Número de SAFs no Brasil
dispara e tendência para 2026 chama a atenção
Desde que foi criada a Lei de
SAFs em 2021, o número de clubes-empresas disparou no Brasil, chegando a 122 em
setembro de 2025
Foto de Gabriella Brizotti
Gabriella Brizotti para o site ‘Trivela’
As SAFs (Sociedade Anônima do
Futebol) já são tendências no futebol, e isso fica claro com o Mapa da Expansão
das SAFs no futebol brasileiro.
Publicada no último dia 6 de
outubro, a pesquisa aponta o crescimento e o desenvolvimento dessa modalidade
de clubes-empresa por todo o Brasil em 2025.
A pesquisa, publicada pelos
pesquisadores Irlan Simões, Jonathan Ferreira, Vinicius Alvim e Victor
Formaggini, permitiu uma visão ampla das Sociedades Anônimas, como elas estão
divididas por todo o país, e traçar um panorama sobre o que esperar para o futuro.
— O primeiro ponto a se destacar
sobre o desenvolvimento do Mapa de Expansão das SAFs é a ausência de
informações sobre esse processo nos canais institucionais do futebol
brasileiro.
Seja na CBF, Federações
Estaduais, ou mesmo nos dados da Receita Federal, não existe uma sistematização
dessas informações sobre o número de Sociedade Anônimas do Futebol, quais
seriam elas e quando foram constituídas — explicou Vinicius Alvim, pesquisador
e desenvolvedor do Mapa de Expansão, à Trivela.
— A produção do mapa se iniciou,
portanto, com um trabalho quase arqueológico, de escavação desses dados
específicos em meio a um contingente de informações muito mais amplas.
A partir dos dados sobre as
empresas e CNPJs cadastrados regularmente na Receita Federal, nos valendo de
filtros nos nomes das empresas e no CNAE (Classificação Nacional de Atividades
Econômicas), conseguimos obter o número de SAFs ativas no futebol brasileiro,
sendo 122 até o período da nossa última coleta, que foi em setembro de 2025 —
disse o pesquisador.
Além de apresentar o crescimento
do modelo de Sociedades Anônimas do Futebol, o Mapa também traz outro recorte
interessante.
Segundo o levantamento, a maioria
dos clubes que adotaram o formato é de cidades pequenas ou que militam em
divisões inferiores, seja nacional ou estadual.
Algumas equipes sequer disputam
competições profissionais.
— Uma discussão que temos feito
no grupo de pesquisadores e que parece estar caminhando para um cenário de
confirmação e consolidação, é que o modelo jurídico das SAFs, que dá aos clubes
um conjunto de benefícios em termos de tributação e regulação, e foi formatado
justamente com o intuito de estimular a adesão dos clubes ao modelo a partir de
tais benefícios específicos, tem atraído iniciativas de clubes menores, com
pouca expressão histórica e de tradição, com vários deles voltados para a
formação de atletas e não necessariamente à prática do futebol profissional —
explica Vinicius.
— Nesse sentido, ainda que ano a
ano mais clubes tradicionais iniciem as discussões sobre SAFs, e que,
naturalmente, esses clubes possuam maior destaque e relevância no debate
público, é de se destacar a adesão ao modelo nos clubes de menor expressão — completou.
Além disso, já é possível
encontrar Sociedades Anônimas do Futebol em todas as regiões do Brasil e em
praticamente todos os estados. Até setembro de 2025, apenas Rondônia, Amapá,
Tocantins, Maranhão e Piauí ainda não tinham nenhuma SAF registrada.
Por outro lado, São Paulo é onde
abriga a maior quantidade de clubes-empresas do país.
— O número que mais salta aos
olhos é a concentração do número de SAFs no Estado de São Paulo.
Dos 122 times que aderiram ao
modelo ao final do nosso levantamento, 29 estão sediadas no Estado de SP,
seguido do Paraná, com 15; Minas Gerais, com 14; e Santa Catarina, com 10.
Somados, esses estados reúnem 68
casos, mais da metade do total.
Sete Estados possuem apenas um clube que aderiu ao modelo: Acre, Alagoas, Pará, Roraima, Sergipe, Mato Grosso do Sul e o Rio Grande do Sul, sendo este último um caso que chama a atenção pela relevância ao nível nacional do futebol gaúcho — explicou Vinicius.

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