Imagem: Mateus Biston/Universidade do Esporte
América
sonolento e guiado pela estrela de Orobó
Por Pedro Henrique Brandão Lopes/Universidade do Esporte
Mesmo
desligado e sem jogar bem, o América venceu o Potiguar de Mossoró por 3 a 1, na
Arena das Dunas, mas não reconquistou a liderança e vai à decisão do turno sem
as vantagens do mando e do empate
Não jogou
bem, mas ganhou.
Essa velha
máxima do futebol resume perfeitamente a partida que encerrou a participação do
América no primeiro turno do Campeonato Potiguar, a Copa Cidade do Natal.
Nos primeiros
25 minutos, porém, quem assistiu à partida na Arena das Dunas, imaginou que o
América venceria até com certa facilidade.
Mesmo com um
time alternativo e com vários testes feitos por Waguinho Dias no intuito de
preservar seus pendurados e encontrar opções para os momentos decisivos que se
aproximam, o time alvirrubro dominou completamente a primeira metade dos 45
minutos iniciais.
Adílio, uma
das muitas novidades, jogou com a camisa 9 e fez as vezes de um centro-avante
de referência.
Posicionado à
frente de uma linha de três meias que chegavam ao ataque, Adílio abriu o placar
logo aos 15 minutos depois de uma jogada muito bem trabalhada pelo América que
trocou passes desde a defesa até, com persistência, furar a defesa mossoroense.
A jogada do
gol foi a síntese dos primeiros minutos de jogo, com o América trocando muitos
passes, com paciência, mas também com muita vontade para retomar a bola ainda
no campo de ataque.
Mas por algum
motivo que não se pode entender, depois do gol o América parou.
Ainda assim,
apenas quando o relógio já marcava meia hora de bola rolando, o Potiguar
finalizou pela primeira vez ao gol americano.
Quatro
minutos depois, outra descida do ataque mossoroense e Palominha driblou dois
zagueiros e bateu rasteiro no cantinho de Everton para empatar.
O cochilo
alvirrubro custou o empate e depois do gol do Potiguar, o América parou de vez claramente
à espera do intervalo.
O que os mais
de 2.600 presentes esperavam era que Waguinho Dias jogasse água gelada na cara
de cada jogador para acordar o time.
Parece que no
vestiário o que fizeram foi tocar canções de ninar e embalar jogador a jogador,
porque na volta ao gramado para o segundo tempo, o cochilo virou sono profundo.
Com a postura
sonolenta, Palominha, que marcou um bonito gol para o Potiguar na primeira
etapa, tinha tudo para ser destaque no tempo final, mas sem que alguém pudesse
entender, o treinador João Menezes, o Barata, recuou o camisa 11 para jogar
praticamente como um lateral esquerdo.
Pois é, com
sua péssima escolha, o Barata desbaratou o Potiguar de Mossoró.
Essa foi a
graça do segundo tempo até aquele momento.
No mais, era
um jogo chato, burocrático e lento.
De fazer
qualquer mentalizar o que havia na geladeira de sua casa para improvisar um
jantar ao sair da Arena da Dunas.
Waguinho Dias
percebeu e decidiu trocar a água do aquário que já estava bem sem oxigênio.
Saíram Wilson
e Leílson, para as entradas de Tiago Orobó e Felipe Pará.
As duas
substituições tiveram destinos distintos em campo.
Enquanto Pará
se escondeu em campo e só conseguiu criar algo depois de 20 minutos em campo,
Tiago Orobó mostrou o que é a famosa estrela do artilheiro.
Mesmo sem
levantar o ritmo do jogo e visivelmente se poupando para não receber o terceiro
amarelo que o tiraria da decisão, Orobó fez dois gols, decidiu a partida e
ainda teve a chance de anotar um terceiro tento.
No segundo
gol, uma falha CLAMOROSA de Wadson, goleiro do Potiguar, que saiu atabalhoado
em um cruzamento despretensioso e deu a oportunidade para Orobó anotar um gol
quase sem querer.
Apenas 5
minutos depois, Adílio, que de tanto correr sofreu com câimbras, roubou a bola
do zagueiro Rodrigo, teve calma para levantar a cabeça e encontrar Orobó livre
na pequena área só para cumprimentar.
É bem verdade
que depois do erro de Wadson, o Potiguar jogou a toalha e praticamente se deu
por vencido.
Porém, mesmo
com a atuação aquém do desejado contra um time muito frágil, o resultado serviu
para reanimar o torcedor americano que desde o revés no clássico não viu mais
seu time vencer.
Valeu também
pelo desempenho dos primeiros 25 minutos do primeiro tempo em que o América
mostrou muita disposição para retomar a bola ainda no ataque e depois pelos
gols de Orobó que se reafirmou como artilheiro da equipe no ano.
Novamente,
porém, a defesa foi o ponto fraco e, quando exigida, comprometeu principalmente
pelo lado do capitão Adriano Alves.
O estrago não
foi maior porque o ataque mossoroense inexistiu durante a maior parte do jogo.
Waguinho Dias
precisa arrumar sua defesa e conseguir uma forma de atuar sem um homem na
referência.
No resumo
geral, o América não jogou bem, foi sonolento durante grande parte do jogo,
jogadores que tiveram chances desperdiçaram grandes oportunidades, mas o alvirrubro
venceu com a estrela de seu artilheiro.
Passado o
apito final, todas as atenções estarão voltadas para o Clássico Rei do próximo
domingo, válido pela Copa do Nordeste, colocará novamente frente a frente os
arquirrivais, para o América, uma chance de revanche, já que sentiu muito a
derrota do último embate e desde então perdeu o rumo do bom futebol.
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