Imagem: Autor Desconhecido
Velhos não são os trapos...
Elas dizem e prometem repetir até
convencerem toda as pessoas.
“Elas” são as Vakhegula Vakhegula
(Avozinhas Avozinhas, na língua tsonga falada nas províncias do nordeste da
África do Sul).
Há poucos dias, publiquei uma
foto dessas senhorinhas sul-africanas, depois de ler no jornal “O Publico” de
Portugal uma matéria sobre elas...
Pensei em copiar e colar a
notícia, mas resolvi ler um pouco mais e formar minha própria opinião.
A equipe foi formada em 2006...
No Brasil pouco se fala sobre o
assunto, mas na Europa, África, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova
Zelândia elas são um sucesso...
Sucesso que foi impulsionado pela
Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul e que incentivou nos países
citados, pessoas a copiarem a iniciativa das Avozinhas, Avozinhas.
Como se entra no time?
O critério principal é a idade...
A experiência tem prioridade
sobre a juventude e as portas estão abertas para mulheres a partir dos 50 anos...
No entanto, não há limite, a não
ser é claro, aquele imposto pelas forças de cada uma.
De quem foi a ideia?
A idealizadora é Beka Ntsanwisi.
“Estive muito doente e, de cada
vez que ia a um hospital, ficava impressionada pela quantidade de mulheres mais
velhas com quem cruzava e pelas condições de saúde em que estavam...”
Em meio a luta contra a doença
Beka decidiu lançar um projeto que levasse as mulheres mais velhas a
manterem-se ativas...
“O objetivo era evitar que
ficassem em casa e cedessem à solidão. Algumas nem conseguiam caminhar
normalmente, tudo o que faziam no tempo livre era tricotar ou ficar sentadas.
Com o futebol correm, gritam, lutam... mantêm-se jovens”.
Vencida a luta contra o câncer,
Beka deu o ponta pé inicial ao projeto e seu primeiro desafio foi convencer as
mulheres a quem procurava...
“Elas temiam machucar-se, quebrar
uma perna...”
A insistência deu frutos e não
demorou muito, Beka tinha à seu lado, senhoras entusiasmadas e felizes por se
sentirem vivas novamente.
O melhor no entanto, foram os
resultados positivos...
Mulheres que antes se debatiam
com problemas de saúde, como pressão arterial elevada, tiveram sensível melhora...
No aspecto físico e mental, as
mudanças são visíveis.
Nos treinos, as canções são uma
constante...
As saias coloridas chamam a
atenção e elas, já tem suas vedetes...
Beatrice Tshabala é tratada por
Messi e Christina Machede é Maradona.
De onde elas vem?
As “avozinhas do futebol”
surgiram na township (zonas pobres nas periferias das cidades e que, durante o
apartheid, estavam reservadas aos não-brancos) de Nkowankowa, na província de
Limpopo.
Foi tudo muito rápido, em pouco
tempo, sete outras equipes tinham sido criadas e treinavam regularmente....
Daí para a criação de um
campeonato, foi um passo...
Surgiu o Top Eight, disputado
duas vezes por ano entre os oito principais times da província...
“O meu sonho é ter um campeonato africano das
avós”, diz Beka Ntsanwisi, que é conhecida na província de Limpopo como “Madre
Teresa”.
Agora, o mais curiosos...
Beka, não joga em nenhuma
equipe...
Seu trabalho é junto as
comunidades pobres da região, prestando cuidados às crianças e num projeto de
combate à AIDS...
Aos 45 anos, ainda é
relativamente jovem para integrar as Vakhegula Vakhegula – cuja jogadora mais
velha tem 79 anos.
Mas Beka sonha...
“Um dia quero jogar com elas”.
Texto baseado na matéria do jornal "O Público" de Portugal.
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