Qualquer semelhança com qualquer fato real, terá sido mera coincidência.

O dia raiava no leste quando dirigentes de alto coturno de um importante clube, já exaustos depois de horas a fio diante da lista de possíveis treinadores e assustados pelas quantias exorbitantes que cada um deles pedia para assumir o posto vago com a demissão do trapalhão por eles contratado, pensaram em desistir, esperar o sol raiar, esfriar a cabeça para então mais tarde, recomeçar a tristonha busca por um novo treinador.

Mas, alguém falou:

- “Meus amigos, eu conheço o velho clichê, mas nesse caso, não acredito que um novo amor substitua o velho amor”...

Com os olhos marejados insistiu...

- “Eu sei que ele por duas vezes bateu a porta em nossa cara e se foi sem sequer olhar para trás”...

- “Porém, não é momento para orgulho”.

Todos se entre olharam e em silencio e concordaram...

A saudade imensa e a goleada recém-sofrida, em seu alçapão, fez amolecer os corações mais duros e uma voz embargada pela emoção falou:

- “Liga para ele, tenta convencê-lo a voltar”.

Então, um dos dirigentes levantou-se, apanhou o iPhone 4, último tipo e com os dedos trêmulos, teclou número após número...

Todos fixaram seus olhos no companheiro ao telefone e, num silencio sepulcral aguardaram.

Até que repentinamente, a conversa teve início.

- Oi, sou eu...

- Não desliga, por favor...

- Eu não sei o que dizer para fazer você mudar de ideia e voltar para nós...

- Então, pensei que ao ouvir essa canção, você compreendesse o que sentimos por você...

Pegou o iPhone, colocou pertinho do toca CD e deixou rolar uma canção de Leandro e Leonardo, cuja letra dizia o seguinte:

“Eu juro, por mim mesmo, por Deus, por meus, pais, vou te amar”...

“Eu juro, que esse amor não acaba jamais, vou te amar”...

“É tanto querer, é tanta paixão, te amo do fundo do meu coração, eu juro”.

Depois disse: obrigado e desligou...

Um dos presentes perguntou:

- Por que você não esperou ele dizer alguma coisa?

A resposta foi seca...

- Tive medo!

Inesperadamente, o iPhone tocou e uma mão nervosa rapidamente o segurou, olhou para a tela e disse:

- É ele!

- Atende logo, disse outro...

Quando o emocionado dirigente atendeu, suspirou fundo, deixou uma lágrima cair, levantou do sofá, ergueu os braços e gritou alegremente, ele vai voltar...

Ele também nos ama!