Mais uma vez a torcida do ABC acreditou, compareceu e ao final aplaudiu o empenho demonstrado pelos jogadores alvinegros (de cinza ontem, aliás, bonito o uniforme)...
Foi comovente ver que ao torcedor já satisfaz ao menos a doação e o espírito de luta...
Mas honestamente, não consigo ainda enxergar a tão sonhada reviravolta.
Por enquanto ainda não...
Como crer nisso?
Se o jogo visto sob a fria ótica da razão, expos até os ossos a fragilidade dos homens que em tese seriam os responsáveis pelos gols que teimam em não sair, mesmo quando as oportunidades aparecem.
Se o meio campo cria com dificuldade e se a defensiva ainda se perde na falta de concentração.
O ABC de ontem, foi coração e só.
Aliás, o estádio Maria Lamas Farache foi um grande e ansioso coração batendo em uníssono.
Porém, é preciso mais que alma, que garra, que vontade...
É preciso alguma técnica que possa aliar-se a essa vontade...
É preciso alguém capaz de olhar para o gol adversário, não como um obstáculo a ser transposto, mas como um prazer a ser alcançado, um desejo a ser saciado...
O empate de ontem deixou um gosto amargo sim, pois todos sabem que se esse alguém obcecado pelo prazer do gol estivesse em campo, talvez o resultado pudesse ter sido outro.
Sobre alma, raça, determinação, espírito de luta, superação e destemor...
Costumo citar um pequeno e heróico país coberto de gelo e lagos que se chama Finlândia...
No dia 30 de novembro de 1939, a União Soviética, cruzou com 1.000.000 de soldados, 6.541 tanques e 3.800 aeronaves, a fronteira leste da Finlândia...
Esperavam os russos um rápido avanço e um armistício breve...
Não foi bem assim...
O pequenino país enfrentou o gigante com 250.000 soldados, 30 tanques e 130 aeronaves...
O que se imaginava poder ser resolvido de forma rápida durou longos quatros meses, os bravos finlandeses venderam caro cada pedacinho de seu chão e impuseram ao invasor um número imenso de baixas, resistiram, mas perderam...
A Finlândia tinha alma, tinha coragem e determinação, mas era preciso mais que isso...
Ao final, 10% de seu já pequeno território foram perdidos e 20% de capacidade industrial absorvida pelo “vencedor”.
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