Especial Futebol Alemão: base
vira obsessão antes do tetra
Nos últimos 15 anos, clubes
investiram € 1 bilhão para formar novos jogadores
Por Duda Lopes para o site
Máquina do Esporte, de Dortmund, na Alemanha
“O sucesso é resultado da
performance. E performance pode ser planejada”.
A frase está escrita em uma
publicação feita em conjunto entre a federação e a liga alemã, e ela resume bem
os esforços feitos pelo país para renovar seu futebol neste século.
Hoje, a Alemanha está estruturada
para gerar grandes jogadores e fazer com que o bom momento do país em campo
seja perene.
A reformulação do país aconteceu
após resultados negativos da seleção alemã em campo.
Mesmo com o sucesso na década de
1980, os anos de 1990 não foram os mais felizes.
Em 1998, o time parou na Copa do
Mundo nas quartas de final, diante da Croácia.
Mas o verdadeiro choque foi na
Euro de 2000, quanto a equipe foi eliminada na primeira fase do torneio, com
apenas um ponto na fase de grupos.
A mudança só foi possível graças
ao trabalho realizado entre a federação, a Bundesliga e os clubes.
Em 2001, logo após o surgimento
da liga, foi estabelecido que uma das licenças necessárias para participar da
Série A do Campeonato Alemão era o investimento em um centro de treinamento
para a base.
No ano seguinte, a medida foi
estendida para a segunda divisão, a Bundesliga 2.
Os centros de treinamento tinham
condições mínimas para serem aceitos.
Departamento médico, quatro
campos, área de educação, diversos times entre sub-11 e sub-23 e treinadores
com a licença da UEFA. A federação alemã, por sinal, oferece preparo para os
técnicos interessados.
Desde então, os clubes da
Alemanha já investiram mais de € 1 bilhão em estrutura para jovens jogadores.
Hoje, há 54 centros de
desenvolvimento para atletas espalhados pelo país.
Eles recebem 8 mil jovens no
momento.
Além das conquistas em campo, o
futebol alemão celebra o fato de a média de idade dos jogadores do Campeonato
Alemão ter caído em dois anos desde a implementação da medida, mesmo com os
times financeiramente mais fortes.
O poder das equipes para segurar
seus craques pôde ser visto no título mundial de 2014, já que 15 dos 23
jogadores atuavam na Bundesliga.
A Máquina do Esporte visitou um
dos centros de treinamento para jovens mais bem-sucedidos do país, o do
Borussia Dortmund.
Nos últimos anos, passaram pela
estrutura nomes como Mario Götze e Marco Reus.
Na estrutura em si, não há nada
muito além do que se vê nos melhores centros construídos no Brasil.
Talvez a única grande diferença
seja o Footbonaut, uma máquina construída para melhorar o domínio e o passe de
jovens jogadores.
A tecnologia implantada foi
apontada como uma das principais responsáveis pelo sucesso de atletas da
equipe.
Mas, essencialmente, é o senso de
profissionalismo que é destacado no local.
“Qualquer técnico aqui tem que
fazer um curso de cinco anos para poder atuar. E assim funciona com outros
profissionais, como fisioterapeutas”, resumiu o diretor de base do Borussia
Dortmund, Lars Ricken.
E não é só na base que a Alemanha
faz substanciosos investimentos.
Nesse momento, a federação de
futebol do país constrói um novo centro de treinamento da seleção adulta, com
50 mil metros quadrados, em Frankfurt.
O local, chamado de DFB Academy,
deverá ficar pronto em 2019.
O país, então, estará ainda mais
bem preparado para o futebol.
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