terça-feira, dezembro 04, 2018

A preparação Física e a Alimentação dos pilotos de F1...

Imagem: Pirelli/LAT Images

A preparação Física e a Alimentação dos pilotos de F1

Por: Inês Morais para o Jornal Record

Terminou, ontem, em Abu Dhabi a temporada de 2018 do Mundial de Fórmula 1, corrida que mostrou ser bem agitada.

Tendo em conta o final desta competição, decidi esta semana falar sobre a importância da alimentação e preparação física destes atletas porque, ao contrário do que seria de esperar pelo fato de estarem sentados dentro do carro, têm um papel fundamental na sua performance e rendimento desportivo.

Para ser um atleta de sucesso de fórmula 1, é necessário ser mais do que apenas um bom piloto.

Este atleta necessita de uma ótima e específica preparação física e por isso, os grandes atletas desta modalidade gastam grande parte do seu tempo e rotina aos treinos de preparação física.

Esta importância deve-se ao facto de que, durante as provas, a resistência do piloto é muito testada devido ao esforço sob o volante, mas também à aceleração lateral e muitas trocas de marcha.

Para ter uma noção do grau de exigência nestes momentos, a ação da gravidade durante a corrida é tão intensa que faz com que o corpo do piloto sinta em cima de si uma força cinco vezes maior do que o seu peso!

A aceleração "empurra" o piloto dentro do carro e quando se dá a desaceleração, associado a uma frenagem mais drástica, dá-se grande compressão dos órgãos contra a caixa torácica.

Em termos de preparação física, os pilotos devem dar preferência a exercícios de treino cardiovascular como caminhadas intensas ou corridas, tendo como objetivo potenciar a melhor oxigenação possível ao seu corpo.

Por outro lado, o treino muscular também é muito importante.

O principal foco, no que diz respeito a massa muscular, na Fórmula 1 é o pescoço, exercícios de alongamentos e fortalecimento desta área são imprescindíveis para que o piloto não sofra com os efeitos de aceleração lateral.

Para além destes fatores, o próprio equipamento usado contribui para a necessidade de treinar a parte muscular já que o conjunto, capacete, sistema de proteção e cabeça, durante a corrida, fazem uma força no pescoço que pode chegar a 24kg.

Para além da preparação física, também a alimentação tem um papel fundamental na performance do piloto, sendo que nem todos têm programas específicos de alimentação, mas todos são muito atentos à alimentação praticamente o ano todo, principalmente durante os fins de semana de competição.

Este cuidado alimentar acontece não só para tentar evitar o risco de uma indisposição durante treinos ou mesmo na corrida.

Acontece também, principalmente, porque os pilotos precisam de equilíbrio nutricional e calórico, garantindo a ingestão de nutrientes suficientes para aguentarem o esforço, que aumenta diretamente com o aumento da velocidade dos carros e, mesmo assim, manterem o peso.

O objetivo é que tanto carros, como atletas, sejam o mais leves possível porque mais peso equivale a menos velocidade.

Por isso, uma das coisas que a maioria dos atletas sacrifica é a hidratação, mas isso é um risco porque a desidratação, neste desporto é extremamente perigosa, porque o atleta pode perder capacidade e rapidez de raciocínio e, consequentemente, diminuir a performance.

Nos últimos anos houve até notícias de muitos pilotos que acabavam por desmaiar devido à restrição exagerada das dietas a que se estavam a submeter, nem que fosse para perder apenas algumas gramas, ajudando assim a baixar o peso dos carros.

É por isso que, desde a introdução dos motores elétricos nestes carros, o peso do conjunto carro-piloto tem vindo a aumentar de ano para ano, para tentar evitar estas situações.

Por este motivo, e com carros cada vez mais pesados, os pilotos conseguem ter mais margem no que diz respeito à quantidade calórica que ingerem e tentam, a todo o custo, aumentar a sua massa muscular.

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