A Portuguesa de Desportos, não se
pôs de joelhos, não se acovardou...
A lusa vai à luta.
Os conselheiros da Portuguesa por
unanimidade aprovaram a busca da justiça comum para reparar a truculência do
STJD.
Orientados por Flávio Raupp,
ex-dirigente do Gama que em 1999, emparedou a CBF...
Recorde o caso
Nenhum dos torcedores que estavam
no Morumbi na noite de 4 de agosto de 1999 sabia, mas eles presenciavam a
concepção de algo novo no futebol brasileiro - não exatamente algo bom.
A goleada por 6 a 1 do São Paulo
sobre o Botafogo gerou uma das mais rocambolescas viradas de mesa da história
do País, tendo como protagonista um clube que não entrou no campo do estádio
são-paulino naquela noite de inverno: o Gama.
Um dos gols do São Paulo sobre o
Botafogo foi marcado por Sandro Hiroshi, promissor atacante que o clube havia
contratado do Rio Branco, de Americana.
Ocorre que, semanas depois,
descobriu-se que houve problemas na transferência de Sandro do Tocantinópolis,
time em que iniciou a carreira, para o Rio Branco.
O clube de Tocantins alegava que
era dono do passe do atacante e que, portanto, ele não poderia ter sido vendido
para o São Paulo.
Sabendo disso, o Botafogo foi à
Justiça Desportiva para pedir os pontos do jogo contra o São Paulo, alegando
que Sandro Hiroshi havia sido inscrito no Campeonato Brasileiro de modo
irregular - naquela época, vigorava uma portaria da CBF que possibilitava a
mudança do resultado de uma partida em caso de escalação de jogador em situação
ilegal.
O Botafogo ganhou os pontos e o
São Paulo fracassou em suas tentativas de anular essa decisão.
E é aí que entra o Gama na
história.
Graças aos pontos ganhos no
tapetão, o Botafogo se salvou da queda para a Série B e o rebaixado em seu lugar
foi o Gama (exatamente como ocorre agora com Fluminense e Lusa).
Inconformado, o clube apelou à
Justiça comum - na verdade, foram o PFL e o Sindicato dos Técnicos do Distrito
Federal que entraram com a ação.
Os tribunais deram razão ao Gama
e todos os recursos da CBF foram rejeitados - a entidade chegou a ser ameaçada
de suspensão pela Fifa por causa do imbróglio.
Obrigada pela Justiça a incluir o
Gama na Série A, a CBF passou a bola para o Clube dos 13, que criou a Copa João
Havelange - e sem o Gama.
O clube do Distrito Federal foi
de novo à Justiça comum e de novo saiu vencedor.
Os recursos da CBF e do Clube dos
13 mais uma vez não deram em nada.
Por fim, em junho de 2000 o Gama,
a CBF e o Clube dos 13 chegaram a um acordo e o clube foi incluído no módulo
principal da João Havelange.
Junto com ele, entraram “de
carona” Fluminense, Bahia e América-MG, que não estavam na Primeira Divisão
naquela época.
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