Imagem: Laszlo Balogh/Reuters
Este espaço não propõe defesa nem ataque a nenhum clube ou pessoa. Este espaço se destina à postagem de observações, idéias, fatos históricos, estatísticas e pesquisas sobre o mundo do futebol. As opiniões aqui postadas não têm o intuito de estabelecer verdades absolutas e devem ser vistas apenas como uma posição pessoal sujeita a revisão. Pois reconsiderar uma opinião não é sinal de fraqueza, mas sim da necessidade constante de acompanhar o dinamismo e mutabilidade da vida e das coisas.
segunda-feira, setembro 05, 2016
Da guerra contra as FARC para a paraolimpíada...
Do UOL, em São Paulo
No dia 12 de março de 2012, o
capitão Diego Cuesta comandava um pelotão de 17 pessoas em uma investida contra
a coluna Teófilo Ferreira, uma tropa de elite das Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia), quando chegou em um campo minado no meio da
selva.
Seus soldados não estavam
preocupados: sua unidade era a única da Brigada Móvel, responsável por aquela
ofensiva, que não tinha perdido nenhum homem em combate por causa de bombas
terrestres.
O problema é que sempre existe
uma primeira vez.
Capitão Diego, do Corpo de
Engenheiros do Exército Colombiano e especialista em explosivos, iniciou o
procedimento padrão.
Isolou a área, conseguiu dar três
passos.
Mas no quarto, moveu a estrutura
que mantinha a bomba armada.
O explosivo foi acionado.
“Naquele momento, você tem a
sensação que está deixando o seu corpo. Você morre, volta, morre
novamente. A única explicação para que eu
continue aqui é que Deus definiu que não era a minha hora”, contou Cuesta para
a revista militar Diálogos América.
O acidente pode ter poupado sua
vida. Mas o corpo sofreu os efeitos da explosão.
Seu rosto foi desfigurado e ele
precisou de uma operação de sete horas, com uma cirurgiã ucraniana especialista
em lesões oculares, para não perder os olhos.
Hoje, tem apenas 40% da visão.
Foi justamente a explosão que
colocou o militar na rota dos Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro, que
começam na próxima quarta-feira (7). Não porque ele se feriu.
Mas porque o esporte foi o
caminho que encontrou para sua reinserção à sociedade.
Diego Cuesta sempre foi nadador e
resolveu apostar no esporte.
Três meses depois de sua primeira
competição paraolímpica, foi convocado para defender a Colômbia em um evento
internacional.
Em 2015, pouco mais de três anos
depois, ele foi aos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no Canadá, levou três
medalhas, duas delas de ouro, e se tornou o primeiro militar vítima da Guerra
contra a Farc na Colômbia a se classificar para uma Paraolimpíada.
Dois soldados nos Jogos do Rio Fabio
Torres, cabo do exército, foi o segundo.
Há 15 anos, estava fazendo
reconhecimento em uma área de selva quando pisou no artefato explosivo – este
da ELN (Exército de Liberação Nacional), outro grupo guerrilheiro do país.
Sofreu uma amputação na perna
esquerda, abaixo do joelho.
Na Rio-2016, vai participar das
provas de halterofilismo.
A Colômbia vem ao Rio de Janeiro
com 39 atletas.
Os dois são os únicos militares.
Pode parecer pouco.
Mas na delegação do Brasil, com
287 atletas, nenhum é militar de carreira.
A chave para isso é a guerra de
mais de 50 anos contra os grupos paramilitares na Colômbia.
O conflito começou nos anos 60,
quando surgiram as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o ELN
(Exército de Libertação Nacional).
Aos poucos, a guerrilha passou a
sequestrar personalidades políticas e cometer atentados.
Nos últimos anos, usou o tráfico
de drogas para financiar suas ações.
Estima-se que o conflito tenha
matado cerca de 250 mil pessoas.
Além disso, mais de 8 milhões
tiveram de sair de áreas de conflito, por causa da violência.
O número de feridos, porém, nunca
foi contado.
Fontes oficiais, por exemplo,
falam em 6921 militares mortos ou mutilados somente em acidentes com minas
terrestres.
Cuesta e Torres são dois dos mais
de 5000 membros das Forças Armadas que participam de programas de reintegração.
Desses, 300 fazem parte de
projetos esportivos.
67% dos deficientes colombianos
são militares.
Algumas das estatísticas mais
tristes do conflito envolvem justamente os mutilados.
Segundo a Coporación Matamorros,
uma entidade privada que trabalha em reinserção social com as Forças Armadas
colombianas, 67% das pessoas com deficiência física causadas por acidente do
país fizeram parte de forças de segurança.
Atualmente, o programa esportivo
do Exército tem investimento cada vez mais alto nos centros de reabilitação com
foco esportivo.
Além disso, desde 2014 existe uma
política oficial do governo colombiano para isso – desde então, cerca de 41
milhões de dólares já foram investidos no setor.
O objetivo é que, nos próximos
Jogos Paraolímpicos, até 50% da delegação colombiana venha desses
investimentos.
No último dia 24, o atual
presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou um acordo de paz com as
Farc que pode levar ao fim do conflito armado – para isso, será preciso que a
população diga sim ao texto do pacto em um plebiscito marcado para o dia 2 de
outubro.
Entre os termos aceitos pelas
Farc para depor as armas estão a realização de reforma agrária e dois temas
polêmicos, a criação de um tribunal especial para julgar os guerrilheiros e
vagas garantidas no parlamento para membros do grupo.
domingo, setembro 04, 2016
América joga contra o Cuiabá e define se vai ou não continuar a lutar pela classificação...
Às 4 horas da tarde o América vai
para mais um tudo ou nada...
Tem sido assim o tempo todo
nesses dias de 2016.
A partida contra o Cuiabá
define...
Vencer significa manter a
esperança de ir mais longe na Série C, o empate ou a derrota, selam o fim de 2016
ainda em setembro.
Infelizmente, há ainda outros
fatores...
O Remo, em Belém, não pode
vencer...
ASA e Fortaleza, só deixam uma
opção, o empate e Botafogo e Confiança, a saída é esperar que o alvinegro
pessoense, perca dos sergipanos.
Portanto, nenhum americano poderá
dizer que seu domingo será monótono e desinteressante...
Muito pelo contrário, o domingo
rubro, será nervoso, angustiante e emocionante.
Treinadores discutem o fim da prorrogação na Europa...
Em encontro de técnicos, Uefa
discute o fim da prorrogação nas competições continentais
Por Leandro Stein
Enquanto as seleções europeias
dão o pontapé inicial nas Eliminatórias da Copa de 2018, os técnicos dos
principais clubes do continente se reúnem na Suíça.
A Uefa organiza em Nyon o seu
fórum anual de treinadores, incluindo as presenças de profissionais como Carlo
Ancelotti, José Mourinho, Zinedine Zidane e Massimiliano Allegri.
E, entre as discussões do evento,
está a abolição das prorrogações nas copas europeias.
Assim como acontece na
Libertadores, os jogos iriam diretamente aos pênaltis, em caso de dois
resultados iguais.
Uma ideia que ganha força na voz
de gente importante, como Sir Alex Ferguson.
“Eu não penso que nós gostamos de ver os jogadores exaustos em uma
prorrogação. Quando os 90 minutos acabam, sempre tenho a sensação de que o jogo
vai para os pênaltis. Vocês viram a última final da Champions, os jogadores
andando em campo… assim é inevitável que o jogo siga para os pênaltis, então a
questão é: como podemos melhorar isso?”, declarou o antigo técnico do
Manchester United, que também é presidente do fórum.
A Uefa não descarta que o debate
possa ir para frente e resultar em uma mudança na regulamentação dos torneios.
“Alguns treinadores disseram que os jogos podem ir diretamente aos
pênaltis. Outros acham que isso pode ser uma vantagem às equipes menores, que
se defendem mais. Algo muito claro é que, hoje em dia, os jogadores fazem
muitas partidas e levantamos a questão para saber se ainda vale a pena ter
prorrogações”, apontou Ioan Lupescu, diretor técnico da Uefa.
Uma alternativa para a questão é
aumentar o número de substituições no tempo extra, na tentativa de diminuir os
efeitos da fadiga no ritmo da partida.
Outro tema em pauta nesta sexta
durante o encontro foi a regra dos gols fora de casa.
Na Uefa, ainda causa controvérsia
o fato de que o gol qualificado se mantenha no tempo extra.
Caso cada time marque um gol na
prorrogação, a classificação fica com o visitante.
Regra que merece ao menos uma
revisão dos dirigentes europeus.
O Futebol alemão e a obsessão pelas categorias de base...
Especial Futebol Alemão: base
vira obsessão antes do tetra
Nos últimos 15 anos, clubes
investiram € 1 bilhão para formar novos jogadores
Por Duda Lopes para o site
Máquina do Esporte, de Dortmund, na Alemanha
“O sucesso é resultado da
performance. E performance pode ser planejada”.
A frase está escrita em uma
publicação feita em conjunto entre a federação e a liga alemã, e ela resume bem
os esforços feitos pelo país para renovar seu futebol neste século.
Hoje, a Alemanha está estruturada
para gerar grandes jogadores e fazer com que o bom momento do país em campo
seja perene.
A reformulação do país aconteceu
após resultados negativos da seleção alemã em campo.
Mesmo com o sucesso na década de
1980, os anos de 1990 não foram os mais felizes.
Em 1998, o time parou na Copa do
Mundo nas quartas de final, diante da Croácia.
Mas o verdadeiro choque foi na
Euro de 2000, quanto a equipe foi eliminada na primeira fase do torneio, com
apenas um ponto na fase de grupos.
A mudança só foi possível graças
ao trabalho realizado entre a federação, a Bundesliga e os clubes.
Em 2001, logo após o surgimento
da liga, foi estabelecido que uma das licenças necessárias para participar da
Série A do Campeonato Alemão era o investimento em um centro de treinamento
para a base.
No ano seguinte, a medida foi
estendida para a segunda divisão, a Bundesliga 2.
Os centros de treinamento tinham
condições mínimas para serem aceitos.
Departamento médico, quatro
campos, área de educação, diversos times entre sub-11 e sub-23 e treinadores
com a licença da UEFA. A federação alemã, por sinal, oferece preparo para os
técnicos interessados.
Desde então, os clubes da
Alemanha já investiram mais de € 1 bilhão em estrutura para jovens jogadores.
Hoje, há 54 centros de
desenvolvimento para atletas espalhados pelo país.
Eles recebem 8 mil jovens no
momento.
Além das conquistas em campo, o
futebol alemão celebra o fato de a média de idade dos jogadores do Campeonato
Alemão ter caído em dois anos desde a implementação da medida, mesmo com os
times financeiramente mais fortes.
O poder das equipes para segurar
seus craques pôde ser visto no título mundial de 2014, já que 15 dos 23
jogadores atuavam na Bundesliga.
A Máquina do Esporte visitou um
dos centros de treinamento para jovens mais bem-sucedidos do país, o do
Borussia Dortmund.
Nos últimos anos, passaram pela
estrutura nomes como Mario Götze e Marco Reus.
Na estrutura em si, não há nada
muito além do que se vê nos melhores centros construídos no Brasil.
Talvez a única grande diferença
seja o Footbonaut, uma máquina construída para melhorar o domínio e o passe de
jovens jogadores.
A tecnologia implantada foi
apontada como uma das principais responsáveis pelo sucesso de atletas da
equipe.
Mas, essencialmente, é o senso de
profissionalismo que é destacado no local.
“Qualquer técnico aqui tem que
fazer um curso de cinco anos para poder atuar. E assim funciona com outros
profissionais, como fisioterapeutas”, resumiu o diretor de base do Borussia
Dortmund, Lars Ricken.
E não é só na base que a Alemanha
faz substanciosos investimentos.
Nesse momento, a federação de
futebol do país constrói um novo centro de treinamento da seleção adulta, com
50 mil metros quadrados, em Frankfurt.
O local, chamado de DFB Academy,
deverá ficar pronto em 2019.
O país, então, estará ainda mais
bem preparado para o futebol.
Do poder só se afastam retirados pela morte...
O presidente do COB, Carlos
Arthur Nuzman, sufocou a oposição com uma estratégia que incluiu lista de
apoios ampla, uso de regras de estatuto e guerra nos tribunais.
Assim, logo após os Jogos do
Rio-2016, conseguiu se firmar como chapa única para o pleito no final deste
ano, garantindo sua permanência por mais quatro anos.
Completará 25 anos à frente da
entidade.
Rodrigo Mattos
Do blog:
No Brasil, a união entre o
cartola e o esporte só é desfeita pela morte.
sábado, setembro 03, 2016
O Vasco da Gama vai participar da Florida Cup de 2017...
O Vasco da Gama vai participar da
Florida Cup do ano que vem...
A copa acontece em janeiro.
A estreia será contra o Barcelona
de Guayaquil (Equador), em uma reedição da final da Copa Libertadores de 1998,
vencida pelos brasileiros.
A equipe cruzmaltina volta jogar nos
Estados Unidos após 18 anos...
A última vez em que o Vasco jogou
em território americano foi justamente em 1998, quando enfrentou duas vezes o
DC United pela Copa Interamericana.
Ao longo da história, o time
carioca já disputou 14 jogos em solo norte-americano...
Foram 9 vitórias, 3 empates e 2
derrotas.
A demência do Estado Islâmico chega ao futebol...
Vai começar em Al-Mayadin, na Síria,
um torneio com clubes dos bairros da cidade e arredores...
A cidade está ocupada por forças
do ISIS.
O torneio obteve autorização do
comando das forças jihadistas, sob a condição de que não exista o trabalho de
árbitros nos jogos.
A liderança do ISIS já comunicou
a todos os donos de campos de futebol da região de que estão vetadas as
arbitragens em partidas...
O motivo é porque estas são
regidas pela Fifa e não pela lei islâmica.
Para o ISIS, as decisões dos
árbitros "não são regidas pelo que Alá ordenou", como, por exemplo,
que um jogador que sofra lesão, tenha que punir quem a provocou...
As leis que regem o futebol, no
entanto, utilizam é o mecanismo de advertência por cartões.
Apesar da bizarra ordem, os
jogadores de Al-Mayadin se consideram privilegiados...
Em Mosul, considerada capital do
ISIS, o futebol foi totalmente proibido.
As pessoas que são flagradas
jogando futebol, na região, são castigadas com 80 chibatadas...
Os reincidentes, ou terminam em
prisões ou são executados.
O Barcelona montou o elenco mais valioso de sua história...
A chegada de reforços,
transformou o atual elenco do Barcelona o mais valioso de sua história...
De acordo com o site
"Transfermarkt", especializado em transferências, os 22 jogadores que
formam o time principal valem 756,5 milhões de euros (R$ 2,73 bilhões).
Os seis jogadores contratos para
esta temporada elevaram o valor do elenco em 123 milhões de euros (R$ 445,5
milhões) ...
O goleiro Cillessen, o zagueiro
Umtiti, o lateral-esquerdo, Digne e os meias André Gomes e Deniz Suárez, além
do atacante Paco Alcácer, os novos contratados, sequer serão, a princípio,
titulares.
O elenco de maior valor da equipe
catalã, até então, foi formado na temporada 2011/12...
Valia 621,5 milhões de euros (R$
2,25 bilhões).
No atual elenco, Messi, Neymar e
Suárez são os jogadores de maior valor...
Segundo o "Transfermarkt",
o mais valioso é o argentino...
Seus direitos federativos chegam
aos 120 milhões de euros (R$ 434,7 milhões).
Neymar tem 'preço' estimado em
100 milhões de euros (R$ 362,2 milhões) e Suárez, em 90 milhões de euros
(R$ 326 milhões).
Thiago Braz rendeu a maior audiência do Globo Esporte na Olimpíada...
O ouro do desconhecido Thiago
Braz rendeu a maior audiência do Globo Esporte
A medalha do saltador e a derrota
da seleção feminina no futebol renderam o pico de visitas no mês em que o
portal bateu recorde
Por Rodrigo Capelo para a revista
Época
Thiago Braz, desconhecido para a
maioria dos brasileiros até conquistar a medalha de ouro na Olimpíada do Rio de
Janeiro, e a seleção brasileira de futebol feminino renderam ao Globo Esporte a
maior audiência no mês em que o portal de esportes bateu recorde.
O ouro do saltador com vara e a
derrota das mulheres para as suecas nos pênaltis em 16 de agosto desbancaram,
inclusive, os ouros das seleções masculinas de vôlei e futebol e da judoca
Rafaela Silva.
O Globo Esporte registrou 410
milhões de visitas em agosto, 10% a mais do que o recorde anterior em junho.
Os
Jogos Olímpicos alavancaram a audiência, mas o futebol e o fantasy game Cartola
FC contribuíram com 42% das páginas visualizadas no mês.
As maiores audiências do Globo
Esporte na Olimpíada
16/8 (ouro de Thiago Braz e
futebol feminino) – 20 milhões de visitas
21/8 (ouro do vôlei masculino) –
18,4 milhões de visitas
17/8 (semifinal do futebol
masculino) – 18,1 milhões de visitas
8/8 (ouro de Rafaela Silva) – 18
milhões de visitas
sexta-feira, setembro 02, 2016
O Brasil com cara de Brasil derrota o Equador em Quito...
Foi bom voltar a ver a seleção
brasileira com cara de Brasil...
Tite conseguiu unir transpiração e
inspiração, conseguiu nos devolver a esperança de dias melhores.
A vitória em Quito sobre o Equador por 3 a 0 reascendeu as esperanças...
Deu alento.
Meu estilo não é ufanista, nem
tão pouco tenho pendão para ser o patriota idiota...
Afinal o adversário foi o
Equador.
Entretanto, uma coisa pode ser
notada...
O time de Tite agora, sabe o que
fazer com a bola quando está com ele e já sabe como se postar quando não a tem.
Não existe a menor possibilidade
de eu achar normal, ver o futebol brasileiro ser relegado a condição de
coadjuvante num continente onde somente a Argentina pode nos confrontar de
igual para igual e o Uruguai nos causar incômodos...
Sei que ainda há um longo caminho
a percorrer e muito ainda dever ser mudado, principalmente no comando da CBF e
das suas vassalas, as federações, mas quem sabe, seja Tite o timoneiro que
precisávamos para dar rumo ao barco que estava à deriva.
No mais, que fique bem claro o
seguinte:
Num grupo onde quatro garantem
vaga automática e quinto, disputa com o Caribe ou a Oceania uma vaga para
qualquer Copa do Mundo, desconfiar que o Brasil possa ficar fora de um mundial
é descabido.
Borussia Dortmund... do topo do mundo à quase falência e a volta por cima.
Especial Futebol Alemão: Borussia
Dortmund vira case na Europa
Time passou da falência a uma das
maiores forças na Liga dos Campeões
Por Duda Lopes de Dortmund, na
Alemanha para o Site Máquina do Esporte
O ano era 1997. O Borussia
Dortmund conseguia seu ápice dentro de campo: consagrou-se campeão da Liga dos
Campeões da Europa.
No fim daquele ano, o time ainda
derrotou o Cruzeiro na final da Copa Intercontinental.
Parecia a consagração de um
grande clube, mas na década seguinte pouco se ouviu falar da equipe alemã. Para
voltar ao protagonismo, ela precisou se reinventar.
O problema é que, em 2005, com
dívidas que passavam dos € 180 milhões, o Borussia Dortmund esteve próximo de
abrir falência.
Na época, Reinhard Rauball havia
assumido a presidência da equipe.
E a recuperação do time foi tão
notável que hoje o dirigente comanda a Liga de Futebol Alemão e a Federação de
Futebol do país.
Hoje, a situação é diferente.
Na temporada 2014/2015, o time
bateu seu recorde de faturamento: foram € 276 milhões, com lucro de € 5,5
milhões.
Com grandes revelações em campo,
o time voltou a ser campeão alemão em 2011 e em 2012.
Em 2013, a equipe disputou
novamente a decisão da Liga dos Campeões; o título foi perdido para o Bayern de
Munique.
Reinhard Rauball foi responsável
por uma profunda reestruturação financeira do clube, mas foi um trabalho de
marca de longo prazo que mais ajuda a entender a recuperação do Borussia
Dortmund.
A equipe se voltou ao seu
público, seu torcedor, e passou a se posicionar como resistência local frente a
gigantes da Europa.
“Nós somos de Dortmund, não de Munique, de Berlim ou uma grande capital
europeia. Nós somos um clube menor, mais familiar. Definitivamente, nós vamos
desafiar os outros, mas temos que saber que jamais competiremos com Real Madrid
ou Barcelona. Se nós nos compararmos aos outros, sempre perderemos. Nós temos
que seguir nosso próprio caminho”, explicou o diretor de marketing do
clube, Carsten Cramer.
Esse olhar para o próprio público
atingiu números impressionantes.
Dortmund é uma das maiores
cidades do Vale do Ruhr, com população próxima dos 600 mil.
A região é a maior área
metropolitana da Alemanha, mas, focada na atividade industrial, já não vive seu
ápice financeiro.
Isso não impede, no entanto, que
o Borussia tenha a maior média de público entre os grandes clubes europeus: são
81,1 mil pessoas, contra 78,8 mil do Barcelona, o segundo colocado.
Com o trabalho realizado, o clube
conseguiu ser uma paixão ainda maior em sua cidade.
Em sócios, por exemplo, o número
saltou de 31 mil em 2009 para 138,5 mil em 2016.
Hoje, a temporada do time já
começa com 55 mil carnês vendidos.
O Paredão Amarelo, área mais
popular do estádio Signal Iduna Park, ganhou a atenção do mundo com suas festas
e mosaicos.
Hoje, assim como a Bundesliga, o
Borussia quer ganhar mercado internacional para continuar crescendo.
Mas, para conquistar esse novo
objetivo, quer manter seu DNA focado no campo e nas arquibancadas, longe das
mesmices associadas ao “futebol moderno”.
“O mais importante ativo do Borussia Dortmund é ser bem-sucedido no
esporte. Enquanto nós disputarmos a Liga dos Campeões, enquanto nós
permanecermos competitivos na Bundesliga, pessoas de outros países estarão
interessados no Borussia Dortmund. O esporte é nosso principal ativo porque nós
somos um clube de futebol. Nós não somos uma empresa de negócios”, resumiu
Carsten Cramer.
Totti e a declaração de amor à Roma...
Totti renovou seu contrato para
uma temporada de despedida com a camisa da Roma...
Mas a primeira coisa que fez
depois foi escrever sobre os anos que passou no clube.
Quando entrei no gramado para a
primeira partida, fiquei emocionado com o orgulho de jogar por minha casa.
Pelo
meu avô.
Pela minha família. Em 25 anos, a pressão – o privilégio – nunca
mudou...
Talvez se um dia eu voltar como
diretor, esses momentos continuem por aqui.
Por 39 anos, Roma (a cidade) foi
minha casa...
Por 25 anos como jogador de
futebol, Roma (o clube) foi minha casa.
Seja ganhando o scudetto ou
jogando na Champions League, espero que tenha representado as cores da Roma e
as erguido o mais alto que pude. Espero ter deixado os torcedores orgulhosos...
Por que passei minha vida inteira
na Roma?
A Roma é minha família, meus
amigos, as pessoas que amo. Roma é o mar, as montanhas, os monumentos.
Roma,
evidentemente, são os romanos.
Roma é amarelo e vermelho.
Roma, para mim, é o mundo.
Este clube e esta cidade são
minha vida.
Sempre.
Brasileiro compra um clube na Inglaterra...
O empresário brasileiro Diego Lemos é o novo proprietário
do clube inglês Morecambe, membro da quarta divisão do futebol inglês, a
chamada League Two, desde 2007...
Lemos se tornou o acionista
majoritário do Morecambe ao comprar ações do presidente Peter McGuigan, que era
o proprietário da equipe há 16 anos.
McGuigan colocou o Morecambe à
venda em março deste ano e disse esperar que o novo dono tivesse como objetivo a
promoção à terceira divisão, League One, em três anos...
Parece que Lemos foi fazer na
Inglaterra o que ainda é impossível ser feito no Brasil – isto é... investir no
futebol como um negócio onde o risco existe, mas a possibilidade do lucro
honesto também é possível.
quinta-feira, setembro 01, 2016
União de Extremoz vence em o Caucaia em Fortaleza por 4 a 2, pela Copa do Brasil de Futebol Feminino, mas pode ser eliminado amanhã...
Pela Copa do Brasil de Futebol
Feminino, o União de Extremoz venceu o Caucaia por 4×2, em Fortaleza...
Pelo União, Elenilda marcou três
gols e Ester um.
Ângela e Jullyana para marcaram
para o Caucaia...
Acontece que por uma falha
lamentável, a equipe potiguar pode ser eliminada da competição, mesmo depois de
vencido as duas partidas – 3 a1 em Natal e 4 a 2 em Fortaleza – por ter escalado
de forma irregular a jogadora Sintia que estava sem contrato.
O julgamento pela Comissão
Disciplinar do STJD, acontece, amanhã, sexta-feira, no Rio de Janeiro...
Uma pena.
Dante versus Pepe Guardiola...
“Ele não fala com você. Então,
como jogador você não sabe qual é a sua situação. Existem treinadores que sob o
ponto de vista tático são os melhores do mundo, mas humanamente não são tão
bons assim, esse é o caso de Guardiola”.
Dante, zagueiro brasileiro que
foi comandado de Pepe Guardiola no Bayern de Munique.
Mike Tyson, quem diria, foi acusado de roubar um soverte de 5,50 dólares...
Pode parecer inacreditável, mas
Mike Tyson, aprontou mais uma...
Desta vez é acusado de roubar um
sorvete no complexo Flushing Meadows, em Nova York, onde está sendo disputado o
US Open, o último Grand Slam de tênis do ano.
O fato se deu durante a estreia
de Novak Djokovic no torneio contra o polonês Jerzy Janowicz...
Segundo o jornal local New York
Post, o campeão peso-pesado do boxe pegou um picolé de 5,50 dólares (cerca de
17 reais) no quiosque da franquia Ben & Jerry e saiu sem pagar, como se
nada tivesse acontecido.
Ainda de acordo com a publicação,
uma atendente cobrou Tyson, mas o ex-atleta a ignorou e saiu andando...
O gerente do quiosque teria
desistido de ir atrás do caloteiro ao ver que era ninguém menos do que Mike
Tyson, um dos maiores nomes da história do boxe mundial.
“Isso mostra o caráter de Tyson,
pois ele não parecia incomodado pelo que fez. Isso não me surpreende dado o seu
histórico...Tyson não dos mais íntegros
cidadãos “, comentou um funcionário ao New York Post.
Com informações da redação de
Veja.
O Real Madrid tem um elenco espetacular, impossível melhorar...
No último dia do mercado de
transferência, o presidente do Real Madrid, Florentino Perez, fez uma afirmação
pouco comum...
"Temos uma temporada repleta de desafios, conquistamos a Supercopa
da Europa e ganhamos os dois primeiros jogos diante de rivais muito sérios.
Temos um elenco espetacular, impossível de melhorar".
A declaração aconteceu durante a
assinatura do acordo mundial com a companhia sul-coreana de pneus Hankook.
Bundesliga: em 10 anos o dobro de faturamento...
Especial Futebol Alemão:
Bundesliga dobra faturamento em uma década
Processo de profissionalização
foi acentuado a partir de 2000, com o surgimento da liga
Por Duda Lopes – de Düsseldorf
(Alemanha), para o site Máquina do Esporte.
O Campeonato Alemão de hoje não
pode ser comparado ao torneio do início deste século.
Muito mais do que a Copa do Mundo
de 2016, o que mudou o futebol interno do país foi um processo de modernização
e profissionalização da liga local, a Bundesliga.
Foi em dezembro de 2000 que a
DFL, a Liga de Futebol Alemão, surgiu.
De forma independente, passou a
gerir as duas principais divisões do país, com um total de 36 times.
Para quem duvida da capacidade de
transformação que uma gestão profissionalizada pode alcançar, os números
esclarecem.
Na temporada 2002/2003, o
faturamento da Bundesliga foi de € 1,150 bilhão.
A organização chegou a ter onze
recordes de alta seguidos e, na temporada 2014/2015, a conta fechou em € 2,620
bilhões.
O equilíbrio também é celebrado
pela organização, já que a soma se divide em partes iguais entre direitos de
televisão, patrocinadores e arrecadação das arenas em dias de jogos.
Para chegar a esse aumento, uma
das primeiras medidas da Bundesliga foi impor uma série de regras para que as
equipes conseguissem a licença para participar do torneio.
As condições abrangem desde
infraestrutura básica necessária a regras para mídia, além de um plano
financeiro salutar para cada equipe.
Esse último quesito, por sinal, também
foi celebrado na última temporada: 27 dos 36 clubes apresentaram lucro.
“A regulamentação garante que haja um senso de confiabilidade e
credibilidade à medida que os clubes e os jogadores estão focados nessa
questão, e ela também beneficia parceiros e mídia”, resumiu o presidente da
DFL, Reinhard Rauball, em comunicado oficial.
Ao longo das últimas décadas, a
DFL foi criando braços independentes para questões que envolvem a
comercialização da Bundesliga.
Hoje, há três grupos distintos
dentro da liga, cada um focado em televisão, em marketing global e em produção
de conteúdo.
O plano é chegar ao fim da
temporada 2019/2020 com um crescimento de 35% do faturamento.
Considerando a Bundesliga como um
produto, houve apenas um grande engasgo nos últimos anos: o domínio do Bayern
de Munique.
O time é o mais rico e conhecido
do país, e fica também na região mais desenvolvida da Alemanha.
Sua grandeza no Campeonato Alemão
sempre esteve em evidência, mas, nas últimas temporadas, ela foi excessiva:
foram quatro títulos em sequência.
A capacidade financeira do time é
tamanha que uma velha piada foi ressuscitada no país, mas com o time da Baviera
no lugar da seleção alemã dos anos 1980.
“O futebol é um jogo simples: são 22 homens correndo atrás da bola
durante 90 minutos. No final, ganha o Bayern”.
Para evitar a disparidade entre
equipes, a Alemanha mantém duas regras básicas.
A primeira é que nenhuma equipe
pode ser empresa; o limite de ações na bolsa é de 49%.
Assim, evita-se que donos façam
investimentos fora do comum, como acontece na Inglaterra.
A segunda é a divisão
da televisão.
Metade da verba paga é dividida
igualmente.
O restante é espalhado conforme a
torcida e o desempenho esportivos nos torneios anteriores.
A Máquina do Esporte questionou o
embaixador da Bundesliga, Lothar Matthaüs sobre o problema, mas o porta-voz não
demonstrou preocupação.
“O Bayern é um time gerido por pessoas muito profissionais, todas as
decisões tomadas são técnicas. Os outros times têm esse potencial; eles
precisam é achar os parceiros certos para isso. Isso aqui é um negócio”,
ratificou.
quarta-feira, agosto 31, 2016
Marieke Vervoort... A medalha antes da eutanásia. Na foto, Marieke e Zen.
Imagem: Autor Desconhecido
Dos Jogos do Rio à eutanásia: a
última disputa de Marieke Vervoort
Belga se despedirá nas
Paralimpíadas e já assinou a documentação para submeter-se à eutanásia
Álvaro Sánchez de Bruxelas para o
El País
Marieke Vervoort completou 37
anos há três meses, mas já sabe onde quer que joguem suas cinzas quando morrer.
Tem um rosto juvenil, o cabelo
curto e louro e a risada fácil.
Tem duas medalhas olímpicas, um
cachorro chamado Zen do qual quase não se separa e uma figura de um Buda que
lhe inspira paz.
Também tem a metade inferior do
corpo paralisado, uma visão reduzida a 20%, dores que a impedem de dormir
durante longas noites e um documento com sua assinatura que autoriza um médico
a aplicá-la uma injeção letal para acabar com sua vida quando desejar.
Mas isso ainda é questão de
alguns anos.
Seu corpo dirá quantos.
Antes tem uma missão para a qual
se prepara com afinco seis dias por semana: quer voltar a conquistar uma medalha
nos Jogos Paralímpicos do Rio representando seu país, a Bélgica.
Marieke chega à pista de
atletismo em um carro decorado com uma gigantesca foto sua no momento em que se
tornou campeã olímpica dos 100 metros livres nos Jogos de Londres 2012.
A imagem mostra Marieke com a
boca aberta em um grito emocionado, o braço esticado vitorioso e o rosto
franzido antecipando lágrimas.
Um casal amigo a leva três dias
por semana até Lovaina, 30 quilômetros a oeste de onde vive, porque mesmo que
em Diest haja também uma estrutura de treino, é lá que seu treinador a espera.
Óculos de sol e cronômetros no
pescoço, Rudi Voels, de 52 anos, está acostumado a mandar na pista de
atletismo.
É um dos técnicos mais
respeitados da Bélgica e sabe o que é ganhar uma medalha olímpica, já que foi
responsável pela equipe de revezamento em Pequim 2008.
Marieke é a única atleta
paraolímpica sob sua responsabilidade.
“Nunca quer perder um treinamento. Às vezes vem com muita dor e a
obrigo a voltar para casa”.
Enquanto sua pupila se prepara
para começar, dirige as pausas e arrancadas de vários velocistas em um dos
solitários dias de calor do verão belga.
“Na quarta-feira passada treinamos com chuva”, diz Marieke antes de
começar.
Eddy Peeters, o amigo que faz as
vezes de chofer e que em cada treinamento se transforma também em seu
fotógrafo, a levanta de sua cadeira de rodas e a senta na de competição, a
máquina de duas rodas traseiras e uma dianteira que deverá girar mais rápido do
que o resto para subir no pódio olímpico.
“Believe you can” – “Acredite que você pode” – é possível ler em
uma inscrição na parte de trás.
Já decidiu que os Jogos serão seu
último desafio esportivo.
A doença degenerativa que sofre
dificulta cada vez mais sua recuperação e existem noites após uma disputa em
que quase não dorme.
Após mais de uma década
competindo prefere aproveitar as pequenas coisas da vida.
As refeições com as amigas.
As conversas no jardim de casa.
Antes de sua retirada estará na
linha de partida do Rio nos 100 e nos 400 metros, duas distâncias explosivas,
sem trégua, para as quais se prepara com uma série atrás da outra.
Nas duas provas enfrentará sua
grande rival, a canadense Michelle Stilwell, com quem disputou o ouro e a prata
em Londres em uma corrida tensa.
Primeiro ensaia as saídas com
repetições curtas de apenas 30 metros.
Depois amplia a distância até os
200 metros entre os gritos de apoio de seu treinador.
Ao final de cada exercício, os dois
comentam brevemente sensações e detalhes a melhorar.
No meio do treino, Peeters se
aproxima com algumas frutas secas para repor forças e Zen aproveita a pausa,
corre até a pista para brincar.
Ela agradece sua presença
acariciando-o por alguns segundos e retoma rapidamente a atividade.
Em um momento uma pontada de dor
aparece e pede que a retirem da cadeira para endireitar o tronco.
Ela se recupera e volta à carga.
“Dores estúpidas”, se queixa após a décima série.
“Conhece alguém que precisa de morfina para treinar?”.
Uma hora depois o exercício
termina.
Conversa com o técnico em
flamenco, o idioma dos dois, e ele se inclina para se despedir com um beijo na
bochecha.
Marieke irá passar 12 dias em uma
concentração em Lanzarote como preparação para os Jogos e talvez não voltem a
se ver até depois do Rio.
Como complemento ao treinamento
na pista ela passa três dias por semana na academia.
“Aqui muito e aqui nada!”, brinca entre risadas mostrando os
músculos e levando a mão do bíceps ao peito.
Em sua casa, na qual vive sozinha
com seu cachorro Zen, a parede da sala é um mural de fotografias de suas
vitórias.
Horas antes de sua partida rumo
às ilhas Canárias, seu pai atravessa o gramado do jardim, a mala está
desarrumada e sobre a mesa e um papel escrito à mão tem uma lista de quase
vinte medicamentos sob a inscrição “para o Rio”.
Ela também se submete ao exame
das autoridades antidoping.
Há duas semanas um controle a
acordou às seis da manhã, e remédios como a morfina só podem ser tomados sob
expressa autorização médica.
Quatro vezes por dia, uma
enfermeira a visita, checa sua saúde, a acompanha ao banheiro e a ajuda a
trocar de roupa.
Em caso de ataque epilético e dor
insuportável só precisa apertar um botão para que alguém venha ajudá-la a qualquer
hora.
Sua vida nem sempre foi assim.
Tudo começou com uma dolorosa
inflamação em um pé aos 14 anos.
Problemas que passaram aos
joelhos.
Aos 20 já dependia de uma cadeira
de rodas e decidiu abandonar seus estudos.
Queria ensinar.
Ser professora de creche.
No meio, operações sem resultado
e a angústia de quem vê como seu corpo perde as faculdades sem saber o que tem.
O diagnóstico incerto fala de uma
doença degenerativa incurável.
Antes disso, era uma garota
ativa.
“Sempre queria brincar com os meninos e subir nas árvores”, lembra
Joseph, seu pai, que viveu com ela a peregrinação de hospital em hospital em
busca de respostas.
O esporte era em seus primeiros
anos uma atividade cotidiana na piscina, sobre as duas rodas de uma bicicleta e
em lutas de jiu-jitsu, onde chegou à faixa marrom.
A perda de mobilidade na parte
inferior do corpo acelerou sua dedicação começando pelo basquete em cadeira de
rodas e o triatlo até chegar ao atletismo.
As medalhas de Londres, seu
grande momento.
“Foi muito especial assistir e poder dizer: é minha filha!”, afirma
Joseph, que esteve entre o público e estará novamente nas arquibancadas no Rio.
Liliane Christiaens, já
aposentada, presenteou seu marido – Peeters, o homem que faz as vezes de
motorista, ajudante e fotógrafo – o livro que Marieke publicou sobre sua
experiência de vida e como esportista.
Ela o leu depois.
Um dia, há três anos, se
aproximaram para cumprimentá-la no final de uma competição e pediram para que
ela assinasse o livro.
A amizade floresceu com
naturalidade.
“Sempre dizemos que existem duas Mariekes”, explica.
“Uma que está feliz fazendo esportes e cercada de gente e outra que
sofre em casa”.
Como as formigas que estocam
alimentos para o inverno, Christiaens coleciona recordações para quando a voz
de sua amiga deixar de estar disponível do outro lado do telefone e já não for
necessário levá-la ao treino.
“Compartilhamos muitos momentos. E estamos guardando-os na memória para
que nos ajudem quando ela se for”.
Todos aceitam sua decisão.
Ninguém tenta convencê-la a mudar
de ideia.
A Bélgica é o país do mundo com
as leis mais permissivas sobre eutanásia.
Cinco pessoas decidem morrer lá
por dia por esse método e até mesmo os menores de idade podem acabar com sua
vida se contarem com o consentimento de seus pais e um relatório psiquiátrico
que avalize a decisão.
Isso não significa que seja um
trâmite administrativo rápido.
Para poder colocar sua assinatura
no documento para proteger seu direto de morrer, Marieke precisou convencer um
psiquiatra de que sua decisão não se devia a um estado de espírito momentâneo e
provar a três médicos diferentes que as dores são tão intensas que ninguém
consegue viver com elas e não existe nenhuma esperança de melhorar.
A certeza de poder escolher o
momento do adeus tem sido um estímulo para seguir com sua vida sem a inquietude
de pensar no suicídio.
Antes de conseguir a autorização
para a eutanásia em sua cabeça só estava o final.
O doloroso processo que
precisaria atravessar até a morte.
Agora é diferente.
“Quando quiser posso pegar meus documentos e dizer é o suficiente!
Quero morrer. Isso me tranquiliza quando tenho muita dor. Não quero viver como
um vegetal”.
O medo não desapareceu
totalmente.
Ela se assusta quando o diafragma
dói, não consegue respirar e os lábios adquirem uma cor azulada.
Ela então pega um número de
telefone e uma amiga a faz companhia.
Se é mais grave, aperta o botão
que avisa uma enfermeira.
“As pessoas sempre me veem sorrindo e praticando esportes, mas não o que
acontece quando estou em casa”.
Novamente as duas Mariekes.
Para o momento final deve decidir
se quer estar sozinha ou acompanhada no instante em que um médico aplicar a
injeção.
“Você dorme lentamente e não volta a acordar nunca mais”, descreve.
Não espera por nada do outro
lado.
Não é religiosa.
Não depois de tudo pelo que
passou.
Tem tudo planejado.
Espera que seus pais e dois
amigos tenham forças para estar ao lado da cama.
Deixou uma carta para que leiam
quando seu coração parar de bater e quer um ato alegre, com músicos.
Depois deseja ser cremada.
“Quero que lancem minhas cinzas em Lanzarote, onde a lava se une com o
mar. Um lugar que me transmite paz e tranquilidade. Quero terminar ali”.
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