O jornalismo esportivo brasileiro
vive um momento difícil e, pode ter seu futuro colocado em cheque em breve...
O drama é o seguinte:
Informação ou entretenimento?
O respeito ao leitor, ao ouvinte
ou ao telespectador é mais importante ou menos importante que vender o produto
futebol?
Ontem, a rede Globo, através de
seu principal narrador, escorregou na informação em prol da venda do produto
futebol...
Galvão Bueno deitou falação sobre
a perfeição da organização do transito no entorno do Mineirão...
“Por enquanto, a nota é 10 com
louvor. Todo entorno organizado para a chegada dos torcedores, dos clubes e de
quem veio trabalhar. Todo mundo chegando com facilidade”, disse Galvão (sic).
Casagrande, comentarista e
funcionário da emissora, apoiou Galvão, dizendo que a chegada tinha sido
fácil...
Foi a gota d’água...
O Twitter pipocou...
Galvão foi chamado de
mentiroso...
"Está um caos o trânsito para o
Mineirão”, disse uma torcedora em sua conta...
Outros fizeram coro e os elogios
do Galvão acabaram virando chacota.
O UOL Esporte, divulgou que
quando o árbitro deu início a partida, ainda havia filas enormes fora do
estádio...
Até o ônibus da seleção, segundo
o UOL, teve que andar na contramão para não chegar atrasado.
Porém, antes que meu queridos
leitores se armem de tacapes ou bastões de basebol para dar uma sova no Galvão
e no Casagrande, é preciso lembrar que esse fenômeno é nacional.
Vejamos:
Por aqui, primeiro o Chevetão não
atraiu ninguém, mas foi vendido como um sucesso...
Depois, com a entrada de América
e ABC, veio o Opalão e, o público, continuou longe dos estádios, mas a turma do
entretenimento insiste em dizer que o campeonato é um sucesso e que nada foi
melhor nos últimos 30 anos...
No Rio de Janeiro, em São Paulo e
em quase todo o Brasil, a maioria faz coro com a não informação, em prol da
valorização dos campeonatos mambembes.
Insistem, como se o torcedor
fosse passivo e não buscasse informação.
Compreendo que a vontade de
valorizar por vezes supere a vontade de informar, mas não sei se insistir é bom
negócio...
Afinal, o único patrimônio de um
jornalista, radialista ou de quem quer que viva da informação é sua
credibilidade...
Perder a credibilidade é morrer
profissionalmente.
Portanto, entre informar e vender
o produto futebol, fico com a informação...
Nunca fui bom vendedor mesmo.
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