“As mulheres russas deveriam evitar o sexo com homens estrangeiros não
brancos durante a Copa do Mundo de futebol, porque elas poderão se tornar mães
solteiras de crianças mestiças”, disse uma, importante parlamentar, em
Moscou.
“Normalmente quando as mulheres russas se casam com estrangeiros, as
relações geralmente acabam mal”, disse Tamara Pletnyova, chefe do comitê do
parlamento para famílias, mulheres e crianças.
As frases acima foram em resposta
a uma pergunta de uma estação de rádio sobre os chamados “Filhos das Olimpíadas” depois dos Jogos de Moscou em 1980, época
em que a contracepção não estava amplamente disponível no país.
O termo foi usado durante a era
soviética para descrever crianças não brancas concebidas em eventos
internacionais após relacionamentos entre mulheres russas e homens da África,
América Latina ou Ásia.
Muitas das crianças enfrentaram
discriminação.
“Precisamos dar à luz a nossos filhos. Essas crianças mestiças sofrem e
sofreram desde os tempos soviéticos”, afirmou Pletnyova à emissora de rádio
Govorit Moskva.
“É uma coisa se eles são da mesma raça, mas outra bem diferente, se
eles são de uma raça diferente. Eu não sou nacionalista, mas, mesmo assim sei
que as crianças sofrem”, disse ela.
Outro legislador disse que os
torcedores estrangeiros podem trazer vírus para a Copa do Mundo e infectar os
russos.
Em declarações à estação de rádio
Govorit Moskva, Alexander Sherin também disse que os russos devem ter cuidado
em suas interações com os estrangeiros, já que eles podem tentar divulgar
substâncias proibidas no torneio.
A Fifa e o comitê organizador da
Rússia 2018 não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre as
declarações de Pletynova.
Pletnyova é deputada pelo Partido
Comunista da Federação Russa (KPRF), que se autodenomina oposição, mas que apoia
o Kremlin do presidente Vladimir Putin na maioria das questões-chave.
Os russos compõem a maioria da
etnia no país, mas existem dezenas de grupos minoritários, bem como uma grande
força de trabalho migrante predominantemente da Ásia Central e do Sul do
Cáucaso.
The Guardian
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