Imagem: Michael Reagen/Getty Images
Opinião
O VAR não acaba com a injustiça no futebol
Por que corrigir o erro do árbitro e não o de um jogador?
Iñaki Gabilondo para o El País
É justo o resultado?
Sempre me surpreendeu esta
insistência de torcedores e jornalistas em averiguar tão profunda questão após
um jogo de futebol.
A justiça deve ser exigida nos
tribunais.
O futebol é um jogo.
E, no jogo, intervêm fatores
aleatórios: o acerto ou o desacerto de qualquer um dos protagonistas, a sorte,
a má sorte, o despiste ou o desvio da bola em um montinho no gramado.
Graças a isso, a sua condição
indomesticável, os torcedores de um time como o meu, a Real Sociedad, podemos
sonhar em um dia ganhar no Santiago Bernabéu ou no Camp Nou.
Perseguir a justiça é uma causa
nobre.
Mas persegui-la no futebol é uma
grande bobagem.
Imagine se, ao fim de uma
partida, se reunisse um júri de sábios para opinar?
“O 1 a 1 é injusto. Vamos convertê-lo em 2 a 1”.
Por outro lado, por que corrigir
o erro do árbitro e não o de um jogador?
A falha de De Gea contra Portugal
na Copa do Mundo e a do goleiro do Liverpool diante de Benzema, por exemplo,
foram tão decisivas como um pênalti mal apitado.
O VAR não deveria lhes dar uma
segunda oportunidade?
E se concordarmos que o jogo,
sim, pode estar nas mãos de circunstâncias do acaso, mas a arbitragem não,
então o VAR é uma fórmula tímida demais.
Teríamos de substituir o ser
humano-árbitro por uma parafernália tecnológica de alta precisão que
comunicasse aos espectadores suas decisões com vozes, luzes ou buzinas.
Essa é minha opinião.
No entanto, me parece bem o chip
instalado na bola para indicar quando ela cruza a linha do gol, por ser
inquestionável.
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