quarta-feira, janeiro 11, 2012

O Brasil não é a África: e daí?




Por Wellington Silva.

No ano de 2010 tivemos, pela primeira vez na história do mundial de futebol, uma Copa do Mundo em solo africano.

Com certeza, um acontecimento para ser lembrado pelos nativos e por todos os povos do mundo inteiro durante muitos e muitos anos.

Tanto pela sua relevância histórica, quanto pelos temas que animou.

Durante os preparativos para a realização dos jogos, muito foi dito.

Várias foram as avaliações dos diferentes especialistas nos mais variados assuntos.

Falou-se sobre aeroportos, novos estádios, mobilidade urbana, marketing esportivo, entre outros, temas sobre os quais estamos já bastante familiarizados.

Para uns, a Copa do Mundo na África do Sul seria uma oportunidade ímpar para potencializar o crescimento econômico do país, viabilizando ações que contribuiriam com o desenvolvimento da infra-estrutura geral, principalmente das cidades-sedes e, por tabela, mexeria com a alta-estima de todos os cidadãos da nação africana.

Sem falar nos ganhos intangíveis que só aparecem, segundo especialistas em megaeventos esportivos, anos e anos após a realização dos mesmos e que não existe maneira de mensurar nem de constatar o seu impacto no processo avaliativo.

Só mesmo a história, ciência do tempo, pode demonstrá-los.

Para outros, tudo não passava de simples falácia, retóricas que por sua extrema força ideológica, ao apresentar os elementos positivos, alguns supra citados, velava outros tantos, os de reais interesses dos membros da FIFA, das corporações das mais distintas, dos patrocinadores e de membros dos governos (federal, estadual e municipal).

 Era necessário que o povo todo acreditasse que a Copa da África era para o bem geral da nação africana.
Uma dessas vozes destoantes em relação aos otimistas de plantão, era de um economista da Universidade de Kwa-Zulu Natal, que mantinha, junto com outros intelectuais da mesma instituição de ensino, um site na internet, chamado de Observatório da Copa do Mundo.

 Segundo ele, “não é do real interesse de nenhum dos entes envolvidos na organização do evento – FIFA, governos e patrocinadores – promover reais avanços na vida cotidiana do país. Menos ainda referenciados na justiça e progresso social”. (Citação retirada do Correio Cidadania. Acessada em 19/07/2010).

Passados já um ano e alguns meses do evento que iria trazer a Terra Prometida para os africanos, eis que os dados da realidade da Nação projetam uma situação por demais frustrante, de fazer corar de vergonha os mesmos otimistas, muitos deles já devidamente encastelados em terra tupiniquim e outros tantos, há tempos, com residência fixa nas federações e confederações brasileiras, exercitando a política das monarquias absolutista.


Matéria do Correio do Brasil, publicada ontem, ao trazer uma reflexão crítica sobre o CNA (Congresso Nacional Africano), que expulsou o Partido Nacional (exclusivo para brancos) do poder em 1994 e parece não fazer valer o seu slogan de fundação (em 1912), “uma vida melhor para todos”, nos presenteia com alguns dados que demonstram a falácia do potencial desenvolvimentista dos megaeventos esportivos.

Segundo a matéria (leia na íntegra clicando aqui) “Os únicos sul-africanos que realmente desfrutam de uma “vida melhor” são os 3 milhões integrantes da classe média negra – apenas 6% da população de 49 milhões de habitantes.

Aproximadamente 40% da população (20 milhões de pessoas) vive abaixo da linha da pobreza, sobrevivendo com menos de 50 euros por mês.”

O texto do qual os dados foram retirados diz respeito à dinâmica da política partidária do país. Faz uma crítica ao CNA e suas políticas, não tratando de forma específica do tão propalado legado esportivo, que ganha cada vez mais força semântica e tem a potência de tudo explicar.

Mas creio que o mesmo nos serve de alerta e nos ajuda a pensar sobre os reais interesses dos mega-eventos esportivos no Brasil em 2013 (Copa das Confederações), 2014 (Copa do Mundo) e 2016 (Jogos Olímpicos) em contexto de crise política e econômica na Europa, berço tradicional do futebol.

Sabemos que o Brasil não é a África do Sul e que a tradição do futebol é muito mais enraizada no nosso solo e isso pode, dizem, fazer alguma diferença.

Por outro lado, sabemos também que são os mesmos “senhores dos anéis” que estão organizando os megaeventos esportivos na “nossa pátria mãe gentil”.

Se lá na África, repetindo o economista Patrick Bond, da Universidade de Kwa-Zulu Natal, não era do interesse “(...) de nenhum dos entes envolvidos na organização do evento – FIFA, governos e patrocinadores – promover reais avanços na vida cotidiana do país. Menos ainda referenciados na justiça e progresso social”, por que no Brasil será diferente?


terça-feira, janeiro 10, 2012

Se para eles já é complicado no seco, imagine nas monções...



Imagem: Getty Images/Munir Uz Zaman -

Lionel Messi é o melhor do mundo...



Lionel Messi venceu pela terceira vez consecutiva o prêmio da FIFA de melhor jogador do mundo...

Nada mais justo.

Cristiano Ronaldo ficou com o segundo lugar...

Xavi o terceiro colocado, fez por merecer os votos que recebeu.


Já Neymar, ficou na décima posição e por incrível que pareça, recebeu apenas dois votos o colocando em primeiro lugar..

Quem foram esses dois eleitores?

Brasileiros, é claro...

Não senhores, não foram de brasileiros esses dois votos.

Um dos eleitores é o capitão da seleção do Burundi, pequeno país africano e o outro eleitor, é jornalista, escreve no Camboja e se chama Ung Chamroeun.

Os brasileiros que votaram em Neymar foram: Mano Menezes, treinador da seleção brasileira, Thiago Silva, capitão da seleção brasileira e Cléber Machado, jornalista da Rede Globo de Televisão...

Concidentemente, todos eles votaram em Messi como o melhor, Cristiano Ronaldo como segundo melhor e Neymar ficou em terceiro lugar na preferência do trio.

Porém Neymar acabou ganhando o prêmio pelo gol mais bonito do ano...

Inegavelmente, entre os gols escolhidos para a disputa, o de Neymar não tem rival.

Além do melhor jogador e do gol mais bonito, a FIFA elegeu no futebol masculino, Pepe Guardiola, treinador do Barcelona como o melhor técnico do ano...

No futebol feminino, Norio Sazaki, técnico da seleção japonesa, ganhou o prêmio.

Em ambos os casos não há discussão.

Guardiola por motivos óbvios e Norio Sazaki por ter conquistado o mundial feminino na Alemanha e colocado à seleção japonesa num patamar nunca antes visto.

A decepção ficou por conta de Marta, que perdeu o primeiro lugar para a japonesa Homare Sawa...

Ninguém discute que Marta é melhor tecnicamente que Homare, mas Homare foi peça chave para o sucesso das nipônicas no ano de 2011...

Infelizmente para Marta, ela nasceu num país onde ninguém dá a menor bola para o futebol jogado pelas mulheres...

Aqui, o fetiche é pelos homens boleiros e somente por eles...

Qualquer outro esporte é solenemente ignorado.

De certa forma Marta me lembra de George Best...

Um jogador que rivalizava com Pelé – aliás, o próprio Pelé certa vez declarou que Best foi o único jogador que ele considerou como um igual...

O azar de George Best foi ter nascido na Irlanda do Norte.


Enquanto o 18 tentou fingir que nada aconteceu, o goleiro deve ter pensado: bem que meu pai disse que era melhor estudar...




Imagem: Getty Images

Os ausentes e o reconhecimento...



Dois fatos foram marcantes na cerimônia da premiação dos melhores do ano da FIFA:

O primeiro as ausências de João Havelange e Ricardo Teixeira.

Joseph Blatter, mesmo não sendo nenhuma flor cheirosa, aos poucos vai se livrando de ambos.

O segundo foi à atitude de Lionel Messi ao receber a bola de ouro – virou-se para Xavi e disse: “esse prêmio também é seu”.

Messi sabe que de nada adiantaria sua qualidade, sem a qualidade de alguém como Xavi...

A soma dos dois produz um resultado inigualável.

Ops... doeu!



Imagem: AFP/Frack Fife

Mirassol 3x1 ABC - Copa São Paulo de Futebol Junior.



Fabiano Costa é leitor do Fernando Amaral FC há muito tempo, tenho certeza absoluta...

Hoje, como bom leitor, fez uma cobrança absolutamente justa.

Não escrevi nenhuma linha sobre a vitória do ABC por 4x2 sobre o América de Rio Preto na Copa São Paulo de Juniores.

Não escrevi sobre a vitória que deu esperanças de uma possível classificação para a segunda fase da copa, mas hoje, me vejo obrigado a escrever sobre a derrota diante do Mirassol por 3x1 que eliminou o alvinegro.

Não vi o jogo, mas procurei me informar e pelo que li e ouvi, o ABC na primeira etapa chegou a ter duas boas chances de gol, mas acabou sofrendo um gol aos 44 minutos.

No segundo tempo, o ABC procurou sair do sufoco e entre o início da etapa final e vigésimo quinto minuto, perdeu três ótimas chances...

Não duvido, pois o time que vi jogar contra o cruzeiro, provavelmente o mesmo de hoje, também teve dificuldades na hora de finalizar.

Mas, como diz o velho chavão: quem não faz, acaba levando e, aos 25 minutos, o Mirassol ampliou...

Creio que a partir daí a partida tenha se transformado num embate onde o ABC tentou desesperadamente o diminuir o marcador, para depois então buscar o empate e o Mirassol por sua vez, deve ter ficado esperando pelo momento certo para encaixar (como gosta de falar Leandro Campos) um contra ataque e liquidar a fatura...

Foi exatamente o que aconteceu...

Aos 38 minutos, Franklin deu rebote e Dácio fechou o placar em 3x1.

O fato é que o sonho de passar de fase terminou, mas sendo extremamente honesto com você, meu caro Fabiano, não vejo nenhum motivo para aborrecimento...

Nada mais natural.

Mesmo levando em consideração que o ABC tem avançado em relação as suas bases, creio que concordamos que ainda existe um longo caminho a ser percorrido...

Apenas para lembrar, Wallyson saiu daqui como ídolo da torcida alvinegra e titular absoluto do ABC, mas ao desembarcar no Atlético Paranaense, praticamente voltou às bases para aprimorar sua condição atlética...

O que o fez permanecer e se destacar foi a sua inegável qualidade técnica.

No sul e sudeste do país, os grandes clubes pagam aos seus juniores, salários que aqui, pagamos aos profissionais...

Os garotos por lá, têm a sua disposição um verdadeiro exército de profissionais aptos e prontos para acompanhar seu dia a dia...

Disputam campeonatos fortes, contra adversários fortes e vez por outra, saem para enfrentar torneios internacionais.

As torcidas os recebem bem quando chegam ao time de cima...

Os dirigentes os apoiam e os treinadores lhes dão não uma ou duas oportunidades...

Além disso, a imprensa não os massacra e nem fica propagando que lhes falta qualidade para vestir essa ou aquela camisa.

Os meninos do ABC foram desclassificados de um torneio, aonde já chegaram derrotados...

Não por lhes faltar empenho, vontade e determinação, mas sim pelas razões abaixo.

Sua estrutura por melhor cuidada que seja não se equipara com a dos adversários que foram para brigar pelo título...

O campeonato que disputam aqui, para chegar lá é pífio e medíocre...

Jogos internacionais?

Como jogos internacionais?

Não jogamos nem jogos interestaduais...

A torcida só os acompanha na Copa São Paulo...

No resto do ano, a solidão é oceânica...

Os dirigentes só os apoiam quando estão lisos para contratar...

Os treinadores só os chamam depois que a lista que trazem no bolso se esgotou e, se os colocam para jogar, basta um jornalista criticar e a torcida vaiar, os sacam rapidamente e os condenam ao esquecimento...

Esses meninos a meu ver fizeram o que podia ser feito...

Entretanto, caso nenhum deles consiga brilhar no mundo da bola, ainda assim terão muito do que se orgulhar, pois ao contrário da imensa maioria de rapazes que sonham ou sonharam em um dia ser um jogador de futebol, eles disputaram uma Copa São Paulo de Juniores, foram visto por todo o Brasil e no futuro vão poder contar para seus netos que estiveram lá.


segunda-feira, janeiro 09, 2012

Everybody dance...



Imagem: Getty Images

RCD Espanyol 1x1 Barcelona... a máquina pode ser parada as vezes.





Quem disse que o Barcelona não pode ser parado?

Claro que pode...

Tanto pode que o Racing Club Deportivo Espanyol, seu arquirrival o parou.

Ontem pela décima oitava rodada da Liga, o clássico catalão que envolve as duas maiores equipes de Barcelona terminou empatado em 1x1.

Cesc Fábregas abriu a contagem aos 15 minutos para o Barcelona e deu a impressão de mais uma vitória azul-grená, mas não foi assim que tudo aconteceu...

O Espanyol endureceu, deu trabalho e Álvaro aos 41 minutos da etapa final, marcou o gol de empate...

O resultado deixou o Barcelona, distante 5 pontos do Real Madrid na tábua de classificação.

Para o Espanyol, foi como conquistar o campeonato.

Porém, um fato me chamou a atenção...

Aos 48 minutos, já nos acréscimos, Pedro a poucos passos da pequena área disparou um tiro certeiro...

Isto é, seria certeiro se Raúl Rodrígues não tivesse colocado as mãos na bola e impedido o gol de Pedro...

Turiazo o árbitro, nada marcou.

Cercado pelos barcelonistas, Turiazo fez que não era com ele, deu prosseguimento ao jogo e segundos depois encerrou a partida.

Esperei por declarações fortes por parte do Barcelona – afinal, o Real Madrid pode ser o alvo a ser derrubado, mas o grande rival mesmo é o RCD Espanyol.

Ambos são de Barcelona e mesmo que o Espanyol tenha perdido a corrida para assumir a condição de maior e melhor clube da Catalunha, a rivalidade entre as torcidas nunca arrefeceu...

Entretanto, uma coisa é rivalidade e outra coisa é saber se comportar com elegância e responsabilidade...

Pepe Guardiola ao ser questionado sobre o clamoroso pênalti não marcado disse:

“Pênalti? Sim, temos que superá-lo”.

Já o presidente Sandro Rosell, não titubeou:

“Só vejo o que o árbitro marca”.

Pepe Guardiola e Sandro Rosell sabem da imensa responsabilidade de suas declarações e mesmo, ontem, cobertos de razão, minimizaram o fato e deram uma indiscutível prova de maturidade...

Frescura, ataque histérico e bravata, não fica bem para gente grande.


Eles estão olhando, mas você é só minha...



Imagem: Getty Images

Santos 6x0 ASSU... Sem chances para desculpas.




Eu juro que tento, mas às vezes é difícil levar a sério certas coisas.

Como é que um time vai disputar uma Copa São Paulo de Juniores com um goleiro cuja altura é de 1,61?
No mínimo é uma maldade sem tamanho com o rapaz.

Tudo bem que ele possa ser o melhor da região, mas contra quem ele joga nos torneios regionais?
Imaginar que a Internacional de Limeira e o Santos sejam do mesmo nível e que é hilário.

Bem, o jovem Thalison, goleiro do ASSU, não tem culpa nenhuma, porém, é melhor pensar em se dedicar aos estudos, ingressar numa equipe de futebol de salão e tocar a vida, pois no gramado, suas chances são zero.

Mas e o jogo como foi?

O ASSU da cidade de Açu, que há poucos dias perdeu para o Internacional de Limeira por 3x1 pela Copa São Paulo de Juniores e ainda assim, foi elogiado pela imprensa local...

Ontem, voltou a jogar...

Enfrentou o Santos e perdeu por 6x0...

Ah, o Santos ainda perdeu um pênalti – Thalison defendeu.

Desta vez, o placar acachapante não permitiu nenhuma patriotada...

A turma enfiou a viola no saco e a contragosto assumiu que foi um massacre.

Ainda bem que contra fatos, todos os argumentos sofistas se dissolvem.


domingo, janeiro 08, 2012

O belo gol de Ben Arfa do Newcastle United...


Messi ao 10 anos ainda no Newell's Old Boys da Argentina...


Rio de Janeiro e Futebol: feitos um para o outro...



Imagem: AP Photo/Felipe Dana

Eles sempre são "perseguidos"...



“O que sei é que até o fim da minha vida não esquecerei isso que o jornalista inglês fez”.

João Havelange na Folha de São de Hoje.

Do blog:

Al Capone também, até o fim de sua vida não esqueceu Eliot Ness.

Bayern Munique treina em Doha no Qatar...



Imagem: Getty Images

América empata em 2x2 no primeiro amistoso frente ao CSP...



O América em jogo amistoso frente ao CSP (Centro Sportivo Paraibano) da Paraíba, ontem a tarde em Goianinha, empatou em 2x2.

Os gols do América foram marcados por Wanderley e Wanderson e Tázinho e Pelado, marcaram para o CSP.

O que esse empate significa?

Absolutamente nada!

Amistosos normalmente existem ou para faturar algum trocado em períodos de “folga”, ou para “avaliar” jogadores em pré- temporada...

Nada mais do que isso.

Claro que sempre aparecem os empolgados de plantão para encontrar craques e futuros gênios em partidas assim.

Em contra partida, sempre haverá um chato pessimista que vai achar que nada presta e todo mundo é ruim.
Futebol é um mundo de insanos.

Depois do dia 15 de janeiro saberemos quem é quem.

Antes disso, toda analise é mera especulação.



sábado, janeiro 07, 2012

Até as vacas da pequenina Autrans na França, tem um gosto musical mais apurado que a maioria absoluta da juventude de Natal e do Brasil...


Torcida do Al-Ahly do Egito...



Getty Images - AFP - Mohamed Hossam

Garibaldi Alves foi gentil e "politicou" como só ele sabe fazer... os radicais não entenderam.



Tudo aquilo que parte de uma premissa absurda, termina numa conclusão ainda mais absurda.

As criticas as palavras proferidas pelo Ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, durante a posse de Alex Sandro Melo na presidência do América FC, partiram da premissa de que por ser Garibaldi Alves, torcedor e conselheiro do ABC FC, arquirrival dos rubros, jamais poderia de dito o que disse...

Para os leitores que ainda desconhecem o fato, repito aqui o que foi dito pelo ministro, segundo o blog da Laurita Arruda, durante o evento que marcou a posse do novo presidente dos americanos.

- “Não posso dizer que o América é meu time de paixão, mas a partir de hoje está no meu coração”.

- “Queria que o ABC tivesse um presidente como Padang”. (Alex Padang é como é conhecido em Natal, Alex Sandro Melo, presidente do América).

Essas são as frases que estão causando um enorme rebuliço e ganhando uma proporção bem maior que o seu significado real...

Se não vejamos:

Garibaldi Alves nasceu no seio de uma das mais tradicionais oligarquias da politica do Rio Grande do Norte e, portanto, Garibaldi já nasceu com seu destino traçado: respiraria politica o resto de sua vida.

Garibaldi exerceu os mandatos de deputado estadual, prefeito de Natal, senador da república, governador do Estado e, atualmente, mesmo estando ministro, é senador da república pelo Estado do Rio Grande do Norte até o ano de 2019.

Se bem me lembro, a principal função de um senador é representar os interesses de seu Estado e aí, cabe perguntar: que mal há na afirmativa de Garibaldi sobre o América ter lugar em seu coração?

Estranho seria se um senador nutrisse sentimentos afetivos por partes e não pelo todo do Estado que representa.

Garibaldi não tem nenhuma obrigação de gostar da minha pessoa, mas tem o dever como senador de se posicionar sempre em defesa dos meus direitos como cidadão.

O senador Garibaldi Alves pode e deve dedicar toda a sua paixão clubista ao ABC FC, mas em nenhuma hipótese pode deixar de ter, respeito, interesse e até carinho por todas as outras equipes do Rio Grande do Norte.

A primeira frase, portanto, não me causa espanto.

No entanto, as mentes menores e mais suscetíveis aos impulsos das emoções baratas, espumaram pelos cantos da boca e reagiram com opiniões temperadas pelo gosto amargo da bílis em relação à segunda frase...

Quem já cruzou com Garibaldi, pode corroborar com o que vou escrever...

Garibaldi exala timidez e seu aspecto melancólico chega a semear dúvidas sobre como alguém assim pode ter chegado tão longe na política.

Porém, basta se aproximar dele para perceber um sujeito afável, gentil e sempre disposto a conversar com quer que seja...

Nada nele sugere falsidade ou jogo de cena para conquistar simpatia – ele é simpático e ponto.

Quem já ouviu algum pronunciamento seu, deparou-se com um politico hábil, simples em suas palavras e capaz de tiradas do mais puro bom-humor...

Garibaldi não é rebuscado, presunçoso ou arrogante, é isto sim, uma figura que angaria simpatia até mesmo de seus adversários mais ferrenhos.

Dito isto, pergunto mais uma vez: o que queriam que Garibaldi tivesse dito em relação a Alex Sandro Melo?

Palavras doces, suaves, porém, menos entusiasmadas?

Até eu, que não tenho nenhum traquejo com a arte de “politicar”, sei que a politica corpo a corpo e seus discursos, se baseiam no entusiasmo e na conquista pela emoção...

Garibaldi ao proferir as palavras que viraram bandeiras flamejantes nas mãos dos incapazes de compreender as sinuosas curvas das relações humanas, pois suas mentes herméticas não o permitem; não perceberam que não ouve nenhuma intenção de subestimar o presidente do ABC FC, Rubens Guilherme, mas sim, o desejo de conquistar corações e mentes, superlativando o presidente recém-empossado.

E, podem ter certeza absoluta que ao deixar a sede do América, Garibaldi levou uma boa quantia de votos no bolso de seu paletó...

Em relação aos radicais alvinegros que disparam impropérios contra as palavras do senador, reverberando opiniões desprovidas de bom senso, digo apenas o seguinte:

Garibaldi Alves retribuiu a gentileza com que foi recebido na sede do América FC, com um discurso gentil e muito bem alinhado com o alvo que ele pretendia acertar...

Mas, se ainda assim, lhes for difícil entender, pensem nas palavras do ex-presidente Judas Tadeu ao se referir ao senador: “serei eternamente grato por tudo que Garibaldi Alves fez e continua fazendo em prol do ABC”.


sexta-feira, janeiro 06, 2012

Marcos encerrou sua carreira... pior para o futebol.




Charge: Baptistão

ASSU jogou bem segundo jornal, mas perdeu de 3x1 para o Internacional de Limeira...



Existem umas situações que não consigo digerir muito bem...

Após estrear e perder para o Internacional de Limeira por 3x1 pela Copa São Paulo de Futebol Júnior, a equipe do ASSU da cidade de Açu, interior do Rio Grande do Norte, foi brindada com uma matéria onde o futebol apresentado pela equipe potiguar foi farta e amplamente elogiado...

O problema é que perderam por 3x1...

Pois é, ainda bem que jogaram bem...

Imagine só se tivessem jogado mal.

O que se é capaz de escrever para ganhar simpatia.






quinta-feira, janeiro 05, 2012

Tim Howard marca contra o Bolton...






Tim Howard, goleiro norte-americano que joga no Everton de Liverpool, marcou contra o Bolton, esse sensacional gol...

Mas ante de criticar o goleiro do Bolton, preste atenção no final do vídeo e veja a velocidade do vento que soprava contra sua meta.

Vamos brincar de não ver nada...



Imagem: AP Photo/Francisco Seco

FNF e a 10 Sports fazem história no futebol do Rio Grande do Norte...



O presidente da Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol – FNF – José Vanildo, cansado de nadar sozinho contra a corrente, acertou em cheio ao firmar parceria com a 10 Sports do jornalista Alan Oliveira.

Alan Oliveira militou no jornalismo potiguar e posteriormente enveredou p elo marketing esportivo, onde obteve inegável sucesso.

Responsável pelo melhor momento do marketing do ABC FC, Alan acabou convidado por José Vanildo para buscar parceiros que viabilizassem o Campeonato Estadual em termos financeiros.

Não foi preciso muito tempo...

Logo que desembarcou na FNF, Alan anunciou a Lupo e poucos dias depois, a Umbro...

Agora, a FNF anuncia o Banco BMG.

Não tenho ainda os detalhes referentes aos valores acertados entre o BMG e a FNF...

Entretanto, já se sabe o que foi ofertado ao BMG...

O banco terá assegurando banners nas entrevistas concedidas por jogadores durante o campeonato, placas nos seis estádios onde serão disputadas as partidas e sua marca também será estampada nas mangas dos árbitros e auxiliares.

Vou repetir o que disse pessoalmente a Alan Oliveira num momento e a José Vanildo em outro, quando ambos anunciaram a parceria...

Encontrei Alan e lhe disse: “boa sorte... caso você consiga realizar 5% do pretendido, pode se considerar um vitorioso”.

Depois, numa conversa nos bastidores da TV Universitária, disse a Vanildo: “se nada der certo e a 10 Sports só trouxer um único patrocinador, você vai entrar para história e se quiser, pode passar o resto de sua vida dando entrevistas sobre esse feito”.

O motivo das duas frases é bem simples: nunca o Campeonato do Rio Grande do Norte ostentou nenhum patrocinador de peso, aliás, nenhum digno de nota.

Puyol x Roberto...



Imagem: AFP/Lluis Gene

América FC tem novo presidente...



Ontem o América empossou Alex Sandro Melo na presidência do clube.

Alex Sandro Melo, assume no lugar de Hermano Morais, deputado estadual que exerceu um mandato tampão de apenas oito meses, mas demonstrou total competência e capacidade ao gerir as finanças do clube e pacificar e unificar as diversas correntes que travavam um combate surdo e extremamente danoso para o clube.

Hermano assumiu sem alardes, tratou de conversar com todo mundo, colocou ordem nas finanças do América, montou um time, simples e relativamente barato, mas cercado de todo o apoio necessário...

Com essas medidas, Hermano Morais acabou conseguindo recolocar o América na Série B do Campeonato Brasileiro.

O desafio do novo presidente será manter o equilíbrio financeiro, cumprir os acordos firmados por Hermano, continuar a buscar a união entre dirigentes e conselheiros, tirar o América da fila de espera de oito anos, conquistando o titulo de campeão estadual, tentar uma campanha ao menos razoável na Copa do Brasil e manter a equipe na Série B...

Não será tarefa fácil, mas também, não será impossível.



quarta-feira, janeiro 04, 2012

Uma das melhores imagens de 2011... Enquanto o pau quebrava entre a polícia e os torcedores do Vancouver Canucks, o casal preferiu namorar.



Imagem: AFP/Rich Lam

ABC 0x1 Cruzeiro... Copa São Paulo de Futebol Júnior.



A TV Brasil cumpriu seu papel ao transmitir o jogo Cruzeiro e ABC pela Copa São Paulo de Futebol Júnior e eu, cumpro o meu, sentando e assistindo ao encontro.

A primeira etapa ficou por conta do Cruzeiro...

Aproveitando ao acanhamento dos potiguares, os mineiros tiveram o domínio do jogo, marcaram seu gol logo aos 5 minutos numa cabeçada de Walace que estava em posição irregular.

Na segunda etapa, o ABC voltou bem melhor, criou algumas oportunidades, mas sem finalizadores, apenas incomodou o Cruzeiro, sem conseguir modificar o resultado.

Não fosse a obrigação de ver para poder comentar e se esse jogo fosse o parâmetro para decidir se continuava ou não, assistindo o torneio, confesso que desistiria.

A equipe cruzeirense é limitada e pouco criativa...

Os chutões, foram sua principal característica.

Já o ABC, mesmo com um volume de jogo maior durante os 45 minutos finais, foi vítima do seu meio-campo previsível e pouco criativo e, de seu ataque pouco ou nada incisivo.

Resultado: o placar mais justo era o empate... 

Mas, desligar a televisão e me entregar à sonolência provocada pelo desempenho dos protagonistas teria sido bem mais proveitoso.


Mágica...



Imagem: AFP/Filippo Monteforte

Para Neymar tudo... Vale a pena?



A decisão de manter Neymar, começa cobrar tributo ao Santos FC...

Primeiro veio dissolução de sua equipe de futebol de salão e agora, o clube encerra as atividades do futebol feminino.

Com salários girando em torno de 15 milhões de euros anuais, Neymar age como um aspirador nas finanças do clube, sugando considerável soma para si próprio.

Resta saber se o custo benefício de sua manutenção irá compensar.

Mesmo com a significativa melhora da economia brasileira, nosso futebol ainda não tem a menor condição de arcar salários num nível tão alto.

O Santos foi ousado ao manter Neymar, mas também, acabou assumindo todos os riscos de um gesto tão temerário.


Providencial saída...



Imagem: Action Images

Madson Fernandes, jornalista da TV Caju e SIM TV, foi um dos protagonistas do texto abaixo...


Quanto pesa o Marrocos no circo da FIFA?

Por Geraldo Hasse.

Publicado no blog do José Cruz.

Anunciado pela FIFA como sede do Mundial de Clubes de 2013 e 2014, o Marrocos não é marinheiro de primeira viagem em eventos esportivos.

Há mais de vinte anos esse país agrícola do norte da África, com pouco mais de 30 milhões de habitantes, busca espaço no rico mundo do futebol.

No final da década de 1980, disputou o direito de sediar a Copa de 1994, afinal realizada nos EUA.

Se está no jogo, agora como antes, é porque tem grana para apostar.

Bem como a FIFA aprecia e o Diabo gosta, a grana marroquina se concentra nas mãos da família real e poucos apaniguados, o que tende a facilitar a concretização de negócios no âmbito do turismo — palavra que abrange várias atividades, do transporte à hotelaria, passando pela gastronomia, a música e a prostituição.

Nesse circo armado para que times de todos os continentes tenham chance de chegar à grande final, os espetáculos esportivos são a cereja do bolo.

O continente africano está chegando tardiamente ao mundão dos eventos esportivos.

Já estaria nadando de braçada ao lado das Américas, da Ásia e da Europa se não vivesse tropeçando em recorrentes problemas de subdesenvolvimento econômico e cultural.

Já nos tempos de João Havelange a FIFA investia na expansão do futebol na África.

O grande parceiro era a Coca-Cola.

Um dos protagonistas centrais dessa epopeia, lá no começo, foi o Santos de Pelé, cujo time – campeão do mundo em 1961 e 1962 — lotava estádios e produzia goleadas em campos sem grama e com escassa cobertura de agências noticiosas internacionais.

Jogava por cachês milionários (para a época), metade deles embolsados pelo próprio Craque Café. Também o Botafogo de Garrincha fez excursões pelo continente negro, aproveitando o saldo da fama das Copas de 58, 62 e 70. Com tudo isso, a África levou quase meio século para sediar uma Copa do Mundo.

A festa da África do Sul em 2010 revelou que o continente negro continua cheio de problemas que o futebol ajuda a mascarar.

Torneio do Rei

Todo esse contexto de décadas remete a uma história vivida por um grupo de jornalistas brasileiros convidados* a conhecer o Marrocos em julho de 1987.

Não foi uma daquelas visitas convencionais, com guias e autoridades mostrando instalações esportivas, aeroportos, estradas e hotéis.

Para animar os convidados de sete países mais os donos da casa, o trade turístico marroquino inventou um torneio de futebol entre jornalistas.

Esse programa mezzo amador, mezzo profissional, concebido para provar que o país tinha condições de sediar a Copa de 1994, não funcionou.

Sem acreditar nas possibilidades de o Marrocos sediar uma Copa, a maioria dos jornalistas encarou a viagem como passeio grátis e o torneio como festa de fim-de-semana num país exótico.

Praticamente ninguém buscou informações sobre a infraestrutura turística do Marrocos.

Os próprios marroquinos pareciam descrer do projeto bancado pelo rei Hassan II, dono de metade dos negócios do país.

Além de brasileiros e marroquinos, compareceram jornalistas da Itália, França, Espanha, Portugal, Senegal e Tunísia. Cada “seleção” jogou três partidas na sexta, sábado e no domingo, sem o descanso recomendado pela FIFA, sob o calor senegalesco de Agadir, a Miami da África.

A “seleção brasileira” foi convocada pela Fenaj.

Um dos seus diretores, José Paulo Kupfer, não teve dificuldade em conseguir três jogos de material esportivo com a Alpargatas, fornecedora dos uniformes (Topper) da Seleção da CBF.

 Camiseta amarela, calção azul, meias brancas.

Sim, a seleção brasileira de jornalistas vestiu a gloriosa camiseta canarinho nessa jornada africana.

Prevalecendo o critério de representação geográfica, a caravana fenajosa reuniu gente do Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, São Paulo, Minas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

No total, 19 pessoas, sendo três mulheres.

Viajou quem tinha passaporte ou arranjou folga ou estava de férias ou era frila ou estava desempregado.

Como alguns não tinham prática no esporte bretão, foi possível apenas formar a espinha-dorsal de um time.
A princípio, a equipe contava com um goleiro de nível de Seleção, pois fazia parte da caravana Raul Plassmann, ex-Cruzeiro, ex-Flamengo, na época agente turístico da Air Maroc, estatal de aviação do Marrocos.

Dublê de guia e comentarista da TV Globo, Raul dispensou-se de atuar como goleiro ao ver o desempenho de Madson, jornalista de Natal, que fechou o gol nos treinos.

Solidário, o craque imortalizado pelo uso de camisa amarela no gol do Cruzeiro acabou ocupando a vaga de treinador, inicialmente reservada para o célebre João Saldanha, outro jornalista global, que ficou no Rio, com uma distensão na língua.

Em tempos pré-internet já se cogitou mobilizar a equipe brasileira para escrever essa história que merece ficar nos anais da crônica esportiva, mas nunca foi possível coordenar uma narrativa conjunta.

Agora talvez seja mais fácil recontar o causo completo a 22 mãos ou mais.

Para alguns, a viagem ao Marrocos foi uma simples aventura turística, mas para outros foi uma grande e inesquecível jornada futebolística.

Em Agadir, cidade turística com cerca de 100 mil habitantes, reconstruída após o terremoto de 1961, as crianças chamavam os jornalistas brasileiros por nomes familiares: “Sócrates!”, “Zico”, “Falcão”, “Careca!”, craques que nessa época jogavam na Itália, ali perto, e tinham brilhado nas Copas de 82 e 86.

Nem a fantasia superaria tudo aquilo.

Era real, mágico, inverossímil.

Um dos jornalistas recusou-se a assinar um autógrafo: “Veja a minha barriga, sou jornalista, não sou jogador de futebol”, disse ao garoto que insistia no souvenir.

Alguns membros da comitiva sorriam intimamente gratificados por essa maravilhosa identificação popular oriunda do reconhecimento do talento futebolístico dos brasileiros.

Na abertura do Torneio do Rei, o estádio municipal lotado juntou 15 mil pessoas.

E, segundo a versão entusiasmada dos garçons do Hotel Atlas de Agadir, as partidas foram transmitidas pelo canal estatal de TV, visando especialmente a agradar ao rei, que vive em seu palácio em Rabat, a duas horas de carro da capital do sul do Marrocos.

Ao que consta, o único jornal brasileiro que publicou alguma coisa sobre essa bizarra excursão brasileira foi O Estado de S. Paulo, que mandou uma “enviada especial”: Kássia Caldeira, recém-chegada do Estado de Minas, onde fora uma das primeiras repórteres a cobrir a área de esportes.

A revista Imprensa, editada então por Manoel Canabarro, publicou uma nota sarcástica na seção Gente da edição de setembro de 1987.

Nela aparece uma foto do time brasileiro acuado numa barreira: meia dúzia de canarinhos se encolhendo e se protegendo de uma bolada na cobrança de uma falta.

O time brasileiro terminou em 4º lugar, após um desempenho sofrível: na estreia ganhou por 1 a 0 da Tunísia e em seguida levou 3 a 0 do Senegal.

Na disputa pelo terceiro lugar, perdeu nos pênaltis para Portugal, depois de um renhido 1 x 1 – foi o único jogo do torneio que teve briga, provocada por um desentendimento brutal entre o goleiro brasileiro e o centroavante português.

Considerando o sol inclemente, as altas temperaturas, a falta de preparo físico e o rigor das disputas, a “seleção brasileira” deu-se por satisfeita por voltar inteira ao Brasil, só lamentando uma violenta torção no joelho do mineiro Manoel e quatro pontos na testa do gaúcho Luiz Armando Vaz.

Além do goleiro que colocou Raul para a reserva, os melhores da equipe eram os dois de Brasília e Guilherme Cunha Pinto, o Jovem Gui, que jogava como meia-atacante e era muito respeitado porque aos 19 anos fora para a Europa tentar o futebol profissional e sobrevivera um ano num time da segunda divisão da Suíça.

Numa das assembleias prévias para discutir a escalação e a tática do jogo de estreia, Gui mostrou o seu outro talento, como contador de histórias (era repórter especial da Play Boy): “Não me venham com táticas nem estratégias. Se pudermos ganhar o jogo, tudo bem, mas acreditem que estou aqui realizando um sonho de criança”. E calou a todos falando por cada um: “Quando eu era criança, eu me imaginava jogando bola num estádio qualquer com a camiseta da Seleção Brasileira.” E fechou assim: “Me deixem continuar sonhando”.

Entre uma partida e outra, os jornalistas foram levados a conhecer as principais cidades do país: Marrakesh, Meknes, Fes, Casablanca e Rabat, a capital.

Segundo a versão oficial, em duas dessas cidades já havia estádios para 100 mil pessoas, coisa que ninguém chegou a conferir, pois tanto a viagem como o torneio e tudo o mais embalavam os convidados num clima surrealismo.

Acreditava quem quisesse, iludia-se quem pudesse.

Essa história faz parte de uma época em que mal começava a germinar a semente do narcofutebol, com essas transações milionárias que agora dominam os bastidores do esporte.

 No Marrocos daquele final dos anos 1980, parecia prevalecer ainda o amor ao esporte.

 Jogava-se pela gana de jogar.

Todos os participantes do torneio, desde os organizadores até os “atletas”, estavam ali para brincar, sem saber que dali por diante os interesses mercantis começariam a arruinar o futebol.

O Marrocos perdeu de goleada para os EUA na disputa para sediar a Copa do Mundo de 1994.

 Agora esse país tropical, que está para a África como o Peru está para a América do Sul, conseguiu a escalação como sede do Mundial de Clubes de 2013 e 2014.

Quanto lhe custou, quanto lhe custará essa indicação?

Uma grana pesada, com certeza.

É possível que alguns membros da delegação brasileira tenham uma noção dos valores em jogo.

Não me surpreenderia se o próprio Raul Plassmann, que trabalhou para a empresa aérea do Rei do Marrocos, soubesse detalhes das transações entre a FIFA e Rabat.

Alô, Raul: vai que essa bola é sua!

* Seleção Brasileira de Jornalistas que foi ao Marrocos em julho de 1987


AM – Deocleciano de Souza
CE – José Paulo de Araújo
DF – Marcos Lisboa e Hamilton
ES – Jésus Miguez
MG – Manoel Guimarães, Luiz “Peninha” Bernardes (com Leonor) e Humberto (Juiz de Fora)
RJ – Octávio Costa, Wilson Timóteo (com Vilma) e Raul Plassmann
RN – Madson Fernandes
RS – Luiz Armando Vaz
SP – Edgar Alves, Guilherme Cunha Pinto e Geraldo Hasse.





terça-feira, janeiro 03, 2012

Juca Kfouri palestrando na USP em 2010... podia ter sido ontem, pois continua atualíssima...


Ops... quase...



Imagem: Getty Images

José Vanildo vai cobrar segurança nos estádios do Rio Grande do Norte...



O presidente da FNF (Federação Norte-rio-grandense de Futebol), José Vanildo declarou que todas as medidas serão tomadas para que os estádios onde serão realizadas as partidas do Campeonato Estadual que começa no dia 15 de janeiro, estejam dentro das normas de segurança...

“A FNF não vai permitir que tenhamos estádios sem as mínimas condições de segurança”, declarou Vanildo...

O ideal é que ao invés de se aceitar as mínimas condições de segurança se exigissem as máximas condições de segurança.

Quem disse que cair na neve não machuca?



Imagem: Marca

I Believe I Can Fly...





O Cineasta e guia da montanha, especializado em filmes ao ar livre de esportes radicais, Sebastien Montaz nos proporcionou essas imagens fantásticas no Gorges du Verdon, localizados na região da Provance, sudoeste da França e nos Fjords da Noruega...

E você, teria coragem?

Policia Federal do México patrulha estádios de futebol...



Imagem: Action Images

Barcelona teme a saída de Guardiola...




Imagem: Mundo Deportivo


Pepe Guardiola declarou que ainda em 2012, espera colocar em campo onze jogadores saídos de La Masia (centro de formação de jogadores do Barcelona)...

Porém, a direção do clube já mostra preocupação com a temporada 2013/2014...

Segundo se comenta, Guardiola teria confessado a amigos que acredita que seu tempo no Barcelona esteja com os dias contados.

Diante da possibilidade da saída do treinador, Sandro Rossel, presidente do Barcelona já deixou claro que caso se confirme o pedido de demissão de Guardiola, o novo treinador será o argentino, Marcelo Bielsa.

Para piorar a situação, Sir Alex Ferguson, treinador do Manchester United que pretende se aposentar em breve, declarou que seu desejo é fazer de Guardiola, seu sucessor no comando da equipe inglesa.



segunda-feira, janeiro 02, 2012

Em 1984, o câncer lhe "roubou" uma perna, mas Jairo Blank não desistiu de ser feliz...


Imagem: Nehil Hamilton/Correiro Braziliense

Cristiano Ronaldo, apalpando os "Andes" argentinos...



Imagem: UOL

Luis Suárez novamente...



O Liverpool estava irado com a suspenção de Luis Suárez por oito jogos e pronto para discutir no Comitê Disciplinar da Football Association a questão...

Estava...

A direção do Liverpool ao receber o relatório da FA a respeito do caso, afirmou que vai analisar as 115 páginas do documento junto ao jogador e seus advogados.

Segundo fontes ligadas ao clube, o relatório foi devastador e o que antes era uma posição de defesa do atleta uruguaio, virou uma profunda irritação contra o mesmo.

Eis alguns trechos do relatório do Comitê Disciplinar da FA:

- O jogador Luis Suárez, chamou seu companheiro de profissão, Patrick Evra de negro por sete vezes durante o jogo.

- Depois entrar violentamente em Evra, Luís Suárez foi questionado por Evra sobre o motivo da agressão...

 Suárez respondeu dizendo: por que você é negro!

- Evra disse então, que não ficaria de braços cruzados caso as agressões continuassem e Suárez retrucou afirmando: cala boca, eu não falo com negros.

O Comitê Disciplinar informou que não vai aceitar nenhum recurso do Liverpool, pois as provas testemunhais e os vídeos, mostram claramente a péssima conduta de Suárez.

Do blog:

O mais sensacional na defesa inicial de Luis Suárez foi à afirmação feita por ele que em nenhum momento foi racista, pois no Uruguai, chamar alguém de negro não tem tal conotação.

Meu Deus!!!

Além de racista é burro...

Mesmo que no Uruguai o uso do termo negro em relação a alguém não traga racismo embutido (não conheço o Uruguai e nem os hábitos de seu povo), Luis Suárez, não está no Uruguai e, portanto, os hábitos e leis de seu país de origem, não valem nada em solo britânico.

Suárez vive na Inglaterra e são as leis inglesas e os hábitos ingleses que prevalecem.

No mais, lendo as frases por ele pronunciadas, chego à conclusão que ele as proferisse na década de cinquenta para seu compatriota, Obdulio Varela, estaria agora sem no mínimo uns quatro dentes.


Louis Picamoles segura Fulgence Ouedraogo... ainda bem que foi o Picamoles.



Imagem: UOL

A morte no Rally Dakar...



O Rally Dakar fez sua primeira vítima fatal.

Na manhã de ontem (domingo), na primeira etapa da prova do Rally Dakar, o motociclista argentino, José Andrés Martinéz Boero, pilotando a moto número 175, caiu no quilômetro 55 no trecho que liga Mar Del Plata e Santa Rosa...

Boero sofreu traumatismo do tórax e em consequência, sofreu uma parada cardíaca.

Mesmo sendo rapidamente atendido pela equipe médica que acompanha a prova a bordo de um helicóptero e que tentou reanimá-lo, Boero não conseguiu sobreviver.

O motociclista tinha 38 anos.

O Rally Dakar com a morte de Boero, já computa 60 acidentes fatais.

Em 1979, o motociclista Patrick Dodin foi à primeira vítima, ao perder o controle de sua moto na estrada de Agadés no Niger.

1986 e 1988 foram os piores anos...

Em 1986, sete pessoas morreram e em 1988, seis.


Somos tão felizes...



Imagem: UOL

Comandante não aponta subordinados, assume a responsabilidade...



A derrota no último sábado em pleno Old Trafford por 3x2 diante do Blackburn Rovers foi um “desastre” para o Manchester United...

A equipe do Manchester não fazia uma grande apresentação e perdia o jogo...

Entretanto, acabou empatando e passou a pressionar o adversário em busca da vitória, mas faltando dez minutos para o fim, David De Gea, o jovem goleiro espanhol, cuja tarefa é substituir van der Saar, saiu mal do gol, falhou clamorosamente e permitiu que Rovers marcasse seu terceiro gol.

No banco, Sir Alex Ferguson sentiu o golpe...

Desceu em direção ao gramado, deu algumas instruções e sentou-se.

Ao final da partida, disse que estava decepcionado com o resultado e que não esperava receber como presente de aniversário uma derrota tão improvável (Ferguson completou 70 anos no dia do encontro), mas ao ser perguntado se estava aborrecido com De Gea e se ele era o considerava responsável...

Ferguson respondeu de forma lacônica: “Por que só o De Gea? Todos podiam ter feito melhor, inclusive, eu”.

Talvez isso explique a longevidade de Ferguson no comando do Manchester United e o respeito que invariavelmente seus jogadores têm por ele.