130 dias como preso político
Por Paulinho
130 dias após, vítima da vingança
dos que tiveram os maus feitos escancarados, o Blog do Paulinho está de volta,
dando continuidade a um trabalho de sucesso que completou 9 anos no começo de
novembro.
Apesar de condenado (em sentença
absolutamente suspeita), por difamação (5 meses e 10 dias) em regime semiaberto
(dormir na prisão e trabalhar durante o dia), permaneceu o tempo todo
incomunicável, fechado.
44 destes dias numa delegacia de
São Paulo (31º DP), sem registro no sistema prisional (ou seja, em cárcere
privado), e o restante na Ala de Progressão da Penitenciária de Tremembé – PII
(uma favela, tratada indevidamente pela imprensa desinformada como “presídio
das estrelas”), com direito a 10 dias numa solitária imunda, insalubre,
desumana.
103 dias a mais do que prevê a
Lei de Progressão, que colocaria este jornalista em liberdade com 27 dias (1/6
da pena).
Formalizada por milicianos do 34º
DP (Vila Sônia), a prisão, com utilização de tortura, foi encomendada por um
dirigente esportivo, desmoralizado, recentemente, após ser obrigado a renunciar
ao cargo, evitando assim que denúncias realizadas por este espaço (meses antes)
pudessem complicá-lo ainda mais.
Ou seja, a verdade tratou de
consagrar, ainda mais, mesmo preso, aquele a quem o cartola tentou, com a ajuda
de muita gente importante, intimidar.
Entre os que se prestaram a
lamentáveis papéis, estão o desembargador do TJ-SP, Tolosa Neto, que negou
diversos HCs por “não enxergar” constrangimento ilegal, em flagrante
ilegalidade (há informações de que teria sido “orientado” por outros três
desembargadores, ligados ao Corinthians), além do Ministro do Supremo, Ricardo
Lewandowski (pelo mesmo motivo), de reputação autoexplicativa no que diz
respeito a “contornos” no Código Penal.
O Mensalão que o diga…
Certo é que este inútil ato de
intimidação serviu para ampliar ainda mais o público seguidor deste espaço,
possibilitando a este jornalista, apesar dos evidentes desconfortos de passar 4
meses e dez dias num sistema prisional absolutamente deplorável, dele tirar
leite de pedra, que se transformará num livro que contará, em detalhes, a vida,
na cadeia, dos mais famosos presos deste país.
Agradecemos ao imenso apoio
popular (ao chegar em casa encontrei, por exemplo, mais de 3,5 mil mensagens de
WhatsApp), dos amigos, familiares e fãs de nosso trabalho (que até passeata
realizaram para demonstrar a indignação com o ocorrido), pela manifestação
espontânea dos colegas jornalistas (os sérios) e, principalmente, pelo trabalho
incansável do Dr. Romeu Tuma Jr. e suas talentosas parceiras, doutoras Danúbia
Azevedo e Cláudia Mantovani, verdadeiros anjos da guarda que brigaram,
arduamente, contra poderes abjetos, pela liberdade, não apenas deste espaço,
mas também de todos os profissionais de imprensa que poderão, um dia, ser
vitimados pela mesma represália (apesar de muitos não terem se dado conta…).
Inesquecível, também, a
generosidade e amizade do jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, fundamental
para que nossa estadia em Tremembé fosse minimamente tolerável.
Estamos de volta, com a mesma
coragem, porém mais atentos, para, nos próximos dias, contarmos tudo o que
ficou escondido (ou foi tratado sem verdade) durante estes quatro meses, além
de, para desespero de alguns, dar continuidade ao nosso trabalho.
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