Imagens: Ruslan Suleimanov/Montagem: Fernando Amaral
Olimpíada frustra empresas de
ônibus: Rio recebeu 10% menos passageiros em agosto
Na expectativa por mais turistas
na cidade sede do evento, companhias de viação elevaram oferta de assentos em
veículos intermunicipais e estaduais e se deram mal
Por Rodrigo Capelo
Como é praxe em cidades que se
candidatam a receber os Jogos Olímpicos, o turismo serviu como bandeira para
defensores da realização da Olimpíada no Rio de Janeiro em 2016.
A classe política, em especial,
representada por figuras como o ex-prefeito carioca Eduardo Paes e a
ex-presidente Dilma Rousseff, prometeu uma enxurrada de turistas.
Não aconteceu.
ÉPOCA já revelou que em agosto,
mês dos Jogos Olímpicos, os aeroportos cariocas receberam só 186 mil
passageiros a mais do que no mesmo mês de 2015.
Na soma de todos os aeroportos
envolvidos na operação do evento, o movimento caiu em 500 mil pessoas.
Agora se sabe que, também de
ônibus, a quantidade de visitantes ficou aquém do esperado.
O ônibus é um modo mais barato de
viajar entre estados brasileiros.
Pode não ser a melhor opção para
o americano, que chega de avião direto ao Rio, mas é mais barato para turistas
do mercado doméstico.
No meio de uma crise econômica,
então, talvez fosse a opção mais viável para chegar aos locais de competições
olímpicas.
As companhias de viação
certamente esperavam por isso.
O número de lugares ofertados, e,
portanto, de ônibus disponibilizados, aumentou 17% entre agosto de 2015 e 2016.
Foram mais de 495 mil assentos em
veículos de ida e volta para o Rio no mês.
As companhias de ônibus se frustraram.
A quantidade de passageiros
pagantes caiu 10% em comparação a 2015 e mais da metade dos assentos viajou
vazia.
É evidente que a crise econômica
pela qual o país passa afeta diretamente a quantidade de gente disposta a
viajar e gastar, mas ela não pode servir como desculpa.
A crise já tinha apertado em
agosto de 2015.
Agora se vê, por meio dos dados
de ônibus medidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, que a
Olimpíada não foi forte suficiente nem para elevar ou manter os números de 2015
no mesmo nível.
As viagens de brasileiros de todo
o país continuaram a cair em 2016.
Não que seja uma surpresa.
No livro Circus maximus o autor
Andrew Zimbalist registrou que, no mês da Olimpíada, Londres (2012) e Pequim
(2008) tiveram menos turistas do que em anos anteriores.
Os turistas regulares mudam de
destino para evitar congestionamentos, riscos para a segurança e preços
inflacionados.
No Rio, indicam os dados, a
história se repetiu.
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