Padronização dos gramados na
pauta da CBF: Como funcionam as regras nas ligas da Europa?
Entidade planeja implementar
parâmetros de qualidade nos campos do Brasil em 2026, segundo colunista
Por Milena Tomaz Milena Tomaz
para o site ‘Trivela’
A Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) planeja muitas mudanças nas competições nacionais a partir de
2026.
Uma das alterações já anunciadas
é no calendário, que foi reformulado com novidades como as copas regionais.
Agora, a entidade está
determinada a implementar também uma padronização dos gramados.
O campo de jogo é um tópico
sensível no País, especialmente por gerar debate sobre o uso de sintético.
Diogo Dantas informou em sua
coluna no “O Globo” que a CBF vai considerar tanto os adeptos à grama
artificial quanto os que preferem a natural.
Então como vai funcionar essa
padronização?
A ideia seria adotar um
determinado padrão de qualidade nos gramados naturais e englobar os sintéticos,
de forma a reduzir as diferenças.
Na Série A do Campeonato
Brasileiro atualmente apenas os estádios de Palmeiras, Botafogo e Atlético
Mineiro usam grama artificial.
Essa potencial mudança no futebol
nacional, portanto, não deve colocar ponto final nas discussões sobre o campo.
No entanto, em algumas das
principais ligas europeias a padronização também não inclui normas sobre o tipo
a ser usado.
A Trivela explica a seguir quais
são as regras nas competições do Velho Continente.
Padronização dos gramados em
ligas europeias
As equipes da Premier League
são proibidas de ter gramado sintético, bem como todos os times que estiverem
na segunda, terceira ou quarta divisão inglesa.
Há ainda as obrigatoriedades de
não exceder a altura de 27 milímetros e não realizar nenhuma marcação ou design
no gramado — como aquelas que costumavam ser características no King Power
Stadium, do Leicester.
Antes da temporada começar, os
clubes devem submeter à liga um documento com especificações como o tamanho do
campo (105 metros de comprimento e 68 de largura), e ficam sujeitos à
possibilidade de a entidade enviar membros do conselho para checar as informações.
Fica a cargo de cada time manter
os padrões determinados, e a Premier League ressalta em seu regulamento que
fiscaliza as condições dos gramados constantemente.
Se algo não estiver como exigido,
adequações serão solicitadas.
O regime de normas também
ressalta necessidade de aquecimento subterrâneo e específica quantos jogadores
são permitidos no aquecimento e a duração da atividade para atletas de linha e
goleiros, de forma a não prejudicar a qualidade do campo para os embates.
Em LaLiga, os estádios
devem ter gramado natural ou híbrido que — que pode ter sintético na composição
— desde que a taxa de material artificial não ultrapasse 5%.
A altura da grama deve ficar
entre 20 e 30 milímetros.
A área fora das quatro linhas
usada para aquecimento dos suplentes deve obedecer às regras do campo de jogo
ou ter sintético padrão Fifa.
A Serie A italiana não faz
objeção ao artificial, porém, exige que o gramado esteja sempre de acordo com
normas internacionais da Fifa e passe por manutenções periódicas para não
comprometer os jogos ou a integridade dos atletas.
Boa parte dos clubes italianos
opta pela grama natural ou híbrida.
O regulamento está alinhado neste
sentido ao disposto pela Uefa.
A organização inspeciona a
superfície para analisar a situação antes de cada jogo, como rigidez, drenagem,
umidade e a condição de bola rolando.
Em caso de inadequação, há
penalizações.
Uma das punições inclui a
possibilidade de aplicar multa de 10 mil euros (R$ 62,5 mil) por parâmetro
violado.
Na França e na Alemanha os times
não podem ter campo totalmente sintético.
A pedida é que sejam naturais ou
híbridos.
Na Ligue 1, o gramado
artificial foi proibido em 2017/18, e a entidade considera a altura ideal se
estiver entre 24 e 28 milímetros.
Medida inferior a 20 ou superior
a 30 milímetros vai requirir do clube da casa o envio de uma justificativa
documentava à liga.
O time pode ser sentenciado a
pagar até 50 mil euros (R$ 312,5 mil) de multa caso seja decretado culpado.
Os franceses também realizam um “campeonato
do gramado” onde atribuem pontos às estruturas de jogo no decorrer da
temporada.
O clube que tiver média inferior
a 10 em três partidas seguidas também pode ser sentenciado a pagar 50 mil
euros.
Há ainda regras quanto à
irrigação, que precisa ser concluída 60 minutos antes de a bola rolar.
É possível irrigar após o período
desde que seja entre 15 e 5 minutos antes do jogo ou durante o intervalo, desde
que não passe de 10 minutos.
Descumprir essas regras pode
fazer a equipe desembolsar até 7.500 euros (R$ 46,8 mil) em multa.
A Bundesliga também
fiscaliza constantemente os gramados para garantir que atendem às normas.
Os organizadores pedem ainda que
os campos possuam um sistema de aquecimento subterrâneo.
No Campeonato Holandês, a grama
artificial passou a ser proibida nesta temporada.
A Eredivisie determinou que fossem adotados gramados naturais ou híbridos (de 5% a 7% compostos com sintético) sob várias justificativas, que vão desde aspectos em campo à saúde.

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