domingo, janeiro 19, 2020

Federação Escocesa pretende proibir cabeçadas nas categorias que envolvam menores de 12 anos...

Imagem: PA

A BBC anunciou a federação de futebol da Escócia pretende proibir as cabeçadas nas categorias que envolvam menores de 12 anos...

O debate já existe há algum tempo e relaciona o ato de cabecear bolas com a demência, o que motivou, em 2015, a proibição de utilizar a cabeça nas partidas entre juvenis nos Estados Unidos.

Segundo a BBC, a federação escocesa pretende levar adiante a medida com base num relatório científico que aponta um maior risco de contrair a demência por ex-jogadores de futebol, relacionando o fato com as cabeçadas em idades mais jovens...

Uma proibição semelhante existe nos EUA desde 2015 e a Escócia seria o primeiro país europeu a impor restrição ao contacto voluntário da cabeça com a bola.

As discussões estão em curso desde o lançamento do estudo, em outubro, que encontrou vínculos entre ex-jogadores e doenças cerebrais degenerativas...

O médico da federação escocesa, John MacLean, fez parte da equipe que admite o fato de que ex-jogadores terão três vezes e meia mais probabilidades de morrer de demência.

No entanto, segundo a BBC, "ainda não há evidências firmes que vinculem as cabeçadas à doença, mas o MacLean acha que a restrição ao contato com a cabeça entre os mais jovens já é praticamente unanime"...

"Não podemos esperar pelas evidências de uma maneira ou de outra. Precisamos tomar algumas medidas pragmáticas e sensatas", afirmou o médico.

Gordon Smith, ex-CEO da federação, saudou a proposta e disse ao programa "Good Morning Scotland" que os jovens jogadores ainda poderiam treinar se usassem bolas mais leves...

Na sequência, a Federação Inglesa de Futebol, citada no mesmo trabalho da BBC, afirma que a sua posição quanto as categorias de formação e as cabeçadas na bola permanece a mesma: "Não há evidências" e que "as cabeçadas são significativamente menos comuns em jogos infantis do que as pessoas costumam pensar".

A morte, em 2002, do ex-atacante da Inglaterra e do West Bromwich Albion, Jeff Astle (direita da foto), causada por uma doença cerebral degenerativa, colocou os holofotes firmemente na possibilidade de uma ligação entre o futebol e o risco de demência...

O médico legista do inquérito determinou que Astle, 59 anos, morreu de uma "doença industrial" provocada por traumas repetidos de cabeceio, e um exame posterior do cérebro de Astle pareceu confirmar essa conclusão.

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