terça-feira, agosto 09, 2022

"A Bandeira Inviolável"... Olímpiada de Tóquio 1964

Imagem: Autor Desconhecido

“A Bandeira Inviolável”

Por Wlamir Marques.

Pinçado do blog Alberto Murray Olímpico - Blog sobre o Movimento Olímpico

No ano de 1964 foi realizada em Tokio a 18ª olimpíadas da era moderna.

Seria a minha terceira participação.

Antes já havia participado de (Melbourne-56 e Roma-60) e após, (México- 68).

A olimpíada de Tokio ficou marcada em minha vida com inesquecíveis momentos.

Explico:

Voltando ao alojamento após um treino matinal em Tokio, recebi um aviso para que eu me apresentasse no bureau central da delegação brasileira pois queriam conversar comigo. Ansioso pela mensagem, mesmo uniformizado, fui ao encontro daquele inusitado pedido.

Lá chegando, fui recebido pelo Major Silvio de Magalhães Padilha presidente do COB.

De pronto me foi dito que eu seria o porta bandeira da delegação brasileira para o desfile de abertura.

Naquele momento eu fiquei mais receoso do que emocionado.

Era muita a responsabilidade.

Confesso que fiquei preocupado, mas logo comecei a lembrar que eu já tinha uma certa experiência com a bandeira ao ser o condutor da mesma no tiro de guerra 36 em Piracicaba SP.

Aos poucos a ficha foi caindo e eu fui me sentindo cada vez mais emocionado com aquela distinção.

Em princípio, participei do treinamento para o desfile com o estádio nacional de Tokio completamente lotado.

Ali estava eu e o Major Padilha, os outros eram jovens japoneses simulando a delegação brasileira.

Ali comecei a sentir a emoção maior, era quase surreal.

Durante o desfile ouvi do Major Padilha uma frase que jamais esqueci em minha vida. Ao ver algumas bandeiras passarem e se curvarem perante as autoridades, perguntei se eu deveria fazer o mesmo?

Com a voz muito séria o major me disse: “Wlamir, a bandeira brasileira não se curva pra ninguém”.

Ali começamos a ganhar a medalha olímpica. 

Wlamir Marques (na foto com a bola nas mãos)

Um comentário:

jornal da grande natal disse...

Até parece uns idiotas que tem por aí... Desculpe a comparação sem lógica meu caro basquetebolista!