodada contra o Derby County estabeleceu o recorde de público do The Old Den: 48.762 presentes.

O Millwall alcançaria as semifinais pela terceira vez, sendo eliminado pelo Sunderland.

Muito próximo de alcançar a elite do país, a equipe teve o sonho interrompido em 1939, por conta da Segunda Guerra Mundial.

A grande crise

A perda de muito atletas durante a Grande Guerra fez o Millwall sair do status de uma das grandes forças do país no pré-guerra, para uma das mais fracas no pós-conflito.

Em abril de 1943, The Old Den foi atingido por uma bomba e teve um de seus lances de arquibancadas destruídos.

O time precisou mandar seus jogos nos estádios dos rivais até fevereiro de 1944.

O clube acabou rebaixado em 1948, muito por conta das dificuldades financeiras.

Em 1958, a quarta divisão foi criada para acabar com a regionalização Norte-Sul da terceirona.

Com isso, o Millwall caiu.

Porém, com a ajuda de 23 gols de Peter Burridge e 22 de Dave Jones, a equipe foi campeã em 1962.

Acabaram rebaixados na temporada seguinte, mas graças a um vice-campeonato, os Leões retornaram para a terceira já em 65.

Foi a última vez que o time jogou o quarto nível do futebol inglês.

Nova era

De agosto de 1964 até janeiro de 67, o Millwall estabeleceu o recorde de 59 jogos invicto como mandante.

O clube enfrentou 55 adversários diferentes, não levou gols em 35 partidas, marcou 112 e concedeu apenas 33.

Alguns nomes responsáveis por esse feito receberam um isqueiro de ouro comemorativo da Football Association.

A marca seria quebrada pelo Liverpool: 63 partidas sem derrotas entre 1978 e 1981.

No início da década de 1970, Bryan King, Harry Crips, Derek Posee, Eamon Dunphy e Barry Kitchner formaram a lembrada Classe de 71 do Millwall.

Por apenas um ponto, acabaram perdendo uma das vagas de acesso à primeira divisão.

O clube se tornou o único a possuir uma temporada completa sem perder como mandante na quarta, terceira e segunda divisões.

Os Leões alcançaram as quartas de final da Copa da Liga Inglesa em 1974 e 77, mas caíram para Norwich e Aston Villa, respectivamente.

George Graham assumiu o comando técnico da equipe em 1983, permanecendo até 86.

Durante esse período, conduziu o time ao título da Football League Group Cup de 1982/83, um torneio entre clubes ingleses e escoceses.

Na final, vitória por 3 a 2 sobre o Lincoln City.

Na época 1984/85, o Millwall conseguiu o acesso para a segunda divisão, tendo mais uma temporada sem derrotas em casa: 18 vitórias e cinco empates.

Na FA Cup, eliminação para o Luton Town, da primeira divisão, no confronto que gerou a confusão já citada anteriormente.

Após a saída de Graham, John Docherty assumiu.

Em sua segunda temporada no comando, o clube foi campeão da segundona, chegando à elite pela primeira vez em sua história.

Com o bom início na temporada 1988/89, o Millwall liderou a Liga após os seis primeiros jogos, com quatro vitórias e dois empates.

Conseguiu ficar entre os cinco primeiros após a rodada final antes do Natal.

Isso tudo muito por conta da dupla Tony Cascarino e Teddy Sheringham, que marcaram 99 gols em três temporadas juntos.

A equipe terminou no 10° lugar, sua pior colocação ao longo de todo o campeonato, e melhor participação do clube na primeira divisão até hoje.

Na época seguinte, acabaram rebaixados na última colocação, com apenas cinco vitórias em 38 partidas.

O período do "quase"

Para a segunda divisão, Docherty foi demitido.

Bruce Rioch assumiu.

Sheringham foi vendido ao Nottingham Forest por 2 milhões de libras durante os play-offs de acesso. Resultado: eliminação.
Em 1993/94, já com Mick McCarthy como treinador, o Millwall terminou em 3°, mas sem o acesso.

Era sua primeira temporada no The Den, sua nova casa.

Em 94/95, os Leões eliminaram o Arsenal e o Chelsea da FA Cup, caindo só na quinta rodada para o Queens Park Rangers.

Na Copa da Liga, eliminação nas quartas para o Swindon Town.

Na 2° divisão, derrota para o Derby County nos play-offs de acesso à Premier League.

Na temporada seguinte, o clube chegou a liderar a segundona, mas cinco meses depois, dado os problemas financeiros, acabou sendo rebaixado.

Theo Paphitis, novo presidente do time, nomeou o ex-técnico do West Ham, Billy Bonds, como novo contratado.

A equipe beirou o rebaixamento na temporada 97/98.

Porém, em 99, com a demissão de Bonds e a chegada de Keith Stevens, o Millwall se reergueu e fez sua primeira aparição em Wembley, pela final da Football League Trophy, uma Copa entre os times da terceira e quarta divisões.

Entretanto, derrota por 1 a 0 para o Wigan e o vice-campeonato.

Mais um troféu

Em setembro de 2000, o clube anunciou Mark McGhee como novo técnico.

Oito meses depois, o Millwall foi campeão com 93 pontos, recorde da instituição, e conseguiu, enfim, retornar à segunda divisão depois de cinco anos.

Na temporada seguinte, nos play-offs que garantiriam o vencedor da última vaga para a Premier League, a equipe acabou derrotada pelo Birmingham na semifinal, que conquistaria o acesso, pelo placar de 2 a 1.

Para a época 2003/04, McGhee foi demitido. Dennis Wise, ex-Chelsea e Seleção Inglesa, assumiu as funções de jogador-treinador.

Para surpresa geral, ele liderou o time à sua primeira final de FA Cup na história, sendo o primeiro clube de fora da elite a conseguir o feito desde 1982.

Em duelo foi disputado no dia 22 de maio de 2004, no Millenium Stadium, em Cardiff, e os Leões foram derrotados pelo Manchester United por 3 a 0.

No entanto, como os campeões já haviam assegurado a sua participação na próxima Champions League, o Millwall ficou com uma das vagas do país na Copa da Uefa.

Eles seriam eliminados pelo Ferencváros, da Hungria, logo na 1° rodada, pelo placar agregado de 4 a 2.

Dennis Wise marcou ambos os gols.

Nova turbulência

2005/06 foi duro para o clube.

Wise deixou o clube porque, segundo ele, não estava conseguindo se entender com Jeff Burnige, novo dirigente contratado pelo Millwall.

Ao longo da temporada, a equipe passou pelas mãos de quatro técnicos.

Os treze gols anotados em casa se tornaram a segunda pior marca na história da Liga.

O rebaixamento para a terceirona foi confirmado em 17 de abril de 2006, após derrota por 2 a 0 para o Southampton.

O clube passou por maus bocados.

Theo Paphitis encerrou seu vínculo de nove anos como diretor.

Apesar do investimento de 5 milhões de libras em 2007, a equipe continuava batendo na trave com relação ao acesso.

Foi somente em 2010, após quatro anos de ausência, que o time conseguiu retornar à segunda divisão.

Nos play-offs, vitória por 1 a 0 contra o Swindon

História recente

A temporada 2012–13 começou empolgante na Liga.

Uma invencibilidade de 13 jogos fez o clube flertar com a zona de play-offs.

Porém, o fim foi bem abaixo.

Apenas cinco vitórias nos últimos 23 jogos fizeram o Millwall escapar do rebaixamento por pouco.

Curiosamente, o mau desempenho na Liga coincidiu com o time nas semifinais da FA Cup pela 5° vez.

Em 14 de abril de 2013, em Wembley, acabou derrotado pelo Wigan, que seria campeão após derrotar o Manchester City na final.

E é justamente nesta Copa que o Millwall escreve suas melhores histórias.

Na temporada 2016/17, alcançou as quartas de final pela 10° vez.

E deixando clubes da Premier League para trás em três fases consecutivas: Bournemouth na 3° rodada, Watford e Leicester nas seguintes, sendo eliminado pelo Tottenham com um sonoro 6 a 0.

Em 28 de fevereiro de 2017, uma vitória por 1 a 0 sobre o Peterborough United fez o Millwall aumentar para 16 jogos a sua série invicta em todas as competições.

Além disso, nove jogos seguidos sem sofrer gols pela primeira vez desde 1925/26.

Após bater o Scunthorpe United por 3 a 2, os Leões chegaram aos play-offs em Wembley.

O acesso à segunda divisão veio depois do triunfo por 1 a 0 sobre o Bradford City.

Na Liga de 2017/18, apesar do oitavo lugar, os Leões conseguiram uma série invicta de 17 jogos, a mais longa do clube na Championship, superando os 15 de 1971.

Já na FA Cup 2018/19, novamente alcançaram as quartas, sendo eliminados pelo Brighton & Hove Albion.

Contudo, ao despachar o Everton na fase anterior, o Millwall igualou o recorde do Southampton no "assassinato" de gigantes na competição.

Não fazendo parte da Premier League, eliminaram 25 adversários que estavam na elite do futebol inglês.

Na última temporada, quase foram rebaixados para a 3° divisão.

Uma 21° colocação, com 44 pontos.

Quatro à frente do Rotherham United, primeiro time na zona da degola.

Chelsea e Bolton... Londres - 1940 - Os homens são maioria esmagadora, mas elas estavam lá; contei oito.

Imagem: Keystone-France/Getty Images