domingo, outubro 05, 2014

Botafogo... arruma já a m... que você fez.

Charge: Mário Alberto

Série D e C na reta final...

Série D

Terminada as quartas de final da Série D, vamos para as oitavas... 

Um paranaense, um goiano, um sergipano, um maranhense, um mineiro, um gaúcho e um representante do Distrito Federal vão disputar as quatro vagas para a Série C e, é claro, o título de campeão da competição...

Sem paulistas e sem cariocas.

Curiosamente, o Remo, clube tradicional e de grande torcida no Pará, está fora...

Como sempre o culpado foi árbitro.

Eis os confrontos das Oitavas de Final...

Londrina x Anapolina;

Confiança x Jacuipense;

Tombense x Moto Club;

Brasiliense x Brasil de Pelotas.

Cá com meus botões, torço para que o Londrina e o Moto Clube consigam o acesso...

Ambos por sua história em seus estados.

Infelizmente, Brasiliense e Brasil de Pelotas se enfrentam...

Seria ótimo que os dois também chegassem.


Série C
Na Série C, vai começar a fase eliminatória...

Um da região norte...

Três da região nordeste...

E quatro da região sudeste...

São Paulo, um...

Minas Gerais, um...

E o Rio de Janeiro, dois.

O sul e o centro oeste, não conseguiram classificar seus representantes.

Eis os confrontos...

Fortaleza x Macaé;

CRB x Madureira;

Mogi Mirim x Salgueiro;

Tupi x Paysandu.

Aqui também tenho meus preferidos...

Fortaleza e Madureira...

Repetindo a Série C, dois dos meu preferidos se enfrentam...

Tupi e Paysandu.

Jules Bianchi, piloto francês, acidentado em Suzuka, no Japão, está estável, mas seu estado é grave...

Imagens: Getty Images/GYI

Caxias/RS... Bagatini, Felipão e Escurinho...

Imagem: Autor Desconhecido

Série B... Começa a definição de quem é quem...

Terminada a 27º rodada da Série B, algumas posições começam a se definir...

Ponte Preta, Avaí, Vasco da Gama e Joinville, matematicamente estão garantidos para o próximo ano...

Não correm mais nenhum risco de queda.

Paralelamente, os quatro avançam em direção a Série B, mesmo que não se possa descartar as chances de Boa Esporte, Náutico e Sampaio Correa...

Daí para trás, a briga é mesmo para ficar ou não cair.

Na parte de baixo, Vila Nova e Portuguesa, pouca ou quase nenhuma esperança alimentam mais...

O Icasa, é outro que apesar de não estar descartada a possibilidade de ficar, não parecer ter força para evitar a queda – isso sem contar com o rolo que se meteu na justiça desportiva.

A vaga que ninguém quer, será dispensada a tapa por América, Paraná, ABC, Oeste, Bragantino e Luverdense.

É claro que o escrito acima se resume numa opinião pessoal.

Meninos jogam no campo de refugiados de al-Tah, em Idilib, na Síria... Esses garotos não conhecem e provavelmente jamais vão conhecer Barcelona... E daí, o amor não escravo é das fronteiras.

Imagem: Autor Desconhecido

América vence o Joinville... respira, mas ainda está no cadafalso...

Com ótima presença de público, o América ao vencer o Joinville por 1 a 0, afrouxou o nó e mesmo ainda sobre o cadafalso, respira agora mais confortável...

O sonoríssimo “UFA” liberado a plenos pulmões pelos torcedores americanos prova a afirmação.

Porém, nada se resolve até que o carrasco vire as costas e diga, desçam, a pena foi suspensa.

Grêmio Bagé - Rio Grande do Sul - Anos 60...

Imagem: Autor Desconhecido

sábado, outubro 04, 2014

O ABC perde para o Oeste em Itápolis e sobe no telhado...

O ABC se enrolou em Itápolis...

A derrota também, por 1 a 0 para o Oeste, mostrou que o alvinegro, não mais derrapa e sim, escorrega em direção ao abismo.

Perder dignamente no Mineirão para a melhor equipe do Brasil e líder da Série A, nada acrescentou...

Apenas comprovou a tese de alguns mineiros que conheço e que diz: a vaga é nossa mesmo, para que então se desgastar...

Será?

Desportivo Lourenço Marques (preto e branco) - Lourenço Marques era o antigo nome da capital de Moçambique (até 1976)... Hoje, é Maputo.

Imagem: Baú Velho

O filé é do Arena das Dunas...

Aos poucos, lentamente, como sementes a brotar do chão, o que não foi dito começa a aparecer...

Li à pouco no blog vermelho de paixão, órgão oficial do América, a seguinte informação:

“Para os torcedores que reclamaram da falta de promoção para o Setor Premium, a explicação é simples. Toda a bilheteria do setor pertence a Arena das Dunas, conforme estabelece o contrato que foi assinado no ano passado pela diretoria do clube. Dessa forma, cabe exclusivamente ao gestor do estádio fazer promoção ou não no Premium. A Arena das Dunas também tem exclusividade na arrecadação dos camarotes.”

Viram só...

O filé do Arena das Dunas é do consórcio...

E você aí, acreditando em Papai Noel – escolhi Papai Noel por ele se vestir de vermelho.

O salto tardio...

Imagem: Autor Desconhecido

Isidro Lángara, o goleador que desafiou Franco, Hitler e Mussolini... Na foto, o homem do centro.


Imagem: Autor Desconhecido

Por Tiago Pimentel


Para “Publico”

Foi o melhor marcador em três países, apesar de uma carreira prejudicada pela Guerra Civil espanhola.

Esta é a história daquele que podia ser hoje conhecido como o melhor atacante da história do futebol espanhol, não fosse ter visto a carreira afetada pela Guerra Civil que levaria o general Franco ao poder em Espanha. 

Conta quem o viu jogar que Isidro Lángara era um prodígio de força física e de poder de remate, e os números não mentem: sagrou-se “Pichichi” da Liga espanhola em três temporadas consecutivas, ao serviço do Oviedo. 

E, mesmo longe de Espanha, continuou a marcar. 

Foi o melhor marcador nos campeonatos de México e Argentina, por onde andou durante a Guerra Civil espanhola. 

Ninguém, até aos nossos dias, foi capaz de superar a sua média de gols com a camisa da seleção espanhola – marcou 17 nas 12 partidas que disputou (um gol a cada 63 minutos).

Nascido em 1912 em Pasaia, no País Basco, Isidro Lángara cedo mostrou qualidades e aos 18 anos foi contratado pelo Oviedo. 

Estreou com dois gols, um bom prenúncio do que iria ser o resto da sua carreira. 

Foi o melhor marcador da Liga espanhola entre 1933-34 e 1935-36, mas quando se encontrava de férias na terra natal foi surpreendido pelo início da Guerra Civil espanhola. 

Euskadi (País Basco) manteve-se fiel à República, e em 1937 Lángara partia em turnê com uma seleção basca que iria angariar fundos para as vítimas do conflito e também recolher apoios para a causa basca.

Entretanto, já havia estreado pela seleção espanhola, em 1932. 

Portugal foi a vítima preferida de Lángara: a 11 de Março de 1934, no Estádio de Chamartín, a equipe nacional foi batida por 9-0, com cinco gols do centroavante basco.

Uma semana depois, no Lumiar, os espanhóis voltaram a vencer (1-2), com “bis” de Lángara. 

Ainda voltou a cruzar com a seleção portuguesa em 1935, marcando outros dois gols.

Antes do “desafio” a Franco, Isidro Lángara já tinha feito frente a Mussolini e Hitler.

No Mundial 1934, organizado pela Itália, o artilheiro de Oviedo deu muitas dores de cabeça à equipe da casa, no jogo dos quartas-de-final. 

A partida, marcada pelo jogo violento dos italianos, valeu um lugar na história (infame) do futebol ao árbitro René Mercet. 

Il Duce acabaria por conseguir o objetivo de levar a Itália ao título. 

Já em 1935, a Espanha foi a Colonia jogar contra a Alemanha, mas o estádio repleto de suásticas ficou em silêncio com os dois gols de Lángara.

Com a ascensão de Franco ao poder em Espanha, a seleção basca decidiu não regressar a casa, mas antes seguir viagem para as Américas. 

Competiram como Club Deportivo Euskadi no campeonato local, e, por essa altura, Lángara já tinha tal fama que, contavam os seus antigos companheiros no Oviedo, nas cartas que lhe escreviam não havia nenhuma outra indicação que não fosse: Isidro Lángara (México). 

A equipa seria desmembrada em 1939 e Lángara seguiu para a Argentina, assinando pelo San Lorenzo de Almagro. 

Mal desembarcou em Buenos Aires, estreou com quatro gols frente ao River Plate.

Descrito por quem privou com ele como um “bom homem, de origem humilde e sem qualquer traço de vedeta”, Isidro Lángara não resistiu ao apelo do Oviedo e regressou a casa em 1946. 

Atraiu uma multidão tal que o comboio onde viajava teve de parar muito antes de chegar à cidade. 

Terminou a carreira em 1948, tal como tinha começado: com dois gols. 

Após várias experiências como técnico pela América do Sul, regressou ao País Basco, onde morreu em 1992. 

E as balizas adversárias deixaram de estar sob ameaça.

sexta-feira, outubro 03, 2014

Construção do Maracanã - 1949...

Imagem: Arquivo Histórico da Cidade do Rio de Janeiro

Vasco da Gama e Umbro - parceria de 56 milhões...

Ontem, o Clube de Regatas Vasco da Gama apresentou seus os novos uniformes...

A partir de agora, a Umbro vai vestir os atletas do clube.

O contrato terá validade até 2017 e renderá aos cofres do Vasco, 56 milhões de reais...

80 mil peças foram entregues antecipadamente e já estão à disposição dos torcedores nas 220 lojas do clube, espalhadas pelo Brasil. 

Na partida de logo mais, em São Januário contra o Bragantino a equipe já estará usando o novo material.

Vakhegula, Vakhegula - Avozinhas, Avozinhas... Time sul-africano feminino, formado por senhoras acima de 50 anos...

Imagem: O Público

Falido Futebol Clube...

No maravilhoso e muito profissional futebol brasileiro acontecem coisas assim:

A soma dos jogos que o Santos realizou como mandante em 2014, descontadas as despesas, renderam ao clube, R$ 215.989,58...

Leandro Damião, sozinho, recebe salário de 500 mil.

O clube, mesmo com toda a tradição, está há dois anos sem um patrocinador master.

quinta-feira, outubro 02, 2014

Climber, Chamonix, França...

Imagem: Yosuke Kashiwakura

O América perdeu por 1 a 0, mas em nenhum momento se portou como inferior...

Foi ótimo e poderia ter sido muito melhor

Foi sim uma noite inesquecível...

Poderia ter sido uma semana incrível, não fosse a pequenez de alguns, a xenofobia burra de outros e o incentivo geral a estupidez por parte de alguns conceituados membros da imprensa esportiva.

Natal é uma cidade singular em sua beleza e deveria ser plural em sua visão de mundo...

A soma das duas coisas nos tornaria únicos.

Nunca entendi a recusa de parte das pessoas de Natal em ser referência...

Nunca compreendi essa vontade de se igualar ao que há de mais baixo, de menos civilizado.

O palco

A Arena das Dunas poucas vezes esteve tão eletrizante...

Os americanos têm treinado com afinco na confecção dos mosaicos...

Os olhos do Dragão impressionaram...

Foi impagável.

A torcida do Flamengo fez festa...

Festa que ficou ainda mais animada e bonita com a resposta dos peles vermelhas, como costuma chamar a torcida americana, o médico e conselheiro do clube, José Medeiros.

O jogo

Vou ficar na contramão de algumas opiniões...

O América em nenhum momento se apequenou ou foi dominado de forma inequívoca pelo Flamengo.

A maior posse de bola dos cariocas se deu pela opção americana de marcar, mas não foi uma marcação acovardada, acuada em seu próprio campo...

O América sempre marcou a partir da intermediária, no campo defensivo do adversário...

No primeiro tempo, fundamentalmente, o Flamengo tocou, tocou e recuou a bola, para de novo recomeçar...

Por que?

Não havia espaço para troca de passes e lançamentos longos...

Mesmo assim, os rubro-negros tiveram duas chances reais...

Chances conseguidas em jogadas individuais e consolidadas em virtude do melhor nível técnico de seus jogadores...

Não acho que se possa discutir tal afirmação.

Porém, o América teve uma chance muito boa...

Desperdiçada por Max...

Mas não sejamos tão exigentes, na posição em que Max estava, milagre seria se tivesse acertado a cabeçada no ângulo do goleiro flamenguista.

No segundo tempo, um excesso que somado a uma autossuficiência arrogante de Thiago Dutra, deu ao Flamengo a chance de marcar seu gol...

Gabriel, servido por Alecsandro, marcou.

Não acho que o gol tenha abatido o América...

No máximo, aborreceu pela forma como aconteceu...

Tanto é verdade, que passados alguns minutos o América voltou a jogar de igual para igual...

Sofrendo ataques perigosos, mas sem deixar de fustigar a defesa do Flamengo.

Para mim, o único pecado que o América cometeu na partida foi não chutar a gol...

Não buscar ser mais incisivo e testar o goleiro Paulo Vítor.

No mais, o América não fez feio, não decepcionou.

Os rubros vão para o Rio de Janeiro com chances, mesmo que eu acredite que o Flamengo não vai repetir a insensatez do Fluminense.

quarta-feira, outubro 01, 2014

A bela goleira...


 Imagem: Autor Desconhecido

O ABC perde por 1 a 0, mas quase engasga o Cruzeiro em pleno Mineirão...

O ABC jogou fechadinho, mas fez boa partida....

O Cruzeiro venceu por 1 a 0...

O placar ficou no tamanho exato da pouca importância que os mineiros deram ao adversário e salvou a arrecadação do jogo em Natal.

Não fossem os cones que o ABC tem, lugar de atacantes, talvez os cruzeirenses estivessem engolindo em seco e amargando um resultado por eles jamais esperado.

Mesmo reconhecendo que o Cruzeiro com sua equipe titular, é outra história, o placar deixou em aberto o futuro...

Quem sabe o futuro não reserve ao ABC um grata e feliz surpresa.

terça-feira, setembro 30, 2014

Oberdan Catani... saudade desse tempo, não é, palmeirenses?

Imagem: Autor Desconhecido

O América está na zona de rebaixamento... o "esforço" dos jogadores, deu certo.

Depois de um enorme esforço, o América finalmente conseguiu chegar a zona de rebaixamento...

A vitória do Icasa, em casa, contra o Luverdense de Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, resolveu a questão.

Amanhã, depois da Copa do Brasil, os atletas americanos vão levantar a cabeça, ouvir o “professor” e trabalhar muito para reverter (inverter, seria o correto) a situação...

Em outras palavras: vão ter que suar muito para desfazer a lambança que fizeram com um empenho invejável.


Em 1972, o defensor do Garça de São Paulo, Altamiro Gomes, recebeu uma lambreta por ter sido o melhor em campo...

Imagem: Autor Desconhecido

América desfalcado e o jogo de palavras...

Os 12 desfalques que o América terá diante do Flamengo, em termos práticos tem duas serventias...

Em casa de derrota, justificam...

Em caso de vitória, glorificam.

O velho futebol e seu pueril jogo de palavras que tanto agrada o senso comum.

Garrincha, a alegria da molecada...

Imagem: Autor Desconhecido

O Cruzeiro sutilmente diz que não está preocupado...

De uma forma bastante sutil o Cruzeiro deixa claro sua nenhuma preocupação em relação ao confronto contra o ABC...

Primeiro disseram: "pouparemos nossos jogadores..."

Depois afirmaram: "jogaremos com uma equipe alternativa."

Aí, vem o treinador e diz:

“Agora nossa estratégia muda. O jogo é em casa e com necessidade de fazer o resultado. No Mineirão, a gente joga para frente, com um apelo ofensivo, e é isso que vamos tentar fazer na quarta”.

Marcelo Oliveira, treinador do Cruzeiro.

Mais sutil, impossível.

Equipe do Nacional de Manaus, no Maracanã, na preliminar de Brasil e Venezuela em 1969 - O Nacional venceu o Maringá do Paraná por 1 a 0...

Imagem: Blog Baú Velho

O Flamengo não teve nenhum benefício ao entrar na quarta fase da Copa do Brasil...

O Flamengo não foi beneficiado ao entrar na quarta fase da Copa do Brasil, como alguns informam por aqui...

O Flamengo representou o Brasil numa competição internacional...

Aliás, a mais importante competição sul-americana, a Taça Libertadores da América e que é passaporte para o Mundial da FIFA.

Mesmo discordando de tal critério, já que em nenhum outro lugar do mundo ele existe, para quem disputa competições internacionais,  não é honesto afirmar que o Flamengo foi beneficiado...

O Flamengo, assim como, o Botafogo, o Cruzeiro e o Atlético Mineiro, que estão nas quartas de final, além de Grêmio e Atlético Paranaense que foram eliminados, entrou na disputa seguindo os ditames do regulamento...

Regulamento que todos aceitaram...

Mais informação e menos sofisma.

A mais antiga foto do futebol feminino em Portugal... Amadora de Cascais - 1920.

Imagem: Autor Desconhecido

América: estranho silencio...

Ou o América está mesmo sem comando e entregue às traças, ou, ninguém por lá conseguiu entender a gravidade do ocorrido em seu CT, no domingo pela manhã...

Hoje, terça-feira, nenhuma nota oficial do clube foi emitida e nenhum posicionamento público de nenhum membro de sua diretoria aconteceu...

Nada...

Mesmo que um rapaz de 23 anos tenha saído do CT com uma das mãos em frangalhos, levado às pressas para o hospital por Williman Oliveira, atual responsável pelo marketing do clube e seu conselheiro.

Silencio sepulcral...

É como se nada tivesse acontecido.

Não creio que se fingir de morto numa situação assim, ajude em nada...

Melhor seria, vir a público e dizer o que está sendo feito para coibir que coisas assim se repitam e que atitudes serão tomadas para averiguar quem levou o rojão para interior do CT e quem foi o responsável pelo chamamento da torcida para um ato tão descabido.

1906 - CA Boca Juniors - Primeira Foto.

Imagem: Autor Desconhecido

Justin Fashanu, um homem que preferiu morrer a continuar sendo humilhado...

O texto é longo...

Mas, nenhuma história triste pode ser escrita de outra forma.

Numa manhã de maio de 1998, Justin Fashanu foi encontrado pendurado no teto de uma garagem em Londres, com o pescoço enrolado em um fio elétrico e um bilhete ao lado. Em suas últimas palavras naquele bilhete de suicídio, ele escrevera que a justiça nem sempre era justa com todos e pedia a Jesus Cristo que o recebesse bem "em casa".

Terminava assim a vida do primeiro jogador de futebol profissional a assumir publicamente ser homossexual. Fashanu também foi o primeiro negro a ser vendido por 1 milhão de libras, na Inglaterra da década de 1980. Centroavante clássico, teve uma passagem meteórica pelo Norwich City e outra frustrante pelo Nottingham Forest.

Seu pioneirismo, tanto por ser abertamente gay quanto por ser um negro de sucesso, trouxe consequências terríveis para sua vida. Durante décadas, ele sofreu vários tipos de abuso em um ambiente preconceituoso como o futebol. E recebeu pouquíssimo apoio em uma época em que homossexualidade no esporte era um tabu ainda maior do que é hoje.

Filho de nigerianos, Justin Fashanu e seu irmão John foram abandonados ainda bebês pelos pais biológicos e viveram em orfanatos até serem adotados por uma família branca. Seus amigos de infância dizem que ele tinha dificuldade de se aceitar negro e desejava desesperadamente ter nascido branco. Aos 14 anos, começou nas categorias de base do Norwich City e rapidamente se destacaria como um talentoso centroavante.

Em suas primeiras temporadas como profissional, conseguiu a boa marca de 35 gols em 90 jogos, mas foi depois de um deles que Fashanu foi catapultado ao estrelato do futebol inglês aos 18 anos.

Contra o Liverpool, o então campeão europeu de clubes, o atacante acertou um impressionante voleio, de fora da área, de esquerda, sem chance para o goleiro rival, um lance que foi eleito o gol do ano e retransmitido à exaustão por todos os canais esportivos do país. Naquela altura, o começo dos anos 80, atletas negros não eram incomuns no país, mas Fashanu foi o primeiro ser perseguido pelos grandes clubes.

Não demorou muito para que o Nottingham Forest, que àquela altura estava em um grande momento, o contratasse por 1 milhão de libras – nunca um time inglês havia pagado tanto por um jogador negro.

Bananas

Desde seus primeiros anos da carreira até os últimos, Fashanu sempre foi alvo de ofensas racistas vindas das arquibancadas. Torcedores imitavam macacos quando ele pegava na bola e atiravam bananas sobre seus pés. Um dia, num gesto de desprezo que seria imitado duas décadas depois, ele recolheu uma das bananas do gramado e a comeu para ridicularizar seu ofensor.

Mas foi no Nottingham Forest que ele começou a sofrer as maiores pressões contra a sua sexualidade. Aos 20 anos, ele tinha acabado de se descobrir gay, conforme contou a seu amigo e confessor Peter Tachell, um famoso militante pelos direitos civis homossexuais. O técnico do Nottingham era Brian Clough, um homem famoso por dirigir seus times com mão de ferro e não admitir fraqueza de seus comandados – obrigava os atletas, por exemplo, a caminhar sobre urtigas só para testar sua obediência.

"Uma bichinha." Foi assim que o técnico descreveu Fashanu logo que o atacante chegou ao clube. Naquela época, ele ainda não havia saído do armário, mas já corriam rumores sobre sua sexualidade porque muitos torcedores o avistavam entrando e saindo de boates gays na cidade.

Sabendo disso, o treinador foi ter uma conversa com Fashanu exigindo que ele deixasse de frequentar boates gays. Ele não obedeceu. A relação entre os dois, que já começara turbulenta, nunca melhoraria. Em um treino, querendo mostrar serviço e agradar o técnico, Fashanu foi cobrar um escanteio e Clough berrou: "Eu não paguei 1 milhão para você bater escanteio. Vá para área agora!"

Outro dia, antes de um jogo, o atacante disse que não se sentia bem para jogar e recebeu do treinador um tapa na cabeça. "Sempre que eu falava com ele, ele começava a chorar", lembrou Clough em sua autobiografia. "O que eu podia fazer? Eu era um técnico, não um psicólogo."

Confiando que a causa do desprezo de Cough eram os boatos sobre sua sexualidade, Fashanu inventou um romance com uma mulher e convidou o técnico para conhecê-la. O treinador descobriu a farsa logo no começo do encontro e teve certeza sobre a orientação do jogador.

Nesse ambiente hostil, não surpreende que Fashanu não tenha conseguido repetir em campo seu bom desempenho no ano anterior. Seu nome passou a ser muito questionado no clube.

Ao mesmo tempo, ele tinha dificuldade de aceitar sua própria sexualidade e procurou ajuda no Cristianismo, que considerava seus hábitos pecaminosos. Cansado de viver uma vida dupla, cheia de mentiras, ele cogitou pela primeira vez sair do armário, mas temeu as consequências esportivas da revelação.

Uma séria lesão no joelho dificultou ainda mais seu desempenho em campo, e ele foi vendido pelo Nottingham por apenas uma fração do que o clube havia pagado por seu passe. "Foi o pior dinheiro que nós já investimos em um jogador", diria o treinador Brian Clough.

Saindo do armário

Em 1990, entre mesas de cirurgia e atuações erráticas por clubes menores, Fashanu negociou uma entrevista exclusiva com um tabloide na qual revelava ao mundo que era gay. "Eu queria fazer algum coisa boa, então decidi dar o exemplo e sair do armário", disse ele. A revelação foi recebida de maneira raivosa pelas pessoas de quem ele esperava ter apoio.

Seu irmão John, que crescera com ele e também era jogador, disse que as palavras de Justin envergonhavam a família. O colunista de um jornal voltado à comunidade negra acusou Fashanu de manchar a imagem dos negros na Inglaterra.

As torcidas adversárias acirraram as provocações homofóbicas toda vez que ele tocava na bola. Se por um lado Fashanu tentava tirar sarro das provocações ao respondê-las mandando beijinhos e balançando o bumbum para as arquibancadas, por outro elas o machucavam por dentro, de acordo com seus amigos próximos.    

Gente do futebol dizia que não haveria espaço no esporte para efeminados, enquanto gente de fora do futebol dizia que as alegações de Fashanu eram só um jeito de ganhar atenção da mídia e fazer dinheiro.

Em algumas ocasiões, eram mesmo. Fashanu caiu em descrédito público ao vender entrevistas aos tabloides alegando ter tido relações sexuais com políticos e outros famosos. As alegações foram consideradas falsas depois.

O melancólico final de sua carreira foi marcado mais por sua presença nos tabloides do que por suas atuações em campo, embora ele tenha continuado a fazer gols até os últimos anos.

Nos Estados Unidos, tentando recomeçar como técnico de futebol, ele foi acusado de ter estuprado um adolescente de 17 anos. Em Maryland, o Estado onde ele vivia, a idade mínima de sexo legal entre um adulto e um adolescente era 16 anos. Mas, na época, sexo homossexual era proibido.

Em seu bilhete de suicídio, Fashanu se dizia inocente da acusação de estupro e afirmava que o adolescente havia consentido a relação sexual e tentara lhe extorquir dinheiro no dia seguinte. O ex-jogador acreditava que a Justiça não o julgaria de maneira justa porque ele já havia sido previamente condenado, e por isso, tirava sua vida. "Para não trazer mais sofrimento para a minha família", dizia o bilhete.

Compaixão e sensibilidade

Fashanu era sem dúvida uma pessoa mal resolvida com seus próprios problemas, e o fato de não ter sido aceito pelo ambiente e pela própria família só agravou sua inadequação. Na segunda edição de sua autobiografia, lançada após o suicídio, o técnico Brian Clough afirma que ele deveria ter prestado mais atenção no jogador.

"Quando você descobre um cara tirando a própria vida, um cara que trabalhava com você e por quem você era responsável, você tem que olhar para trás e perguntar o que poderia ter feito melhor e não fez", reflete ele. "Hoje eu sei que deveria ter lidado com Fashanu de um jeito diferente, talvez com mais compaixão e sensibilidade."

Seu irmão John, que hoje tem negócios na Nigéria, um país onde a homossexualidade é um crime, chegou a dizer que Fashanu na verdade não era gay e só saiu do armário porque queria atenção. Mas sua filha Amal, sobrinha de Fashanu, fez um documentário em 2012 no qual discute a homofobia do futebol.

Ela se diz muito orgulhosa de ser sobrinha do ex-atacante do Norwich. Hoje, existe uma campanha em seu nome para combater a homofobia nos gramados e incentivar jogadores a revelarem a sexualidade. Nenhum outro jogador homossexual na Inglaterra se assumiu após Fashanu fazê-lo.

Fonte UOL Esporte.



domingo, setembro 28, 2014

Interpreta direitinho viu seu árbitro... Se errar aí, bye, bye... Só sai com os Fuzileiros Navais.

Imagem: Autor Desconhecido

Domingo triste no CT do América... Se fosse meu filho, lhe perguntaria amargurado... valeu apena?



Hoje pela manhã, torcedores do América deixaram suas casas, suas famílias e foram para o CT de Parnamirim protestar...

Qual o resultado prático do protesto?

Nenhum...

Não me lembro de nenhum protesto de torcida ter transformado equipes ruins em super times, terminada a rebelião.

Porém, o protesto deixou uma marca...

Marca indelével, vitalícia, triste.

Um jovem de 20 e poucos anos, decidiu que deveria tornar o protesto barulhento e acendeu um rojão....

Cometeu algum deslize...

O rojão explodiu em suas mãos e ele, perdeu dois dedos.

Uma pena...

Uma pena que tantos meninos se deixem levar por impulsos emocionais tão estúpidos, tão sem razão...

Daqui a dois meses, os companheiros de protesto nem sequer lembrarão desse domingo, mas o jovem em questão, jamais vai esquecer...

Todas as vezes que olhar para sua mão, lembrará, que em casa, ao lado dos seus, estaria seguro e íntegro.

Só mais uma coisa...

Em campeonatos onde o regulamento preveja subidas e decidas, uma hora ou outra, alguém vai cair....

Assim como alguém, vai subir...

Faz parte do processo.

Pode levar 100 anos, mas vai acontecer...

Se aborrecer por isso, é como ficar a vida toda acabrunhado e deprimido por não aceitar que um dia a morte vem.