O dia 1 de
dezembro marcou o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, e o Universidade do
Esporte relembra dois casos com desfechos muito diferentes de atletas
brasileiros diagnosticados com HIV/AIDS
Por Tais
Viviane/Universidade do Esporte
Imagem: Gazeta Press
Gerson da
Silva foi o primeiro caso de um atleta brasileiro diagnosticado com HIV.
Formado pela
base do Santos, foi artilheiro do Peixe na Copa São Paulo de Futebol Júnior de
1984.
Passou por
Guarani de Campinas e Paulista de Jundiaí, até chegar ao Atlético Mineiro onde
conquistou, além de dois Campeonatos Mineiros, a artilharia da Copa do Brasil
em 1989 e 1991, neste ano, inclusive, ajudou o Galo a aplicar a maior goleada
da competição até hoje, quando o Alvinegro venceu o Caiçara Esporte Clube por
11 a 0, e Gérson marcou cinco dos onze gols da partida.
Se transferiu
para o Internacional em 1992, e em maio do mesmo ano recebeu a notícia que seu
teste de HIV havia apontado positivo.
Apesar disso,
fez uma temporada excepcional com o Colorado e conquistou o Campeonato Gaúcho e
a Copa do Brasil, quando na competição nacional marcou 9 dos 18 gols do
Internacional.
Acabou
dispensado pelo Internacional em 1993, e não voltou a jogar profissionalmente.
Gérson
faleceu aos 28 anos, em 1994, no Hospital Santo Amaro, no Guarujá, vítima de
toxoplasmose.
O jogador e
sua família nunca reconheceram o diagnóstico e sempre tentaram abafar qualquer
menção a doença.
Imagem: Getty Images
Eduardo
Esídio passou por União São João, Juventus, Paulista e Uberlândia até ir
defender o Alcides Vigo, no Peru, onde se destacou e chamou a atenção do Club
Universitario de Deportes do Peru, que o contratou para a temporada de 1998.
Em maio, ao
fazer os exames para se apresentar ao novo time foi diagnosticado com HIV.
O clube
tentou rescindir seu contrato ao saber do seu diagnóstico, mas Esidio, amparado
pela lei peruana, recorreu aos tribunais para não ser demitido por ser portador
do vírus e ganhou.
Ainda
enfrentou muito preconceito, até mesmo dos companheiros de time, mas o HIV não
o impediu de ter uma carreira vitoriosa que ostenta um tetracampeonato peruano,
três vezes pelo Club Universitario de Deportes, e uma vez pelo Alianza Lima,
além de ter sido destaque da temporada de 2000, quando marcou 37 gols pelo
Universitario e levou a bola de prata pela vice artilharia das ligas nacionais.
Esidio voltou
ao Brasil em 2002 e se aposentou em 2006, com a camisa da União Barbarense.
Segundo o
Ministério da Saúde, 135 mil brasileiros são portadores do vírus HIV e não
sabem.
Desde 2010, o
índice de pessoas infectadas pelo HIV cresceu em 22,1% no Brasil, número que
vai na contramão mundial, já que no resto do mundo houve uma redução de 16% nos
casos de infecção de HIV.
Previna-se e,
em caso de dúvida, não demore para procurar uma Unidade de Saúde para fazer o
teste de HIV.
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