Desculpe o transtorno, mas
preciso falar do Pianinho
Por Ana Clara Dantas*
Eu o conheci na UFRN....
Essa frase pode parecer romântica
se você imaginar alguém debatendo a atual conjuntura política e o impacto na
mídia brasileira em uma sala sem ar condicionado do Labcom (laboratório de
comunicação do Departamento de Comunicação).
Mas a UFRN em questão era uma
resenha pós-bolsa com uns amigos...
Discutíamos tudo, menos comunicação.
Meus amigos jogam futebol...
Neymar joga futebol...
Eu não jogava, mas fazia as vezes
de comentarista esportiva nas horas vagas.
Ele estava lá.
Com seu uniforme amarelo degradê
e as marcas do futebol moleque...
Nunca vou me esquecer: a música
que tocava era "Nas grades do seu coração", do Grupo Revelação.
Quando a bola rolava, os
jogadores davam a alma em campo...
Trombavam com o adversário,
xingavam o juiz, iam para a torcida.
O esquema tático ofensivo e o
treinador aos berros mostravam que só a vitória interessava e, mesmo que ela
não viesse, o grupo estava unido e focado...
Foi paixão à primeira vista.
Passei algumas madrugadas
conversando com jogadores aposentados para saber mais informações sobre o time...
Buscava alguma forma de levar
essa história para mais pessoas.
Falei com o chefe para que
abrisse uma brechinha em seu programa diário na Rádio Universitária e
comentasse sobre a rodada do final de semana dos Jogos do CCHLA...
Era só uma desculpa para
transformar o Piano neste time que o Brasil aprendeu a amar.
O mata-mata começou e para mim
parecia que a vida começava ali...
Fiz vários amigos novos, conheci
jogadas malandras, vi disputas de pênaltis, jogadores em plena forma física,
escrevi crônicas, enfim, presenciei o auge do verdadeiro futebol...
Dos dez gols que mais gostei 7
foram de Kieza, 3 de Álvaro e todos com passe de Rodolpho.
Aprendi com o Pianinho o que era
Mim Acher, Descubra e Decreto e outras palavras que talvez algumas pessoas não
entendam se não acompanham o COMENTARISTA ESPORTIVO Alexandre Oliveira...
Um dia o time foi eliminado.
No campo e na quadra...
Não foi fácil.
Chorei mais do que no fim do
Exaltasamba ou quando Didico perdoou as pessoas ruins...
Até hoje, não tem um lugar que eu
vá em que alguém não diga, em algum momento:
"Ouvi sua crônica sobre o julgamento do menino Kieza! O time nem
ganhou, né?"
Mas a verdade é que não precisa
de título, eu penso...
Levo o Pianinho para sempre
comigo.
Essa semana vesti a camisa do
Piano...
Achei que fosse chorar, tamanha a
emoção.
Mas o que me deu foi uma felicidade
profunda de poder amar um clube independente da campanha que ele faça...
E ter esse sentimento documentado
em crônicas, textos e comentários ao vivo.
Se falta alguma coisa?
Descubra...
Ana Clara Dantas é aluna de
jornalismo, estagiária da rádio FM Universitária, comentarista do programa “Universidade
do Esporte” da FMU e comentarista do TVU Esporte, primeiro programa de esportes
do Rio Grande do Norte feito por mulheres e caicoense “roxa”.
O Pianinho surgiu da rivalidade futebolística
de um grupo de estudantes de comunicação social apaixonados por futebol, para
disputar os jogos do CCHLA deste ano...
Recém-nascido, o Pianinho já tem
uma ainda pequena, mais apaixonada torcida, cultiva uma rivalidade ferrenha e
feroz com “A Barca” e, mesmo tendo sido eliminado, o time arrebatou o coração
de quem é apaixonado pelo futebol moleque.
Ah...
Esse blogueiro, mesmo tendo total
respeito pela Barca e por outros eventuais adversários, assume sua total
imparcialidade em relação ao Pianinho.
Um comentário:
Çey...
FABIANO COSTA - ABC FC 2016.
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