Imagem: Liga
Portugal tem um dos ingressos
mais baratos da Europa, mais até que o Brasil
Por: Rodrigo Gasparini
Os três grandes clubes
portugueses estão entre os que cobram mais barato de seus torcedores por carnês
que dão direito a assistir a todos os jogos da temporada em casa (pelo menos as
partidas que são garantidas de acontecer, como as do Campeonato Português e das
fases iniciais de copas domésticas e competições europeias).
A informação consta de um estudo
realizado pela BBC e complementado, especificamente para Portugal, pelo site
Mais Futebol – já que a emissora britânica não incluiu o Benfica em sua
avaliação.
De acordo com o levantamento da
BBC, que reuniu dados de 223 clubes, estar no estádio do Dragão em todas as
partidas de uma temporada custa € 100.
O valor é um dos mais baratos de
toda a Europa e se assemelha ao do Sutton United, da quinta divisão inglesa.
Para efeito de comparação, há
pacotes do Arsenal que vendem todos os ingressos da temporada por € 2,3 mil.
Quem torce para o Benfica
consegue ir a todos os jogos da equipe na Luz por um valor 50 centavos menor.
Com € 99,50, é possível comprar o
chamado Red Pass, que dá direito também a partidas de competições amistosas,
como a Eusebio Cup.
No caso do Sporting, o passaporte
para o ano todo sai por € 150, também incluindo jogos da pré-temporada.
Tomando por base a conversão do
Banco Central do Brasil em 21 de novembro, os passaportes custam R$ 354,14 no
Benfica, R$ 355,92 no Porto e R$ 533,88 no Sporting.
Há, porém, um detalhe importante.
Nos três clubes, esses valores
são válidos somente para os sócios.
Ou seja, é necessário pagar uma
taxa mensal para ter acesso aos carnês e ao preço mais em conta.
Cada equipe oferece vários
planos, mas é possível se associar pagando o mínimo de € 10 no Porto e € 12 no
Benfica e no Sporting.
Em Portugal, um país em que a
economia não anda bem há algum tempo e que, embora os clubes sejam
tradicionais, não há um interesse turístico tão grande nas partidas (nada
comparável com Barcelona, Real Madrid ou Manchester United, por exemplo), a
relação custo/benefício e a ideia de se cobrar preços justos parecem ser
levadas bem a sério no momento de definir os valores dos ingressos.
A Liga Portuguesa de Futebol
Profissional dividiu os estádios que recebem jogos da primeira divisão em três
níveis e estipulou o teto que pode ser cobrado por um bilhete de acordo com o
local do jogo.
Estádios nível 1 podem ter
ingressos custando até € 75; nível 2, até € 45; e nível 3, até € 30 – em todos
os casos, os valores não levam em conta os impostos.
É por isso que o Desportivo
Chaves, por exemplo, foi impedido de cobrar € 80 pelas entradas na partida
contra o Benfica, no início desta temporada, como gostaria.
Com seu estádio classificado como
nível 3, pôde vender os bilhetes por, no máximo € 36 (já calculados os
impostos).
Ainda levando-se em conta os
preços praticados para os sócios, Sporting e Benfica cobram em geral € 10 pelo
ingresso de uma partida comum, enquanto o Porto o vende por € 12.
Assim, parece ficar claro que
assistir jogos de futebol em Portugal – inclusive as principais partidas do ano
– não fica extremamente caro, como em outros países (incluindo o Brasil, que
não fez parte da pesquisa, mas é pródigo em inflacionar o preço dos ingressos).
Se esse é o lado bom, o ruim é
que os preços equivalem ao nível do futebol lusitano.
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