Imagem: Yahoo Sports
Meu amigo Fernandão,
Estou te enviando esse e-mail
para novamente e incansavelmente a cada conquista do Rodriguinho, agradecê-lo
por sua participação inicial e pontual em tudo que está acontecendo na carreira
do jogador.
Me recordo claramente da nossa
conversa por telefone - ainda não tinha WhatsApp e nem Facebook era através do
Messenger - em que você me indicou o
Rodriguinho.
Na época, me falou também de João
Paulo e Gabriel, todos do ABC.
Minunciosamente me passou todas
as informações pessoais e técnicas dos jogadores, me indicando, me alertando e
principalmente sobre Rodriguinho, quase me implorou para que eu tentasse um
acordo com o ABC FC e o tirasse de Natal.
Os motivos, deixa pra lá...
Fiquei atento, observei o jogador
em dois jogadores pelo estadual, busquei informações e o telefone com o Nêgo
(ex-lateral do ABC), e não pude ter referências melhores.
Algo me dizia que eu tinha que ir
à Natal, e fui, sob sua orientação e acompanhamento.
O fato é que Rodriguinho vinha de
uma queda de rendimento, uns atropelos pessoais e o ABC que havia oferecido uma
nova oportunidade ao jogador, inclusive dando-lhe uma moradia mais próxima do
clube, também passou a desacreditar no futuro do jovem.
Rodriguinho deu motivos para que
isso acontecesse e todos nós sabemos disso.
A briga foi tensa, longa, desgastante.
O jogador desanimou e chegou a
reverter a carteira para jogar apenas futsal.
O ABC cumpria seu contrato como
forma de acordo, mas já não fazia planos com o jogador para temporada de 2010.
Os assuntos foram diversos e até
pedi a sua orientação para que eu pudesse agir da correta.
Fui atendido prontamente pelo
amigo.
Corri muitos clubes paulistas
atrás de uma oportunidade e muitos não queriam saber já que as referências
vindas de Natal não eram boas.
Certo dia, estava na rua fazendo
minha caminhada e recebi uma ligação do Sr. Marinho (pai de Rodriguinho), e ele
me pediu e confidenciou em “off” algumas situações.
Percebi o desespero do pai que
via a necessidade do seu filho sair de Natal para ganhar o mundo atrás do sonho
do futebol.
Na ocasião prometi que traria o
Rodrigo para São Paulo, nem que tivesse que ficar na minha casa até que
conseguíssemos um clube.
O Bragantino foi quem acreditou
na minha indicação, mesmo assim, com ressalvas e condições por conta das
referências.
Busquei um parceiro investidor
para ajudar o jogador enquanto atuasse pelo Bragantino.
Abri mão de todos os meus
direitos para cumprir com o prometido ao Sr. Marinho, e deixar o futuro fluir
sobre os próximos acontecimentos.
Ouvi muitas bobagens, muitas
pessoas tentaram me desanimar, outros diziam que eu estava adotando um malandro
e assim contavam histórias do jogador nas noites de Natal.
Mas eu estava certo de que ele
seria um jogador incomum, do potencial e da convicção de que o Rodriguinho
seria um jogador de destaque eu nunca duvidei.
Percebo muitas pessoas relatando
momentos e situações de incentivos ao Rodriguinho, mas sinceramente na metade
dos dedos de uma mão as pessoas que de fato contribuíram para que ele pudesse
chegar onde chegou, sem usufruir do seu trabalho, sem desejar algo em troca,
sem que ele pudesse retribuir de uma forma ou de outra.
Nem eu mesmo fiz nada de graça,
mas pudera, eu sou profissional da área, essa é uma das minhas profissões.
Hoje, quando saiu a convocação da
seleção eu estava dirigindo e percebi as inúmeras mensagens chegando no meu
celular, várias ligações e tive que parar o veículo para ver o que estava
acontecendo.
Eu deveria estar acostumado,
afinal é o sexto jogador que recebe convocação, mas confesso que me emocionei
quando li uma mensagem que dizia o seguinte:
“Ei meu amigo, parabéns, conseguimos neh? Enfim, o rapaz foi pra seleção... Ahhh é muito legal isso, muito legal, fico
muito feliz por ele.... Você é o responsável, parabéns, você segurou a onda
toda, muito legal isso, muito legal mesmooooo...”.
Essas foram as suas palavras, meu
amigo Fernando Amaral.
Amigo, confesso que em momento
algum me passou na cabeça os momentos de Corinthians, o gol histórico na Arena
Jacaré em Sete Lagoas que lhe rendeu uma placa, senão os momentos de
dificuldades que passei e que não foram poucos.
Me vieram na lembrança algumas
palavras que ouvi até de quem deveria incentivá-lo.
Foi uma mistura de êxtase total,
um desabafo em forma de agradecimento.
Imediatamente gravei uma mensagem
ao Rodrigo, fiz postagens, falei com Nêgo, e a sua mensagem só estou
respondendo agora.
Me desculpe, o motivo é simples.
Você merece uma carta como
resposta.
Então meu amigo Fernandão, fica
aqui o meu agradecimento máster como profissional e o meu carinho eterno, meu
respeito, minha amizade e a gratidão, não somente pela confiança e pela
indicação, mas principalmente pela sinceridade da sua amizade, pela sua
imparcialidade nas opiniões, pelo seu caráter e por nunca ter exigido nada em
troca de tudo que foi feito.
Eu que sempre falo bastante e
escrevo muito quero responder aqui a sua mensagem:
“Pois é meu amigo Fernandão, conseguimos, parabéns!!! Enfim, aquele rapaz que poucos acreditavam
foi para a seleção... Ahhh isso é sensacional, fico feliz por mim, por você,
pela família, pelo ABC, e principalmente por ele.... Eu sou o responsável por
acreditar em você e por consequência no sonho do Rodriguinho.... Você meu
amigo, acreditou em mim quando muitos desconfiavam, segurou à onda e me
aconselhou o que fazer quando muitos queriam bater no ainda menino Rodriguinho,
por isso, encha o peito e diga que você também contribuiu diretamente para que
um jogador do ABC vestisse a camisa da seleção brasileira... Obrigado, Fernando
Amaral!!! “
Rodriguinho, é seleção.
Edi Souza.
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