sábado, outubro 04, 2025

Padronização dos gramados na pauta da CBF: Como funcionam as regras nas ligas da Europa?

Autor Desconhecido

Padronização dos gramados na pauta da CBF: Como funcionam as regras nas ligas da Europa?

Entidade planeja implementar parâmetros de qualidade nos campos do Brasil em 2026, segundo colunista

Por Milena Tomaz Milena Tomaz para o site ‘Trivela’

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) planeja muitas mudanças nas competições nacionais a partir de 2026.

Uma das alterações já anunciadas é no calendário, que foi reformulado com novidades como as copas regionais.

Agora, a entidade está determinada a implementar também uma padronização dos gramados.

O campo de jogo é um tópico sensível no País, especialmente por gerar debate sobre o uso de sintético.

Diogo Dantas informou em sua coluna no “O Globo” que a CBF vai considerar tanto os adeptos à grama artificial quanto os que preferem a natural.

Então como vai funcionar essa padronização?

A ideia seria adotar um determinado padrão de qualidade nos gramados naturais e englobar os sintéticos, de forma a reduzir as diferenças.

Na Série A do Campeonato Brasileiro atualmente apenas os estádios de Palmeiras, Botafogo e Atlético Mineiro usam grama artificial.

Essa potencial mudança no futebol nacional, portanto, não deve colocar ponto final nas discussões sobre o campo.

No entanto, em algumas das principais ligas europeias a padronização também não inclui normas sobre o tipo a ser usado.

A Trivela explica a seguir quais são as regras nas competições do Velho Continente.

Padronização dos gramados em ligas europeias

As equipes da Premier League são proibidas de ter gramado sintético, bem como todos os times que estiverem na segunda, terceira ou quarta divisão inglesa.

Há ainda as obrigatoriedades de não exceder a altura de 27 milímetros e não realizar nenhuma marcação ou design no gramado — como aquelas que costumavam ser características no King Power Stadium, do Leicester.

Antes da temporada começar, os clubes devem submeter à liga um documento com especificações como o tamanho do campo (105 metros de comprimento e 68 de largura), e ficam sujeitos à possibilidade de a entidade enviar membros do conselho para checar as informações.

Fica a cargo de cada time manter os padrões determinados, e a Premier League ressalta em seu regulamento que fiscaliza as condições dos gramados constantemente.

Se algo não estiver como exigido, adequações serão solicitadas.

O regime de normas também ressalta necessidade de aquecimento subterrâneo e específica quantos jogadores são permitidos no aquecimento e a duração da atividade para atletas de linha e goleiros, de forma a não prejudicar a qualidade do campo para os embates.

Em LaLiga, os estádios devem ter gramado natural ou híbrido que — que pode ter sintético na composição — desde que a taxa de material artificial não ultrapasse 5%.

A altura da grama deve ficar entre 20 e 30 milímetros.

A área fora das quatro linhas usada para aquecimento dos suplentes deve obedecer às regras do campo de jogo ou ter sintético padrão Fifa.

A Serie A italiana não faz objeção ao artificial, porém, exige que o gramado esteja sempre de acordo com normas internacionais da Fifa e passe por manutenções periódicas para não comprometer os jogos ou a integridade dos atletas.

Boa parte dos clubes italianos opta pela grama natural ou híbrida.

O regulamento está alinhado neste sentido ao disposto pela Uefa.

A organização inspeciona a superfície para analisar a situação antes de cada jogo, como rigidez, drenagem, umidade e a condição de bola rolando.

Em caso de inadequação, há penalizações.

Uma das punições inclui a possibilidade de aplicar multa de 10 mil euros (R$ 62,5 mil) por parâmetro violado.

Na França e na Alemanha os times não podem ter campo totalmente sintético.

A pedida é que sejam naturais ou híbridos.

Na Ligue 1, o gramado artificial foi proibido em 2017/18, e a entidade considera a altura ideal se estiver entre 24 e 28 milímetros.

Medida inferior a 20 ou superior a 30 milímetros vai requirir do clube da casa o envio de uma justificativa documentava à liga.

O time pode ser sentenciado a pagar até 50 mil euros (R$ 312,5 mil) de multa caso seja decretado culpado.

Os franceses também realizam um “campeonato do gramado” onde atribuem pontos às estruturas de jogo no decorrer da temporada.

O clube que tiver média inferior a 10 em três partidas seguidas também pode ser sentenciado a pagar 50 mil euros.

Há ainda regras quanto à irrigação, que precisa ser concluída 60 minutos antes de a bola rolar.

É possível irrigar após o período desde que seja entre 15 e 5 minutos antes do jogo ou durante o intervalo, desde que não passe de 10 minutos.

Descumprir essas regras pode fazer a equipe desembolsar até 7.500 euros (R$ 46,8 mil) em multa.

A Bundesliga também fiscaliza constantemente os gramados para garantir que atendem às normas.

Os organizadores pedem ainda que os campos possuam um sistema de aquecimento subterrâneo.

No Campeonato Holandês, a grama artificial passou a ser proibida nesta temporada.

A Eredivisie determinou que fossem adotados gramados naturais ou híbridos (de 5% a 7% compostos com sintético) sob várias justificativas, que vão desde aspectos em campo à saúde.

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