quinta-feira, janeiro 30, 2020

América sonolento e guiado pela estrela de Orobó...

Imagem: Mateus Biston/Universidade do Esporte

América sonolento e guiado pela estrela de Orobó

Por Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte

Mesmo desligado e sem jogar bem, o América venceu o Potiguar de Mossoró por 3 a 1, na Arena das Dunas, mas não reconquistou a liderança e vai à decisão do turno sem as vantagens do mando e do empate

Não jogou bem, mas ganhou.

Essa velha máxima do futebol resume perfeitamente a partida que encerrou a participação do América no primeiro turno do Campeonato Potiguar, a Copa Cidade do Natal.

Nos primeiros 25 minutos, porém, quem assistiu à partida na Arena das Dunas, imaginou que o América venceria até com certa facilidade.

Mesmo com um time alternativo e com vários testes feitos por Waguinho Dias no intuito de preservar seus pendurados e encontrar opções para os momentos decisivos que se aproximam, o time alvirrubro dominou completamente a primeira metade dos 45 minutos iniciais.

Adílio, uma das muitas novidades, jogou com a camisa 9 e fez as vezes de um centro-avante de referência.

Posicionado à frente de uma linha de três meias que chegavam ao ataque, Adílio abriu o placar logo aos 15 minutos depois de uma jogada muito bem trabalhada pelo América que trocou passes desde a defesa até, com persistência, furar a defesa mossoroense.

A jogada do gol foi a síntese dos primeiros minutos de jogo, com o América trocando muitos passes, com paciência, mas também com muita vontade para retomar a bola ainda no campo de ataque.

Mas por algum motivo que não se pode entender, depois do gol o América parou.

Ainda assim, apenas quando o relógio já marcava meia hora de bola rolando, o Potiguar finalizou pela primeira vez ao gol americano.

Quatro minutos depois, outra descida do ataque mossoroense e Palominha driblou dois zagueiros e bateu rasteiro no cantinho de Everton para empatar.

O cochilo alvirrubro custou o empate e depois do gol do Potiguar, o América parou de vez claramente à espera do intervalo.

O que os mais de 2.600 presentes esperavam era que Waguinho Dias jogasse água gelada na cara de cada jogador para acordar o time.

Parece que no vestiário o que fizeram foi tocar canções de ninar e embalar jogador a jogador, porque na volta ao gramado para o segundo tempo, o cochilo virou sono profundo.

Com a postura sonolenta, Palominha, que marcou um bonito gol para o Potiguar na primeira etapa, tinha tudo para ser destaque no tempo final, mas sem que alguém pudesse entender, o treinador João Menezes, o Barata, recuou o camisa 11 para jogar praticamente como um lateral esquerdo.

Pois é, com sua péssima escolha, o Barata desbaratou o Potiguar de Mossoró.

Essa foi a graça do segundo tempo até aquele momento.

No mais, era um jogo chato, burocrático e lento.

De fazer qualquer mentalizar o que havia na geladeira de sua casa para improvisar um jantar ao sair da Arena da Dunas.

Waguinho Dias percebeu e decidiu trocar a água do aquário que já estava bem sem oxigênio.

Saíram Wilson e Leílson, para as entradas de Tiago Orobó e Felipe Pará.

As duas substituições tiveram destinos distintos em campo.

Enquanto Pará se escondeu em campo e só conseguiu criar algo depois de 20 minutos em campo, Tiago Orobó mostrou o que é a famosa estrela do artilheiro.

Mesmo sem levantar o ritmo do jogo e visivelmente se poupando para não receber o terceiro amarelo que o tiraria da decisão, Orobó fez dois gols, decidiu a partida e ainda teve a chance de anotar um terceiro tento.

No segundo gol, uma falha CLAMOROSA de Wadson, goleiro do Potiguar, que saiu atabalhoado em um cruzamento despretensioso e deu a oportunidade para Orobó anotar um gol quase sem querer.

Apenas 5 minutos depois, Adílio, que de tanto correr sofreu com câimbras, roubou a bola do zagueiro Rodrigo, teve calma para levantar a cabeça e encontrar Orobó livre na pequena área só para cumprimentar.

É bem verdade que depois do erro de Wadson, o Potiguar jogou a toalha e praticamente se deu por vencido.

Porém, mesmo com a atuação aquém do desejado contra um time muito frágil, o resultado serviu para reanimar o torcedor americano que desde o revés no clássico não viu mais seu time vencer.

Valeu também pelo desempenho dos primeiros 25 minutos do primeiro tempo em que o América mostrou muita disposição para retomar a bola ainda no ataque e depois pelos gols de Orobó que se reafirmou como artilheiro da equipe no ano.

Novamente, porém, a defesa foi o ponto fraco e, quando exigida, comprometeu principalmente pelo lado do capitão Adriano Alves.

O estrago não foi maior porque o ataque mossoroense inexistiu durante a maior parte do jogo.

Waguinho Dias precisa arrumar sua defesa e conseguir uma forma de atuar sem um homem na referência.

No resumo geral, o América não jogou bem, foi sonolento durante grande parte do jogo, jogadores que tiveram chances desperdiçaram grandes oportunidades, mas o alvirrubro venceu com a estrela de seu artilheiro.

Passado o apito final, todas as atenções estarão voltadas para o Clássico Rei do próximo domingo, válido pela Copa do Nordeste, colocará novamente frente a frente os arquirrivais, para o América, uma chance de revanche, já que sentiu muito a derrota do último embate e desde então perdeu o rumo do bom futebol.

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