terça-feira, julho 14, 2009

O Iraque voltou a sentir o gosto de ser uma nação...

Imagem: A Bola



Houve quem se deslocasse 400 quilômetros para assistir expremido entre uma multidão de 45.000 pessoas, a uma partida de futebol...

Famílias inteiras, grupos de amigos, companheiros de fé, soldados e solitários, lotaram as arquibancadas do Estádio Al Shaab em Bagdá, para ver a seleção do país, jogar novamente em casa, depois de quase sete anos.


A última partida havia acontecido no dia 22 de julho de 2002, quando os iraquianos derrotaram a Síria por 2x1...


Nos dias que se seguiram, o Iraque deixou de existir como nação soberana, tropas da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, varreram seu território, aniquilaram suas forças armadas, depuseram Saddam Hussein e se envolveram numa longa e mortal luta contra a resistência interna.


A vida em Bagdá e no resto do país, ainda não voltou à normalidade, a resistência já não causa tantas baixas ao invasor, mas as desavenças religiosas, tribais e étnicas, ainda cobram seu tributo em vidas...


Porém, ontem, o Iraque se reencontrou com sigo mesmo, talvez por escassos 90 minutos...


Mas, para quem pode finalmente sentar sob a sombra da bandeira nacional e ver sob a mesma camisa, xiitas, sunitas e até curdos, esses noventa minutos jamais serão esquecidos.


O mais curioso e que os adversários foram os Palestinos, irmãos no infortúnio e na dor de ver sua pátria submetida pela força das armas.


O Iraque venceu por 4x0, os gols foram marcados por Hawar Mula, Kerar Jassam, Alaa Abdal e Emad Mohammad...


Ontem, onze rapazes que possivelmente jamais venham a ser considerados craques na arte de conduzir uma bola, uniram por escassos 90 minutos uma nação mutilada.

Nenhum comentário: