quarta-feira, março 24, 2010

O Grêmio Prudente, ex Grêmio Barueri, está absolutamente legal.


Talvez, por não ser algo comum no futebol brasileiro, a situação do Grêmio Presidente Prudente (ex Grêmio Barueri), esteja lhe causando “espanto”...


A equipe trocou de nome e de cidade e isso, tem causado nas pessoas um questionamento: a troca de nome e a troca de sede não implicariam em ter que voltar a disputa pelas divisões inferiores?


Porque o Grêmio Prudente, ex Grêmio Barueri, permaneceu na Série A1 do Campeonato do Estado de São Paulo?


Algumas pessoas tem me perguntado:



Isso pode?


É legal?


Ou foi um “arrumadinho”?


Pode!


É perfeitamente legal e, não há nenhuma novidade nisso em termos mundiais...


No Brasil, recentemente tivemos a mudança do SEV (Sociedade Esportiva Votuporanga) Votuporanga, para SEV (Sociedade Esportiva Vitória) Hortolândia...


Mas, vamos por partes...


O Grêmio é na verdade, Grêmio Futebol Ltda.


Portanto, eles não são um clube nos moldes que conhecemos e sim, uma empresa.


E, como qualquer S/A, podem transferir sua sede sem nenhum prejuízo.


Por outro lado, mesmo um clube gerido a “moda antiga” pode fazer o mesmo: para isso, basta que o Conselho Deliberativo aprove e homologue na Federação...


A única coisa que não pode ocorrer, é a mudança de sede e ou de nome durante a competição, mas ao seu término, e antes de seu início, não há nenhum problema – a vaga no campeonato é herança e como tal, é intocável.


Não existe nenhuma ilegalidade e nem nenhum “arrumadinho”, pois a legislação permite.


Nesse caso especifico a escolha de Barueri para ser sede do Grêmio Futebol Ltda, foi uma escolha baseada no apoio oferecido aos dirigentes do Grêmio pelo poder municipal da época de sua fundação, para que eles se instalassem na cidade.


E, sua mudança, ocorreu, após a atual administração de Barueri, ter se negado a renovar os contratos mantidos como o Grêmio Futebol Ltda, nos mesmos moldes anteriores.


O Grêmio solicitou o seguinte:


Locação do Centro de Treinamento, por no mínimo três anos...


Assim como, esse era o prazo pretendido para a locação da Arena de propriedade do município, e dos três campos de treinamento utilizados pela equipe, que também pertencem à municipalidade.


Em relação a esses equipamentos, o Grêmio garantiria o pagamento do aluguel, mas toda a infra-estrutura de manutenção seria responsabilidade do governo municipal.


A atual administração de Barueri, não aceitou os prazos solicitados e ofereceu apenas seis meses de contrato.


Diante do impasse, a direção do Grêmio iniciou uma série de conversações e acabou encontrando em Presidente Prudente, o apoio que julgou ser o mais adequado e, lá se instalou.


Apenas a título de ilustração, nos países que estavam sob o jugo da União Soviética e do regime comunista, as mudanças foram radicais...


Mesmo na Rússia!


Com a queda do socialismo e o fim da “Europa vermelha”, as equipes de países como Polônia, Alemanha Oriental, Romênia, Bulgária, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Estônia, Lituânia, Letônia, Belarus, Ucrânia, Moldávia, Azerbaidjão, Armênia, Quirguízia, Turcomenistão e Uzbequistão, em sua maioria, procuraram se livrar dos nomes impostos pelo regime (como oficialmente não havia profissionalismo nesses países, as equipes de futebol eram ligadas as instituições governamentais – exército, marinha, força aérea, indústrias, ministérios, sindicados e etc.) que por anos os submeteu a mais brutal das ditaduras.


Na ex-Iugoslávia: Croácia, Eslovênia, Bósnia, Montenegro e até mesmo a Sérvia, foram palco de mudanças nos nomes de suas equipes...


Porém, não foram só esses países que experimentaram tal fenômeno, na Europa ocidental, por motivos diferentes, várias equipes mudaram de nome e de sede.


Nas Américas, o México, os Estados Unidos e o Canadá, também passaram esse tipo de mudança.


2 comentários:

Carlos Henrique disse...

Levando o caso para o semi-amadorismo, como é o atual momento de 80% dos clubes de Alagoas, na década de 90 o São Domingos recebeu uma oferta de apoio da cidade de Murici (distante 80km de Maceió) e mudou-se da capital para lá. Sem nenhum ônus na competição seguinte, pois a transferência foi feita na pré-temporada.

Isso mostra que não só os clubes S/A têm esse direito de mudar sua sede sem qualquer tipo de perda e que é perfeitamente legal dentro do âmbito esportivo.

Um abraço!

Gustavo Lucena disse...

Fernando Amaral, tenho outra visão sobre o tema, pois vejo nesta medida uma brecha para viradas de mesa.

Falei sobre o tema no blog Papo Alvinegro:

http://papoalvinegro.blogspot.com/2010/03/precedente-perigoso-para-viradas-de.html