quarta-feira, fevereiro 09, 2011

A retórica como arma...


Não tenho procuração do presidente da FNF (Federação Norte-rio-grandense de Futebol), José Vanildo para defendê-lo...


Por outro lado, não há nenhuma razão para atacar o deputado estadual, Luiz Antônio Farias, o Tomba em função de suas declarações no programa “Prorrogação” da 98FM...


Apenas discordo das declarações do deputado e da forma como as pronunciou.


Mesmo sem a permissão de Dionísio Outeda, autor do texto “Tomba faz duras criticas a gestão da FNF” (www.blogdogringo.com.br), republico o que foi escrito e a partir daí, me posiciono...


Creio que vai ficar mais fácil a compreensão.


O presidente de honra do Santa Cruz, deputado estadual Tomba, fez duras críticas à gestão do presidente da FNF, José Vanildo, durante o Prorrogação 98FM. “Serei mais oposição à FNF que ao governo de Rosalba”, disse o cartola do Tricolor do Trairí.


É lícito imaginar que o deputado tenha sido eleito para fiscalizar o governo e apresentar projetos de interesse de sua cidade e de sua região...


Mas como no Brasil, o mandato pertence ao deputado e não ao eleitor, não há como discutir sem arengar, a escolha estranha do deputado...


Porém, a afirmação soa muito mais como frase de efeito.


Tomba disse que a FNF não tem feito nada de positivo pelo futebol potiguar: “Me digam o que melhorou. Que foi que melhorou para os clubes? Fazer um regulamento no papel”?


Nesse ponto, Começa nossa discórdia...


O que melhorou pergunta o deputado?


Eu diria que a primeira coisa que melhorou foi o aspecto físico da entidade – é singelo eu sei, mas significativo.


Depois, eu diria que a credibilidade perante a sociedade se elevou bastante...


Que a profissionalização também pode ser computada...


E, que a transparência se tornou corriqueira.


Claro que não posso esquecer-me de citar o fato da FNF ter pela primeira vez em sua história, estar tratando com a CBF, de pé, e não de quatro...


Lembremo-nos da recente participação de José Vanildo na querela envolvendo a Liga do Nordeste e a Federação Pernambucana de Futebol e seus aliados, apoiados pela CBF que pretendiam esvaziar o Campeonato do Nordeste...


A FNF entrou como parceira da Liga na defesa do campeonato... Vanildo em nenhum momento permitiu que a entidade por ele presidida fosse subalterna.


Acho que essas e outras coisas por si só, já poderiam ser computadas como melhoras – ou não?


O presidente do Santa Cruz avaliou que se sente só nesta luta de oposição, mas que não vai mudar seu ponto de vista e que usará da força do seu mandato na Assembleia Legislativa para mostrar o descaso da FNF com o futebol. “Quantas vezes José Vanildo foi votado? Eu enfrentei eleições. Quero que me digam quais eleições ele enfrentou para se elege”...


Aí, não entro...


Usar o mandato como forma de pressão, não creio ser o mais correto e o restante da declaração é mera retórica, pois são situações e coisas completamente diferentes...


Durante a entrevista, ele disse que os clubes estão sem apoio da FNF. “Minha voz ninguém vai calar. Fazer regulamento é melhorar futebol? Nós pagamos a arbitragem e pagamos também as taxas da FNF a cada jogo, usamos nossos ônibus, pagamos hotel e alimentação. O que a FNF fez pelos clubes até agora?”, questionou o deputado no Prorrogação 98FM.


Nesse paragrafo, começamos com mais retórica... faz parte, eu compreendo.


Quanto ao primeiro questionamento, eu diria que se o regulamento é bom, é claro e é justo para com todos, pode e deve ser considerada uma melhora – estou errado?


Sobre pagar taxas, arbitragem e outros; eu até concordo com o deputado que o melhor seria não pagar, mas como evitar isso, se a FNF vive das taxas e se não existem patrocinadores para bancar árbitros, hotéis, alimentação e deslocamento?


Em vez de levantar o dedo e acusar a FNF de inércia nesse caso, não seria mais produtivo utilizar a força do mandato para junto com outros deputados, conseguir apoio do governo e buscar junto ao setor privado parceiros?


Capaz de aglutinar forças nesse sentido o deputado é... resta saber se tem interesse.


E o deputado Tomba estava mesmo afiado durante o Prorrogação 98 FM. Sobrou até para a arbitragem. Questionado se acreditava em manipulação, Tomba não pensou duas vezes: “Não vou afirmar que existe, pois não tenho provas. Porém, estaria mentindo se falasse que não tenho medo. Vez ou outra acontecem umas coisas muito estranhas nos jogos do Santa Cruz”, falou o dirigente do Santa Cruz.


Por fim, o deputado usa a velha técnica da cautela, para em seguida, morder...


Não afirmou que existe manipulação, pois como bem disse, não pode provar e aí, foi cauteloso e astucioso, pois qualquer afirmação diferente, fatalmente lhe levaria às barras dos tribunais...


Porém, inteligente que é, mordeu com delicadeza, mas mordeu...


Afirmou ter medo... ora, só se tem medo daquilo que nos ameaça e, portanto, o deputado se sente ameaçado...


Mas não disse por quem... nem podia, seria outro estrago.


E, finalizou afirmando que vez por outra, coisas estranhas acontecem nos jogos do Santa Cruz...


Essa foi a melhor, pois lança a dúvida e se esquiva de dizer em que momento as tais coisas estranhas aconteceram...


Pergunto:


Aconteceram neste campeonato?


No anterior?


Em que gestão da Comissão de arbitragem?


Nessa ou em outras?


Vanildo era presidente?


Pois é, resumindo, vejo as declarações do deputado Luiz Antônio Farias, como obra de um jogo politico, cujo objetivo é a própria FNF...


Creio também que o deputado foi injusto com José Vanildo na medida em que suas declarações não separaram o joio do trigo e que toda a gestão do atual presidente foi jogada na lata do lixo...


José Vanildo não é perfeito, não é nenhum santo e nem creio que tenha pretensões de ser, mas, por outro lado, tem procurado acertar e pelo que se pode ver, tem acertado mais que errado...


Luiz Antônio Farias, da mesma forma...


Tem méritos e, até onde eu possa testemunhar, é correto, mas nessa história especifica...


Errou!



Um comentário:

Anônimo disse...

Pelo jeito na concepção do Tomba, bom mesmo era Nilson Gomes, com a sede da FNF situada dentro do favelizado JL, com funcionário morando na própria sede, com fezes humanas na frente da porta do TJD, com campeonatos disputados em 2 meses e sistemas de disputa que consistiam em 2 grupos: Grupo do Interior e Grupo da Capital (que contava sempre com um ou mais clubes do interior).

E só mesmo os lunáticos (ou que recebem alguma vantagem pessoal para defendê-lo) que acham que se Tomba mandasse na FNF o Estadual passaria na InterTV. Dói quando rio.

Gustavo