Profut aprovado.
E estuprado.
Por Juca Kfouri
Enfim, como um parto da montanha,
foi aprovada, na Câmara dos Deputados, por unanimidade, a Medida Provisória do
Futebol.
O Bom Senso FC triunfou ao obter
o fair play financeiro e conseguiu um avanço, mas, digamos assim, apenas uma
vitória sindical.
As medidas que mudavam a
estrutura de poder no futebol brasileiro não passaram, estupradas pela bancada
da CBF, a triste bancada da bola.
Ou seja, a luta pelas mudanças
estruturais haverá de continuar, sem o que os Havelanges, Teixeiras, Marins e
Neros permanecerão prevalecendo.
Não passou o voto qualitativo dos
clubes, o voto dos atletas, embora tenha passado a ampliação do colégio
eleitoral na CBF, enfim, nada que mude, de fato, a cara autoritária e corrupta
de nosso futebol.
Claro que o fato de poderem votar
os clubes das séries A e B enfraquece o poder das federações, que eram maioria.
Mas subservientes como são os clubes…
Até o déficit zero dos clubes
mudou para aceitação de 5% no vermelho.
Nem mesmo se permitiu que a
Seleção Brasileira fosse considerada patrimônio cultural do povo brasileiro,
porque a “a transparente” CBF morre de medo do Estado e do Ministério Público
Federal.
Ainda criou-se uma nova loteria,
como se para ajudar o futebol feminino.
Certamente uma sinecura, como
foram os bingos, anos atrás, para encher as burras de alguns parlamentares.
Jovair Arantes, do PTB, o partido
de José Maria Marin, da turma de Carlinhos Cachoeira, foi tratado como grande
vencedor da aprovação, o que dá a medida das coisas.
O PSOL votou a favor do relatório
original da MP e contra as emendas que a estupraram.
O Profut agora vai ao Senado.
Nem 8 a 1 nem 7 a 2.
Segue 7 a 1 para a Alemanha.
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