Opinião: em
negociação com Flamengo, Globo colhe o que plantou
Por
Perrone/UOL Esporte
A Globo não
tem do que reclamar da postura do Flamengo nas negociações pelos direitos de
transmissão de seus jogos no Campeonato Carioca.
O rubro-negro
exerce seu direito de não aceitar a oferta de emissora por achar que suas
partidas possuem um valor superior.
Porém, mais
do que isso, a Globo colhe os frutos da semente que ajudou a plantar.
Por anos a
emissora estimulou o modelo individual de negociação.
O marco dessa
história aconteceu em 2011.
Seriamente
ameaçada de perder os direitos de transmissão do Brasileirão para Record por
conta de uma licitação feita pelo Clube dos 13, a Globo incentivou Flamengo e
Corinthians a negociarem individualmente.
O Clube dos
13 foi implodido, e o modelo de negociação hoje combatido pela emissora
decolou.
Com o
argumento de que seus jogos davam mais audiência, os dois clubes abriram
vantagem confortável sobre os rivais em termos de cotas de transmissão.
Ou seja,
neste momento, a principal rede de televisão do país enfrenta o monstro que ela
ajudou a criar.
Não existe
mocinho e vilão na história.
Quando foi
conveniente para ela, a Globo aceitou a tese individualista de Flamengo e
Corinthians.
Agora, muda o
discurso por não ser o mais interessante para seus cofres.
Negócios.
Do mesmo
jeito, o rubro-negro age pensando o que é melhor para ele.
Não vejo, num
ambiente extremamente competitivo, justificativa para o Flamengo aceitar ganhar
menos do que entende merecer.
Pensar no
equilíbrio do campeonato não é papel dele.
A Globo tem o
direito de mudar de opinião.
Até porque
Marcelo Campos Pinto, diretor que turbinou as negociações individuais, já não
trabalha para empresa.
Mas não dá
para trocar de mentalidade sem sofrer as consequências de sua postura anterior.
É isso o que
acontece com a Globo neste momento em relação ao Flamengo.
A conta
chegou.
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