Fifa fala em preço justo para
Copa do Mundo Feminina e ameaça empresas de mídia
Gianni Infantino, presidente
da entidade, disse que ofertas das emissoras de países europeus para o torneio,
que terá início em 20 de julho, ainda são “muito decepcionantes”
Por Redação Máquina do Esporte
O presidente da Fifa, Gianni
Infantino, reiterou, nesta segunda-feira (1), seu apelo às emissoras
interessadas em transmitir a Copa do Mundo de Futebol Feminino para que paguem
o que chamou de “preço justo” pelos direitos.
O dirigente falou ao lado de
Ngozi Okonjo-Iweala, diretora geral da Organização Mundial do Comércio (OMC),
durante o “Making Trade Score for Women!”, uma série de painéis de discussão
realizados na sede da OMC, em Genebra, na Suíça.
Em seu discurso, Infantino
enfatizou que a Fifa deu o exemplo ao aumentar a premiação em dinheiro a ser
dividida pelas 32 seleções no Mundial de 2023 para US$ 152 milhões, o triplo do
valor pago em 2019 e dez vezes mais do que em 2015.
Por esse motivo, espera que a
Fifa consiga vender os direitos de mídia do torneio para alguns dos principais
mercados por preços melhores do que os ofertados até o momento.
Segundo o mandatário, muitas
delas, inclusive de países importantes, são “muito decepcionantes” até o
momento.
“As ofertas das emissoras,
principalmente dos países europeus do Big 5 [Inglaterra, Espanha, Alemanha,
Itália e França], ainda são muito decepcionantes e simplesmente inaceitáveis
com base em quatro critérios. Em primeiro lugar, 100% de qualquer taxa de
direitos paga irá direto para o futebol feminino, em nosso movimento para
promover ações em prol da igualdade de condições e remuneração. Em segundo
lugar, as emissoras públicas, em particular, têm o dever de promover e investir
no esporte feminino”, disse Infantino.
“Em terceiro lugar, os números
da Copa do Mundo Feminina da Fifa são 50-60% da Copa do Mundo Masculina, que
por sua vez são os mais altos de qualquer evento, mas as ofertas das emissoras
nos países europeus do Big 5 para são de 20 a 100 vezes menos do que para o
Mundial Masculino. Finalmente, e especificamente, enquanto as emissoras pagam
US$ 100-200 milhões pela Copa do Mundo Masculina, elas oferecem apenas US$ 1-10
milhões para a Copa do Mundo Feminina. É um tapa na cara de todas as grandes
jogadoras da Copa do Mundo Feminina e, na verdade, de todas as mulheres do
mundo”, completou o dirigente.
A bronca do presidente da Fifa
surge a cerca de dois meses e meio para o início da competição, que será
disputada entre 20 de julho e 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia.
“Para deixar bem claro, é
nossa obrigação moral e legal não subestimar a Copa do Mundo Feminina da Fifa.
Portanto, se as ofertas continuarem não sendo justas, seremos obrigados a não
transmitir o torneio para os países europeus do Big 5. Convido, portanto, todos
os jogadores, mulheres e homens, além de torcedores, dirigentes de futebol,
presidentes, primeiros-ministros, políticos e jornalistas de todo o mundo a se
juntarem a nós e apoiarem este apelo por uma remuneração justa do futebol
feminino. As mulheres merecem. Simples assim”, ameaçou Infantino.
“Espero que as emissoras
estejam ouvindo o que o presidente da Fifa está dizendo sobre lances mais altos
para a Copa do Mundo Feminina, pois esta é uma oportunidade real de apoiar o
futebol feminino, e espero que aceitem sua oferta”, acrescentou Ngozi
Okonjo-Iweala.
Vale lembrar que, no mercado
brasileiro, os fãs poderão acompanhar os jogos do Mundial de algumas formas
diferentes.
Na TV aberta, os direitos foram
comprados pela Globo, enquanto na TV fechada ficaram com o Sportv.
Na internet, o Grupo Globo ainda
exibirá os jogos no GE, assim como na plataforma de streaming Globoplay.
Para quem preferir outro estilo
de transmissão, o streamer Casimiro Miguel revelou que o torneio também será
transmitido na Cazé TV, tanto no canal do YouTube como no canal da Twitch. Na
Cazé TV, no entanto, haverá a exibição de apenas uma partida por dia.
English Version
FIFA talks fair price for
Women's World Cup and threatens media companies
Gianni Infantino, president of
the organization, said that offers from broadcasters in European countries for
the tournament, which will start on July 20, were still "very
disappointing".
By Máquina do Esporte Writing
FIFA President Gianni Infantino
reiterated this Monday (1) his appeal to broadcasters interested in
broadcasting the Women's World Cup to pay what he called a “fair price”
for the rights.
The leader spoke alongside Ngozi
Okonjo-Iweala, director general of the World Trade Organization (WTO), during
“Making Trade Score for Women!”, a series of panel discussions held at WTO
headquarters in Geneva, Switzerland.
In his speech, Infantino
emphasized that FIFA set an example by increasing the prize money to be divided
among the 32 teams in the 2023 World Cup to US$ 152 million, triple the amount
paid in 2019 and ten times more than in 2015.
For that reason, he hopes FIFA
will be able to sell media rights for the tournament to some of the key markets
for better prices than have been offered so far.
According to the president, many
of them, including those from important countries, are “very disappointing”
so far.
“Broadcasters' offers,
particularly from the European Big 5 countries [England, Spain, Germany, Italy
and France], are still very disappointing and simply unacceptable based on four
criteria. Firstly, 100% of any royalty fee paid will go directly to women's
football, in our movement to promote action for a level playing field and pay.
Second, public broadcasters in particular have a duty to promote and invest in
women's sport,” said Infantino.
“Thirdly, the FIFA Women's
World Cup figures are 50-60% of the Men's World Cup, which in turn are the
highest of any event, but broadcasters' bids in European Big 5 countries are
from 20 to 100 times less than for the Men's World Cup. Finally, and
specifically, while broadcasters pay $100-200 million for the Men's World Cup,
they only offer $1-10 million for the Women's World Cup. It's a slap in the
face to all the great players at the Women's World Cup, and indeed to all women
in the world."
The FIFA president's scolding
comes about two and a half months before the start of the competition, which
will be played between July 20 and August 20, in Australia and New Zealand.
“To be clear, it is our moral
and legal obligation not to underestimate the FIFA Women's World Cup.
Therefore, if the offers continue to be unfair, we will be obliged not to
broadcast the tournament to the European Big 5 countries. I therefore invite
all players, women and men, as well as fans, football officials, presidents,
prime ministers, politicians and journalists around the world to join us in
supporting this call for fair pay for women's football. Women deserve it.
Simple as that,” threatened Infantino.
"I hope broadcasters are
listening to what the FIFA President is saying about higher bids for the
Women's World Cup as this is a real opportunity to support women's football and
I hope they accept his offer," added Ngozi Okonjo- Iweala.
It is worth remembering that, in
the Brazilian market, fans will be able to follow the World Cup games in a few
different ways.
On open TV, the rights were
bought by Globo, while on closed TV they stayed with Sportv.
On the internet, Grupo Globo will
also show the games on the GE, as well as on the Globoplay streaming platform.
For those who prefer another style of broadcast, streamer Casimiro Miguel revealed that the tournament will also be broadcast on Cazé TV, both on the YouTube channel and on the Twitch channel. On Cazé TV, however, only one match per day will be shown.
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