quinta-feira, abril 09, 2020

1947: o ano que (quase) congelou o futebol inglês... As imagens são da partida Chelsea versus Blackpool.

Imagem: Central Press/Getty Images

1947: o ano que (quase) congelou o futebol inglês

O inverno europeu mais rigoroso em 40 anos, levou o Reino Unido a pensar em parar o futebol, porém, o frio não apenas não paralisou a disputa, como aquele campeonato terminou de forma quente e com a quebra do jejum de 24 anos sem títulos do Liverpool

Por Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte

O futebol inglês ficou paralisado durante a Segunda Guerra Mundial.

Desde o campeonato de 1940, que foi interrompido na terceira rodada em razão da eclosão do conflito, até a decisão de retomar a disputa no verão de 1946, os ingleses ficaram longos seis anos sem sua grande criação e paixão esportiva.

Após a guerra, além de destruída em infraestrutura, a Inglaterra também estava arrasada animicamente, mesmo saindo como uma das vencedoras, a miséria havia tomado conta de grande parte da população.

A história mostra que ninguém sai de uma guerra imune aos seus efeitos colaterais e não foi diferente com os britânicos.

Para levantar o ânimo das pessoas e retornar à normalidade, nada como mexer com o histórico de atleta das pessoas, por isso, logo no ano seguinte ao fim da guerra, o Campeonato Inglês foi retomado.

Porém, quando a temporada se aproximava da metade, o clima virou para um rigoroso inverno.

Foram 55 dias consecutivos de neve no Reino Unido, as temperaturas eram as menores registradas desde 1910 e convivendo ainda com a destruição da Segunda Guerra, as pessoas precisaram enfrentar um longo período de reclusão para se preservarem do frio cortante daquele inverno.

O governo interveio e paralisou a atividade industrial.

Com as fábricas fechadas, a paralisação se estendeu para ferrovias e estradas, a energia elétrica passou a ser racionada e o desabastecimento tornou-se ser rotina dos britânicos.

A vida não era das mais fáceis naqueles dias e o principal entretenimento do povo estava ameaçado.

As nevascas deixavam os gramados em estado impraticável para o futebol, além disso, o frio tornava humanamente impossível a permanência nas arquibancadas de qualquer estádio e o desemprego impedia que os trabalhadores comprassem os ingressos.

Até março o inverno foi cruel, mas a aproximação da primavera melhorou o cenário.

Foi quando o governo ordenou que a atividade industrial fosse retomada a todo vapor.

Para isso, porém, era preciso contar com 100% da força de trabalho das pessoas e, nesse contexto, os esportes populares foram considerados como “distrações desnecessárias”.

Os esportes que mais concentravam as massas eram futebol, hóquei no gelo, rúgbi union, rúgbi league e as corridas de carros, cavalos e cachorros.

Por isso, no dia 12 de março de 1947, o Ministério do Interior reuniu os dirigentes dessas modalidades e determinou a realização de jogos apenas aos finais de semana.

O críquete, também muito popular no país, foi deixado de fora da proibição, pois era um esporte considerado dos idosos, ou seja, de pessoas fora da faixa etária de força de trabalho.

A decisão não foi bem recebida entre a população e os dirigentes como Will Cearns, presidente do West Ham e, também, diretor do estádio de corridas de cachorro de Wimbledon, que reclamou, como recordou o Jornal The Guardian:

“O efeito moral sobre as pessoas poderia ser desastroso. A ideia toda é inacreditável. Acredito que a opinião contra o banimento dos esportes no meio da semana será tão forte que nunca entrará em vigor”.

Mesmo sob protestos dos torcedores e dos dirigentes, a proibição de jogos durante a semana vigorou e, com isso, organizadores precisaram readequar as disputas ao novo calendário disponível.

Poderia parecer fácil remarcar o restante das datas aos fins de semana, mas como o inverno havia sido bastante rigoroso, muitos jogos já tinham sido adiados e naquele momento era imprescindível que as datas no meio da semana estivessem livres para que a disputa se encerrasse até o início de maio, como era tradicional.

Os dias que antecederam e as semanas seguintes à reunião com o Ministério do Interior, foram de nevascas intensas e causaram mais adiamentos por falta de condições dos gramados encharcados.

Foram sete rodadas consecutivas com jogos remarcados em função do clima ruim.

Outro grande problema enfrentado pela Football League, era o desnivelamento da tabela.

Havia diferenças que chegavam a oito rodadas como no caso do Blackpool, que havia disputado 34 jogos, enquanto o Sheffield United havia jogado apenas 26 partidas.

Por tudo isso, aquela temporada de 73 atrás se aproxima muito da situação atual da Premier League, paralisada em razão da pandemia do novo coronavírus, e colocou um dilema na continuidade da competição.

Em 1947, porém, havia a alternativa — que não há hoje — de jogar com portões fechados durante a semana, mas isso não era atrativo para os clubes que dependiam financeiramente quase que exclusivamente das bilheterias e vinham do duro inverno com públicos menores que o de costume e, portanto, com os cofres abalados.

Outra opção era suspender a disputa e declarar um campeão, ou seja, o mais bem colocado àquela altura. Isso, porém, seria muito injusto por conta do desnivelamento de rodadas entre as equipes, além de influenciar na forma de como decidir os rebaixamentos e os acessos.

Uma terceira alternativa era esticar a temporada até o início do verão, ou seja, ao invés de acabar no início de maio, o campeonato deveria se estender até meados de junho.

Dessa maneira, por unanimidade, prorrogar o final da temporada foi a decisão tomada entre clubes e dirigentes da liga.

Porém, há uma diferença substancial daquela oportunidade para os dias atuais: não sabemos quando a pandemia vai passar e, além disso, em 1947 os finais de semana estavam livres para jogos.

Por isso, atualmente, o Liverpool torce pelo fim da temporada 2019/2020 para ser declarado campeão num cenário muito diferente de 1947, pois os times disputaram a mesma quantidade de jogos e a diferença do líder para o vice-líder é grande.

Entretanto, se o cancelamento da temporada tivesse sido a solução do dilema de 73 anos atrás, o Liverpool não teria comemorado o fim do incômodo jejum de 24 anos sem conquistas, o segundo maior da história dos Reds.

Foi na base de uma imensa reviravolta, porém, que o Liverpool buscou o título da temporada 1946/47.

Tudo começou antes mesmo da temporada iniciar com uma excursão dos Reds aos Estados Unidos, a ida a América serviria como preparação nos jogos contra adversários locais, mas acabou servindo para que os jogadores pudessem aproveitar uma vantagem do outro lado do Atlântico: a boa alimentação.

A guerra e o inverno fizeram um racionamento de comida vigorar na vida dos ingleses, mas na América, o abastecimento estava normalizado e a delegação do Liverpool se alimentou como nenhum outro clube da Inglaterra.

Ao fim da viagem, os jogadores tinham ganho em média cerca de seis quilos e estavam mais fortes e saudáveis do que os subnutridos britânicos.

Apesar de não ser um dos favoritos ao título, aquele Liverpool contava com figuras como Bob Paisley, nome lendário no clube como treinador e que atuava como zagueiro, era treinado por George Kay, que comandou os Reds por quase duas décadas, foi também a temporada de estreia de Billy Liddell, um dos maiores ídolos do clube, e na frente, uma dupla responsável por gols e mais gols: Jack Balmer e Albert Stubbins.

Stubbins viveria uma fase goleadora na retomada dos jogos adiados e terminaria como artilheiro da competição.

O primeiro goleador no pós-guerra, feito que lhe garantiu outra honraria: ser o único esportista na capa de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, o lendário disco dos Beatles.

Quando o Ministério do Interior ordenou que os jogos durante a semana não fossem realizados, o Liverpool estava na segunda colocação.

O Wolverhampton liderava com quatro pontos de vantagem e uma partida a menos.

Empatado em pontos e atrás do Liverpool apenas no critério desempate, o Blackpool ocupava o terceiro lugar.

Na perseguição aos três vinha um grupo com Middlesbrough, Manchester United e Stoke City.

A arrancada dos Reds, porém, não aconteceu logo no início do novo calendário, pelo contrário, na verdade os primeiros jogos mostraram uma certa oscilação.

A data que pode ser mencionada como o ponto de virada na temporada do Liverpool, é o dia 7 de abril de 1947, quando venceu o Preston por 3 a 0.

Daí em diante, o Liverpool emendou uma sequência de oito partidas com sete vitórias e um empate.

Mas como as vitórias valiam apenas dois pontos, mesmo essa sequência invicta não foi suficiente para que o time da terra dos Beatles despontasse.

Ainda mais com a boa fase e as campanhas de recuperação dos adversários mais próximos na classificação como Wolverhampton, Manchester United e Stoke City, que no final de abril disputavam palmo a palmo a liderança.

A derrocada do Stoke começou quando as desavenças entre o lendário Stanley Matthews e o treinador Bob McGrory atingiram o ponto de o jogador pedir para ser vendido.

Em 10 de maio, foi disputada uma partida entre Reino Unido e um selecionado do resto da Europa, no Hampden Park.

O negócio foi fechado na manhã dessa partida, faltando apenas três jogos para o fim da participação do time na competição.

O desfalque enfraqueceu um concorrente pelo título.

No final de semana de 17 maio, o campeonato estava mais do que embolado.

A diferença entre o líder e o quarto lugar era de apenas um ponto.

O Wolverhampton somava 53 pontos, Liverpool e Stoke empatados na segunda colocação com 52 pontos além do Manchester United com a mesma pontuação, mas com uma partida a mais.

Aquela rodada deixou tudo ainda mais embaraçado na briga pela taça.

Os Red Devils foram a 54 pontos e empataram com o Wolverhampton, enquanto o Liverpool com um empate foi a 53 e se manteve na cola da liderança.

Mais uma semana se passou até que iniciasse a rodada de 24 de maio.

Nela o Liverpool bateu o Arsenal em pleno Highbury, numa virada espetacular por 2 a 1.

Com o resultado, os Reds assumiram a liderança até que o Wolverhampton venceu o Huddersfield e pulou para 56 pontos, mesmo número de pontos que atingiu o Manchester United em sua partida de despedida da competição.

Para completar o fim disputado de campeonato, o Stoke chegou a 55 pontos ao vencer o Aston Villa.

Sem chances de erguer a taça, o Manchester United era carta fora do baralho.

Porém, Liverpool, Stoke e Wolverhampton poderiam comemorar o primeiro título do pós-guerra. Para o Wolves bastava vencer o confronto contra o Liverpool, enquanto os outros precisariam vencer e torcer por uma combinação de resultados.

Mais de 50 mil torcedores lotaram as arquibancadas do Molineux, no último dia de maio.

Um domingo ensolarado e quente como o campeonato havia se tornado, clima perfeito para a torcida dos Wolves comemorar o título em casa.

No primeiro turno, em Anfield, o Wolverhampton goleou por 5 a 1.

No Molineux, porém, a história foi diferente e o Liverpool venceu por 2 a 1 com sua dupla de ataque decidindo o jogo ainda na primeira etapa e o goleiro Cyril Sidlow evitando a reação dos Wolves.

Os goleadores Balmer e Stubbins anotaram os gols que garantiram a liderança dos Reds por apenas um ponto de vantagem.

Depois de uma reação memorável na competição, restava ao Liverpool apenas esperar o último jogo da temporada para levantar a taça.

A partida que o Liverpool aguardava, porém, não seria jogada pelos Reds, que encerraram a temporada na vitória sobre os Wolves, mas pelo Stoke contra o Sheffield United, em jogo atrasado que seria disputado apenas em 14 de junho.

Com 55 pontos, o Stoke City foi a Bramall Lane para enfrentar os donos da casa.

Uma vitória simples daria o inédito título ao Stoke, mas a venda de Stanley Matthews diminuiu a força dos Potters.

Sem ter nada a ver com isso e com uma partida heroica de seu capitão Jack Pickering, o Sheffield venceu por 2 a 1, sendo o tento decisivo anotado justamente por Pickering, que aos 38 anos fez sua única partida na temporada e definiu o campeão: o Liverpool.

Cinematograficamente, no mesmo horário da partida do Bramall Lane, o Liverpool jogava o Merseyside derby, o clássico contra o Everton.

Quando o apito final soou no jogo do Stoke com a vitória do Sheffield, os Reds venciam o arquirrival por 2 a 1 e ainda faltavam 10 minutos para o fim da partida.

A festa que ainda duraria alguns dias, explodiu entre os torcedores e pouco se deu atenção ao que ainda acontecia no clássico.

Um gesto bastante emocionante foi a forma como a notícia do título foi dada a William McConnell, presidente do Liverpool, apaixonado pelo clube desde a infância e que integrava diretoria desde 1929.

Internado em razão de um câncer terminal, McConnell recebeu a bola da partida do Bramall Lane, que decretou o final do jejum de seu time do coração como prêmio.

O título deu forças para que o dirigente saísse do hospital para cumprir seu último desejo que era levar de carro aberto o troféu da sede da Football League até Anfield.

Em agosto, William McConnell morreu aos 59 anos de uma vida inteiramente devotada ao Liverpool.

Em 14 de junho de 1947, com uma enorme festa e depois de muitas agruras, encerrou-se a mais longa temporada da história do futebol inglês, a primeira do pós-guerra com o país ainda se reconstruindo, com um frio glacial quase congelando o Reino Unido junto do futebol inglês e com o Liverpool quebrando um jejum de quase um quarto de século.

Apenas 70 dias depois, a nova temporada foi iniciada e o jogos de meio de semana foram retomados.

O Liverpool não repetiu o bom desempenho e amargou oito temporadas na segunda divisão além de outro jejum, dessa vez, de 17 anos, que pode até ser assunto por aqui, mas isso é história para outra oportunidade.

Gary Stevens, do Everton, chuta sob o olhar de Soren Lerby... Copas das Copas 1984/1985 - Everton 3x1 Bayern de Munique.

Imagem: ANL/Shutterstock 

Ronaldinho e seu irmão Assis deixam a prisão e se hospedam num hotel em Assunção...

Imagem: Palmaroga Hotel

O site Máquina do Esporte publicou que Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Assis pagaram fiança no valor de 1,6 milhão de dólares para deixarem a prisão no Paraguai e irem para um hotel no país...

Após deixar o presídio Ronaldinho e Assis se hospedaram no Palmaroga Hotel, em Assunção, em Assunção.

Sem permissão para deixar o país, os irmãos ficam a disposição da Justiça paraguaia...

O hotel passa a ser o endereço oficial dos dois, até que seja encontrada outra solução.

Imagem: Palmaroga Hotel

quarta-feira, abril 08, 2020

Correr atrás da bola é liberdade, é felicidade...

Imagem: Chris Lee/Chelsea FC via Getty Images

Partizan Beograd o clube que nasceu no seio do Exercito Popular Iugoslavo...


Não conheço, mas já vi! #5

A influência militar no Partizan Belgrado.

Por Dyego Lima/Universidade do Esporte

Fundado no dia 4 de outubro de 1945, o Klub Fudbalski Partizan tem como sede a cidade de Belgrado, capital da Sérvia.

Surgiu como um time militar do JNA (Jugoslovenska Národná Armijo), o Exército Popular Iugoslavo.

O termo Partisan tem como significado, literalmente, "grupo organizado em um partido político".

Porém, durante a 2ª Guerra Mundial, recebia esse nome todo o grupo paramilitar, geralmente sem qualquer tipo de treinamento, formado com o intuito de resistir à intensa ocupação das forças alemãs durante o conflito.

Foi assim apelidado o Exército Popular da Libertação da Iugoslávia, que lutou contra as forças do Eixo nos Bálcãs.

Por ter o preto e o branco como cores predominantes, são conhecidos como Grobari (Coveiros, em Português).

No entanto, nos primeiros treze anos de existência, quando ainda fazia parte do Exército, utilizava as cores azul e vermelho.

Hoje em dia, elas são costumeiramente utilizadas em seus uniformes reservas.

Sua casa é o Stadion Partizana, apelidado de O Templo, com capacidade para pouco menos de 33 mil torcedores.

Também conhecido como Stadion JNA, foi herdado do antigo BSK Belgrado, clube extinto durante a guerra, mas que posteriormente viria a formar o atual OFK Belgrado.

É lá que o Partizan sedia O Clássico Eterno contra o Estrela Vermelha, seu principal rival.

Esse é o maior duelo do país e um dos mais violentos da Europa.

Em setembro de 2009, em ranking elaborado pelo periódico britânico Daily Mail, o confronto foi classificado como o 4° maior do mundo em termos de rivalidade.

Entre as décadas de 1980 e 1990, grande parte dos torcedores do Partizan tinha um comportamento racista e homofóbico, fomentados pela Igreja Ortodoxa Sérvia.

Isso porque grande parcela da torcida do Estrela Vermelha era miscigenada, enquanto a do clube era de maioria branca.

É comum ouvir os adeptos do Partizan se referirem aos do rival como "ciganos'', algo imperdoável entre os Sérvios.

Deixando a paixão ultrapassar todos os limites, houve até um episódio em 2016 no qual ultras do clube agrediram um dirigente em frente ao estádio.

Um grande início

O Partizan começou sendo dirigido por um grupo de jovens oficiais do Exército Popular Iugoslavo, juntamente com alguns veteranos da Guerra Civil Espanhola.

Em agosto de 1946, a Liga Iugoslava foi iniciada e o clube fez a sua 1ª partida oficial, batendo o Pobeda Skoplje por 1 a 0.

Apenas em 1953, o clube encerrou oficialmente a sua ligação com o Exército.

E foi justo nesta década que o Partizan, mesmo contando com um elenco forte, viveu uma seca de títulos da Liga.

Venceram "apenas'' a Copa nos anos de 1952, 54, e 57.

Em 1955, o clube participou da primeira partida da história da Uefa Champions League, empatando em 3 a 3 com o Sporting, em Lisboa.

Milos Milutinovic foi o autor do primeiro gol da competição.

Com um início de vida considerado ruim pelos dirigentes, com dois títulos da Liga Iugoslava e quatro da Copa em seus primeiros 15 anos de existência, o clube decidiu mudar.

Primeiro, esteticamente: abandonaram o azul e vermelho do uniforme e adotaram o preto e o branco.

Dentro de campo, passaram a utilizar inúmeros jogadores oriundos das categorias de base.

The Partizan's babies se tornou uma das melhores gerações de jogadores que a Europa já tinha visto.

E a aposta trouxe resultados: o time foi campeão nacional entre 61 e 63, o primeiro tricampeonato da história da Liga Iugoslava.

Em 65, venceram o quarto campeonato em cinco anos.

A equipe acabou recebendo o apelido de Parni valjak (Rolo-compressor).

Foi na temporada de 1965–66 que o Partizan fez a sua melhor campanha numa Champions League.

O clube eliminou Nantes, da França, Werder Bremen, da Alemanha, Sparta Praga, então da Tchecoslováquia, e o Manchester United, para chegar à final contra o Real Madrid.

Em partida única realizada em Bruxelas, capital da Bélgica, a equipe acabou com o vice-campeonato ao perder para os merengues por 2 a 1.

Tornou-se o primeiro time da Europa Oriental a alcançar a final do torneio.

Oscilação

No período pós-final europeia e o início do ano de 1976, uma turbulência chegou ao clube.

A diretoria não soube operar com o time em alto nível, o que gerou uma crise institucional.

Vários jogadores assinaram com equipes maiores, e aquela promissora geração foi desfeita.

Durante todos esses anos, título algum foi conquistado.

A seca acabou no dia 11 de julho de 76.

O Partizan chegou à última rodada da Liga precisando de uma simples vitória contra o Olimpija para "roubar'' o título do Hajduk Split.

Já no último minuto, Nenad Bjekovic marcou o gol que encerrou o período de dez anos de espera.

Em 78, o oitavo Campeonato Iugoslavo foi vencido.

Nesse mesmo ano, o clube venceu o seu primeiro troféu europeu.

Trata-se da Copa Mitropa, uma espécie de Champions League disputada por clubes da Europa Central.

Após vencer um grupo que contava com Perugia, da Itália, e Zbrojovka Brno, da Tchecoslováquia, o Partizan bateu em casa o Honvéd, da Hungria, e sagrou-se campeão.

Inesperadamente, o clube viveu, em 1978–79, a sua pior temporada.

Terminaram em 15° lugar no campeonato nacional, evitando o rebaixamento depois de uma vitória por 4 a 2 contra o Buducnost na última rodada.

Para a temporada 1982–83, o clube contratou Moncilo Vukotic, Nenad Stojkovic e Nikica Klincarski.

Eles foram somados a Ljubomir Radanovic, Zvonko Zvikovic, Zoran Dimitrijevic, e a um jovem chamado Dragan Mance.

Mais um ótimo elenco foi formado.

O título iugoslavo foi conquistado mais uma vez, com Mance anotando 15 gols.

No entanto, uma tragédia aconteceu. Mance, no auge de sua carreira, morreu em uma batida de carro na Novi Sad-Belgrade Highway no dia 03 de setembro de 85, apenas vinte e três dias antes do seu aniversário de 23 anos.

Em sua homenagem, uma rua próxima ao estádio do Partizan foi batizada com o seu nome em 2011.

Polêmicas

Entre 85 e 87, alguns acontecimentos agitaram o futebol do país.

Na temporada 1985–86, o Partizan, após uma vitória por 4 a 0, venceu a Liga pelo saldo de gols.

Porém, Slavko Sajber, presidente da Federação Iugoslava, decidiu que toda a última rodada deveria ser disputada novamente por acusações de manipulação de resultados.

Os alvinegros se recusaram a entrar em campo, então o título foi dado para o Estrela Vermelha.

Por esses eventos, na temporada seguinte, 12 clubes, dentre eles o Partizan, iniciaram o campeonato com -6 pontos.

Ao final, o Vardar, que não teve nenhuma dedução, acabou campeão.

No entanto, após julgamentos na Corte Constitucional do país em 87, ficou decidido que a tabela final original da temporada 85–86 seria a levada em consideração, e os Black-Whites acabaram com o troféu.

Também foi acordada a devolução dos pontos retirados aos 12 times no último campeonato. Assim, o Partizan também foi confirmado como o vencedor da temporada 86–87.

A Iugoslávia acabou.

Os títulos, não.
Após a morte do Presidente Josip Broz Tito em 1980, a tensão cresceu na Iugoslávia, resultando em guerras civis separatistas no início dos anos 90.

No fim de maio de 1992, o Conselho de Segurança da ONU impôs duras sanções ao país.

Isso resultou no isolamento político da nação, queda na economia e hiperinflação da moeda, fazendo com que os clubes iugoslavos sumissem do cenário internacional.

E em meio à desintegração da Iugoslávia, o Partizan seguia vencendo.

Foi durante as guerras que o clube venceu a Liga nos anos de 1993, 94, 96, 97 e 99.

Na Copa, o clube foi campeão em 92, 94 e 98.

A chave para esse sucesso atendia pelo nome de Ljubisa Tumbakovic, técnico mais vencedor da história do time.

O início dos anos 2000 continuou sendo de vitórias.

Tumbakovic conduziu o time a mais dois títulos da Liga, em 2001–02 e 2002–03.

Na Champions League de 2003–04, apesar da eliminação na 1ª fase, o clube não foi derrotado em casa, conseguindo empates contra o Real Madrid dos Galácticos, o Porto de José Mourinho, que seria o campeão, e um Olympique de Marseille que contava com Barthez e Drogba.

As temporadas de 2007/08 e 2008/09 foram as melhores do clube na história.

A Liga e a Copa foram vencidas nas duas, feito inédito.

O nacional ainda seria conquistado nas quatro temporadas seguintes.

Sem nenhuma conquista, à época 2013/14 foi a pior nos últimos dez anos.

Porém, a Liga seria ganha na temporada seguinte. 

Em 2015/16, o Partizan venceu a Supercopa da Sérvia depois de cinco anos, e sem sofrer gols, algo inédito na história do torneio.

Em 2016/17, o início foi ruim: eliminação na Europa League e muitas derrotas no Nacional.

Contudo, o jovem técnico Marko Nikolic retornou e o time engatou uma sequência de 37 jogos invictos, contando Liga e Copa.

Os dois troféus foram vencidos no mesmo ano pela sexta vez.

O meia brasileiro Leonardo e o sérvio Uros Durdevic marcaram 24 gols cada um, sendo os destaques da campanha.

Foi o último título sérvio do clube.

A Copa ainda seria ganha em 2018 e 19.

O Partizan teve grandes jogadores ao longo de sua história.

O croata Stjepan Bobek é não só o maior artilheiro do clube com 403 gols, mas também da Seleção Iugoslava com 38.

Milan Galic foi finalista da Champions de 1966 com o clube e camisa 10 da Iugoslávia na conquista da medalha de ouro olímpica em 1960.

Predrag Mijatovic e Mateja Kezmán foram outros com passagens importantes pelo time.

Shannon Lyn, goleira da seleção da Escócia...

Imagem: Fred Marvaux/Icon Sport/PA

Acabou a era Suassuna no ABC...

Imagem: Autor Desconhecido

O médico Fernando Suassuna não é mais presidente do ABC...

Em carta aberta explicou os motivos de sua renúncia.

Seja lá quem for o substituto só encontrará dívidas e incertezas...

Fernando Suassuna – Carta aberta aos conselheiros, sócios, torcedores, funcionários e colaboradores

7 de abril de 2020

15:04

Caros conselheiros, sócios, torcedores, funcionários e colaboradores do ABC Futebol Clube,

Venho comunicar que dirigi, na data de hoje, ao presidente do Conselho Deliberativo, a minha renúncia do honroso cargo de presidente executivo do ABC Futebol Clube.

Na vida, tem hora para tudo, e senti que é o momento de retirar-me de campo para que o vice-presidente Bira Marques assuma o cargo, com toda a plenitude dos poderes, de forma estável, e assim possa construir politicamente as condições para o clube sair desta grave crise financeira.

Estou impossibilitado de sair de casa, por conta dos cuidados que devo ter com a minha saúde, em razão da pandemia do coronavírus (Covid-19), e essa situação de imprevisibilidade e de limitação de minha pessoa não poderia deixar que prejudicasse o ABC.

O presidente precisa estar no clube, e ter mobilidade para ir aonde for necessário na busca de concretização de novos projetos e ações.

Vejo em Bira Marques a capacidade para comandar essas ações daqui por diante. Liderar no Conselho a aprovação de um amplo plano de saneamento financeiro do clube.

Tenho a humildade de dizer que não consegui sensibilizar o colegiado para avançar neste sentido, e agora passo o bastão para Bira Marques continuar essa luta, que ao final atenderá o desejo de todos os abecedistas, que é ver o nosso ABC livre de dívidas.

Coube a mim, nestes últimos meses, reduzir as despesas e enxugar o quadro funcional do ABC, visando o tão sonhado equilíbrio entre receitas e despesas.

Apesar da recessão no país, mantivemos alguns contratos de patrocinadores e fomos em busca de outros.

Deixo pronto o projeto da marca própria, cuja loja será inaugurada na Avenida Prudente de Morais tão logo passe esse período de restrições.

O ABC ganhará royalties e lançará brevemente os seus novos uniformes para o ano de 2020.

Acertamos na formação do elenco para esta temporada, que vem apresentando satisfatórios e promissores resultados sob o comando técnico do professor Francisco Diá.

Ganhamos o primeiro turno do Campeonato Estadual e estamos na liderança do 2º turno.

Na Copa do Nordeste estamos no G4 e com todas as condições de ir à segunda fase.

Garantimos o calendário de 2021, com a participação assegurada na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil.

Quero destacar que abri o ABC para a contribuição efetiva dos seus torcedores, que vieram da arquibancada para ajudar a administração.

Agradeço a todos que estiveram comigo nos momentos mais difíceis.

E o faço, homenageando a todos, na figura do conselheiro Bira Rocha, que presta inestimáveis serviços ao nosso ABC, trabalhando dia e noite sem cessar.

Quero por último registrar que estarei sempre disponível para servir ao meu clube do coração, e a me somar a Bira Marques e a toda a nossa imensa torcida em busca dos nossos objetivos.

Abdico do cargo de presidente pelo bem maior do ABC, na certeza de que o clube será muito bem conduzido por Bira Marques.

Não me faltou coragem durante todo esse tempo para enfrentar toda sorte de percalços, e lidar com resistências às mudanças.

Saio com o sentimento de que dei o melhor de mim.

O faço também pela união.

Só venceremos as dificuldades com a união de todos.

Muito obrigado, de coração!

Natal, 07 de abril de 2020.

Fernando Antônio Brandão Suassuna

Ohio Stadium "pintado de vermelho" - A foto é anterior a pandemia...

Imagem: Jamie Sabau/Getty Images 

Paris Saint-Germain terá cota reduzida por conta do covid-19...


O Paris Saint-Germain é próximo a perder receita por conta da pandemia do novo coronavírus...

A rede de hotéis Accor paga por ano ao clube 70 milhões de euros.

Com a paralização das competições, a intenção é reduzir os valores...

 “Definimos que pagaríamos em duas parcelas, em 1º de janeiro e 1º de julho. A primeira parcela foi paga como combinado, mas para satisfazer a segunda é necessário que as competições sejam retomadas. Caso contrário, é quase certo que não será pago" afirmou Sébastien Bazin, gerente geral da rede de hotéis, em entrevista concedida à rede de televisão francesa BFM TV.

Fonte: Máquina do Esporte

terça-feira, abril 07, 2020

O horror no Equador... cadáveres são deixados nas calçadas.

Imagem: Autor Desconhecido

A pandemia do novo coronavírus tem causado problemas em todo o mundo, mas no Equador a situação é trágica...

Em Guayaquil, a maior cidade do país, o serviço funerário não consegue responder a todas as solicitações e os corpos são colocados nas ruas.

No país, segundo informações divulgadas pelo governo já morreram 191 pessoas devido à covid-19 e 3.700 estão infectadas...

O depoimento de Gabriel Marques, brasileiro que joga no Barcelona de Quayaquil, ilustra a desesperadora situação dos equatorianos.

"A situação aqui está muito feia, muito complicada. As pessoas estão morrendo. Não há como retirar os corpos das residências, por isso os familiares estão colocando os cadáveres na rua, na calçada, sem saber a causa, porque quando a pessoa morre não sabe se é por coronavírus ou por outro tipo de doença. As pessoas colocam os corpos fora de casa porque não aguentam o cheiro da decomposição do cadáver. Tudo colapsou tudo aqui, os hospitais...", disse Gabriel em entrevista ao Globo Esporte...
"Tenho um companheiro de equipe cujo pai tem coronavírus. Ele tem telefonado para os hospitais, ambulâncias, polícia e nada, ninguém responde. É uma situação muito difícil aqui no Equador", prosseguiu o jogador.

Gabriel conta que a população não acatou as recomendações que foram feitas no início da pandemia...

"Guayaquil, que onde eu e a minha família estamos, é o lugar que mais tem contaminados. Foi também a cidade que não acatou as recomendações das autoridades, não respeitou a indicação de ficar em casa. Há 20 dias cancelaram o futebol, cancelaram tudo e pessoas continuavam a andar na rua, sem proteção, sem máscaras, sem luvas e aconteceu o que aconteceu."

Gabriel está muito preocupado com o que pode acontecer no Brasil...

"Tenho pedido aos meus amigos, aos meus familiares que estão no Brasil para terem cuidado. Este vírus mata e é muito perigoso. Ouvi o presidente [Bolsonaro] dizer que é uma gripezinha, ouvi outras coisas, mas não é bem assim. É violento."


Imagem: Autor Desconhecido

Morreu Dolors Sala Carrió, de 82 anos, vítima do covid-19... Dolors era mãe de do treinador Pep Guardiola

Imagem: Susanna Saez/EPA

CBF libera R$ 19 milhões para ajudar clubes das Séries C e D do Campeonato Brasileiro...


A Confederação Brasileira de Futebol anunciou o repasse de R$ 19 milhões em ajuda para os clubes das Séries C e D do Campeonato Brasileiro, federações estaduais e as equipes que disputam as Séries A1 e A2 do Campeonato Brasileiro Feminino...

O aporte chega quando todas as competições estão suspensas em razão da pandemia do covid-19.

A divisão será feita da seguinte forma...

Os clubes da Série D receberão R$ 120 mil – valor "equivalente à média de duas folhas salariais dos atletas da competição", segundo a CBF.

Já as equipes que fazem parte da Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino terão direito a R$ 50 mil...

A Federação Norte-rio-grandense de Futebol também vai receber R$ 120 mil.

Kompany no Manchester United em 2008...

Imagem: Keith Williams/Action Images

Morreu Radomir Antić, o único treinador que comandou Atlético de Madrid, Real Madrid e Barcelona....

Imagem: Autor Desconhecido

Morreu Radomir Antić, de 72 anos...

Nascido em Žitište, província autônoma de Vojvodina, na Sérvia, Antić, jogou no Partizan Belgrado, Real Zaragoza, Fenerbahçe e Luton Town.

Depois que encerrou sua carreira de atleta, deu os primeiros passos como treinador como adjunto do Partizan...

Em seguida foi o Real Zaragoza (1988-1990) e Real Madrid (1991/92), permanecendo três anos no comando do Real Oviedo, ao qual voltaria em 2000, após as três passagens pelo Atlético de Madrid.

Em 2002/03, Antić foi para o Barcelona, tornando-se o único a treinar Barcelona, Real Madrid e Atlético de Madrid...

Na Espanha esteve ainda no Celta de Vigo.

Na Copa do Mundo de 2010 comandou a seleção da Sérvia...

Shandong Luneng e Hebei Zhongji, na China, foram os últimos clubes em que trabalhou.

Fortuna Sittard versus Ajax - Eredivisie - Nederland...

Imagem: Soccrates Images/Getty Images

Tottenham terá redução no valor dos direitos de nome de seu estádio...

Imagem: Autor Desconhecido

375 milhões de libras o Tottenham pretendia embolsar com a venda dos naming rights de seu novo estádio por 30 anos...

Não vai mais!

Com a pandemia do novo coronavírus o valor deve ser reduzido.

Com informações do Máquina do Esporte

segunda-feira, abril 06, 2020

Tirando onda com a torcida rival...

Imagem: Charlotte Wilson/Offside/Getty Images

A Federação de Futebol da Bielorrússia fechou 10 novos contratos de direitos de transmissão de televisão para o campeonato local...


Enquanto a grande maioria dos clubes, federações e ligas de futebol ao redor de mundo estar, neste momento, calculando os prejuízos que virão, devido à pandemia covid-19, um campeonato que vive um momento inédito...

A Bielorrússia é o único país em toda a Europa que continua a ter jogos, embora com algumas restrições.

No entanto, isso fez com que a Federação do país conseguisse dez novos contratos de televisão para o campeonato...

Segundo a agência Reuters, países como Rússia, Ucrânia, Israel e Índia estão interessados em transmitir a competição.

Com praticamente todos os campeonatos europeus parados por conta da evolução do coronavírus, a Bielorrússia é neste momento o único país que pode suprir a ausência do futebol nas grades das grandes redes de televisão...

A decisão é arriscada, mas está garantindo ao futebol bielorrusso uma atenção que nunca aconteceu...

Só na última semana a Federação local garantiu acordos para a venda dos direitos televisivos para dez países da sua Vysshaya Liga.

Segundo a Reuters, entre os países que demonstraram interesse nos jogos bielorrussos estão as vizinhas Rússia e Ucrânia, mas também países mais distantes como Israel e Índia...

E a julgar pelo simples fato de não haver previsão (ou vontade...) de suspender os jogos, o mais certo é esse número pode aumentar nos próximos dias, até porque nesta altura esta seria a única forma de ver futebol em tempo real.

"Esta situação nunca nos tinha acontecido antes. Aliás, sentíamos até dificuldades em vender os nossos direitos", assumiu Alexander Aleinik, um porta-voz da Federação local, que no momento segue as recomendações do governo...

E enquanto nada mudar, a bola segue rolando nos campos da Bielorrússia.

Porém, os clubes procuram manter em dia os cuidados especiais com seus atletas...

"Os médicos do clube têm passado medicamentos para nos mantermos com a imunidade em dia. Aconselham a ter cuidado com a higiene, a usar álcool em gel e a manter uma alimentação saudável. Está tudo reforçado para todos estarem bem. Temos exames todos os dias. Mede-se peso, temperatura, tudo! Mas não deixamos de ficar apreensivos", disse o meio campista brasileiro, Danilo, de 30 anos que atua no Dínamo Minsk desde o ano passado, em entrevista à Reuters.   

Na área vale tudo...

Imagem: Nick Potts/PA