Imagem: Zhizhao Wu/Getty Images
Análise:
Ligas ameaçam domínio americano
Europeus têm
reforçado ligas femininas, algo que os EUA não conseguem tornar altamente
popular
Por Duda
Lopes para o site Máquina do Esporte
É difícil
sustentar alto rendimento sem fortes ligas profissionais no esporte.
Essa é a
questão que será posta em prática pela maior economia do mundo.
Os Estados
Unidos dominam o futebol feminino, mas o país verá essa condição em risco.
Será um
movimento importante para ser observado.
O futebol
feminino começou a crescer nos Estados Unidos a partir da década de 1970,
quando mudanças na legislação abriram espaço para investimento federal em
esportes para mulheres.
Nos anos
seguintes, diversos países seguiram essa linha, inclusive o Brasil, que proibia
a modalidade.
Em nenhuma
nação, no entanto, o futebol foi tão abraçado por elas.
Em outros
locais, as quatro linhas sempre foram território dos homens.
Nos EUA,
futebol virou esporte de mulher.
No aspecto
amador, a popularidade só aumentou.
Em 1991, a
modalidade sofreu um novo boom no país graças à conquista da primeira Copa do
Mundo.
O futebol se
tornou altamente praticado, algo facilmente visto nas ruas das grandes cidades
americanas, sempre com gramados prontos para o esporte.
Esse
movimento, por outro lado, nunca foi transformado em uma indústria forte.
A MLS, liga
masculina, tem crescido e ganhado mais espaço no mercado esportivo do país.
Ainda assim,
é muito secundário.
No caso das
mulheres, é muito pior.
A Liga
profissional fechou as portas em 2012, e a federação americana teve que assumir
a disputa.
Apenas nove
equipes participam da competição, que mantém prestígio mínimo na grande mídia e
entre a maioria dos americanos.
É uma
situação bem diferente da vivida na Europa.
A seleção da
França venceu a brasileira com jogadoras que brilharam na última Liga dos
Campeões.
Neste ano, o
Wanda Metropolitano, em Madri, recebeu 60 mil pessoas para um jogo entre
Atlético e Barcelona.
O interesse
tem sido tão crescente que, nesta semana, o Real Madrid se apressou para
apresentar uma equipe feminina.
A tendência é
que o futebol feminino cresça como uma indústria sustentável no continente,
assim como no masculino.
Vale a
ressalva de que a liga americana concentra algumas das principais jogadoras, e
o país também conta com a disputa universitária.
O apelo
popular, no entanto, é claramente limitado, diferentemente do que acontece na
Europa.
Agora, fica a
expectativa do quanto os Estados Unidos conseguirão se manter dominantes em um
esporte com uma estrutura profissional que tende a ser inferior à de outros
países.
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