Mas infelizmente, daquela geração, poucos conseguiram obter algum sucesso, seja atingindo um nível maior, ou seja, conquistando sua independência financeira.
No momento lembro-me de dois, o próprio Sandro e o zagueiro Gledson, que hoje, vive na Alemanha e faz parte do elenco do VfB Stuttgart da Alemanha.
Tanto Gledson, como Sandro, pertenceram ao ABC.
Ambos fizeram parte de um ótimo elenco montado à época por Vacil Mendes, mas que acabou não sendo aproveitado como devia e podia, pois ainda, não havia sido implantada no ABC, uma mentalidade voltada para a formação e aproveitamento posterior dos atletas oriundos das bases.
Essa geração formada por Vacil, é geração que melhor representou o ABC em competições fora do nosso estado, mesmo que o clube nada fale sobre o assunto ou abra espaço para exaltar o feito dessa garotada...
Mas, rememorei o fato:
Entre os dias 08 e 15 de fevereiro de 1998, o ABC, representou Natal e o Rio Grande do Norte, na I Taça Nordeste de Futebol Júnior, realizada na Paraíba.
Participaram da competição 11 equipes, sendo 4 paraibanas (Treze, Botafogo, Estudantes e Santos), 3 baianas (Bahia, Vitória e Galícia), duas alagoanas (CRB e CSA) e o Ferroviário do Ceará e o ABC de do Rio Grande do Norte.
O ABC caiu no grupo mais forte da competição, cuja a sede era a cidade de Bayeux.
No grupo estavam além do alvinegro, o Treze de Campina Grande e o Vitória de Salvador, que contava com Alain Delon e outros, cujo nome agora não me recordo, mas que posteriormente ganharam espaço na mídia e títulos pelo Brasil a fora.
A estréia do ABC foi diante do Treze no dia 9 de fevereiro e o alvinegro, venceu por 5x1, com Rubens marcando os cinco gols do alvinegro.
Na segunda partida, dois dias depois, o ABC encarou o Vitória e, arrancou um empate em 2x2, gols de Wellington Jacaré e Rildênio, diante de um Vitória incrédulo e que acabou sendo eliminado na rodada seguinte (lembro que Alexandre e os meninos, brincavam dizendo que eles perderam a pose e o rumo de casa, pois venciam por 2x0, mas assustados, não resistiram a “feiúra” do Wellington Jacaré e do Rildênio).
Na semifinal realizada no Estádio Leonardo Vinagre da Cunha em João Pessoa, o ABC enfrentou o Santos paraibano e, depois, de um empate de 0x0, o ABC nos pênaltis, passou para a final ao vencer por 5x4 (gols: Rubens, Rogério, Soldado, Jander e Claudio Ari).
A partida decisiva foi contra o Ferroviário do Ceará, Ricardo Rocha, estava lá e deve lembrar-se do jogo bem disputado e pegado que ambas as equipes jogaram.
Depois de um início lento e truncado, os times saíram para o jogo e o que se viu, foram grandes oportunidades desperdiçadas de parte a parte.
Na segunda etapa, o ritmo continuou o mesmo e Rubens por duas vezes, deixou de marcar frente a frente com o goleiro do Ferroviário.
Terminado o jogo, veio à prorrogação, mais correria, mais emoção e a bola se negava a entrar, fosse no gol do Ferroviário, fosse no gol do ABC, porém, já no finalzinho, um escanteio, um único vacilo, e o Ferroviário, marcou de cabeça o gol da vitória e do título...
Na saída, Rubens e Wellington dispararam em direção ao gol do tricolor cearense, mas ao finaliza, Wellington não foi feliz e a bola passou rente ao travessão.
Não era o dia do ABC, mas o resultado não tirou o brilho de um grande time que acabou se perdendo no vão do tempo e na pouca boa vontade existente naquele tempo com a garotada vinda do útero do clube.
Foram 4 jogos, 1 vitória (1 vitória na decisão por pênaltis), 3 empates, 7 gols (5 gols na disputa de pênaltis) marcados, 2 gols sofridos e o artilheiro da competição, não foi Alain Delon do Vitória, foi Rubens do ABC, com 6 gols.
Não é preciso torcer por um clube, para conhecer e divulgar sua história, basta gostar da verdade, mesmo que ela normalmente incomode a muitos.