quarta-feira, maio 02, 2012

O desejo de se perpetuar no poder...



Nos contam nas escolas e em alguns manuais de partidos políticos que a América do Sul, esse belo e imenso pedaço de terra, banhado por dois oceanos, cortado por rios gigantes e caudalosos, coberto em boa parte por densas florestas, cortado por uma cordilheira e repleto de serras, montanhas, altiplanos, planícies, planaltos, cerrados, desertos e até geleiras, conquistou sua liberdade graças aos sonhos libertários de homens como Bernardo O’Higgins, Simón Bolívar e Don Pedro I, entre outros.

Mas quantos dos que ouviram seus emocionados professores cantar em prosa e verso esses senhores ou leram cheios de ardor libertários as cartilhas partidárias, procuraram conferir a veracidade de tais informações?

Creio que muito poucos...

Raros, arrisco o palpite.

Esses senhores, heróis da liberdade, na verdade, jamais sonharam com a liberdade de seus povos...

No máximo, quiseram livrar as terras onde pisavam das botas do colonizador e substituí-las por suas próprias botas.

Bernardo O’Higgins governou com plenos poderes até que o Chile ficou desacreditado no exterior por falta de instituições democráticas.

Então ordenou que os governadores enviassem deputados para a formação de um congresso.

 Mas não qualquer deputado, e sim os que ele já havia escolhido prévia e secretamente.

Então O’Higgins, fazendo teatro, renunciou frente ao congresso, que, por unanimidade, rejeitou seu pedido e confirmou seu mandato de Diretor Supremo.

D. Pedro I dissolveu a Assembleia Constituinte que queria diminuir seus poderes.

E de um modo nada sutil: cercou-a com soldados e canhões.

Depois ele mesmo, com a ajuda de sua camarilha, elaborou uma constituição.

Foi quando instituiu o Poder Moderador, que era exercido exclusivamente por ele e se colocava acima dos outros três poderes, tornando-o praticamente um ditador.

Simón Bolívar, o inspirador de Hugo Chávez, o idiota que governa a Venezuela, quando governava o Peru, em 1826 decretou que os colégios eleitorais das províncias deveriam aprovar a constituição elaborada por ele mesmo, que por coincidência o nomeava como Presidente Vitalício do país.

Esse era o “conceito” de liberdade desses cavalheiros e isso, talvez explique o porquê da obsessiva paixão pelo poder e o imenso desejo que os líderes das nações destas terras, seus sucessores, têm pelo continuísmo de si mesmos a frente seja lá do que for.

No futebol, não poderia ser diferente...

A CONMEBOL anunciou sem sequer ficar ruborizada que em 1997, as confederações nacionais, através de um acordo, tornaram o cargo ocupado pelo patético paraguaio, Nicolaz Leoz, vitalício...

Isto mesmo, o Senhor Nicolaz Leoz, só deixa a poltrona de presidente da CONMEBOL, direto para a urna funerária.

Bem, nada de estranho, basta que algum leitor mais curioso levante o tempo que cada um dos presidentes das confederações nacionais estão ou estiveram no poder, para ver que as lições de O’Higgins, Pedro I e Simón Bolívar, foram muito bem aprendidas.



Nenhum comentário: