sexta-feira, maio 08, 2020

Angela Merkel deu sinal verde e a Bundesliga volta no dia 16 de maio...

Imagem: Business Insider

Angela Merkel, bateu o martelo...

O futebol volta.

A decisão foi tomada em um encontro realizado por videoconferência na última quarta-feira (6)...

Portanto, o futebol está liberado a partir da segunda semana de maio, o que significa que a Bundesliga e a Bundesliga 2, as duas principais divisões do futebol do país, deverão retornar às atividades no dia 16 de maio.

Imagem: Lukas Barth-Tuttas/EPA

quinta-feira, maio 07, 2020

Na partida entre o Charlton Athletic e o Arsenal, realizada em 1940, o observador procura no céu por bombardeiros da Luftwaffe...

Imagem: Hulton Deutsch/Corbis via Getty Images 

O futebol que fique para depois...

Imagem: Globoesporte.com

O futebol que fique para depois

É desarrazoado e ilógico pensar em retomar o futebol agora

Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte

A insistência na repetição de sinônimos serve para demonstrar o tamanho do despautério que é a retomada do futebol neste momento.

Olhando para o movimento da pandemia em outros países e baseado nas análises de especialistas, o Brasil está às portas do caos.

São dois dias consecutivos com a taxa de mortalidade na casa de 600 vidas perdidas em 24 horas.

São 8.536 mortos em pouco mais de 50 dias após o primeiro óbito.

O Brasil tem 125.218 casos confirmados com um crescimento médio de 9% ao dia de novos casos.

Somos o 6º país no ranking de mortos e com a consciência de que, por falta de testes, temos uma subnotificação na ordem de 12 a 15 vezes o número real de casos, segundo estudos.

A taxa de isolamento social tem diminuído enquanto a taxa da ocupação em UTI’s está aumentando.

Especialista recomendam o lockdown imediato em várias regiões do país como última tentativa de evitar uma tragédia sem precedentes na história brasileira.

Neste cenário catastrófico, o futebol tupiniquim se organiza para retomar as atividades.

Como medida para viabilizar os treinamentos, o Flamengo testou as pessoas do círculo social do clube.

Foram 293 pessoas submetidas aos testes e o resultado é assustador: 38 casos positivos.

Divididos em três jogadores, dois jogadores que têm anticorpos e não o vírus — tiveram contato com o vírus e se curaram — seis funcionários do clube, dois funcionários terceirizados e 25 familiares ou funcionários de atletas.

É a tal transmissão comunitária que o Ministério da Saúde alertava ainda em março.

Quando é impossível definir onde estava caso zero.

Na última segunda-feira, o Flamengo assistiu à morte de Jorginho, massagista do clube fazia 40 anos.

Aos 68 anos de idade, o funcionário morreu vitimado pala Covid-19.

Esse mesmo Flamengo — multicampeão na última temporada — demitiu e deixou desassistidos 62 funcionários em mais uma cruel mostra de desumanidade da atual diretoria que desde o desastre do Ninho do Urubu, esbanja falta de empatia.

Porém, há de se admitir que o Flamengo só serve como comparação, pois ao menos testou seu pequeno feudo.

Pior fazem outros tantos que forçam a retomada sem ao menos mostrarem condições para minimamente garantirem alguma improvável segurança.

É tão disparatada a volta do futebol neste momento, que bastariam os números e o clima de luto que vive o país para justificar a paralisação total.

Porém, quando comparados os momentos da epidemia na Europa e no Brasil, uma verdadeira loucura se desnuda na decisão de retornar aos treinamentos.

No mesmo dia em que clubes brasileiros retornaram aos centros de treinamentos, a Espanha permitiu que seus times também retomassem as atividades.

O país do rei Juan Carlos é o território com mais casos na Europa, o segundo do mundo e nos últimos dias viu uma concreta desaceleração nos casos de novos infectados e de óbitos.

A Espanha chegou a registrar em seu pico epidêmico, mais de 800 mortos num único dia e agora tem perdido cerca de 160 pessoas por dia.

Ainda é muito, claro, mas há um indicativo de diminuição de casos.

No Brasil, o movimento é o oposto.

Na Alemanha também acontece um movimento de retomada do futebol.

Como comparativo, na semana passada foram testados 1.724 atletas de 36 clubes com apenas 10 casos positivos.

Só o entorno social do Flamengo apresentou quase quatro vezes mais infectados numa mostra quase seis vezes menor.

É estapafúrdio pensar a retomada do futebol brasileiro agora.

É mais que absurdo. Tomar a decisão de retomar, ainda que apenas treinamentos, o futebol brasileiro neste momento é assinar uma procuração em branco para o desastre.

Sem testagem suficiente, com várias capitais em claro colapso no sistema de saúde, com o mundo todo sabendo que a pandemia do novo coronavírus está fora de controle no Brasil e numa curva ascendente de infecção não se pensa nenhum tipo de retomada, se pensa medidas para combater a epidemia.

Por hora, a bola para, os estádios esvaziam e o futebol fica em segundo plano, porque o que importa são as vidas que podem ser salvas com o isolamento.

Como diria o lendário treinador italiano Arrigo Sacchi: “il calcio è la cosa più importante delle cose non importanti“.

Ou no bom e velho português: “o futebol é a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes”.

Não entre... ainda não.

Imagem: Reuters

Holanda 1988: A laranja campeã da Europa...

Imagem: AP/Carlo Fumagalli

Holanda 1988: A laranja campeã da Europa

A pandemia da Covid-19 adiou a tradicional Eurocopa, que aconteceria neste ano.

O continente europeu ficará sem sua principal competição de Seleções, por isso, vale relembrar uma das melhores equipes que já ganharam o torneio: a Holanda de 1988

Por Lucas Costa/Universidade do Esporte

A Holanda é uma das seleções mais tradicionais e fortes do futebol mundial, já possuiu esquadrões lendários e inesquecíveis na história, da Laranja Mecânica de Cruyff à de Robben, Sneijder e Van Persie.

Todas elas encantaram os amantes do esporte bretão, com um futebol vistoso, bem jogado; porém, na hora da consagração - ser campeão e levantar taças -, as duas têm algo em comum, bateram na trave.

É indiscutível o legado que a Holanda dos anos 1970 deixou para o futebol.

O jogo envolvente de toque de bola, a movimentação dos jogadores que não possuíam posição fixa no gramado, mas que no fim, não conseguiu ser campeã, amargurando derrotas em duas finais consecutivas de Copa do Mundo - 1974/78.

Já a de Robben e cia, perdeu para a Espanha, na decisão de 2010 na África do Sul e caiu nas semifinais de 2014 nos pênaltis contra a Argentina de Messi.

Coube a outro esquadrão Holandês quebrar esse estigma de time que "joga bonito, mas perde", de seleção do "quase".

Após o Mundial de 1978, a Holanda não conseguiu a classificação para a Copa 82 e nem de 86, quando perdeu a vaga na repescagem para a Bélgica por conta de um gol marcado fora de casa pelos belgas.

Ainda ficou de fora também da Euro de 84, pois na qualificação para a competição, ficou empatada com a Espanha em pontos, mas foi eliminada nos critérios de desempate pelo número de gols marcados.

O time que revolucionou o futebol na década passada já não existia mais.

A situação dos holandeses era bastante complicada, então se perguntaram o que fazer para mudar isso?!

A decisão foi trazer de volta para o jogo o técnico do Carrossel Holandês, Rinus Michels, comandante da brilhante seleção de 74.

Se o time de 1988 não era revolucionário como o de outrora, Michels ainda assim pôde contar com craques indiscutíveis como a dupla de zaga formada por Ronald Koeman e Frank Rijkaard.

No ataque com o polivalente, habilidoso, melhor jogador do mundo de 87 e capitão da equipe, o lendário Ruud Gullit e jogando ao seu lado "somente" um dos mais letais atacantes da história, Marco Van Basten.

Além de outros bons jogadores compondo o time como o goleiro Van Breukelen, os laterais Berry van Aerle e Adri van Tiggelen, os meias Jan Wouters, Arnold Mühren Gerald, Vanenburg e o atacante Erwin Koeman.

Uma curiosidade é que logo quando assumiu a seleção, Michels não via com bons olhos Van basten, achava o atacante muito preciosista na hora de marcar os gols, e pouco adepto a ajudar o time na marcação.

Sendo um dos pensadores do Futebol Total, Michels exigia comprometimento de todo o time na questão coletiva.

Por isso nas eliminatórias para a Euro de 88 optou por usar ao lado de Gullit outro jogador, John Bosman.

Mas isso mudou na Eurocopa, para a felicidade dos holandeses.

Marco mostrou porque ele é um dos maiores jogadores de todos os tempos.

A competição foi realizada com dois grupos.

A Laranja caiu num grupo que contava com URSS, Inglaterra e Irlanda.

O primeiro jogo foi contra a URSS, que tinha em seu elenco o ótimo goleiro Dasayev.

Sem conseguir furar o bloqueio adversário, o time de Gullit e Marco foi derrotado por 1 a 0.

A segunda rodada botou o time frente à Inglaterra, onde Marco Van Basten "gastou" todo seu futebol, marcou três gols na partida que deu a vitória holandesa por 3 a 1 contra os ingleses.

Na última rodada, venceu a Irlanda pelo placar mínimo de 1 a 0, o suficiente para garantir a classificação para as semis.

Rinus Michels encararia um adversário conhecido, no mesmo território que o enfrentara antes.

Holanda e Alemanha reprisaram ali o encontro da final da Copa do Mundo de 74, que estava guardado na memória do técnico da Laranja.

Era a chance da vingança.

Um jogo extremamente pegado, duro, mas isso não significa que foi um jogo ruim, pelo contrário, foi emocionante.

Houve dois pênaltis no jogo, um para cada lado, os dois no segundo tempo e ambos convertidos.

O primeiro para os alemães, anotado por Matthäus no lado direito do gol, o goleiro Hans Van Breukelen ainda tocou na bola, mas não conseguiu impedi-la de entrar.

Atrás do placar e com o tempo sendo seu inimigo, a Holanda foi para cima e aos 34 minutos da etapa final conseguiu um pênalti.

O empate viria pelos pés do zagueiro artilheiro Ronald Koeman, num chute ao lado esquerdo do gol, que deslocou o goleiro alemão.

Euforia na arquibancada da torcida holandesa.

Cada vez mais próximo ao final do jogo, o jogo estava empatado e a dois minutos do fim do tempo regulamentar, brilhou a estrela do camisa 12 holandês.

Marco Van Basten marcou o segundo gol, desempatou o placar, vingou a derrota de 74 e colocou a Holanda na final da Euro.

A festa dentro de campo era grande, a felicidade do gramado contagiou as arquibancadas do lado holandês.

Em comemoração, Ronald Koeman provocou de forma inusitada numa cena que está marcada na rivalidade Alemanha x Holanda.

Depois de trocar a camisa com meia Olaf Thon, o zagueiro passou a camiseta do adversário em suas partes íntimas provocando a torcida rival na casa deles.

A final reservou um confronto já visto na primeira fase: URSS X Holanda, agora valendo o título.

Os soviéticos derrubaram os italianos para chegar à final.

Era mais uma revanche para a Holanda, que sem dificuldades ganhou por 2 a 0 e sagrou-se campeã na terra onde havia perdido um Copa do Mundo, 14 anos antes.

Os gols da partida foram marcados pelo camisa 10 e homem que levantou a taça, Ruud Gullit; cabeceou forte, sozinho, dentro da grande área para abrir o placar.

O segundo gol está marcado como um dos gols mais bonitos de todos os tempos, e não podia ter sido feito por outro jogador além de Van Basten, simplesmente antológico.

Marco Van Basten acabou como artilheiro da competição com cinco gols marcados.

A URSS ainda teve um pênalti a favor, mas a cobrança foi defendida por Van Breukelen, que já havia pegado um pênalti em finais daquele ano, na decisão Copa dos Campeões de 87/88, quando seu time PSV foi campeão.

Assim, na Alemanha, com direito a vingança contra os donos da casa, a Holanda conquistou seu primeiro e, até o momento, único título internacional, quebrou a maldição de títulos para se tornar campeã europeia ao vencer bons adversários, e contrariou os céticos que diziam que é impossível ser campeão jogando bonito.

quarta-feira, maio 06, 2020

BSC Young Boys: de trocadilho à potência local...


Não conheço, mas já vi! #9

Young Boys: de trocadilho à potência local.

Por Dyego Lima/Universidade do Esporte

Com aparições recorrentes nas últimas edições da Champions League, o Young Boys chama atenção justamente pelo seu nome.

Você, caro leitor, com certeza já deve ter se perguntado qual a origem da nomenclatura.

Portanto, convido-lhe a desvendar o mistério.

Fundado no dia 14 de março de 1898, o Young Boys é um clube natural da cidade de Berna, capital da Suíça.

O batismo foi uma espécie de "piada" com o BSC Old Boys, da Basileia.

Este, por sua vez, é assim chamado por ter sido criado a partir de um já existente Clube de Ginástica, sendo, naturalmente, mais antigo do que a equipe recém-formada.

Dessa forma, "meninos velhos".

Apesar de ser um time novo, as raízes são antigas.

Desde 1925, o Young Boys joga no histórico Wankdorf Stadium, com capacidade atual para pouco menos de 32 mil torcedores.

O estádio foi palco de confrontos históricos como o "Milagre de Berna", onde a Alemanha Ocidental venceu a favorita Hungria por 3 a 2 na final da Copa do Mundo de 1954.

Além dele, teve também a final da Copa dos Campeões de 1961, que consagrou o Benfica, de Eusébio e companhia, com seu 1° título do mais importante torneio de clubes europeus, batendo ninguém menos que o Real Madrid na decisão por 5 a 3.

Demolido em 2001, o estádio foi reinaugurado em 2005 com o nome de Stade de Suisse.

Descontentes com a mudança, os torcedores do Young Boys chegaram a fazer uma petição antes de sua reabertura para que o nome Wankdorf, de caráter histórico e área onde o palco está situado, fosse mantido.

Porém, tiveram de esperar 15 longos anos para que fosse feita a vossa vontade.

A CSL Behring, uma indústria de biotecnologia, comprou, no fim de 2019, os naming rights do estádio pelos próximos cinco anos, e presenteou a torcida aurinegra com a volta da nomenclatura original.

O que acabou sendo bom para ambas as partes, pois a empresa conseguiu fazer um marketing positivo sem precisar apelar a um exibicionismo.

O nome "Wankdorf" foi retomado no início de 2020.

Alvorecer surpreendente

O sucesso do Young Boys veio de maneira repentina.

Um empate por 2 a 2 com o Lausanne, somado a um 7 a 0 contra o Fortuna Basel, fizeram o clube sair rapidamente da sombra do FC Bern.

Em 1903, com vitórias sobre o rival de Berna por 3 a 1 e 5 a 0, as Abelhas foram campeãs da Central League, e convidadas a disputar as finais do Campeonato Suíço.

Em 22 de março, o clube bateu o FC Zurich por 3 a 1 e conquistou a divisão Leste.

Já no dia 29, um confronto com o FC Neuchâtel, campeão do Oeste.

O adversário, por já ter batido o Young Boys anteriormente por 4 a 1, era favorito.

Entretanto, cometeu o erro de subestimar os aurinegros.

Com um sonoro 5 a 0, o time bernense conquistou o seu primeiro título suíço, apenas cinco anos após sua fundação.

Nas temporadas seguintes, o clube não venceu o campeonato, mas esteve sempre entre os três primeiros no grupo regional.

Demorou seis anos para a equipe atingir o sucesso novamente.

Porém, quando alcançou, foi perfeito.

O Young Boys conseguiu o inédito tricampeonato consecutivo, batendo FC Winterthur em 1909, FC Aarau e Servette Geneve no triangular final em 1910, e novamente o Servette, junto de FC Zurich, em 1911.

De 1910 até 1912, as Abelhas também venceram consecutivamente a Anglo-Cup, antecessora da Swisscom Cup, a atual Copa da Suíça.

Foi nessa época que os torcedores aurinegros batizaram os últimos 15 minutos das partidas de YB Quarter Hour, tão temido pelos adversários.

O clube conseguia manter seu ritmo durante todo o jogo, enquanto os oponentes cansavam em meados do minuto 75.

Era quando o Young Boys aproveitava para decidir seus duelos.

Um dos confrontos das finais de 1910, por exemplo, foi vencido dessa forma.

O período de guerras

Em 1914, quando a Primeira Guerra Mundial estourou, Spitalacker-Platz, antiga casa do time, foi convertida num terreno para plantio de batatas.

Por 1,400 francos por ano, eles alugaram um espaço na área de Kirchfeld.

Ademais, também tinham à disposição um lote pertencente ao Exército Suíço.

Mesmo com as dificuldades, o clube foi campeão da Liga em 1920.

Após a Grande Guerra, Spitalacker-Platz voltou ao domínio do Young Boys, mas o campo de jogo já estava gasto e não agradava.

A mudança foi decidida, então alternativas começaram a ser estudadas.

Um espaço foi encontrado no nordeste de Berna, em Wankdorf, e a construção do novo estádio teve seu início.

Em 1925, a instituição mudou seu nome de FC Young Boys, para Berner Sport Club Young Boys.

Também foi o ano do último jogo no antigo Spitalacker-Platz.

Em outubro, o novo Wankdorf Stadium foi inaugurado, servindo como casa para os aurinegros, o Old Boys e o Servette Geneve.

O novo estádio intensificou a rivalidade das Abelhas com o FC Bern, já que o rival ainda jogava no pequeno Neufeldplatz.

Em 1929, o Young Boys se fez presente no triangular final do Campeonato Suíço mais uma vez.

Depois de empatar por 0 a 0 contra o Urania Geneva Sport na primeira partida, e ver o Grasshopper Club Zürich bater o mesmo adversário por 3 a 0, os clubes foram para o duelo decisivo com os aurinegros precisando da vitória.

Para o confronto de 30 de junho, por falta de jogadores, Erich Jung, goleiro reserva das Abelhas, foi escalado como meia-ofensivo.

O time venceu por 2 a 0, foi campeão e impediu a terceira conquista consecutiva dos adversários.

Em 1930, o Young Boys conquistou sua primeira Copa da Suíça, iniciada em 1926, após o fim da Anglo-Cup.

Diante de 30 mil torcedores, bateram o FC Aarau por 1 a 0.

Foi o último título da equipe antes de um período de seca que durou 15 anos.

Com a crise econômica mundial acentuada em meados do fim da década de 1930, o futebol suíço sentiu os efeitos.

O número de participantes na Liga caiu, tendo temporadas com apenas 12 clubes.

Ao início da Segunda Guerra Mundial, o Young Boys cogitou vender seu estádio, mas uma ajuda financeira da Prefeitura de Berna em 1943 ajudou a reduzir as dívidas, e as finanças foram reabilitadas.

A casa dos aurinegros passou a chamar-se Verein Fussball-Stadion Wankdorf.

Durante a 2° Grande Guerra, houve disputa da Liga, mas os títulos foram apenas "simbólicos".

Dado os conflitos, ela passou a ser regionalizada e, por vezes, não aconteceram rebaixamentos.

Somente em 1945, com o fim das batalhas, que o Young Boys obteve sucesso novamente.

Venceria sua segunda Copa da Suíça, batendo o FC St. Gallen na final por 2 a 0.

Duas temporadas depois, o clube acabaria rebaixado à segunda divisão: penúltimo lugar, com apenas 18 pontos somados em 26 jogos.

Seriam três anos até o retorno à elite.

O período dos sonhos
No início de 1951, Norbert Eric Jones foi demitido do cargo de treinador após um ano, sendo substituído pelo até então desconhecido Albert Sing.

Naquele ponto, ninguém apostava que o Young Boys viveria seus anos mais vitoriosos sob o comando do alemão.

Sing assinou para ser treinador-jogador, para só depois tornar-se exclusivamente técnico.

Jogadores de alto nível, como Eugene Meier, Walter Eich, Heinz Schneite e Ernest Wechselberger, passaram a integrar o elenco aurinegro.

Em 1953, o clube conquistou a Copa da Suíça novamente.

Após empatar por 1 a 1 contra o Grasshopper Zurich, uma partida desempate foi realizada cinco semanas depois, com vitória aurinegra por 3 a 1.

No verão daquele ano, a equipe foi convidada a viajar pela América do Norte.

Além de jogar contra alguns times locais, as Abelhas empataram por 1 a 1 com o Liverpool e venceram a Seleção Irlandesa por 4 a 1.

O Young Boys foi recebido com entusiasmo ao retornar a Berna.

Entre 1957 e 1960, o clube foi campeão suíço quatro vezes seguidas, tornando-se uma das equipes de maior sucesso na Europa.

Em 1958, venceu mais uma Copa, novamente contra o Grasshopper.

Desbravando a Europa

Durante esse período, o clube apareceu e conseguiu grandes resultados no cenário continental.

Na Copa dos Campeões de 1957/58, primeiro torneio europeu da equipe, o adversário inaugural foi o húngaro Vasas SC.

Após empatar por 1 a 1 na ida, problema para o jogo de volta: por desavenças com a Hungria, alguns políticos decidiram que os clubes suíços não podiam ter contato com instituições futebolísticas húngaras, principalmente em Berna.

Assim, o Young Boys teve de mandar o jogo no Charmilles Stadium, casa do Servette FC.

Apesar do apoio de 20 mil torcedores, os aurinegros foram desclassificados.

Pelo mesmo torneio, mas na temporada seguinte, a equipe conseguiu o melhor resultado de um time suíço na competição, feito igualado pelo FC Zurich somente em 1964.

As Abelhas deixaram MTK Budapest e SC Wismut Karl-Marx-Stadt, da Alemanha Oriental, pelo caminho, e alcançaram as semifinais.

Uma eliminação para o forte Stade Reims, da França, acabou com o sonho.

Em 1961, a equipe fez sua última aparição no torneio antes de longo período de ausência.

Depois de eliminar o Limerick, da Irlanda, na primeira fase, a rodada seguinte marcou o encontro com o Hamburgo, do ótimo atacante Uwe Seeler.

No primeiro jogo em Berna, atropelo alemão por 5 a 0.

Na volta, o 3 a 3 de nada adiantou.

Albert Sing deixou o Young Boys em 1964, e segue sendo o treinador de maior sucesso na história do clube aurinegro.

A vida pós-Sing

O sucessor de Sing não teria vida fácil.

O desempenho médio já não era mais aceitável.

Heinz Bigler e Hans Grüter tentaram, mas foi Hans Merkle quem ganhou sobrevida no cargo.

Contudo, mesmo com os jogadores da era vitoriosa ainda no clube, novas conquistas não aconteceram.

Otto Messerli, que depois se tornaria capitão da equipe, comentou sobre a situação e o novo técnico:

"Havia muitas boas ideias, mas o Basel e o Zürich continuaram inatingíveis para nós".

Não foi diferente para os sucessores de Merkle.

Skiba, Schneiter, Brülls, Peters… Nada!

Vice-campeão suíço na temporada 1974–75, o Young Boys, enfim, retornou às competições europeias.

Na Copa Uefa, novamente o Hamburgo pelo caminho.

E nova eliminação.

Demorou até 1977 para os aurinegros comemorarem um título outra vez.

Sob o comando de Kurt Linder, a Copa Nacional foi ganha pela quinta vez, após vitória de 1 a 0 sobre o FC St. Gallen.

Com a conquista, veio uma vaga na Cup Winner's Cup.

A desclassificação veio ante um intimidante Rangers.

O clube trocou de técnico novamente.

René Hüssy substituiu Linder.

Em 1979, mesmo tendo perdido a final da Copa para o Servette FC, os aurinegros participaram mais uma vez da Cup Winner's Cup.

A eliminação para o Dinamo Bucareste foi dolorida, incluindo um 6 a 0 na Romênia.

O período turbulento continuou.

Após várias mudanças no comando, em 1984, Alexander Mandziara foi oficializado como novo técnico.

O polonês era conhecido por seu estilo de jogo ofensivo e intenso.

No seu primeiro ano, as Abelhas ficaram apenas na nona colocação.

Já na temporada seguinte, a redenção.

Com o incremento do sueco Georges Bregy no meio-campo, o Young Boys ia, pouco a pouco, diminuindo a enorme vantagem do Neuchâtel Xamax na liderança.

No dia 24 de maio de 1986, o confronto direto, válido pela penúltima rodada.

Fora de casa, os aurinegros fizeram 4 a 1 e se igualaram aos rivais em pontos.

No último jogo, o primeiro título suíço depois de 26 anos seria confirmado.

Em 1987, a Copa da Suíça foi ganha pela sexta vez. Vitória por 4 a 2 contra o Servette FC.

Na Cup Winner's Cup, eliminação nas quartas de final. Depois de passar por Dunajská Streda, da antiga Tchecoslováquia, e FC Den Haag, da Holanda, o adeus veio diante do Ajax.

Novos problemas

No final da década de 90, a antiga força do futebol europeu começou a ter problemas.

Com dificuldades financeiras, o clube foi rebaixado para a segunda divisão, atual Challenge League, em 1997.

O primeiro descenso desde a temporada 1946/47.

Já na época seguinte, a equipe conseguiu voltar à elite. E apesar de uma vitória surpreendente contra o atual campeão Grasshopper na primeira rodada, a realidade do Young Boys era totalmente diferente.

As várias derrotas condenaram o time a novo rebaixamento.

A situação econômica delicada aproximou-o da falência, que acabou sendo evitada pela injeção de dinheiro por parte da Lucerna, uma empresa de investimentos.

Na temporada 2000/01, já com um elenco mais forte, com nomes como Harutyun Vardanyan e Gürkan Sermeter, os aurinegros retornaram à primeira divisão.

Já em seu primeiro ano após a volta à elite, as Abelhas voaram aos play-offs pelo título nacional.

Acabaram no sétimo lugar.

A equipe também alcançou as semifinais da Copa.

Caíram nos pênaltis para o Basel.

Estádio novo! Vida nova?

Na temporada de 2005, já jogando no novíssimo Wankdorf Stadium, o Stade de Suisse, o Young Boys surpreendeu.

Gernot Rohr chegou para comandar a equipe.

Adotando um estilo de jogo mais defensivo, o time chegou à final da Copa, mas acabou perdendo nos pênaltis para o Sion.

Na Liga, terceiro colocado.

Nas competições europeias, as campanhas continuavam ruins, com eliminações nas primeiras fases.

Em 2009–10, os aurinegros terminaram o Nacional com o vice-campeonato, três pontos atrás do Basel, mesmo tendo perdido apenas um jogo como mandante.

Na Champions League da época seguinte, depois de eliminar o Fenerbahçe e ganhar o primeiro jogo por 3 a 2 contra o Tottenham na rodada seguinte, a eliminação veio na partida de volta na Inglaterra, com derrota por 4 a 0.

Avançando no tempo, na temporada 2017/18, enfim, comemoração.

O primeiro título da Liga em 32 anos foi ganho.

 A confirmação veio no dia 28 de abril de 2018, com vitória por 2 a 1 sobre o Luzern.

O Young Boys quebrou uma sequência de oito conquistas consecutivas do Basel.

Já na última época, vice da Copa e bicampeão da Liga Suíça.

Arrumando a casa para a volta...

Imagem: Nigel French/PA

A Ligue 1 da França vai recorrer a empréstimo para minimizar prejuízos...


A Ligue 1 da França tomou a decisão de dar por encerrada a temporada 2019/2020...

Começam a surgir consequências negativas.

O primeira veio com a suspensão dos repasses da TV...

E, a segunda, com a necessidade de pegar um empréstimo no valor de 245 milhões de dólares para compensar as perdas.

Dave Beasant defende o pênalti batido por John Aldridge na Final da Copa da Inglaterra de 1988... Wimbledon 1x0 Liverpool.

Imagem: David Cannon/Allsport/Getty Images

Na Inglaterra médicos de clubes mostram preocupação com a volta dos jogos...


O retorno da Premier League ainda não é consenso... 

Pelo menos quatro médicos de clubes registraram suas preocupações de segurança com o principal consultor médico da liga, Mark Gillett.