Por Rafael Medelima.
Já tinha um tempo não que não
escrevia nada por aqui. Tinha me cansado do debate “feicebuquiano”!
Porém, uma coisa ficou presa no
filtro que eu havia criado para não cair mais nessas ciladas de rede social, em
meio à enxurrada de razões pelas quais perdemos o jogo contra a Alemanha, uma
me entalou!
Vinha relutando contra tantos
argumentos e motivos para não mais destilar minha opinião por aqui...
Vinha evitando expor a minha
humilde visão, aos intelectuais politicamente-corretos-politizados-nas-redes-sociais,
mas não deu!
Certa vez, quando Renan Barão
perdeu o título do UFC, José Aldo, competidor e campeão da sua categoria, falou
sobre algo que conhece bem: a torcida brasileira.
Ele disse: "Brasileiro não
gosta de esporte, gosta de ganhar!"
Acertou na mosca!
Imediatamente após o 5º gol da
Alemanha, no "fatídico" 8 de Julho de 2014, ainda em seus sofás,
fiquem certos meus amigos, milhões de dedos indicadores começaram,
imperceptivelmente, a enrijecer e a procurar um dono para a Culpa, alguém para
onde ele, o dedo indicador, pudesse orientar seu rancor, sua decepção, sua
frustração!
Ah, sim!
FRUSTRAÇÃO!
Não aquela frustração advinda da
capacidade limitada ou uma frustração proveniente de um acidente de percurso,
mas a frustração da traição, de sermos traídos por um selecionado esportivo que
nunca precisou de 11 jogadores, apenas de Neymar... (e de Galvão, Porque todo
herói precisa de um cantador para divulgar seus feitos, ainda que o áudio não
esteja bem sincronizado com o vídeo!);.
E com o Dedo em riste, fomos
crucificando individualmente, nossos traidores: Fred, Dante, Marcelo, Oscar,
Júlio César, Felipão...
Em momento algum tivemos a
percepção de que praticávamos um esporte que tem por essência a disputa.
Em momento algum a exaltação da
qualidade de Tony Kroos, o melhor meio de campo que já vi jogar numa copa, foi
maior do que os erros cometidos por Fernandinho, ou qualquer outro...
Fomos terríveis com os Alemães...
eles não nos ganharam, nós que perdemos o jogo.
Afinal, a Alemanha tinha empatado
com a... como é mesmo???
Algéria... ou Argélia...
Enfim, não importa!
Talvez o Miller, "aquele
jogador pouco gracioso, magrelo, desengonçado" por não ter o
"rebolado pavônico" do Hulk, não fosse digno de receber os louros de
seus gols, pior, o Klose não poderia ultrapassar Ronaldo na artilharia das
copas... quando o fez, derrota dupla, vergonha dupla...
Se antes do 12 de junho, eu
recebia diariamente informes em todos os formatos, de como a copa tinha sido
comprada, do esquema da FIFA com o famigerado "governo do PT", depois
do dia 8 de Julho, numa imediata adequação de discursos, não obstante nossa
tremenda incapacidade de aceitar que fomos derrotados, apelamos para o
ridículo:
Em meus acessos a WattsApp e a Facebook,
eu jamais tinha visto uma quantidade de compartilhamentos sobre como o Thiago
Silva, o Neymar, o Villa, o Armero tinham entregue o "esquema de venda da
copa".
O Mick Jagger, talvez o ególatra
mais vitorioso de todos os tempos, por manter durante mais de 50 anos um grupo
egocêntrico, alimentado por sexo, drogas e Rock'n Roll, tornou-se um ícone de
nossa má sorte e, a despeito da atuação de Schweinsteiger no jogo de terça, o
fato do Little Mick torcer pelo Brasil nos fez perder o jogo.
A presidente Dilma, indiferente à
versatilidade de Lahm, vendeu a copa à FIFA em troca de alguns investimentos
suíços...
Perdemos!
Simplesmente porque eles foram
melhores do que nós (ou "Tóis"); porque o aquele não era o nosso dia
e não estávamos tão fortes psicologicamente; porque não conseguimos, enquanto
grupo, explorar a habilidades individuais que tínhamos; Perdemos porque eles
nos venceram! (Por mais lógico que isso pareça).
Talvez o legado da copa pudesse
ser: aprendam a torcer, aprendam a perceber que a supremacia técnica por vezes
humilha os derrotados e mais, acreditem que há tempo pra melhorar e pra vencer
novamente.
Aprendam que a derrota faz parte
do jogo e que se formos jogar essa frustração no imponderável nunca estaremos
prontos para ganhar!
Aprendamos com os próprios
alemães, quando derrotados nas últimas 4 copas, foram cientes de suas
limitações e trabalharam duro para corrigi-las.
Ainda somos soberanos no futebol
mundial, temos 5 títulos, temos o melhor jogador que já chutou uma bola (mesmo
ele sendo um idiota), temos um povo que quebra o protocolo e canta o hino
completo pelo seu país.
Fizemos a melhor copa que algum
país jamais poderá fazer, não pelos estádios, pela polícia na rua, pela
estrutura, mas pelo sentimento do povo, não nos percamos no despeito contra
aqueles que foram, eventualmente, melhores do que nós.
Seria muito sem graça se fossemos
sempre campeões!
Sábado a copa acaba para nós e
poderá acabar com uma derrota, tanto faz... nessa copa fomos melhores do que 28
seleções e bola pra frente!