sábado, agosto 17, 2019

Vinte quatro anos depois, Palmeiras e Grêmio vão reeditar as quartas de final da Libertadores da América 1995...

Imagem: Autor Desconhecido

A reedição de um espetáculo do futebol

Vinte quatro anos depois, Palmeiras e Grêmio vão reeditar as quartas de final da Libertadores da América 1995, quando juntos anotaram 11 gols em dois extraordinários jogos que contrariaram a lógica do futebol.

Pedro Henrique Brandão Lopes

Depois que o Palmeiras venceu o Godoy Cruz por 4 a 0, no Allianz Parque, e o Grêmio confirmou sua classificação às quartas de final ao vencer o Libertad por 3 a 0, no Paraguai, o confronto definido para acontecer em dois jogos nos dias 20 e 27 de agosto e que valerá uma vaga na semifinal da Libertadores 2019, colocou frente a frente dois velhos conhecidos que têm o ‘DNA copeiro’, histórias de amor com Luiz Felipe Scolari e há 24 anos, fizeram um embate épico que está na história do futebol.
No dia 26 de julho de 1995, quarta-feira com uma típica noite fria do inverno porto-alegrense, o Palmeiras foi até o antigo Estádio Olímpico do Grêmio para enfrentar o forte time dirigido por Luiz Felipe Scolari.

Felipão era, então, um técnico em ascensão com pouco menos de 10 anos como treinador, mas com um título de peso na carreira dirigindo o Criciúma na Copa do Brasil 1991.

O gaúcho encontrou no Grêmio o início de sua fase mais vitoriosa que duraria pelos próximos 10 anos e teve como ápice o Penta na Copa do Mundo 2002 pelo Brasil.

Porém, no Grêmio de 1995, Felipão montou seu primeiro grande esquadrão.

Um time recheado de ótimos jogadores e de homens de confiança bem ao estilo família Scolari.

Um deles era Arce, que naquela Libertadores ajudou o comandante a forjar uma lesão antes de uma partida decisiva para enganar o treinador adversário.

Num treinamento antes do jogo, o lateral paraguaio apareceu no gramado, propositalmente diante de todos os jornalistas presentes, com a perna engessada e Felipão tratou de fazer uma cena de quem não teria gostado da exposição.

Esse era o clima de grupo na mão do treinador que tinha aquele Grêmio.

Jogadores dispostos a mentir e é claro, se doarem ao máximo pelo treinador e para conseguir o resultado.

Pelo lado palmeirense, um time extremamente qualificado que vinha de um bicampeonato brasileiro e paulista, reforçado pela parceira Parmalat que injetou mais dinheiro naquele ano para buscar justamente o título que faltava ao clube: a Libertadores da América.

A expectativa era de um grande jogo e alguns cronistas falavam até em final antecipada.

Porém quando a bola rolou foi um massacre gremista e uma verdadeira humilhação palmeirense.

O Tricolor Gaúcho venceu por escandalosos 5 a 0 e contrariou inclusive a velha máxima da várzea que prega “time que perde na bola, não pode perder no braço”.

Pois o Palmeiras, em Porto Alegre, perdeu no braço e na bola.

Em uma confusão envolvendo o volante gremista Dinho, Rivaldo e Válber foram expulsos junto ao reconhecido brigão do time gaúcho.

Mas entre pontapés e socos distribuídos às baciadas atrás do gol, Danrlei, Adílson e Paulo Nunes também poderiam ter ido para o vestiário mais cedo.

Com direito a hat-trick de Jardel, um golaço de Arce e outro de Arílson, o Grêmio venceu por 5 a 0 e praticamente encerrou as chances de reação do Palmeiras na partida de volta.

Na semana seguinte, no dia 2 de agosto, o confronto de volta estava marcado para o estádio Palestra Itália e o Palmeiras jogaria pela honra, afinal seria praticamente impossível tirar a vantagem gremista e virar o placar agregado.

Nas oitavas de final, Palmeiras e Grêmio tinham passado com certa facilidade.

O Palmeiras havia vencido o Bolívar por 3 a 1 no agregado, enquanto o Grêmio não viu dificuldades em marcar cinco gols nos dois jogos contra o Olímpia.

Com campanhas tão iguais e depois do acachapante 5 a 0 de Porto Alegre ninguém acreditava que o Palmeiras pudesse sequer causar riscos à classificação gremista dada como certa.

Para sorte de todos, futebol não é ciência exata, aliás, nem ciência e muito longe de ser exato.

O que se viu no Palestra Itália naquela quarta-feira fria de agosto de 1995, foi uma das partidas mais malucas da história do futebol, a maior “quase virada” do futebol mundial.

Mas é bom que se contextualize o momento de desconfiança e pressão sobre o time paulista.

Depois da goleada em Porto Alegre, o Palmeiras teve que jogar no domingo a final do Campeonato Paulista contra o arquirrival Corinthians, empatou em 1 a 1.

Para o jogo contra o Grêmio, pouco mais de 7 mil corajosos deixaram suas casas acreditando no improvável.

Logo aos oito minutos do primeiro tempo mais uma pancada no já combalido Palmeiras.

Jardel anotou o 1 a 0 com seu quarto gol no confronto.

Era uma crueldade, era desnecessário e o prenúncio de outro desastre.

O gol de Jardel, apesar de ao apito final ser justamente o que garantiu a vaga gremista, parece ter surtido efeitos diferentes nos dois times.

Enquanto no Palmeiras o gol gerou um incentivo extra, no Grêmio gerou um relaxamento coletivo.

Daí em diante o Palmeiras se organizou em campo e conseguiu balançar as redes adversárias.

Isso não anula o mérito da espetacular partida de recuperação que fez o Palmeiras.

Melhor em campo o Palmeiras chegou ao empate com Cafu, antes dos 30 minutos.

Amaral virou alguns minutos depois e pelo menos a vitória que evitaria o vexame total estava garantida.

Paulo Isidoro anotou o 3 a 1.

Se o gol de Amaral já era algo extraordinário, imagine um gol em que Antônio Carlos saiu driblando, sofreu falta dentro da área e Mancuso cobrou o pênalti para marcar o 4 a 1.

Neste momento, Palmeiras e Grêmio perceberam duas coisas: que só faltavam dois gols para a virada e que o jogo ainda teria pelo menos 20 minutos até o apito final.

O Palmeiras aumentou a carga de pressão, o Grêmio lavou o rosto e tentou acordar e amarrar o jogo no meio de campo para segurar o resultado e a classificação.

Aos 39 minutos, Cafu deu todas as esperanças possíveis aos presentes no Palestra.

Em chute forte de fora da área o lateral marcou o quinto gol do Palmeiras e deixou o Alviverde a apenas um gol da mítica virada.

O Grêmio copeiro dirigido por Luiz Felipe Scolari passou todos os cadeados e ferrolhos imagináveis e acabou com o jogo muito antes do apito final.

Nos últimos 7 minutos (2 de acréscimos) o Tricolor Gaúcho evitou o jogo e assim conquistou a classificação e frustrou a virada palmeirense.

Nos próximos dias teremos uma overdose de embates entre Palmeiras e Grêmio.

A começar pelo próximo domingo em que os times se enfrentam pelo Brasileirão, seguindo pelos jogos da Libertadores que vão colocar frente a frente dois favoritos ao título novamente como foi há 24 anos.

O torcedor palmeirense que esperou o sexto gol foi embora com o grito de gol entalado na garganta, sensação que Marcus Vinicius Almeida tão bem descreveu em seu texto “O gol que nunca saiu” que bem descreve a noite do torcedor palmeirense naquela “quase maior virada da história”.

Enquanto o Palmeiras viu seu projeto Libertadores adiado por quatro anos e só venceu o título continental em 1999, o Grêmio saiu fortalecido daquele confronto espetacular e acabou a temporada como campeão da América.

A finalização antes do bloqueio...

Imagem: Simon Stacpoole/Offside via Getty Images

Ex-piloto da Nascar, Dale Earnhardt sobrevive a queda de seu avião...


Dale Earnhardt Jr., ex-piloto da NASCAR e atual comentarista de televisão, sobreviveu a um acidente quando o avião de sua propriedade caiu ao tentar pousar no Elizabethton Municipal Airport, no Tennessee...

A bordo estavam os dois tripulantes, Earnhardt, a mulher e a filha de 15 anos.

As autoridades confirmaram que ninguém sofreu ferimentos graves.

sexta-feira, agosto 16, 2019

Programa que promove torneios de futebol para jovens especiais na Inglaterra, chega aos 36.479 participantes... os números foram computados até julho de 2019.

Imagem: Graeme Robertson/The Guardian

O Universidade do Esporte lança primeiro podcast brasileiro sobre estádios de futebol...

O Universidade do Esporte lança primeiro podcast brasileiro sobre estádios de futebol

O Arquibancada Móvel, primeiro podcast brasileiro sobre estádios de futebol, vai falar com descontração e informação sobre as curiosidades e fatos históricos dos principais estádios de futebol do mundo.

A cada episódio, o ouvinte terá acesso às histórias esportivas e, também, a um papo que vai muito além do futebol.

Você imagina o que Getúlio Vargas e o Estádio do Pacaembu têm em comum?

Ou que foi o arquirrival do Liverpool que inaugurou o Anfield?

Pois é isso que o Arquibancada Móvel vai contar.

Em seu primeiro episódio, o Arquibancada Móvel conta a história do Stade de France, lugar onde a Seleção Brasileira perdeu a final da Copa do Mundo de 1998, onde Zinedine Zidane se consagrou como um dos gênios do futebol e um dos centros da vida social na cidade de Paris.

Sob o comando de Anthony Medeiros, Dyego Lima, Gustavo Sousa, Kevin Muniz, Pedro Henrique Brandão e direção geral de Fernando Amaral, o Arquibancada Móvel estreia neste sábado (17) em todas as plataformas de streaming.

É um podcast desenvolvido no programa Universidade do Esporte, projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e produzido na rádio Universitária FM 88,9.

Todo sábado vai ao ar um novo episódio do Arquibancada Móvel.



Adrian: de "desconhecido" a herói do Liverpool na final da Supercopa da UEFA...

Imagem: Thanassis Stavrakis/AP

Um golaço para ficar na memória e concorrer ao Prêmio Puskás de melhor gol do ano...


Na Colômbia durante um torneio sub-21 aconteceu um gol para ficar na memória...

Anderson Díaz driblou 5 adversários, tirou o goleiro da jogada e passou por outro zagueiro antes de tocar para o gol vazio.

A partida foi entre o Santander e o Norte de Santander, um clássico local...

Apesar do gol de Díaz o Norte de Santander foi superado pelo Santander por 3 a 2.

Oswaldo Maestro e Israel Aguillar, partida de handebol entre Brasil e México... Pan-Americano 2019.

Imagem: Luis Robayo/AFP/Getty Images 

UEFA anuncia os nomes dos indicados para o Prêmio de Melhor Jogador e Melhor Jogadora da temporada 2018/2019...

Imagem: Andrew Powell/Liverpool FC via Getty Images

Cristiano Ronaldo, Messi e Virgil van Dijk (foto) foram os três indicados para o Prêmio de Melhor Jogador da UEFA na temporada 2018/2019, informou nesta quinta-feira o órgão máximo que dirige o futebol europeu...

O vencedor será anunciado em 29 de agosto, durante o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões.

No evento serão divulgadas também as vencedoras do prêmio de melhor Jogadora do Ano da UEFA na temporada passada...

As finalistas são Lucy Bronze, Ada Hegerberg e Amandine Henry, todas do Lyon.

Enquanto o melhor futebolista da Liga Europa sairá do trio composto por Olivier Giroud (Chelsea), Eden Hazard (Chelsea/Real Madrid) e Luka Jovic (Eintracht Frankfurt/Real Madrid)...

quinta-feira, agosto 15, 2019

A bela imagem da atleta colombiana Caterine Ibargüen...

Imagem: Ivan Alvarado/Reuters

Agora sim... Stéphanie Frappart entrou definitivamente para a história do futebol Europeu.

Imagem: Nick Potts/PA

A francesa Stéphanie Frappart tornou-se a primeira mulher a apitar uma Supertaça Europeia...

Na verdade, Frappart é a primeira mulher a dirigir uma partida masculina organizada pela UEFA.

A árbitra conduziu a partida entre o Liverpool e o Chelsea...

O jogo terminou empatado em 2 a 2 no tempo regulamentar, mas nas penalidades máximas o Liverpool venceu por 5 a 4.

A árbitra gaulesa já havia apitado a final do Campeonato do Mundo feminino...

Ela tem 35 anos e já tinha feito história em abril, quando foi a primeira a apitar um encontro do campeonato masculino francês.

Mirandinha e Paul Gascoigne, no Newcastle United: o cearense da cidade de Chaval foi o primeiro brasileiro a jogar na Inglaterra.

Imagem: Action Images

Balotteli e o Flamengo...

Imagem: Autor Desconhecido

A novela entre Mario Balotelli e o Flamengo, também faz sucesso na imprensa italiana e portuguesa...

Porém, ambas não esperam um desfecho favorável ao rubro-negro.

O Flamengo, segundo o Jornal Record, aceitou satisfazer vários pedidos do atacante italiano, mas a intromissão do Brescia no negócio pode afastar Balotelli do Maracanã...


A equipe carioca oferece muito dinheiro ao jogador: cinco milhões de dólares por ano, em duas temporadas.

Curiosamente, Balotelli também pediu que o Flamengo compre Enock, um dos seus irmãos, para que jogue em outro clube brasileiro, o Boavista, que disputou a Série D e que costuma ter jogadores cedidos pelo 'Fla'...

Balotelli exigiu inclusive que garantissem a Enock um mínimo de dez jogos disputados.

De acordo com o jornalista italiano Gianluca di Marzio, o Flamengo se dispôs a aceitar estas condições...

Contudo, apareceu o Brescia, clube que vai disputar a Série A italiana este ano.

Choveu muito no dia do jogo...

Imagem: Matt Watson/SFC via Getty Images

A Liga da Espanha fatura 2,1 bilhões de euros com direitos de transmissão...




2,1 bilhões de euros é o quanto a LaLiga, que começa neste sábado, fatura com direitos de transmissão...

Dinheiro é dividido entre os 20 clubes que jogam a competição.

Em 2015, após enorme pressão dos clubes, finalmente adotou-se a negociação coletiva pelos direitos de mídia.

Além disso, a divisão da verba passou a ser muito mais justa: 50% é repartido igualmente entre os clubes, enquanto 25% é distribuído conforme a posição do time no campeonato.

O mais legal, porém, é como a LaLiga encontrou um caminho para melhorar a percepção de qualidade do seu produto a partir da divisão dos 25% restantes.

A entidade criou uma série de critérios que precisam ser seguidos pelos clubes para receber a verba.

Entre eles estão a qualidade do gramado, a presença de torcida no estádio, o preenchimento total do espaço da arquibancada no ângulo captado pela TV, etc.

Essa mudança obriga os clubes a trabalharem para melhorar o produto, pois só assim poderão ter acesso aos € 500 milhões que fazem parte dessa fatia do bolo da TV.

Outra decisão importante tomada pela LaLiga foi obrigar os clubes a apresentarem garantias orçamentárias de que poderão investir na contratação de jogadores e na manutenção de elencos.

A medida foi tomada para impedir que os times "quebrassem" no meio do campeonato e, assim, o atraso no pagamento de salários passasse a interferir diretamente no andamento dos clubes dentro da competição.

Fonte: Máquina do Esporte

quarta-feira, agosto 14, 2019

"Um peito cheio de futebol"...

Imagem: Matt West/BPI/Rex/Shutterstock

Eden Hazard, sozinho, tem um valor de mercado mais alto que o elenco de 9 equipes das equipes que enfrentará na temporada 2019/2020...

Imagem: Skysports

No próximo sábado Eden Harzard estreia oficialmente vestindo a camisa do Real Madrid na partida contra o Celta de Vigo, pela primeira rodada da Liga Espanhola...

O belga certamente será um dos pilares da equipe merengue.

O atacante madridista é avaliado no mercado do futebol (segundo o portal especializado Transfermarkt) em 150 milhões de euros, sendo um dos jogadores de maior valor econômico atualmente...

Somente Kylian Mbappé (200 milhões) e Neymar (180 milhões) superam o jogador do Real Madrid, que está em terceiro lugar no ranking.

Porém, há um detalhe que choca e mostra a absurda distância econômica entre os clubes da Liga espanhola...

Eden Hazard, sozinho, tem um valor de mercado mais alto que o elenco de 9 equipes das equipes que enfrentará na temporada 2019/2020.

Abaixo a lista das equipes e o valor de seus elencos

Eden Hazard, 150 milhões de euros.
Getafe, 141 milhões de euros.
Levante, 108 milhões de euros.
Deportivo Alavés, 97 milhões de euros.
Real Valladolid, 84'15 milhões de euros.
Leganés, 81'8 milhões de euros.
Eibar, 71'05 milhões de euros.
Osasuna, 38'3 milhões de euros.
Granada, 27'9 milhões de euros.
Mallorca, 25'6 milhões de euros.

Na Premier League o VAR tem telão...

Imagem: Charlotte Wilson/Offside via Getty Images

Justo y Nico: não há rivalidade que resista ao amor de um pai por um filho...

Imagens: Documentário Justo y Nico Reprodução

Justo y Nico: não há rivalidade que resista ao amor de um pai por um filho

O amor que Justo transferiu para o time arquirrival de seu time de coração, mas que era o time de Nico, seu filho morto, prova que o futebol é capaz de produzir histórias que ultrapassam os limites das quatro linhas e fazem do esporte bretão uma instância da vida social que eleva pessoa ao mais puro estado de humanidade.

Pedro Henrique Brandão Lopes

O bairro Villa del Cerro, na periferia de Montevidéu, guarda uma rivalidade futebolística que só não supera o gigantesco clássico Nacional e Peñarol.

Em dia de “Derby de la Villa”, Club Atlético Cerro e Rampla Juniors medem forças, ora no Luis Trócolli, ora no Estádio Olímpico de Montevidéu, porém sempre com torcedores apaixonados que levam às arquibancadas suas histórias particulares de gerações familiares para ajudar no grito que incentiva os onze que estão em campo.

Desde 2017, porém, os jogos do Rampla contam com uma história fora do comum no meio futebolístico: a história de Justo e Nico, que é linda na mesma proporção de sua raridade.

A inusitada história começa em 29 de dezembro 1986, o dia do nascimento de Nicolás Martin Sánchez, o Nico, dia que Justo conta ter sido o dia mais feliz da vida dele pelo nascimento do filho.

O orgulhoso pai Justo teria a companhia que sempre sonhou para ensinar a devoção pelo azul e branco do Cerro e apenas três dias depois de Nico nascer, Justo levou os documentos do filho a sede do clube de coração para registrá-lo como sócio cerrense.

Durante a infância de Nico, tudo correu como nos antigos planos de Justo e o menino vivia com a camisa do Cerro, chutando uma bola e sem perder um jogo sequer no Luis Trócolli sempre em companhia do pai.

Porém aos 15 anos, Nico começou uma mudança que causaria uma ruptura no lar dos Sánchez.

O menino que foi ensinado a torcer, amar e incentivar o azul e branco do Cerro, conheceu o verde e vermelho do Rampla e se apaixonou perdidamente.

É difícil imaginar como Justo suportou tamanha “traição”, mesmo assim, Nico continuou sendo o filho amável que sempre foi, mas com um pequeno grande problema: agora Nico era um picapiedra do Rampla.

Futebol deixou de ser um assunto na casa dos Sánchez, para evitar que um simples almoço virasse uma prévia de um Clássico de la Villa.

Justo ensinou como torcer para um time de futebol, na chuva, no sol e nos jogos fora de Montevidéu.

Nico aprendeu bem a lição, só não torcia pelo Cerro, mas fazia tudo que o pai lhe ensinara pelo Rampla.

Numa dessas viagens, quando voltava para casa após assistir ao jogo do Rampla contra o Atenas San Carlos, no Campus Maldonado, um acidente automobilístico, no dia 6 de março de 2016, encerrou aos 29 anos a passagem de Nico pela vida.

Ao receber a notícia da morte do filho, Justo imediatamente atribuiu a responsabilidade pela morte ao Rampla.

No quarto do jovem havia uma bandeira nas cores verde e vermelha, que Nico mantinha sempre hasteada.

Justo quis queimar a bandeira para apagar qualquer vestígio do “maldito clube que matou” seu filho.

Mas quando chegou ao quintal com a bandeira nas mãos, percebeu que aquele pedaço de pano representava um grande amor de seu filho, mais que isso, aquela bandeira era o que havia restado de Nico no mundo.

Esse foi o ponto de partida para uma conclusão e algumas atitudes de Justo que fazem da irracionalidade tão típica ao futebol, algo mais humano e ao mesmo tempo extremamente racional.

Justo percebeu que o Rampla não era o motivo da morte do filho, mas sim a vida de Nico.

Justo permitiu que as cinzas de Nico fossem jogadas nas arquibancadas do Estádio Olímpico de Montevidéu.

A última morada que Nico gostaria foi respeitada e Justo acompanhou a cerimônia.

Porém, a falta que Justo sentia do filho aumentava com o passar dos dias e ele percebeu que precisava ir além.

O cerrense de uma vida inteira, que fez seu filho sócio do clube aos 3 dias de vida, de uma hora para outra se viu na arquibancada do Rampla torcendo pela camisa verde e vermelha.

Para quem é torcedor a mudança de Justo pode parecer absurda, mas para quem é pai, e mesmo para quem é filho, o vira casaca é justificável.

Quem vê a bandeira verde e vermelha com a frase “Nico Siempre Presente” amarrada no alambrado do estádio Olímpico e ainda assim insiste em não compreender o que se passa ali, Justo explica:

“Eu digo e sustendo: meu sangue vai ser cerrense até eu morrer. Mas meu coração é Rampla. Eu represento ele (Nico)”

O bairro todo conhece a história e abraçou Justo como ele abraçou o time do filho.

Entre as conversas mais acaloradas sobre qual time Justo seria torcedor depois da morte de Nico, surgiu uma frase que hoje é a forma como os moradores de Villa del Cerro e torcedores de Cerro e Rampla se referem ao diferente torcedor.

Para eles Justo é um “hinja del hijo”.

Justo é e sempre foi torcedor de Nico e enquanto Justo levar aquela bandeira às arquibancadas do Rampla, e enquanto o coração cerrense bombear sangue picapiedra no corpo de Justo, Nico sobreviverá pelo futebol, pelo Rampla, pelo cerro e principalmente pelo amor de pai e filho.

A bela história de Justo e Nico só ganhou o mundo após a iniciativa da iniciativa da agência da Câmara TBWA, que produziu o documentário chamado “Justo y Nico, uma história de amor além das cores” que foi lançado com apoio da Secretaria Nacional de Esportes do Uruguai na semana do dia dos pais no país e foi usada como campanha de conscientização pela paz entre torcedores.

Escorregou... tomou o gol.

Imagem: Matthew Childs/Action Images via Reuters

Manchester United investe milhões de libras para melhorar o conforto do torcedor...

Imagem: The Telegraph

20 milhões de libras foi o quanto o Manchester United investiu em melhorias no Estádio Old Trafford para melhorar a experiência do torcedor nos jogos do clube...

Fonte: Máquina do Esporte

terça-feira, agosto 13, 2019

Os golfinhos apareceram para surfar... Bondi Beach, Austrália.

Imagem: Daniel Munoz/Reuters 

O dia em que Euclides da Cunha atirou em um aspirante do exército campeão de tiro, aleijou Dinorah, zagueiro do Botafogo e morreu baleado pelo amante de sua esposa...

Imagem: Autor Desconhecido

Tragédia da Piedade

A passional história do dia em que Euclides da Cunha atirou em um aspirante do exército campeão de tiro, aleijou Dinorah, zagueiro do Botafogo e morreu baleado pelo amante de sua esposa.

Por Pedro Henrique Brandão/Universidade do Esporte

"Jogador do Botafogo é baleado por Euclides da Cunha"

A manchete é absurda, mas real.

Mesmo passados 110 anos da sangrenta manhã do dia 15 de agosto de 1909, muito mistério ainda envolve os acontecimentos daquela manhã de domingo que culminaram com a morte de Euclides da Cunha, uma bala alojada na coluna de Dinorah, três tiros no aspirante do exército Dilermando de Assis, que depois da morte do escritor assumiu publicamente o romance com Anna da Cunha, a S'Anninha, viúva de Euclides, com quem mantinha um caso extraconjugal, além de ser o estopim para uma tragédia familiar que renderia mais três mortes em doze anos.

A atribulada personalidade daquele que se tornaria um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, causava barulho desde a adolescência do jovem Euclides.

Ainda um aspirante das forças armadas, num rompante de rebeldia, protestou contra a monarquia atirando sua baioneta aos pés do Ministro da Guerra do Império que passava em revista pelo batalhão do qual Euclides fazia parte, em 1888, um ano antes da Proclamação da República.

O jovem Euclides era um entusiasta republicano e o ato lhe rendeu a expulsão das forças armadas.

Sem a atividade das armas, Euclides teve tempo para outras duas atividades para as quais desenvolveu talento: a política e as letras.

Na política, era presença constante nas reuniões dos republicanos que buscavam derrubar o Império e instaurar a República.

Nas letras, começou a escrever para o jornal O Estado de São Paulo.

As duas atividades mudariam e guiariam a vida de Euclides da Cunha traçando o rumo do escritor até o fatídico domingo de agosto de 1909, na casa da Piedade onde tudo terminaria.

Numa das muitas reuniões políticas das quais participava, na casa do major Frederico Solon de Sampaio, um propagandista da República, Euclides conheceu a filha do major, Ana Emília Ribeiro, a S'anninha, então uma adolescente de 16 anos.

Euclides já tinha 23 anos e por ter ficado órfão aos três anos, sua vivência o havia obrigado a amadurecer muito jovem.

Mesmo assim o casamento aconteceu em 1890 e é claro que as coisas não aconteceram como o esperado.

S'anninha esperava um marido presente e confiava que Euclides conseguiria um cargo público de relevância em retribuição por sua atuação na articulação pró República.

Os planos de Euclides, porém, eram outros.

O espírito aventureiro, apesar da personalidade conservadora, e o compromisso ético com a República o fizeram declinar de um alto cargo público oferecido diretamente por Floriano Peixoto.

A recusa, em primeiro lugar, se deu porque Euclides entendia que os cargos públicos numa República deveriam ser distribuídos entre os mais capacitados e não entre aqueles que estavam mais próximos do poder, o que apenas repetiria a forma de governo do Império.

Em segundo lugar, Euclides mantinha planos de conhecer o interior do país com intuito de conhecer o povo, os diferentes costumes, mas também auxiliar a garantir a expansão e unificação da República.

Assim, se engajou em empreitadas pouco amistosas no final do século XIX e início do século XX.

Em 1897, viajou ao interior baiano como correspondente do jornal O Estado de São Paulo para reportar os acontecimentos da Guerra de Canudos.

Essa viagem rendeu um dos maiores clássicos da literatura brasileira.

"Os Sertões" apresentou um Brasil desconhecido aos brasileiros dos grandes centros urbanos, mas também fez a denúncia do massacre que o Estado impôs ao povo que seguia Antônio Conselheiro. 

O livro publicado em 2 de dezembro de 1902, traz nas anotações preliminares a frase "aquela campanha lembra um refluxo para o passado.

E foi, na significação integral da palavra, um crime.

Denunciemo-lo.", em que o escritor cumpre com maestria o papel do jornalista e presta importante serviço à história do Brasil.

Quando retornou ao Rio de Janeiro, porém, Euclides não sossegou, pelo contrário, a experiência em Canudos parece ter inquietado ainda mais o espírito do escritor que a essa altura queria percorrer o país.

E assim, embarcou em outras expedições sempre deixando S'anninha sozinha na capital federal.

Sozinha, porém nunca desassistida financeiramente.

Existem registros de que boa parte do salário de Euclides como engenheiro do governo era depositado em uma conta no Rio de Janeiro para que Anna pudesse prover as necessidades da casa e dos filhos do casal.

Em dezembro de 1904, Euclides partiu para a mais longa de suas ausências, até janeiro de 1906, o escritor permaneceu no Acre auxiliando nas negociações com a Bolívia pelo território acreano.

Nos 14 meses de ausência de Euclides, Anna mudou muita coisa na vida da família Cunha.

A primeira foi mudar-se para uma pensão no Flamengo, para se estabelecer num local onde tivesse mais praticidade no cotidiano e segundo anotações da própria Anna "aplacar a solidão".

Porém, na pensão em que foi viver com os filhos, Anna conheceu um jovem aspirante do exército, recém-chegado na cidade, vindo de Porto Alegre, e que mexeu com seus sentimentos.

Dilermando de Assis, então aos 17 anos, se aproximou de Anna, que tinha 28 anos.

Estava armada a confusão porque foi paixão à primeira vista.

Em pouco tempo os dois estavam perdidamente apaixonados e viviam um tórrido romance.

O casal estava tão apaixonado que não se importou com a repercussão que uma gravidez causaria e Anna deu à luz no retorno de Euclides a um filho que o escritor sabia não ser seu.

Gira em torno deste nascimento uma história de que o escritor teria proibido Anna de amamentar a criança o que resultou na morte por inanição do recém-nascido e que Euclides o haveria enterrado no quintal da casa onde voltaram a viver.

Porém nada se comprova além das memórias escritas por S'anninha num diário.

Mesmo assim, Anna deu à luz outros dois filhos de Dilermando que Euclides chamava em seus escritos de "espigas de milho em meio ao cafezal", em referência aos cabelos claros que as crianças herdaram do amante de S'anninha, contrariando a genética de cabelos escuros do escritor.

Fato é que Euclides tinha real conhecimento da traição de Anna e nunca se posicionou em direção ao divórcio.

Com as ausências cada vez mais frequentes de Euclides, Anna passou a viver mais próxima de Dilermando.

Assim que seu marido partia para uma nova viagem, Anna partia para uma temporada na casa do amante.

Numa dessas, porém, Euclides retornou antes do previsto e ao chegar em casa não encontrou sua família, apenas seu filho mais velho Sólon, então com 14 anos, a quem o escritor ordenou que fosse buscar a mãe.

Sólon sabia que a mãe estava na casa da Piedade junto ao amante e contou ao pai antes de sair para trazer Anna de volta para casa.

Quando Sólon chegou à residência de Dilermando, uma tempestade desabou no Rio de Janeiro e impediu a volta da família para casa naquele dia.

Na manhã seguinte Euclides partiu rumo ao encontro da família para acertar as contas e lavar sua honra.

Antes passou na casa de um conhecido para pedir uma arma emprestada.

Segundo o inquérito, pouco depois das 10 horas da manhã, Euclides invadiu a casa de Dilermando de Assis aos gritos de "vim para matar ou morrer".

Logo na entrada o escritor encontrou Dinorah, irmão de Dilermando e que era zagueiro do Botafogo.

Ao tentar argumentar com Euclides, Dinorah foi alvejado por um disparo que lhe acertou a coluna.

Assim que ouviu os gritos e o tiro, Dilermando reagiu rapidamente e saiu de seu quarto atirando.

Euclides da Cunha conseguiu acertar três tiros em Dilermando, mas nenhum em área vital ao contrário do que o campeão de tiro conseguiu com o escritor.

Um tiro certeiro no peito de Euclides da Cunha que morreu instantaneamente.

A morte de Euclides da Cunha foi apenas o primeiro capítulo de uma tragédia que abalou o Rio de Janeiro no começo do século passado.

Os jornais repercutiram o caso como um escândalo tanto pela morte do escritor, como pelo caso extraconjugal de S'anninha, além do julgamento midiático de Dilermando.

O caso ganhou da imprensa o nome de Tragédia da Piedade.

No julgamento, Dilermando foi absolvido por unanimidade que considerou o caso como legitima defesa, já que Euclides invadiu a casa e atirou também em Dinorah.

Desgostoso com a situação e sem conseguir aceitar que sua mãe ficara com o homem que assassinou seu pai, Sólon partiu para o Acre em 1914 fugindo de casa.

No Norte do país envolveu-se com disputas de terra e ao ser nomeado delegado, foi assassinado numa emboscada no início de 1916.

Ainda em 1916, mais uma morte decorrente daqueles tiros em 1909.

No dia 4 de julho, Dilermando de Assis foi até o cartório de órfãos para requerer a guarda de um de seus filhos com Anna que havia sido registrado como filho de Euclides da Cunha. 

Enquanto lia os papéis, Dilermando foi atingido por disparo pelas costas.

O autor era Euclides da Cunha Filho, o Quidinho, na intenção de vingar a morte do pai.

O jovem aspirante da Marinha conseguiu um revólver e foi em busca de justiça.

Acertou quatro tiros em Dilermando antes que este pudesse reagir.

Dilermando de Assis, um exímio atirador e então tenente do exército, conseguiu revidar e matar seu agressor.

Mais uma vez a repercussão foi tremenda e Dilermando de Assis foi parar no banco dos réus.

Novamente o veredicto foi pela absolvição por legitima defesa.

Porém a opinião pública não poupou o casal e principalmente Anna, que se casou com aquele que agora era o assassino de um filho dela.

O último capítulo da Tragédia da Piedade foi Dinorah, que a época do atentado que vitimou Euclides já era zagueiro do Botafogo, se recuperou rapidamente da lesão e apenas uma semana depois de ser baleado entrou em campo para defender o Alvinegro da Estrela Solitária.

Mesmo com uma bala alojada na coluna, o zagueiro atuou por mais um ano e foi campeão com o Botafogo no tão famoso campeonato de 1910.

Ao final da temporada, encerrou sua carreira depois de apresentar fraqueza muscular o que fez com que jogasse no gol até não conseguir mais controlar seus movimentos.

Retornou para Porto Alegre em 1912, já paraplégico e se entregou ao alcoolismo, perambulou pelas ruas da capital gaúcha, foi recolhido e internado algumas vezes como louco em sanatórios da cidade, até se suicidar atirando-se nas águas do Rio Guaíba, em 21 de novembro de 1921.

A trama é tão absurda e densa que mais parece um roteiro mal escrito, mas é inacreditavelmente verdadeira.

O futebol fica de lado em várias passagens, mas a literatura, o amor, a paixão, o ódio, a traição, a vingança e a várias nuances de todos os outros ingredientes do enredo também ficam, em algum momento, jogados para escanteio nessa história de sangue escrita pelas mesmas mãos que escreveram uma obra prima da literatura brasileira.

segunda-feira, agosto 12, 2019

Merci pour votre visite GEMAB19... Lorraine Mondial Air Ballons - Chambley.

Começou a Premier League 2019/20120...

Imagem: Martin Rickett/PA

Série C: Treze de Campina Grande vence o Ferroviário por 2 a 0, cola no Globo e devolve a lanterna para o ABC...

Imagem: Autor Desconhecido

O Treze venceu o Ferroviário por 2 a 0...

Resultado que apimenta a próxima rodada e deixa três torcidas com a respiração suspensa.

Vamos lá...

O ABC recebe o Sampaio Correa no Maria Lamas Farache, em Natal, o Globo vai a Recife enfrentar o Santa Cruz e o Treze, em Aracaju, joga contra o Confiança.

Continuando...

Se vencer do Náutico, logo mais, em Pernambuco, o Sampaio vem para Natal classificado e com o primeiro lugar garantido...

Perdendo, encara o ABC precisando da vitória para não correr nenhum risco de deixar escapar a primeira colocação no Grupo A – lembrando que o Náutico é concorrente direto dos maranhenses na luta pela liderança.

O Globo pega o Santa Cruz ainda sonhando e o Treze, encara o Confiança, que pode ou não estar brigando pela primeira posição...

Enfim, vai ter especulação ara todos os gostos.

Estou chegando para aquele abraço bem apertado...

Imagem: Mark Kerton/PA

Enfim, "Neymar conquistou Paris"...

Imagem: UOL Esporte

Neymar está na crista da onda, com a torcida do PSG...

Na primeira partida clube pela Ligue 1, o brasileiro foi bastante lembrado.

Faixas foram estendidas em sua “homenagem”...

“Vá embora”, dizia a primeira (foto).

Uma segunda faixa recordava o imbróglio do jogador com a brasileira Najila...

E, tudo isso acompanhado do coro... “Neymar Filho da P...”

Neymar, enfim, conquistou Paris.