domingo, dezembro 22, 2019

2004: o ano das zebras no futebol...


2004: o ano das zebras no futebol

Há 15 anos, o mundo do futebol ofereceu uma sequência inacreditável de zebras campeãs. Times que não eram cotados sequer a boas campanhas, terminaram aquela temporada erguendo troféus e comemorando títulos

Por Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte

A origem do termo zebra no futebol é imprecisa, mas a versão mais difundida data de mais de 50 anos, mais precisamente em 1964, quando Gentil Cardoso, então treinador da Portuguesa/RJ, falou que a possível vitória de seu time sobre o Vasco da Gama seria uma zebra.

Gentil Cardoso usou o jogo do bicho para criar a expressão, já que entre os 25 animais que são sorteados não existe a zebra, ou seja, é impossível dar zebra como resultado no jogo de azar e no futebol a analogia foi perfeita para falar de resultados pouco esperados.

Desde Gentil Cardoso, talvez nenhum outro ano na história pariu tantas zebras futebolísticas quanto 2004.

As listras galoparam nos gramados do mundo inteiro e em praticamente todas as grandes ligas houve um campeão imprevisto.

No Brasil, o Santo André ganhou a Copa do Brasil, o Once Caldas, inacreditavelmente, faturou a Libertadores, e na Europa, a surpresa foi dupla, com os títulos do Porto, na Liga dos Campeões, e da Grécia, na Eurocopa.

Isso para citar apenas alguns casos.

Parafraseando Nando Reis, em 2004, o mundo do futebol estava ao contrário, por isso, vamos relembrar os improváveis campeões daquela incomum temporada.

Potiguar de Mossoró — Campeonato Potiguar

Imagem: Fábio Oliveira

O Campeonato Potiguar está entre os maiores duopólios do futebol brasileiro.

São 91 títulos somados os triunfos de ABC e América, em 96 edições do campeonato disputado desde 1919.

É verdade que o interior potiguar já havia conquistado o Estadual e desbancado a hegemonia de Alvinegros e Alvirrubros, pelos pés do Corinthians de Caicó, que venceu a disputa em 2001.

Ainda assim, no ano mais zebrado da história do futebol mundial, a zebra deu seus galopes também na Esquina da América.

No Machadão, o Potiguar de Mossoró comemorou seu primeiro título estadual e deixou o tradicionalíssimo América de Natal com o vice.

CRAC - Campeonato Goiano

Imagem: Revista Placar

Uma zebra de 37 anos conquistou o Campeonato Goiano de 2004.

O Clube Recreativo e Atlético Catalano, o CRAC, não vencia o estadual desde 1967, porém no dia 18 de abril de 2004, o pequeno time da cidade de Catalão venceu o tradicional Vila Nova, faturou o bicampeonato histórico e engrossou a estatística de zebras.

Após eliminar o Goiás na semifinal, o CRAC disputou o primeiro jogo da final no Serra Dourada, diante do Vila Nova e perdeu por 2 a 1.

Uma semana depois, o jogo definitivo foi marcado para o Estádio Genervino da Fonseca, em Catalão.

No tempo normal, o Leão do Sul venceu por 3 a 0, com gols de Sandro Oliveira, Celinho e Guaru.

Porém o regulamento não previa saldo de gols na final e a decisão foi para os pênaltis. Após converter suas cinco cobranças, Luciano desperdiçou o último chute do Vila Nova e o título ficou com o CRAC, para a alegria e festa da cidade de Catalão.

São Caetano - Campeonato Paulista

Imagem: Autor Desconhecido

A ascensão meteórica do São Caetano, no início dos anos 2000, contou com uma sequência invejável de decisões para o time do ABC Paulista, mas em todas as finais, o Azulão levou a pior e parecia fadado a fama de eterno vice-campeão.

O simpático time azul foi vice do Campeonato Brasileiro, nas edições de 2000 e 2001, e da Libertadores, em 2002.

Quis o destino que um troféu, enfim, fosse para São Caetano, no ano místico das zebras.

No dia 18 de abril de 2004, no Pacaembu, uma final de Campeonato Paulista zebrada com São Caetano e Paulista de Jundiaí.

Juntas as equipes do interior deixaram nos mata-matas Palmeiras, São Paulo e Santos.

Comandado por Muricy Ramalho, que substituiu Tite demitido após má fase, o São Caetano contrariou seu princípio de valorizar atletas desconhecidos e investiu em nomes consagrados no cenário nacional, os chamados medalhões, e contava em seu elenco com jogadores como Euller, Anderson Lima, Dininho, Warley e Fabrício Carvalho.

Depois de vencer o primeiro jogo da final por 3 a 1, o São Caetano entrou na finalíssima podendo até perder por um gol de diferença.

Porém, ainda na primeira etapa, resolveu a partida e abriu 2 a 0, placar que perdurou até o apito final e decretou o inédito título Paulista do Azulão.

2004 também marcou o início do fim do São Caetano, que fazia boa campanha no Brasileirão, até que em outubro, num jogo contra o São Paulo, no Morumbi, o zagueiro Serginho sofreu uma parada cardiorrespiratórias e morreu.

Com Serginho se foi também o brilho do Azulão, que não conseguiu se recuperar do lamentável episódio e nunca mais repetiu os anos de protagonismo no futebol paulista, nacional e continental.

*Entre os campeonatos estaduais de 2004, vale ressaltar o vice-campeão gaúcho daquele ano, pois apesar de o Internacional ter afastado a zebra da taça, o desconhecido Ulbra chegou à decisão contra o Colorado.

Arsenal - campeão invicto da Premier League 2003/2004

Imagem: Autor Desconhecido

Os inventores do futebol não poderiam ficar de fora da tendência de 2004, e, na Inglaterra, o galope foi caprichado.

Nem tanto pelo campeão, que não pode ser considerado exatamente uma zebra, mas sim pela forma da conquista: um campeonato inteiro sem perder.

Invicto, o Arsenal conquistou a Premier League, em maio de 2004.

Desde a temporada 1889/1890, quando o Preston North End conquistou o Campeonato Inglês sem perder uma única partida sequer, ninguém repetira o feito.

Com jogadores como Patrick Vieira, Sol Campbell, Gilberto Silva, Fredrik Ljungberg, Robert Pirès, Edu, Dennis Bergkamp e Thierry Henry, o Arsenal de 2004 contou com o melhor ataque, a melhor defesa e o artilheiro da competição, enfileirou vitórias e terminou como campeão inglês, depois de 38 partidas consecutivas sem derrota na liga.

Middlesbrough - Copa da Liga Inglesa

Imagem: Pool/Getty Images

Teve surpresa também na decisão da Copa da Liga Inglesa.

Bolton Wanderers e Middlesbrough levaram a Cardiff a certeza de que uma zebra estava prestes a acontecer.

Naquela temporada o Middlesbrough, The Boro, era um dos times ingleses mais comentados no Brasil, pois contava com o talento de Juninho Paulista e a segurança de Doriva, dois brasileiros na Premier League.

Em 128 anos de história, The Boro nunca havia vencido um título de relevância, mas mudou esse panorama em apenas 7 minutos, com gols de Joseph-Desire Job e Zenden, venceu o Bolton e ergueu a Copa da Liga Inglesa.

O placar de 2 a 1 favorável ao Boro, coroou com a conquista do inédito título, um ótimo time que tinha como destaques os brasileiros Juninho, Doriva e Ricardinho, o espanhol Mendieta, e o holandês Zenden.

Em sua campanha, The Boro deixou pelo caminho tradicionais clubes como Everton, Tottenham e Arsenal.

Um belo exemplar de zebra proporcionado pelo clube fundado em 1876, na cidade de Middlesbrough, no Nordeste da Inglaterra.

Grécia – Eurocopa

Imagem: Liewig Christian - Corbis/Getty Images

A Grécia foi indiscutivelmente uma zebra, talvez a maior daquele ano e uma das maiores da história das seleções.

Porém o que potencializa o presente dos gregos aos portugueses, entregue em pleno Estádio da Luz, é que ninguém conseguiu identificar que o galope grego estava embalado desde as Eliminatórias daquela Euro, quando conseguiu empurrar a Espanha para a repescagem continental.

Já na competição, um caminho recheado de tradicionais adversários em que a Grécia deixou para trás novamente a Fúria, na primeira fase, a França, nas quartas e a República Tcheca, na semifinal, até chegar à grande decisão como a sensação do torneio para enfrentar ninguém menos do que os anfitriões.

Uma final continental entre Grécia e Portugal já era uma zebra, considerando que após a Era Eusébio, Portugal não conseguia boas campanhas.

Uma inusitada decisão de Eurocopa, que aconteceu no Estádio da Luz.

A Zebra de Troia foi entregue no estádio lisboeta, em 4 de julho de 2004, com gol solitário de Haristeas, a Grécia surpreendeu e calou Portugal, que tinha um timaço com Figo, Ricardo, Deco, Rui Costa, Pauleta, Cristiano Ronaldo e dirigido por Luiz Felipe Scolari.

Uma espetacular campanha, que rendeu o título europeu de 2004, e foi o ponto alto da Seleção Grega, que sequer conseguiu a classificação à Copa do Mundo de 2006.

A vaga nas oitavas de final no Mundial de 2014, foi o melhor resultado depois da zebra de Lisboa e a Grécia jamais repetiu o desempenho de 2004.

**Vale lembrar que Felipão, que dirigia a derrotada seleção Lusa, foi um dos precursores do “zebrismo campeão” no futebol brasileiro. Em 1991, quando dirigiu o Criciúma, o treinador conseguiu destaque nacional ao conduzir o Aurinegro Catarinense ao título da Copa do Brasil diante do poderoso Grêmio.

FC Porto - Champions League 2003/2004

Imagem: Getty Images

Hoje um nome badalado no futebol mundial - há controvérsias - José Mourinho ganhou notoriedade em 2004, quando o Porto conquistou a Liga dos Campeões, sob o comando do treinador lusitano.

Mourinho contava com um time que tinha Vítor Baía, Maniche, Deco, Carlos Alberto, entre outros.

É bem verdade que o Porto não é um caso de zebra clássica - já havia vencido o torneio continental em 1987 e é uma das potências do futebol português - porém em competições internacionais, a pouca tradição do Porto faz com que o título de 2004 seja uma efeméride.

Para se ter ideia a outra conquista continental do clube, aconteceu apenas em 2011, na Liga Europa.
A decisão daquela Champions League foi uma zebra.

Mônaco e Porto precisaram deixar pelo caminho times como Chelsea, Real Madrid, Manchester United e Lyon para editar mais uma final inusitada em 2004.

Na finalíssima, no dia 26 de maio, uma exibição extraclasse e gol de Carlos Alberto, que Mourinho profetizou que seria o próximo Melhor do Mundo, além dos gols de Deco e Alenichev, marcaram o 3 a 0 que coroou o ótimo time português.

Werder Bremen - Bundesliga e Copa da Alemanha

Imagem: Andreas Rentz/Bongarts/Getty Images

Hoje um time de meio de tabela, o Werder Bremen desbancou o favorito Bayern de Munique, nadou de braçada na competição e conquistou o Campeonato Alemão de 2004.

Com o artilheiro brasileiro Aílton no comando de ataque, o Bremen era orquestrado pelo treinador Thomas Schaaf, e na 25ª rodada abriu 11 pontos de vantagem para o segundo colocado.

Mesmo oscilando nas últimas rodadas, o time verde não deixou o título escapar e conquistou a Salva de Prata.

Para não perder o embalo, o Bremen ainda levou a Copa da Alemanha, em noite inspirada de Borowski, diante de mais de 70 mil espectadores presentes no Estádio Olímpico de Berlim, venceu os aurinegros do Alemannia Aachen, por 3 a 2.

Em 2009, o Werder Bremen repetiu a dose na Copa da Alemanha e depois não conseguiu reeditar os bons momentos.

Mais uma zebra que galopou em 2004 e parou no caminho.

Valencia - La Liga e Copa UEFA

Imagem: Autor Desconhecido

O Valencia disputou duas finais consecutivas de Champions League no início dos anos 2000.

Contra Real Madrid, na temporada 1999/2000, e contra o Bayern de Munique, na edição 2000/2001.

Foi vice-campeão nas duas ocasiões.

A temporada 2004 foi perfeita para mudar a situação dos valencianos.

Com um time fantástico orquestrado primeiro por Rafa Benítez e depois por Claudio Ranieri, o elenco dos Morcegos contava com o emblemático camisa 1 Santiago Cañizares, Roberto Ayala, os ídolos David Albelda e Rubén Baraja, e o goleador brasileiro Ricardo Oliveira, para encerrar um incômodo jejum.

Porém no Campeonato Espanhol, com a concorrência dos Galácticos do Real Madrid e do Barcelona reconstruído de Ronaldinho Gaúcho companhia Ltda, o Valencia não era nem de longe cotado ao título.

No ano das zebras, o improvável aconteceu e num intervalo de apenas 10 dias, o Estádio Mestalla foi o epicentro do terremoto que sacudiu o futebol da Espanha.

Primeiro ao desbancar ninguém menos do que Real Madrid e Barcelona com uma campanha impecável para comemorar o título espanhol e depois ao conquistar a Copa da UEFA, ao vencer o Olympique de Marseille, por 2 a 0, no Estádio Ullevi, em Gotemburgo.

Mais uma vez, o sucesso não se repetiu nos anos seguintes - apesar das conquistas de duas Copas do Rei - e o terceiro lugar no Campeonato Espanhol foi o máximo que o Valencia conseguiu.

Real Zaragoza - Copa do Rei

Imagem: Autor Desconhecido

Essa zebra foi parida com a infalível “Lei do Ex”: o brasileiro Sávio fez uma grande partida e foi fundamental para garantir o título sobre os Galácticos.

O Real Madrid, mesmo com Zidane, Beckham, Guti, Figo, Raúl e Roberto Carlos, não vivia bons momentos e estava distante da ponta da tabela no Campeonato Espanhol.

O Barcelona também não havia feito uma boa temporada.

Nesse vácuo, o Zaragoza se apresentou com um time bem treinado por Víctor Muñoz e enxergou na Copa do Rei, uma boa oportunidade de voltar a erguer um troféu.

Após eliminar o Barcelona, nas quartas de final, e o Alavés, nas semifinais, o Zaragoza chegou à decisão como azarão contra a equipe madrilenha.

No dia 17 de março, no Estádio Montjuic, foi justamente o Real que abriu o placar com Beckham em cobrança de falta.

Antes do intervalo, o Zaragoza conseguiu a virada.

Parecia que no segundo tempo seria só segurar o resultado e aguardar o relógio entregar o título para os Maños.

Mas logo no início da segunda etapa, Cani foi expulso e deixou o Real Zaragoza com um homem a menos durante quase 45 minutos.

Os merengues buscaram o empate e obrigaram a prorrogação. O desgaste por jogar um tempo inteiro em desvantagem numérica era evidente nos jogadores do Zaragoza e um tempo extra era praticamente a declaração que mais hora menos hora, o Real Madrid faria o gol que precisava para levantar a Copa.

Porém depois da expulsão de Guti e a igualdade de homens no gramado, o Zaragoza conseguiu uma épica superação com gol do zagueiro Galletti, venceu por 3 a 2 e conquistou o título sobre os favoritos Galácticos.

Sávio, ex-jogador do time de Madrid por 6 temporadas, ídolo do Real Madrid e que foi imprescindível para o título do Zaragoza justamente sobre os madrilenhos recordou o dilema daquela noite:

“Eu entrei em campo não misturando os fatos. O Real Madrid representa muito para mim, porém, estava defendendo o Zaragoza e queria fazer história lá também. Aquele time treinado pelo Víctor Muñoz tinha um comprometimento muito grande além, claro, da qualidade dos atletas”.

Once Caldas - Copa Libertadores da América

Imagem: Autor Desconhecido

O Once Caldas não foi uma zebra, mas sim uma manada inteira de zebras postada atrás da linha da bola numa retranca que conquistou o continente.

A boa defesa, quase intransponível, era a principal característica daquele surpreendente time colombiano.

Enquanto o favoritismo daquela Libertadores estava com equipes como Santos, São Paulo, River Plate e Boca Juniors, o Once Caldas, time sem tradição inclusive no futebol colombiano, enfileirou eliminações sobre os gigantes da América e conquistou o troféu mais desejado do continente.

Na decisão do Mundial, o último no antigo formato de jogo único no Japão, o time do baixinho goleiro Henao empatou durante 120 minutos sem gols com o Porto e apenas nos pênaltis, por um placar de 8 a 7, os portugueses foram campeões mundiais.

Santo André - Copa do Brasil

Imagem: Santo André/Divulgação

Além do São Caetano campeão paulista, outro time da região do ABC foi campeão em 2004.

O Santo André foi campeão da Copa do Brasil ao vencer o Flamengo, em pleno Maracanã, no segundo jogo da final.

Dirigido por Péricles Chamusca, que havia levado o Brasiliense à decisão da mesma Copa do Brasil em 2002, o Santo André decidiu a competição após eliminar Atlético Mineiro, Guarani e Palmeiras.

Sem medalhões, o time que representa a letra A do ABC conseguiu empatar a primeira partida da final por 2 a 2.

O Flamengo contava com jogadores como Fabiano Eller, Júlio César, Felipe e Athirson.

Na volta, em pleno Maracanã lotado de rubro-negros, o Santo André aprontou, surpreendeu e anotou, com gols de Sandro Gaúcho e Elvis, o 2 a 0 que deu o improvável título sobre o “favoritaço” Flamengo.

Menção honrosa: Cienciano - Sul-Americana - 19 de dezembro 2003

Imagem: Autor Desconhecido

Quase em 2004, no dia 19 de dezembro de 2003, a Copa Sul-americana conheceu sua maior zebra: o Cienciano.

Desde 2015 na segunda divisão do Campeonato Peruano, o Cienciano foi uma das maiores surpresas do futebol sul-americano.

O clube de Cusco foi o primeiro time peruano a conquistar uma competição continental, desbancando os gigantes Alianza Lima e Sporting Cristal.

No primeiro jogo, logo um confronto doméstico e a primeira façanha: eliminação do Alianza Lima.

Depois vieram Universidad Católica, o Santos de Diego, Robinho e companhia, além do Atlético Nacional de Medelín para chegar à decisão contra o River Plate.

Esse River anotou 8 a 1 no agregado contra o Independiente, no confronto válido pelas oitavas da competição, e eliminou o São Paulo, em pleno Morumbi.

Os peruanos não se intimidaram e foram ao Monumental de Núñez, para o primeiro jogo da decisão, dispostos a não perder.

Numa partida que desafiou os limites da sanidade, o empate em 3 a 3 ao apito final demonstrou o tamanho da garra daquele modesto e surpreendente time peruano.

Na volta, um jogo tenso na cidade de Arequipa, pois o estádio do Cienciano não tinha capacidade para abrigar uma decisão.

Até os 7 minutos do segundo tempo, o equilíbrio se refletia no placar empatado sem gols.

Quando depois de uma falta no meio-campo, o árbitro aplicou o segundo amarelo e expulsou Juan Carlos La Rosa.

O Cienciano precisou lutar com um homem a menos contra um dos melhores times da América, durante mais de 35 minutos.

Porém, aos 32 minutos, um lance improvável coroou a determinação dos peruanos: uma falta mal batida, a meia altura e que passou justamente onde a barreira argentina abriu.

Com o 1 a 0 no marcador, o time peruano se segurou como pôde até o apito final decretar o título do Cienciano, que inaugurou - com alguns dias de antecedência - o ano das zebras.

Depois de 2004, convencionou-se uma expressão que trata sobre uma suposta “nova ordem no futebol mundial”.

A verdade é que houve uma evidente evolução do jogo e da parte física dos jogadores, isso realmente mudou o favoritismo no futebol.

Camisa, por si só, não ganha mais jogo e as zebras podem galopar à vontade pelos campos do mundo.

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