François Andriex escreveu o conto
“O Moleiro de Sans-Souci” e nele, Andriex conta uma história que enaltece a
singela e ingênua coragem de um simplório moleiro e torna ainda maior um rei.
No século XVIII, Frederico II, “o
Grande”, rei da Prússia, considerado um doa maiores exemplos de “déspota
esclarecido”, gênio militar, amante das artes e amigo de Voltaire, resolveu
construir seu palácio de verão em Potsdam, próximo a Berlim.
O local escolhido foi à encosta
de uma colina, onde já se elevava um moinho de vento, o Moinho de Sans-Souci, e
decidiu que seu palácio teria o mesmo nome.
Passados alguns anos, o rei
decidiu ampliar sua propriedade e, um dia, incomodado com a presença do moinho
que o impedia de ampliar uma ala, decidiu compra-lo...
Porém, o moleiro que era
proprietário do moinho, recusou a oferta e argumentou que não poderia vender
sua casa, onde seu pai havia falecido e seus filhos haveriam de nascer.
Irritado, Frederico II insistiu e
diante da continua recusa, disse que, se quisesse, poderia simplesmente lhe
tomar a propriedade.
Nesse momento, o moleiro
pronunciou a frase que se tornaria célebre: “Como se houvessem juízes em
Berlim”.
A ousada e ingênua resposta
deixou Frederico II, pasmo...
O moleiro deixou claro que estava
disposto a litigar na justiça contra o próprio rei.
Diante da inusitada situação, o
rei da Prússia, mudou seus planos e deixou o moleiro (e seu moinho) em paz.
O moinho ainda existe e a
corajosa resposta do moleiro e o respeitoso recuo do rei, tem servido até os
dias de hoje, para lembrar que o judiciário jamais deve se curvar diante do que
quer que seja, pois a última coisa antes do caos é a justiça perder sua
credibilidade.
Sempre que um juiz se posiciona
com independência e imparcialidade, se ouve alguém dizer:
“Ainda existem juízes em Berlim”.
Este pequeno preambulo, é apenas
para lamentar que os homens que compõem o Tribunal de Justiça Desportiva da
Federação norte-rio-grandense de Futebol, nunca tenham lido “o Moleiro de
Sans-Souci”...
Caso tivessem lido, não
protagonizariam o patético espetáculo de ontem – quinta-feira...
O advogado do ABC, Doutor José
Wilson, não precisou ser brilhante em sua defesa, afinal, competente como é, logo
percebeu que nada ali luzia.
Talvez envergonhados, tenham
aproveitado para absolver o América Futebol Clube, pelo atraso proposital na
divulgação da escalação da equipe, durante o último clássico disputado em
Goianinha.
3 comentários:
Fernando, voces da imprensa imparcial deveriam levar este fato "pitoresto" detalhadamente a imprensa nacional, colocando todos os detalhes de xingamento a arbitragem que são os reais motivos para expulsão do treinador e também os insultos dirigidos a torcida. Isto é a falencia do futebol do RN.
Vergonha mesmo foi a história das 3 súmulas do América em 30 minutos.
O time americano passou 3 escalações diferentes o que é contra a regra, mas os encarnados nada sofreram.
Qual o motivo da transgressão do América não ter ido para a súmula de jogo ?
Será que não caberia punição também para aqueles que deveriam anotar na súmula da partida as 3 escalações diferentes em 30 minutos. Não anotaram nada e não deu nada para o América.
Estou acusando alguém ? Não, apenas dizendo que ou todos são condenados ou então todos absolvidos.
O tribunal usou a mesma medida para todos, o que é justo.
De qualquer maneira são duas esculhambações. A do não me toques treinador abedecistas e do amadorismo americano.
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