sexta-feira, junho 28, 2019

Ligas europeias ameaçam domínio do futebol feminino americano...

Imagem: Zhizhao Wu/Getty Images

Análise: Ligas ameaçam domínio americano

Europeus têm reforçado ligas femininas, algo que os EUA não conseguem tornar altamente popular

Por Duda Lopes para o site Máquina do Esporte

É difícil sustentar alto rendimento sem fortes ligas profissionais no esporte.

Essa é a questão que será posta em prática pela maior economia do mundo.

Os Estados Unidos dominam o futebol feminino, mas o país verá essa condição em risco.

Será um movimento importante para ser observado.

O futebol feminino começou a crescer nos Estados Unidos a partir da década de 1970, quando mudanças na legislação abriram espaço para investimento federal em esportes para mulheres.

Nos anos seguintes, diversos países seguiram essa linha, inclusive o Brasil, que proibia a modalidade.

Em nenhuma nação, no entanto, o futebol foi tão abraçado por elas.

Em outros locais, as quatro linhas sempre foram território dos homens.

Nos EUA, futebol virou esporte de mulher.

No aspecto amador, a popularidade só aumentou.

Em 1991, a modalidade sofreu um novo boom no país graças à conquista da primeira Copa do Mundo.

O futebol se tornou altamente praticado, algo facilmente visto nas ruas das grandes cidades americanas, sempre com gramados prontos para o esporte.

Esse movimento, por outro lado, nunca foi transformado em uma indústria forte.

A MLS, liga masculina, tem crescido e ganhado mais espaço no mercado esportivo do país.

Ainda assim, é muito secundário.

No caso das mulheres, é muito pior.

A Liga profissional fechou as portas em 2012, e a federação americana teve que assumir a disputa.

Apenas nove equipes participam da competição, que mantém prestígio mínimo na grande mídia e entre a maioria dos americanos.

É uma situação bem diferente da vivida na Europa.

A seleção da França venceu a brasileira com jogadoras que brilharam na última Liga dos Campeões.

Neste ano, o Wanda Metropolitano, em Madri, recebeu 60 mil pessoas para um jogo entre Atlético e Barcelona.

O interesse tem sido tão crescente que, nesta semana, o Real Madrid se apressou para apresentar uma equipe feminina.

A tendência é que o futebol feminino cresça como uma indústria sustentável no continente, assim como no masculino.

Vale a ressalva de que a liga americana concentra algumas das principais jogadoras, e o país também conta com a disputa universitária.

O apelo popular, no entanto, é claramente limitado, diferentemente do que acontece na Europa.

Agora, fica a expectativa do quanto os Estados Unidos conseguirão se manter dominantes em um esporte com uma estrutura profissional que tende a ser inferior à de outros países.

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