segunda-feira, novembro 16, 2015

Os 130 dias de prisão do jornalista Paulinho...

130 dias como preso político

Por Paulinho

130 dias após, vítima da vingança dos que tiveram os maus feitos escancarados, o Blog do Paulinho está de volta, dando continuidade a um trabalho de sucesso que completou 9 anos no começo de novembro.

Apesar de condenado (em sentença absolutamente suspeita), por difamação (5 meses e 10 dias) em regime semiaberto (dormir na prisão e trabalhar durante o dia), permaneceu o tempo todo incomunicável, fechado.

44 destes dias numa delegacia de São Paulo (31º DP), sem registro no sistema prisional (ou seja, em cárcere privado), e o restante na Ala de Progressão da Penitenciária de Tremembé – PII (uma favela, tratada indevidamente pela imprensa desinformada como “presídio das estrelas”), com direito a 10 dias numa solitária imunda, insalubre, desumana.

103 dias a mais do que prevê a Lei de Progressão, que colocaria este jornalista em liberdade com 27 dias (1/6 da pena).

Formalizada por milicianos do 34º DP (Vila Sônia), a prisão, com utilização de tortura, foi encomendada por um dirigente esportivo, desmoralizado, recentemente, após ser obrigado a renunciar ao cargo, evitando assim que denúncias realizadas por este espaço (meses antes) pudessem complicá-lo ainda mais.

Ou seja, a verdade tratou de consagrar, ainda mais, mesmo preso, aquele a quem o cartola tentou, com a ajuda de muita gente importante, intimidar.

Entre os que se prestaram a lamentáveis papéis, estão o desembargador do TJ-SP, Tolosa Neto, que negou diversos HCs por “não enxergar” constrangimento ilegal, em flagrante ilegalidade (há informações de que teria sido “orientado” por outros três desembargadores, ligados ao Corinthians), além do Ministro do Supremo, Ricardo Lewandowski (pelo mesmo motivo), de reputação autoexplicativa no que diz respeito a “contornos” no Código Penal.

O Mensalão que o diga…

Certo é que este inútil ato de intimidação serviu para ampliar ainda mais o público seguidor deste espaço, possibilitando a este jornalista, apesar dos evidentes desconfortos de passar 4 meses e dez dias num sistema prisional absolutamente deplorável, dele tirar leite de pedra, que se transformará num livro que contará, em detalhes, a vida, na cadeia, dos mais famosos presos deste país.

Agradecemos ao imenso apoio popular (ao chegar em casa encontrei, por exemplo, mais de 3,5 mil mensagens de WhatsApp), dos amigos, familiares e fãs de nosso trabalho (que até passeata realizaram para demonstrar a indignação com o ocorrido), pela manifestação espontânea dos colegas jornalistas (os sérios) e, principalmente, pelo trabalho incansável do Dr. Romeu Tuma Jr. e suas talentosas parceiras, doutoras Danúbia Azevedo e Cláudia Mantovani, verdadeiros anjos da guarda que brigaram, arduamente, contra poderes abjetos, pela liberdade, não apenas deste espaço, mas também de todos os profissionais de imprensa que poderão, um dia, ser vitimados pela mesma represália (apesar de muitos não terem se dado conta…).

Inesquecível, também, a generosidade e amizade do jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, fundamental para que nossa estadia em Tremembé fosse minimamente tolerável.

Estamos de volta, com a mesma coragem, porém mais atentos, para, nos próximos dias, contarmos tudo o que ficou escondido (ou foi tratado sem verdade) durante estes quatro meses, além de, para desespero de alguns, dar continuidade ao nosso trabalho.

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