quarta-feira, maio 27, 2020

O "invasor de câmeras"...

Imagem: Catherine Ivill/AMA/Getty Images

O dia em que Ronaldinho Gaúcho pediu para parar de apanhar...

Imagem: Autor Desconhecido

Pablo Álvarez, zagueiro argentino de 36 anos, jogou três anos no Catania, de Itália, entre 2008 e 2011, conta uma história que mostra bem o pesadelo que era Ronaldinho Gaúcho para os defensores e, também, como ele apanhava...

Álvarez recorda-se de uma partida entre o Milan e o Catania, em San Siro, onde teve a missão de marcar o atacante.

"Tenho uma história com Ronaldinho. No fim do primeiro tempo de Milan versus Catania, em San Siro, estamos a caminho do vestiário, ele se aproxima de mim no túnel, tira a camisa e diz: ‘Toma, Álvarez. Por favor, não me batas mais", conta o argentino, ao ‘Crack Deportivo’, garantindo que "Ronaldinho era impossível de parar de outra forma"...

"Foi um dos melhores da história do futebol", conclui.

FC Bayern München e.V 1x0 Ballspielverein Borussia 09 e. V. Dortmund... Kimmich encobre Bürki e marca o gol da vitória dos bávaros.

Imagem: Federico Gambarini/AP

Garrincha, um improvável embaixador...

Imagem: Central Press/Getty Images

Garrincha, um improvável embaixador

Por Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte


Em decadência após não conseguir novos contratos para jogar futebol e praticamente liquidado pela dependência alcoólica, Garrincha foi Embaixador do Café Brasileiro na Europa.

O dia 24 de maio é considerado o dia do café no Brasil.

O grão, que já foi o principal produto de exportação do país, teve tanta importância na economia brasileira que possuiu um órgão público exclusivo para gerir o produto com escritórios inclusive no exterior.

O Instituto Brasileiro do Café (IBC) foi extinto em 1990, mas, em 1970, o órgão empregou ninguém menos que Mané Garrincha, a Alegria do Povo.

Apesar do apelido, Garrincha andava bem triste naquele período.

Ao lado de Elza Soares, o ex-jogador, que não admitia o fim da carreira, no início de 1970, foi viver em Roma para respirar novos ares, acompanhar Elza numa tentativa de turnê internacional e, por que não, buscar um contrato em algum time europeu.


Aos 37 anos, Garrincha sofria com a decadência física natural da idade, além de uma lesão seríssima, que o atormentava desde 1963, e o principal adversário que o levaria à morte anos depois: o alcoolismo.

A estadia em Roma, porém, começou com Elza como um sucesso de crítica que lotava os teatros que recebiam suas apresentações.

Além disso, Garrincha era popular nas ruas italianas, reconhecido praticamente a cada esquina.

A cantora incentivava o marido a tentar uma aproximação com clubes europeus.

Nessa toada, Garrincha chegou a reunir-se com dirigente do Benfica e clubes menores da Itália, mas seu evidente despreparo físico e o hábito de bebericar além da conta nesses encontros, afastaram qualquer interesse dos cartolas europeus.

O máximo que o Anjo das Pernas Tortas conseguiu em sua temporada europeia foi disputar alguns amistosos amadores em que mais servia como chamariz de alguma festividade do que como jogador.

Durante essa temporada italiana, a Copa do Mundo de 1970 foi disputada no México e, pela primeira vez desde 1958, Garrincha não defenderia o Brasil no Mundial.

Pela TV, Garrincha tomou um choque de realidade com o sucesso retumbante daquele selecionado que não mais precisava de seus dribles e arrancadas.

O fim da linha no futebol parecia inevitável.

Há quase sete anos sem repetir os grandes momentos do início da carreira, Garrincha estava em claro declínio futebolístico e mental por conta do alcoolismo.

Porém, foi na capital italiana que a dependência em álcool virou o jogo sobre Garrincha.

O atacante que atormentou os maiores zagueiros do mundo passou a ser um homem comum perambulando pelas ruas de Roma e chegou a ser visto apanhando bitucas de cigarros do chão.

Tudo isso, claro, cambaleante não pela ginga com a qual encantou o mundo, mas pela embriaguez persistente.

Elza Soares, que já sofria com o alcoolismo de Garrincha há pelo menos uma década, pediu ajuda aos conhecidos e, assim, a situação do craque chegou aos ouvidos de ilustres fãs do Anjo das Pernas Tortas no Brasil.

Jarbas Passarinho, então ministro da Educação, era um dos muitos brasileiros que adoravam a magia do craque das pernas tortas.

O ministro usou sua influência e deu o aval para uma engenharia que já estava sendo montada por figuras importantes no Ministério da Indústria.

Até o então presidente/ditador Ernesto Geisel interveio junto ao IBC para que Garrincha fosse contratado, já que um ídolo brasileiro passando necessidades no exterior não seria uma boa propaganda do regime.

Enfim, o emprego saiu, mas como a sede do IBC ficava em Milão, Elza e Garrincha mudaram-se para a capital da moda.

A mudança calhou bem ao casal, que já devia aluguéis e estava prestes a ser despejado.

O salário proposto era de 1000 dólares mensais.

Para se ter ideia, o chefe do IBC recebia 1200 dólares.

O salário, junto à função, que antes não existia, e foi criada sob medida para Garrincha, causou desavenças naturais dentro do órgão e foi motivo para o craque sofrer com os olhares atravessados.

A atividade do recém criado cargo de embaixador do café brasileiro na Europa, na verdade, resumia-se à ida de Garrincha às feiras gastronômicas onde o IBC promovia a venda do produto.

Em resumo, Garrincha seria um garoto propaganda de um dos principais produtos de exportação do Brasil e compareceria apenas às tais feiras sem que houvesse sequer a obrigação de ir a todas.

Porém, o alcoolismo não permitia que Garrincha fosse aos seus compromissos.

Entre as 20 feiras agendadas para 1971, Mané foi apenas a três.

Uma improdutividade colossal e que mesmo para um cargo criado no intuito de ajudá-lo, gerava evidente desconforto no IBC.

Nas poucas oportunidades em que cumpriu com sua nova ocupação, Garrincha cometia gafes por conta de sua famosa ingenuidade.

Na biografia Estrela Solitária, Ruy Castro resgata um diálogo de Garrincha, que não falava e sequer fazia questão de tentar aprender outro idioma, com um italiano que foi ao estande do IBC apenas para conhecê-lo, mas resolveu, talvez até para puxar assunto com ídolo, perguntar sobre o café do Brasil:

“E esse café do Brasil, é bom mesmo?”

Garrincha sucumbiu à sinceridade:

“Não sei, nunca tomo. O que sei que é o fino é a pinga do Brasil”.

O intérprete, claro, não traduziu e inventou outra coisa para não constranger os presentes.

Com episódios como este e diversas ausências nas ocasiões em que deveria promover o produto brasileiro na Europa, o emprego no IBC não duraria muito e tudo indicava uma demissão.

Garrincha antecipou-se.

Aproveitou um convite recebido por Elza Soares para uma turnê brasileira e pediu seu desligamento do Instituto Brasileiro do Café para acompanhar a esposa de volta ao Brasil, em dezembro de 1971.

A passagem pela Itália foi mais um capítulo da hercúlea batalha que Elza Soares travou para salvar o amor de sua vida da autodestruição.

Garrincha foi implacável consigo como fora com os zagueiros que enfrentou.

Elza esforçava-se para conseguir mostrar caminhos e possibilidades de ajuda ao craque, o IBC foi mais uma das tantas oportunidades que Garrincha driblou, talvez inconscientemente, mas que acabaram por levá-lo ao fim inglório que teve.

Outra reflexão que a passagem de Garricha pelo IBC desperta é sobre a relação perniciosa que o Estado mantém ao se aproveitar do capital de imagem de ídolos do esporte.

E para quem pensa que isso seja coisa do passado, basta retomar o recente caso em que Ronaldinho Gaúcho foi nomeado embaixador do turismo brasileiro e passou a figurar no quadro de funcionários da Embratur, mesmo com os passaportes retidos na Justiça da Espanha.

Um contrassenso imensurável.

Se na origem da nomeação constavam motivos diferentes da oportunidade em que Garrincha serviu ao IBC, de maneiras distintas, os fins desejados em ambas as situações eram os mesmos: usar a imensa popularidade dos jogadores para embarcar o governo na onda de aprovação pública dos atletas.

Não por acaso o paralelo acontece com um jogador que guardadas as proporções experimentou uma ascensão e queda tal qual Garrincha e ficou marcado por surgir em ocasiões estranhas ao mundo esportivo como foi a participação dos dois em órgãos públicos.

No retorno ao país, o calvário de Garrincha com o alcoolismo continuaria até 20 de janeiro de 1983, quando aos 49 anos de idade, morreu vitimado sobretudo por uma tristeza que contrastava com a Alegria do Povo, completamente liquidado pela dependência e com passagens folclóricas, como o período em que foi o Embaixador do Café Brasileiro.

O trabalho da imprensa nos estádios em tempo de pandemia...

Imagem: Reuters

O quanto a Globo ainda precisa para aos clubes cariocas pela parte final do campeonato...


25 milhões de reais é o quanto os clubes precisam receber da Globo pela parte final do acordo de cessão dos direitos de mídia do Estadual do Rio de Janeiro...

Fonte: Máquina do Esporte

terça-feira, maio 26, 2020

Estádio Prenton Park, casa do modesto Tranmere Rovers FC - Birkenhead, Merseyside,Inglaterra...

Imagem: Nigel Frenc/PA

Morreu Vadão, o arquiteto do Carrossel Caipira...

Imagem: Autor Desconhecido

Vadão, o arquiteto do Carrossel Caipira

O treinador Oswaldo Alvarez, o Vadão, morreu nesta segunda-feira, aos 63 anos, vítima de um câncer hepático.

No início dos anos 1990, Vadão foi o criador do Carrossel Caipira, um time do Mogi Mirim que revolucionou o futebol brasileiro

Por Pedro Henrique Brandão Lopes

A Copa do Mundo de 1990 trouxe um trauma para o brasileiro que aprendia a gostar de tática.

O 3–5–2 de Sebastião Lazaroni decepcionou e ganhou a pecha de esquema falho, já que não permitia atacar como tradicionalmente o torcedor da Amarelinha gostava e nem fazia da defesa uma fortaleza intransponível - Caniggia e Maradona que digam - como se esperava.

Naquele cenário era improvável que qualquer treinador ariscasse o pescoço contra o estigma do esquema tático.

Apenas alguém que estivesse livre dos preconceitos da área e leve das responsabilidades de treinador poderia experimentar o 3–5–2, àquela altura sinônimo de fracasso.

É preciso coragem ou falta de opção para tentar o diferente e assim era o ambiente do Mogi Mirim em 1992.

Depois de uma péssima campanha no Campeonato Paulista de 1991, último colocado do grupo verde, o presidente Wilson Fernandes de Barros decidiu dar novos ares ao futebol do clube e montou a equipe apenas com jovens jogadores formados na base ou contratações sem renome.

No comando da experiência, Oswaldo Alvarez, um novato.

Vadão era preparador físico do clube e foi convencido pelo presidente a dirigir a equipe.

Aceitou por ter carta branca para tentar algo novo e surpreendeu por apresentar uma revolução no estilo de jogo brasileiro.

Com tempo de sobra para treinar antes da estreia, aquele time serviu como laboratório para inovação tática no Brasil.

Inspirado na Laranja Mecânica de Rinus Michels, em 1974, Vadão montou uma equipe extremamente veloz na saída de bola e com imensa consciência tática que permitia aos jogadores não guardarem posições fixas.

Despretensiosamente, Vadão conseguiu romper com a tradição dos pontas do futebol brasileiro e repaginou um conceito da última grande inovação do futebol mundial: o elemento surpresa vindo de trás.

Foi uma mudança de paradigma na tática do futebol brasileiro, pois até o início dos anos 1990, os times eram montados a partir das ações ofensivas dos pontas.

O ataque era pensado pelos lados do campo e Vadão percebeu que havia um vácuo no meio-campo.

Claro que era preciso talento e qualidade técnica para colocar em prática o ousado esquema.

Rivaldo, Leto e Válber eram os responsáveis pelo gingado brasileiro do Carrossel Caipira.

Com versatilidade para entender o pensamento do treinador, o trio passou a atuar de maneira diferente da que estavam acostumados.

A fórmula deu certo e nas temporadas de 1992 / 93, o time do interior paulista teve um destaque que não se equiparava ao modesto orçamento.

No primeiro ano, o Sapão da Mogiana foi campeão da Copa 90 Anos de Futebol, organizada pela Federação Paulista com os times do interior.

Em 12 confrontos, o Carrossel Caipira perdeu apenas uma partida.

No Paulistão, o Mogi liderou o grupo B e se classificou para o quadrangular semifinal, porém, não conseguiu a classificação às finais pelo saldo de gols.

Em 1993, novamente campanha acima da média do Sapão.

Apesar de não conseguir a classificação para a segunda fase do Paulistão, no Torneio João Havelange - uma espécie de mini Rio/SP -, eliminou o Corinthians nas semifinais e ficou com o dolorido vice-campeonato frente ao Vasco da Gama, nos pênaltis, depois de devolver um 4 a 0 na decisão.

Antes do final do ano, mais um título.

No Torneio Ricardo Teixeira, que classificava à segunda divisão, vitória sobre o Bangu nas semifinais e apenas uma derrota na competição, o Mogi sagrou-se campeão.

O sucesso, porém, custou caro ao Mogi Mirim, pois os grandes clubes da capital avançaram ferozmente sobre os talentos lançados por Vadão.

Corinthians e Palmeiras se reforçaram com jogadores do Sapão, até reservas foram negociados e, em 1994, sem seus principais atletas, o Mogi acabou rebaixado no Paulistão.

Vadão deixou o clube após o rebaixamento e iniciou uma trajetória que o levou a dirigir 18 equipes em 28 anos de carreira.

Fez história pelos times de Campinas, onde dirigiu tanto Guarani como Ponte Preta e ostenta o feito de nunca ter perdido um único Dérbi Campineiro, em nove clássicos que disputou- cinco vitórias (quatro pelo Guarani e uma pela Ponte) além de quatro empates.

Ainda comandou o São Paulo, onde é considerado o responsável por promover Kaká ao time profissional, Corinthians e a Seleção Brasileira Feminina, este seu último trabalho e o mais questionado.

Implacável, o tempo deixou o vanguardista de outrora, ultrapassado no trabalho feito com na Seleção Feminina e, por isso, após a eliminação na Copa do Mundo de 2019, Vadão foi demitido e deu lugar a Pia Sundhage.

É assim com todos, uma hora a novidade fica velha e cede espaço.

Marta, Cristiane e inúmeras personalidades do esporte e da imprensa além de clubes se manifestaram nas redes sociais lamentando o falecimento de Vadão e uma característica é constante: a gentileza com que lidava com as pessoas.

Oswaldo Alvarez foi um personagem marcante na modernização do futebol brasileiro.

Com poucos recursos conseguiu montar um time diferente, que jogou o melhor futebol no Brasil no ano de 1992 e que para sempre será lembrado como o Carrossel Caipira, a maior herança futebolística que Vadão deixará ao esporte.

Para além disso, nos relatos de quem conviveu com o treinador, Vadão foi um homem digno, profissional comprometido e que deixou no duro meio do futebol sua marca além das quatro linhas com sua gentileza conquistou amigos leais e uma família afetuosa, essa sua herança definitiva como ser humano.

As equipes de higienização finalmente ganharam a notoriedade que sempre deveriam ter tido...

Imagem: Pool/AFP/Getty Images

Goleiro argentino é preso por dirigir na contramão e portar cocaína no veículo...

Imagem: Autor Desconhecido

Carlos Franco, goleiro do Belgrano, foi preso por dirigir na contramão durante a quarentena, sem ter a necessária autorização para circular...

Mas, pior do que isso, a polícia encontrou cocaína no veículo.

Em entrevista à 'TyC Sports', Carlos Franco contou que teve de sair de casa por causa de um problema de saúde do filho.

"A primeira coisa que fiz foi procurar uma farmácia. A questão é que não me dei conta que entrei por uma rua na contramão e a polícia me parou e pensou que eu estava bêbado", explicou.

O jogador disse ainda que tinha saído do carro quando os agentes encontraram a droga e que "não viu a revista de seu carro pelos policiais".

Sobre a cocaína encontrada, afirmou: "Não é minha"...

O seu empresário já veio a público garantir que o carro era usado por muita gente.

Carlos Franco confirmou a afirmação do empresário e disse que habitualmente empresta a veículo a "primos e amigos", garantindo que tem "muita confiança neles"...

Apesar das explicações, não deve escapar a um processo judicial.

O Belgrano informou em nota oficial que ainda não se posicionou...

A direção prefere esperar o que fará a justiça.

Nick Wright marca o primeiro gol do Watford na vitória sobre o Bolton Wanderers na final da First Division (Segunda Divisão) em 1999...

Imagem: Action Images

Flamengo é multado por impedir fiscalização da prefeitura...


2,9 mil foi o valor da multa aplicada ao Flamengo por impedir que fiscais da prefeitura do RJ entrassem no CT do clube na quinta-feira (21)...

Fonte: Máquina do Esporte

segunda-feira, maio 25, 2020

Ferenc Puskas, marca para o Real Madrid na final da Copa dos Campeões da Europa de 1959/1960... Real Madrid 7x3 Eintracht Frankfurt.

Imagem: PA

A respeitosa posição de Felipe Massa em relação as informações sobre estado de saúde de Michael Schumacher...

Imagem: Autor Desconhecido

Felipe Massa, contou no programa 'Expediente Futebol', da Fox Sports, que visitou Michael Schumacher na Suíça...

O ex-piloto - que já afirmou várias vezes que o alemão foi o seu melhor amigo na Fórmula 1, quando ambos estavam na Ferrari, em 2006 -, falou sobre a visita, mas se recusou a contar detalhes sobre o estado de saúde do amigo, respeitando o desejo de sua mulher, Corinna Schumacher, que sempre se negou a detalhar a real condição de Schumacher.

"Sei como está, tenho informações. A minha relação com ele sempre foi muito próxima. Com a mulher, Corinna, nem tanto, porque ela não ia muito às corridas. Mas o principal de tudo é que a situação não é fácil, está numa fase difícil... Devemos respeitá-lo, como tem sido feito pela família. Eles não gostam de revelar nenhuma informação e quem sou eu para o fazer?", questionou Massa...

"Sonho e rezo todos os dias para que melhore, para que apareça num circuito, especialmente agora, que tem um filho seguindo seus passos”, referindo-se a Mick Schumacher, campeão do Mundo de Fórmula 3 e que já se estreou na Fórmula 2.

Michael Schumacher, sete vezes campeão do Mundo de Fórmula 1, sofreu em dezembro de 2013 um acidente quando esquiava nos Alpes franceses com o filho, Mick...

Schumacher foi vítima de um grave traumatismo craniano, foi operado duas vezes e durante vários meses esteve em coma induzido.

O heptacampeão mundial de F1 deixou o hospital e regressou à sua casa em Lausanne (Suíça) 254 dias depois do grave acidente...

A partir desse momento, as informações sobre o estado de Schumacher foram cada vez mais escassas e sempre muito controladas pela mulher, que faz de tudo para preservar a privacidade da família.

Houve um tempo em as pessoas iam aos estádios, sorriam, choravam, se abraçavam e voltavam felizes para seus lares...

Imagem: Peter Byrne/PA

O abraço de gratidão que pode gerar uma punição...

Imagem: Skysport

Dimitrij Nazarov, jogador do Azerbaijão que veste a camisa do Erzgebirge Aue, da Bundesliga 2, atropelou as regras de distanciamento que vigoram no futebol alemão...

O fato aconteceu na partida disputada contra o Nuremberg, na última sexta-feira.

Nazarov marcou um gol de cabeça e correu para a linha lateral e abraçou Thomas Romeyke, o motorista da equipe...

Depois, explicou a razão do efusivo abraço em Romeyke.

“Ele salvou a equipe”, contou...

“Na estrada, na véspera do jogo, Romeyke conseguiu controlar o ônibus, quando o veículo foi atingido por destroços de um outro carro, que tinha sofrido um acidente. Ele salvou as nossas vidas. "Se não tivesse reagido tão rápido como fez, ninguém sabe o que podia ter acontecido”, concluiu.

Nazarov espera agora que os dirigentes façam "vista grossa" ao acontecido e que não o punam...

“Foi a forma que encontrei para demonstrar minha gratidão.”

No estádio vazio o câmera solitário está pronto para levar as imagens para quem, em casa, gostaria de estar junto a ele...

Imagem: Reuters

Presidente do Lyon diz que francese foram idiotas ao encerrar o campeonato e entra na justiça contra a decisão da liga...

Imagem: Autor Desconhecido

O presidente do Lyon, Jean-Michel Aulas, afirmou que os franceses foram “idiotas” ao dar por encerrado o campeonato há um mês devido a pandemia de coronavírus, enquanto outros países, agora, retornam suas competições...

Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal L’Equipes, presidente do Lyon considera que o exemplo da Espanha comprova sua afirmação.

Líder das equipes que não concordaram com a antecipação do fim campeonato francês, Aulas criticou fortemente os dirigentes da Liga Francesa...

O motivo da recusa do mandatário do Lyon em aceitar a decisão de encerrar a temporada foi porque o Lyon estava fora das competições europeias pela primeira vez desde o final dos anos 90, mas poderia conquistar uma vaga caso a competição tivesse continuado.

"Há dois meses, os líderes espanhóis estão observando e trabalhando com a UEFA. Paradoxalmente, Javier Tebas (presidente da Liga Espanhola) esteve nas mesmas reuniões que Didier Quillot (gerente geral da liga francesa)", disse o presidente do Lyon...

Segundo Aulas, a UEFA pediu "paciência", mas os líderes franceses se apressaram: "Acho que foram idiotas". "Os outros países tiveram a possibilidade de escolher. Tebas disse que um final seria um pesadelo e que serviria apenas a interesses pessoais. Os protocolos de saúde agora são padronizados. A UEFA lançou um protocolo que nem sequer foi visto na França. É um escândalo absoluto ", acrescentou.

Aulas reconhece que o retorno traria "riscos", mas considera que valeria a pena tentar e que o fim do campeonato francês foi decidido "baseado em argumentos falsos"...

Foi "um erro grave que custará várias centenas de milhões de euros" para os clubes ".

"É paradoxal que um país como a Espanha, que foi mais afetado do que a França pela pandemia, tenha refletido e encontrado soluções. E acho que eles têm um comitê científico pelo menos tão relevante quanto aquele que o presidente Macron consulta", afirmou...

"Mas eles não se apressaram. Aqui, aqueles que continuarem a justificar uma decisão que foi um grave erro assumirão uma responsabilidade", disse ele.

Aulas observou que ainda há tempo para retificar e retomar o campeonato como as outras grandes ligas estão fazendo...

O presidente do Lyon denunciou a decisão de encerrar a liga perante os tribunais.

domingo, maio 24, 2020

Jairzinho e Bobby Moore 1970...

Imagem: Mirropix

Eduardo Galeano: O homem da bola impressa...

Ilustração: Fabrizio Birimbelli

O homem da bola impressa

Por Lúcia Oliveira do Universidade do Esporte


Quando acompanhadas de uma bola, as crianças reúnem-se e vão ao encontro de algum lugar que as permitam colocar em prática o verbo preferido delas: brincar.

Nessas idas e vindas, acompanhadas de dribles, gols e até machucados, há quem nutra o sonho de ser um jogador de futebol.

Com Eduardo Galeano não foi diferente, mas ele, por se declarar um ótimo perna de pau com a pelota nos pés, jogou no mundo da bola de outra maneira, fez das palavras suas chuteiras e lançou-se nas canchas da literatura.

Autor de mais de 40 livros, jornalista e escritor, Eduardo Hughes Galeano nasceu em 3 de setembro de 1940, em Montevidéu, Uruguai.

Desde pequeno, sonhava em seguir carreira como jogador, porém a habilidade com os pés nunca foi seu forte e ele era um craque, daqueles que fazia a torcida cantar seu nome, apenas enquanto dormia, pois tudo não passava de sonhos.

Mesmo assim, o destino tratou de manter Galeano, de alguma maneira, ligado ao futebol.

Ainda na adolescência, aventurou-se como caixa de banco, pintor, mensageiro e datilógrafo.

Aos 14 anos, seu talento artístico falou mais alto e Eduardo vendeu sua primeira charge política chamada “Gius”, uma onomatopeia – irônica – de seu sobrenome de origem inglesa.

Seu primeiro livro foi publicado em 1963, quando já havia iniciado sua carreira jornalística como editor do jornal Marcha, veículo uruguaio bastante reconhecido em todo o território latino-americano.

A política também foi um campo em que Galeano atuou.

Em 1971, publicou uma das obras mais marcantes de sua vida: As veias abertas da América Latina.

No livro, analisou a história dessa localidade desde o período colonial até o contexto atual da época de publicação e retratou também a influência da exploração política e econômica dos Estados Unidos e da Europa.

Apesar de considerar a crítica social essencial no conteúdo de suas publicações, o futebol ainda estava ali, junto à caneta de Galeano.

Tanto que, em 1995, lançou O futebol ao Sol e à sombra.

Na obra, ele declara:

“Como todos os meninos uruguaios, eu também quis ser jogador de futebol. […] Os anos se passaram, e com o tempo acabei assumindo minha identidade: não passo de um mendigo do bom futebol. Ando pelo mundo de chapéu na mão, e nos estádios suplico:

— Uma linda jogada, pelo amor de Deus!”

O autor, além de torcedor do Nacional do Uruguai, era defensor do bom futebol, das belas jogadas, dos gols, e, por isso, para ele, a rivalidade entre clubes podia ser deixada de lado, afinal, o que importava de verdade era que, em campo, a partida lhe enchesse os olhos, mesmo que fosse um jogador de seu time do coração a sofrer um lençol do adversário.

“[…] E quando acontece o bom futebol, agradeço o milagre – sem me importar com o clube ou o país que o oferece.”

No mundo, há quem diga que algumas pessoas correndo atrás de uma bola é uma ação ilógica.

Segundo Galeano, isso só não faz sentido quando há um interesse rentável e essa era, dentro do meio esportivo, sua maior crítica.

Em uma entrevista exclusiva ao jornal Estado de S. Paulo, quando veio ao Brasil para participar da 2ª Bienal do Livro e da Leitura de 2014, em Brasília, disparou:

“Os dirigentes vivem como em um castelo muito bem guardado. E os protagonistas do futebol, os jogadores, trabalham como macacos de circo, ou seja, não são os receptores dos benefícios dos espetáculos que nos brindam – acredito que sejam fortunas, pois as contas são secretas. E os atletas atuam pelo prazer de jogar, o que é importante. Eu rogo a Deus para que os jogadores não percam esse prazer, pois, nos últimos anos, eles vêm sendo condicionados a apenas ganhar, o que resulta em mais dinheiro. Não aprovo essa identificação da bola como fonte de lucro. Nos últimos anos, o futebol tem perdido aquele brilho de encantamento que deveria marcar cada partida.”

Apesar das críticas e de o futebol ser, como ele mesmo definiu, “uma triste viagem do prazer ao dever”, o mundo da bola sempre foi uma de suas maiores paixões. Em tempos de Copa do Mundo, Galeano pendurava um cartaz na porta de sua casa com que dizia: “Fechado por motivo de futebol”.

Como se estivesse num verdadeiro teatro, ele, vestido de torcedor e representando a plateia, assistia ávido à apresentação, que contava com vários personagens.

Incerto sobre como seria o fim do espetáculo, esperando que a bola pudesse sinalizar “o orgasmo do futebol”, ou seja, o gol, Eduardo sofria com “o ídolo” caído no meio do gramado, com o goleiro – que mais era conhecido por “desmancha prazeres” – e, por fim, com o árbitro, aquele que “levanta as cores da condenação”.

Por último, mas não menos importante, há o palco em que acontece o espetáculo.

O estádio é a casa da torcida, é lugar de festa, bem como pode ser cenário de peças dramáticas e tristes.

Tudo é sentido intensamente na arquibancada, da vibração do cimento duro que flexiona nos pulos da massa até à tensão contagiosa na hora de um pênalti, mas depois do êxtase vem o sepulcral silêncio que deixa o ar palpável de tão pesado e é sinal de que o futebol deixou o gramado e sem a torcida perde-se a razão primeira de ser do estádio, fica o vazio.

“Você já entrou, alguma vez, num estádio vazio? Experimente. […] Não há nada menos vazio que um estádio vazio. Não há nada menos mudo que as arquibancadas sem ninguém.”

Todos esses sujeitos acima foram caracterizados um a um em O futebol ao Sol e à sombra, livro que Galeano finalizou dizendo:

“Escrevendo ia fazer com as mãos o que nunca ia ser capaz de fazer com os pés, eu não tinha outro remédio além de pedir para as palavras o que a bola, tão desejada, me tinha negado. Desse desafio, e dessa necessidade de expiação, nasceu este livro. […] Não sei se é o que quis ser, mas chegou a sua última página. E eu fico com essa melancolia irremediável que todos sentimos depois do amor e no fim da partida”.

Quem toma conhecimento do grande legado que Galeano deixou não imagina que sua educação formal não passou do primeiro ano do ensino secundário, fato que não o impediu de aprender, muito bem, a arte de narrar.

Talvez, justamente a ausência de uma formação acadêmica tenha lhe dado a oportunidade de olhar os gramados com a sensibilidade necessária para enxergar, no futebol, uma metáfora da vida.

Enquanto viveu, colecionou amigos, livros, felicidades, inimizades, histórias, doutorados Honoris Causa, tristezas e, sobretudo, palavras.

Em 2015, aos 74 anos, o avanço da idade já era significativo, mas não impedia que o uruguaio escrevesse.

Por outro lado, sua saúde foi driblada por um adversário que, em muitos casos, não é detido.

O câncer tomou conta do pulmão do famoso autor e em 13 de abril daquele ano, Galeano faleceu.

De acordo com ele, “a morte, muitas vezes, mente quando se imagina que uma pessoa morreu, ela continua viva na memória, nas conversas, nas decisões” e é exatamente assim que sua figura está até hoje. 

A literatura, universo em que marcou inúmeros gols – muitos deles de placa –, acolheu Galeano do mesmo jeito que a bandeira do time abraça o torcedor quando este vai ao estádio e deu ao uruguaio a chance de mostrar seu imenso talento em um gramado diferente, os livros.

França 1998...

Imagem: Michel Lipchitz/AP

A despedida do Parque Antártica...

Imagem: SE Palmeiras

A despedida do Parque Antártica

Há 10 anos, o Palmeiras goleou o Grêmio na despedida do estádio em que jogou por mais de 90 anos, deixou o Palestra Itália para dar lugar a reforma que ergueu o novíssimo Allianz Parque e catapultou o clube ao novo século

Pedro Henrique Brandão/Universidade do Esporte

Com o início dos anos 2010, uma boa nova chegou ao palmeirense: o estádio Palestra Itália seria reformado e se transformaria numa das arenas mais modernas do mundo.

Para isso, porém, o velho Parque Antártica de tantas alegrias teria de ir ao chão num ambicioso projeto arquitetônico que usaria o mesmo espaço do antigo estádio, reaproveitaria a arquibancada existente atrás do gol e faria surgir uma imponente arena para 40 mil torcedores.

Mesmo que a promessa fosse de um passaporte para o futuro, 11 entre 10 desconfiados palestrinos estavam com o porco atrás da orelha.

Como assim, demolir nossa casa?

Colocar abaixo o lugar onde conquistamos a América?

Onde vamos jogar?

É bom lembrar que há pouco tempo, o Palmeiras havia retomado o hábito de mandar seus jogos em casa e vivera a breve felicidade de sua história recente, por lá.

O Paulistão de 2008 havia sido conquistado no Jardim Suspenso, com direito a gás de pimenta, cala boca aos tricolores e goleada na Ponte Preta.

A identificação era evidente, era como se o Palmeiras nunca tivesse saído do Parque Antártica.

O investimento feito nos idos anos 1920 havia valido a pena.

O Palestra mandava seus jogos por ali desde 1917 e até 2010 conquistou um histórico invejável:

1569 jogos
1063 vitórias
318 empates
188 derrotas
3698 gols-pró

Foi no Parque Antártica, inclusive, que foi disputado o primeiro dérbi da história quando o Palestra venceu o Corinthians por 3 a 0 no campo que virou casa própria três anos depois.

Adquirir o Parque Antártica, antigo clube da cervejaria, foi rotulado como uma loucura para a época, mas foi sobretudo fruto de um grande desejo palmeirense como disse ao jornal Fanfulla, Menotti Falchi, presidente alviverde em fevereiro de 1920:

“Clubes menores possuem um campo. Temos de achar uma casa. Não é qualquer terreno que nos agrada, pois a grandeza da comunidade italiana e de nossos torcedores não concordaria. Um estádio moderno é o desejo de todo palestrino”

Por isso, naquele 22 de maio de 2010, um sábado, o palmeirense rumou a caminho da rua Turiassu.

O jogo contra o Grêmio estava marcado para as 18h30min, porém, a venda de ingressos pela internet ainda não era tão comum e chegar cedo em ocasiões como aquela poderia fazer a diferença entre conseguir ou não um ingresso.

Exatos 18.365 torcedores conseguiram comprar seus ingressos para assistir à última vez em que a bola rolou oficialmente no Parque e lotaram a casa.

Antes de a bola rolar, porém, a torcida protestou muito contra a diretoria pelo momento conturbado nos bastidores, afinal, ainda era maio e o Palmeiras já havia demitido dois treinadores e os prometidos reforços não chegavam ou quando vinham não eram nem de longe o que o torcedor esperava.

Quem entrou viu um Palmeiras com ânimo para driblar o momento ruim que o time vivia depois da ressaca do triste 2009.

Mesmo em crise e com um treinador interino no comando, o Palmeiras arrancou um placar animador contra o Grêmio: 4 a 2.

O Tricolor Gaúcho também não estava bem das pernas.

Aquela era a terceira rodada do Brasileirão 2010 e ao fim da partida, o Grêmio somava apenas um ponto.

Dirigido por Jorge Parraga, interino que era auxiliar de Antônio Carlos Zago, que por sua vez assumira o comando alviverde após a demissão de Muricy Ramalho, esse caótico Palmeiras entrou para sua última partida oficial no Parque Antártica com Marcos; Vitor, Léo, Danilo e Pablo Armero; Edinho, Márcio Araújo, Marcos Assunção e Cleiton Xavier; Ewerthon e Vinicius. Entraram no decorrer da partida Paulo Henrique, Maurício Ramos e Souza.

Àquela altura, o palmeirense reclamava dos nomes duvidosos que surgiam aos montes depois da implosão do projeto Luiz Gonzaga Beluzzo, mas nem imaginava o calvário que ainda enfrentaria nos anos seguintes.

Os elencos do título da Copa do Brasil 2012 e do quase rebaixamento em 2014 provam que o fundo do poço sempre poderia ser revogado.

Contrariando tudo que a imprensa poderia prever sobre aquele confronto, o primeiro tempo foi animado e logo aos 16 minutos o Palmeiras tirou o zero do placar com Ewerton.

Mais 15 minutos e Marcos Assunção começava a provar a importância que teria para o elenco em sua passagem pelo Alviverde, o volante lançou na área e Vinícius anotou o segundo tento palestrino.

No último minuto do primeiro tempo, Jonas descontou para o Grêmio.

A primeira etapa poderia acabar assim, mas Douglas e Marcos Assunção trocaram gentilezas nos acréscimos e expulsos foram curtir mais cedo a noite do sábadão paulistano.

Com menos homens em campo, o ritmo poderia cair na etapa final, mas os times repetiram exatamente o mesmo desempenho do primeiro tempo.

Porém, dessa vez, o Grêmio foi quem tomou a frente e empatou o jogo logo aos 3 minutos com Hugo.

Pressionado e motivado pelo Parque Antártica, o Palmeiras foi o time da virada pela última vez no Jardim Suspenso.

Aos 16 minutos, Mauricio Ramos subiu mais que a zaga gremista e colocou o Verdão na frente.

Empurrado pela voz do velho Palestra Itália, o Palmeiras se manteve no ataque e fechou a fatura com Cleiton Xavier.

Ao apito final, muitos torcedores ficaram um pouco mais dentro do estádio numa despedida comovente.

Outros foram se dispersando assim que o jogo acabou e proporcionaram pela última vez a bonita cena do fosso do Jardim Suspenso cheio de gente como se fosse a torcida que segurasse o time nos ombros.

Outro jogo de despedida foi marcado para o dia 9 de julho, mas o adversário — o Boca maldita — venceu e estragou o que era para ser festa.

Portanto, para qualquer bom palestrino que se preze, o que valeu foi a goleada no Grêmio naquele 22 de maio de 2010.

Os portões do número 1840 da rua Turiassu ficaram fechados por longos 4 anos e 5 meses até a inauguração do novíssimo Allianz Parque no dia 19 de novembro de 2014 e como na compra do Parque Antártica, a construção do moderno estádio foi taxada de loucura, mas isso é história para daqui a cem anos.