Para os sul-coreanos, medalha
olímpica vale em dobro: o triunfo e a dispensa do serviço militar
Por: Nathalia Perez para o site
Trivela
A Coreia do Sul tem um dos
serviços militares mais severos do mundo.
Por conta dos atritos com os
norte-coreanos, que perduram desde o fim da Guerra da Coreia, o governo
sul-coreano se vê na obrigação de ter um exército forte para garantir a
segurança nacional.
Assim como no Brasil, o serviço
militar no país asiático é obrigatório.
No entanto, lá, diferente daqui os
cidadãos homens que são recrutados devem completar, no mínimo, dois anos de
serviço.
E não é nem um pouco fácil a
isenção.
Sob um rigoroso frio de
temperaturas negativas, constantes ameaças de bombas vindas dos vizinhos de
cima e baixas remunerações, os soldados da Coreia do Sul vivem dias não muito
agradáveis com o fardamento imposto.
E é para escapar dessas condições
que os jogadores da seleção olímpica sul-coreana redobram a garra nos Jogos
Olímpicos para subir ao pódio.
Com o objetivo de incentivar a
prática de esportes, o governo da Coreia dispensa do serviço militar
obrigatório atletas que forem bem-sucedidos em competições esportivas.
Contextualizando, homens que
ganharem uma das três medalhas nas Olimpíadas poderão seguir com suas vidas
normalmente, sem se preocupar com o exército.
Em 2012, nos Jogos Olímpicos de
Londres, os jogadores da seleção masculina puderam se livrar dessa situação bem
indesejável.
E por pouco.
Naquela ocasião, os asiáticos
foram derrotados pelo Brasil de Neymar e companhia na semifinal e tiveram que
disputar o terceiro lugar com o Japão.
Por um placar de 2 a 0, os
sul-coreanos conseguiram a conquistar a medalha de bronze.
Ou seja, além do triunfo inédito,
os sul-coreanos tiveram outro motivo para comemorar: o drible às Forças
Armadas.
Shin Tae-Yong, o atual técnico da
equipe olímpica sul-coreana, admite que a questão do governo liberar atletas
vitoriosos pode ser uma faca de dois gumes para um treinador.
“Não posso discordar de que pode, sim, haver um problema de pressão”,
revelou Shin ao New York Times.
“Eu reconheço a pressão que os jogadores e eu enfrentaremos por conta
disso”, falou.
O desafio de Shin, que guiou o
clube coreano Seongnam Ilhwa Chunma ao título da Champions League asiática de
2010, é garantir que isso não tome conta dos atletas e não os prejudique.
“Acho que a motivação é muito maior do que a sensação de pressão, então
eu não acho que isso vai ser um problema”, afirmou o técnico.
A ideia de impulsionar a atividade
esportiva e motivar a sede de vitória é legal.
Mas, ao mesmo tempo, faz com que
atletas se cobrem em excesso e caiam de um andar muito alto quando não atingem
seus objetivos.
Afinal, não é só a medalha que
está em jogo.
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