Este espaço não propõe defesa nem ataque a nenhum clube ou pessoa. Este espaço se destina à postagem de observações, idéias, fatos históricos, estatísticas e pesquisas sobre o mundo do futebol. As opiniões aqui postadas não têm o intuito de estabelecer verdades absolutas e devem ser vistas apenas como uma posição pessoal sujeita a revisão. Pois reconsiderar uma opinião não é sinal de fraqueza, mas sim da necessidade constante de acompanhar o dinamismo e mutabilidade da vida e das coisas.
sexta-feira, outubro 01, 2010
Aniversário do Fernando Amaral FC...
Começo me desculpando por não ter atualizado o blog de anteontem até hoje...
Não houve nenhum problema com a Internet ou a máquina que uso para tal.
Na verdade, o que faltou mesmo foi inspiração e sem ela, a indisciplina reinou feliz e saltitante.
Em outras palavras: sem um assunto interessante e seduzido pela preguiça, sucumbi.
Para piorar, descobri hoje, que no último dia 23, o Fernando Amaral FC completou 4 anos de existência e a data passou em branco.
Mas, descoberta a falha bisonha, resolvi tocar no assunto.
Foram até aqui, 5.370 postagens!
Para quem lê o blog, está claro que nem tudo se resumiu a textos, as fotos sempre tiveram destaque e posteriormente, os vídeos...
Sobre as fotos, gostaria de dizer umas poucas palavras: foi o Fernando Amaral FC, o primeiro blog local, dedicado ao esporte a se utilizar delas – basta ir aos arquivos do dia 23 de setembro de 2006 e verificar.
Na época, me dei ao trabalho de usar o Print Screen e capturei todas as paginas existentes e as guardei...
Posteriormente, fiquei feliz de ver a turma seguindo pelo mesmo caminho, pois mesmo que a forma usada, seja diferente, de blogueiro para blogueiro, é inegável que uma imagem sempre será bem-vinda em qualquer publicação.
Eu prefiro usá-las na maioria das vezes como postagem independente, usando o titulo de chamada, ou com irreverencia e humor, ou mostrando uma realidade, talvez desconhecida para alguns.
O detalhe, é que por vezes, escolher um título para elas, foi quase um parto...
No mais, sempre tentei manter um nível de qualidade, a começar pelos comentários dos leitores.
O leitor mais atento vai perceber que são poucos, mas há uma razão: não aceito nenhum comentário que seja ofensivo, não aceito nenhum tipo de agressão gratuita e os poucos que aprovei, eram dirigidos ao blogueiro... motivo, não achava justo, que um sujeito senta-se diante de seu computador e, mesmo sem me conhecer, ou ter trocado qualquer palavra comigo, ficasse buscando frases ofensivas, fazendo especulações e acabasse frustrado por não ver sua obra publicada...
Hoje, confesso que mudei, prefiro deixá-los ainda mais raivoso, a desrespeitar aqueles que usam o espaço para postar suas opiniões ou, dar sugestões.
Mas...
Que fique claro que as criticas ao blogueiro não sofrem censura, continuam sendo publicadas: apenas, os palavrões, os ataques pessoais e as ilações estapafúrdias, foram banidas.
Em relação aos textos, tenho procurado ser atento, pois tratar a língua pátria, como alguns “caneludos” tratam a bola, devia ser crime – principalmente, para quem informa.
Entretanto, não estou imune a escorregões e os leitores, devem fiscalizar e corrigir.
Pois bem, por falar em leitores, nesse momento, o contador, marca 124.644 visitas...
Como sei que muitas dessas visitas, são retornos, não vou me vangloriar de tal marca...
Afinal, perto dos gigantes, estes 124.644 visitantes, são um número ínfimo...
Mas fico feliz.
Portanto, agradeço a todos: aos que passam e não voltam aos que vez por outra voltam e aos que sempre retornam, o meu mais sincero obrigado.
Abaixo, quatro postagens de 2006...
Sobre duas indicações que na época, recebi de meu filho... Publicada em 27 de setembro de 2006
Para quem anda em busca de artilheiros, aí vai minha humilde sugestão...
Felipe Mamão 21 anos e Bruno Rangel 25 anos, ambos atuam no futebol paraense.
Felipe joga na Tuna Luso Brasileira e Bruno no Clube Municipal Ananindeua.
Diplomas podem dar verniz a um homem, mas não podem mudar sua alma... Publicada em 26 de setembro de 2006 (sobre a morte de Eduardo Vianna).
Formado em Direito, Filosofia, História e Educação Física, mestre em Antropologia na Universidade do Tenessee (EUA), doutor em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor da Universidade Estadual de Rio de Janeiro (UERJ) e ex-procurador federal.
Poucos brasileiros podem ostentar um currículo como este e, quase nenhuma Federação de Futebol no Brasil tem um presidente com tal nível de formação...
O futebol carioca teve na sua presidência tal homem!
Eduardo Vianna...
Infelizmente, esse senhor decidiu deixar de ser o Doutor e resolveu ser o “Caixa D’Água”.
Sua passagem pelo futebol brasileiro não será lembrada por atitudes que corroborem tal currículo, infelizmente uma boa formação universitária não é garantia para coisa alguma.
Descanse em paz Dr. Eduardo Vianna.
Fabrica de moer talentos... Publicada em 25 de setembro de 2006
O esporte no Brasil sobrevive da teimosia de alguns, da perseverança de uns poucos e do talento dos atletas que fazem do esporte sacerdócio.
Nunca tivemos uma política séria voltada para o esporte, nunca os governos viram os esportes como uma importante via de inclusão social e de cidadania.
Com isso perdemos a chance de poder enfrentar as drogas, a criminalidade e a falta de perspectiva de milhões de jovens por esse país a fora.
Perdemos mais, perdemos talentos, que desanimados por não terem nem estrutura nem apoio, desistem no meio do caminho.
Nunca consegui entender as razões que levam as escolas, a não investem em esporte...
E, nem o porquê da desvalorização dos professores de educação física que aos poucos, perderam espaço na grade curricular e se viram obrigados a ser animadores de recreio ou montarem equipes mambembes para disputa de jogos escolares incipientes e de qualidade duvidosa.
Não posso imaginar que uma semana ou quinze dias por ano possam representar algum ganho esportivo para qualquer estudante que venha a participar dos tais jogos escolares.
Não posso imaginar que um ou dois professores possam coordenar, organizar, selecionar e treinar alunos em tantas modalidades, mesmo restritos a um estabelecimento de ensino apenas.
Como preparar atletas sem o equipamento necessário?
Como medir as possibilidades de cada um sem ter a disposição um laboratório minimamente pronto para dar suporte a uma avaliação séria sobre as reais condições de cada menino ou menina que abraça o esporte?
Essas são perguntas simples e com certeza de fácil resposta, mas o desinteresse é perceptível quando olhamos a estrutura que nossas escolas põem a serviço de professores e futuros atletas.
Nas escolas públicas a pobreza é franciscana e nas particulares, salvo uma ou outra exceção, temos mais bijuteria a enganar leigo e a justificar extorsivas mensalidades, que estruturas realmente condizentes com a formação de esportistas e aptas a receber competições sérias.
Esse é o retrato do esporte escolar no Brasil, e é assim, que ainda moços, garotos e garotas resolvem deixar de lado o sonho de um dia virem a serem atletas ou ao menos ganhar uma medalha e resolvem cuidar da vida, pois cedo aprendem que no esporte a “morte” é certa.
Um negro chamado Walter Tull... Publicada em 27 de setembro de 2006.
Ao me propor escrever sobre história do futebol e de seus personagens, não tinha ideia de por onde começar, pois queria fugir do lugar comum, queria evitar a mesmice e dar um novo enfoque ao tema.
Seria fácil escolher alguém conhecido e repetir os mesmos elogios, falar das grandes partidas e dos momentos inesquecíveis...
Uma mudança aqui e outra acolá, daria uma cara nova e transformaria em novidade um assunto velho e batido.
Então resolvi buscar algo novo, algo que fosse além, algo que contivesse mais que passes brilhantes, gols fantásticos e dribles impressionantes.
Encontrei Walter Tull.
Neto de escravo, filho de um imigrante das Ilhas Barbados e uma jovem inglesa de Folkestone, Walter Tull foi o homem que derrotou por duas vezes o preconceito e a intolerância.
Venceu uma infância trágica e se foi ainda jovem, num tempo em que a morte colhia sorridente nos campos da Europa, meninos, rapazes e homens.
Nascido em 1888, Walter foi o sétimo e último filho dos Tull, sua mãe morreu logo após o parto e seu pai desgostoso e infeliz, faleceu dois anos depois.
A família de sua mãe sem posses para cuidar da prole, entregou Walter e seu irmão mais velho Edward aos cuidados do Orfanato Metodista em Bethnal Green, Londres.
Ambos permaneceram no estabelecimento até completarem a maior idade, Edward tornou-se um bem sucedido dentista em Glasgow na Escócia, enquanto Walter permaneceu em Londres, vivendo de pequenos serviços e de sua habilidade como jogador de futebol.
Ainda garoto foi convidado a participar do time do Clapton, equipe amadora que disputava as ligas menores da Associação Inglesa de Futebol, porém sua maneira de jogar, seu estilo técnico e sua garra, logo chamou a atenção do treinador do Tottenham Hotspurs.
Em 1908, Walter assinou contrato profissional com os Spurs e ao lado do goleiro Arthur Walton, do Preston North End, tornaram-se os primeiros negros profissionais no futebol inglês.
Walter fez parte da delegação do Tottenham em uma excursão à Argentina e Uruguai e, a cada jogo sua fama crescia e seu futebol brilhava.
Mas um negro, vestindo a camisa de um grande de Londres e ainda tendo a ousadia de desmoralizar defesas e estraçalhar adversários, não poderia ficar impune, na puritana e conservadora Inglaterra de então.
Em uma partida contra o Bristol Rovers, Walter foi covardemente caçado, sob os olhos complacentes do árbitro, após marcar 4 dos 5 gols na goleada sobre o Rovers.
Ao final, Walter saiu gravemente contundido e permaneceu inativo por um longo período, e ao retornar, o treinador o colocou entre os reservas, dando-lhe poucas chances de voltar a jogar.
Em 1910 Walter deixa o Tottenham, ali parecia estar encerrada a carreira do negro hábil, forte e marcador de gols.
Durante um ano, Walter permaneceu parado, até que Herbert Chapman lendário treinador inglês, o convidou para se unir ao time do Northampton Town e disputar a Southern Liga.
Foram 110 partidas pelo novo clube, o estilo permanecia o mesmo, Walter ainda continuava a humilhar defensores e derrotar os fortes esquadrões do reino.
Chega o ano de 1914, o Rangers de Glasgow forma um grande time e vai buscar no Northampton seu principal reforço.
Mas a Europa já não era a mesma, o império Austro-Húngaro invade a Sérvia e a Alemanha sua aliada marcha sobre a França, termina assim o sonho do Rangers, de Walter e de milhares de jovens futebolistas em todo o continente europeu...
A primeira Grande Guerra chega à ilha de sua majestade e Walter se alista no 17º Regimento de Middlesex, é incorporado como sargento ao 23º Batalhão, que ficaria famoso por ser o “batalhão dos futebolistas” dado ao grande número de jogadores de futebol em suas fileiras.
Walter participa da primeira batalha do Somme em território francês e da frente italiana.
O craque da bola, também se mostra um grande soldado, faz história entre seus companheiros, ganha o respeito de seus superiores e retorna de licença a pátria como herói.
Em Londres, seu amor pelo futebol é mais forte, e ele enverga a camisa do Fulham na temporada de 1915, com o mesmo sucesso, com a mesma habilidade e com o mesmo faro de gols.
Em 1818, é reconvocado e devolvido aos campos de batalha e é nesse momento que Walter conquista sua maior vitória.
Volta à guerra como o primeiro oficial negro da história do exército da Grã Bretanha, mas não foi uma vitória fácil, os manuais militares ingleses de 1914, eram específicos: “Nenhum homem negro poderia comandar brancos”.
Walter mais uma vez era o centro das atenções, os oficiais conservadores, lutaram contra a sua nomeação, mas os oficiais que o comandaram não abriram mão, mantiveram a indicação de Walter e foram até as últimas instâncias para verem concretizado o que eles chamavam de “justa promoção”.
Ao final dessa curta, mas renhida batalha, o Supremo Comando das Forças Armadas Inglesas, apoiado em relatórios e depoimentos, promoveu Walter Tull a segundo tenente do 23º Batalhão do 17º Regimento de Middlesex.
A guerra já dava mostras de que não iria longe, seu fim estava próximo e o Rangers voltou a procurar Walter, mas essa história não tem um final feliz.
Numa última e desesperada tentativa de reverter o curso da guerra, os alemães lançam um grande ataque que ficou conhecido como a segunda batalha do Somme e, em março de 1918, perto de Favereuil, morre aos 29 anos Walter Tull.
Chega ao fim à história de um homem simples, filho de um modesto trabalhador, neto de escravo e cuja vida trágica não o impediu de ser maior que a maioria de seus contemporâneos.
Muito pelo contrário, fez dele um forte, um determinado, que enfrentou a solidão, o preconceito e estupidez, da mesma forma que entortou zagueiros, demoliu esquemas táticos e curvou o estado maior das forças armadas britânicas.
Walter não pode desfilar sua categoria no gramado do Ibrox Park, nem comemorar vitórias sobre os Celtic boys, mas é o maior símbolo da luta contra o racismo na Inglaterra e todos os anos no Walter Tull Memmorial Garden, próximo ao Sixfields Community Stadium do Northampton Town, centenas e centenas de fãs do Tottenham, Fulham e Northampton, prestam a ele homenagem.
Conta-se nos pub’s, que em um jogo entre Liverpool e Tottenham Hotspurs, a torcida do Liverpool entoou cânticos racistas contra um jogador do Tottenham, em resposta os torcedores dos Spurs, gritaram em coro o nome de Walter Tull, e então, o goleiro Bruce Grobelaar e Graeme Souness jogadores do Liverpool, pediram silêncio a seus torcedores.
Diante disso, os vermelhos calaram-se.
quarta-feira, setembro 29, 2010
América 2x1 Duque de Caxias... Mais uma vitória em casa!
terça-feira, setembro 28, 2010
segunda-feira, setembro 27, 2010
Mário Filho, um pernambucano que transformou o Rio de Janeiro e o Brasil...
Foi um pernambucano que selou o encontro do futebol com as massas...
Foi um pernambucano que melhor descreveu a saga dos negros no futebol brasileiro...
Foi um pernambucano que transformou as frias notas sobre os jogos de futebol em crônicas repletas de fantasia, magia e poesia...
Foi um pernambucano que contra muitos, lutou pela construção do Maracanã e colocou o Brasil no mapa mundial da bola...
Foi um pernambucano que melhor entendeu a alma do carioca...
Foi um pernambucano que apaixonado pelo charme do futebol carioca o transformou em amor de todos...
Falo de Mário Filho.
Um pernambucano que o Rio de Janeiro adotou como seu e que até hoje, cultua, admira e reverência...
Aliás, foram dois pernambucanos: Mário Filho e Nélson Rodrigues...
Se quiserem culpar alguém pelo futebol ter saído do gueto e caído nos braços do povo, culpem a eles...
Se quiserem culpar os milhões de brasileiros que ainda hoje torcem apaixonadamente pelo futebol do Rio de Janeiro, culpem a eles...
Eles, Mário e Nélson, transformaram o futebol no orgulho de um povo e o futebol carioca, foi sua lança.
Não serão campanhas xenófobas, toscas, estapafúrdias e discriminatórias que irão matar o que esses dois homens criaram...
Para apagá-los da história, antes terão que criar uma história muito mais rica e muito mais brasileira...
Antes de matar no coração das pessoas o amor pelos clubes do Rio de Janeiro, antes terão que fazer correr pelos gramados, um Heleno de Freitas, um Ademir Queixada, um Perácio, um Gérson, um Carlos Alberto, um Garrincha, um Pompéia, um Zico, um Roberto Dinamite, um Romário, um Dequinha e um Marinho Chagas...
Grandes estrelas, porém, nem todas nascidas no Rio de Janeiro, mas que só se fizeram estrelas, por estarem no Rio de Janeiro e vestirem as camisas dos clubes de lá...
Antes que o último brasileiro, saia da frente da TV e desligue o rádio quando um clube do Rio jogar, será preciso não mais existir a mística de um Fla-Flu, de um Vasco e Flamengo e de um Fluminense e Botafogo...
Antes que a última camisa de um clube do Rio de Janeiro seja jogada no lixo, será preciso que as conquistas se igualem ou, sejam ultrapassadas...
Antes de assumirem a frente de qualquer campanha, terão que saber usar a pena para escrever como escreveram Mário e Nélson...
Terão que falar de inclusão e não de exclusão...
Terão que ser poéticos como Waldyr Amaral que ao fim de cada jogo, encerrava assim sua transmissão: “As luzes se apagaram, o gigante Mário Filho, encontra-se deserto e adormecido... boa noite Brasil”!
Não, não apoio nada que queira tirar de alguém qualquer direito...
Não, não aceitaria ser editor do Pravda, do Iskra ou do Völkischer Beobachter...
Não, não poderia ir contra princípios que para mim são basilares e imutáveis...
Não, não aceitaria no Brasil, um Star Chamber dos tempos de Carlos I na velha Inglaterra...
Não, não poderia dobrar meus joelhos à frente dos santos que tentaram impor sua crença através da inquisição...
O homem só tem sentido ser for livre!
O Potyguar Rugby, é o rei do nordeste...
Após vencer todos os adversários, inclusive aplicando sobre a equipe do Sertões do Estado do Ceará um sonoro 80x0, o Potyguar Rugby do Rio Grande do Norte, conquistou a etapa final do Campeonato do Nordeste de rúgbi...
Foram dois dias de jogos entre equipes do Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte, foram dois dias de confraternização entre 150 atletas, dedicados a pratica e a divulgação de um esporte pouco conhecido no Brasil...
Não consegui ainda, maiores informações sobre a presença de público, mas vou buscar saber o número de presentes e como essas pessoas absorveram essa nova modalidade esportiva que aos poucos vai ganhando espaço entre nós.
Parabéns aos atletas, parabéns ao Potyguar Rugby e o Fernando Amaral FC está engajado nessa luta.
Local dos jogos: Campo de futebol do Campus Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Dias: 25 e 26 de Setembro (sábado e domingo passado).
Apoiadores: UFRN, Secretaria Estadual de Esporte e Lazer, Academia WM Fitness e Pronutry.
Colocação:
01 – Potyguar Rugby do Rio Grande do Norte (Campeão)
02 – Sertões Rugby Clube do Ceará.
03 - Centuriões do Ceará.
domingo, setembro 26, 2010
América 2x1 Náutico... Competitivo e determinado.
Estava procurando uma palavra que definisse a América e ao ouvir o técnico Dado Cavalcanti, não precisei mais procurar...
Competitividade: é essa a palavra.
O América de ontem, diante do Náutico não foi brilhante, nem tão pouco jogou um futebol de encher os olhos, mas foi diferente, bem diferente e essa diferença foi à forma competitiva como jogou.
Dado Cavalcanti, ontem, montou uma equipe coesa e aplicada que dominou boa parte do primeiro tempo, fez dois gols, levou um e na volta para o segundo tempo, manteve o equilíbrio e acabou vencendo...
Marcelo Brás estreou marcando e fazendo jus a fama de goleador, mas principalmente na segunda etapa, ficou isolado entre os zagueiros do Náutico.
Porém, o grande destaque da partida foi Washington, que comandou as ações no meio campo, marcou um gol, buscou alimentar o ataque, jogando de forma objetive e no final da partida, soube segurar a bola, enervou o adversário e mostrou o quanto nossos dirigentes são cegos...
Esse moço sempre esteve à vista de todos, mas o complexo de vira lata e o fetiche por jogadores “ex-isso e ex-aquilo”, sempre impediram que Washington ocupasse um lugar de destaque em nossas equipes.
Washington só está no América agora, por duas razões: falta de dinheiro para jogar fora e por ser Dado Cavalcanti um treinador que não tem parcerias.
O caminho ainda é íngreme, pedregoso e escorregadio, mas se ainda há esperança, então é preciso acreditar e continuar caminhando...
Pena que nesse momento, além de seus próprios esforços, os rubros dependam também do resultado alheio.
Fortaleza 1x1 ABC... Empate garante a primeira colocação.
Em Fortaleza, o ABC empatou com o tricolor cearense por 1x1...
O resultado mantém o alvinegro na primeira colocação do Campeonato do Nordeste com 27 pontos e terá seu último compromisso exatamente, contra o CSA vice-líder.
Num jogo tecnicamente fraco, o Fortaleza abriu o placar através de Reginaldo e João Paulo, de pênalti, empatou para o alvinegro.
Rodriguinho aos poucos, reescreve sua história...
sábado, setembro 25, 2010
Futebol de rua: bons tempos que ficaram para trás...
Não sei como andam as coisas hoje em dia, as peladas de rua ficaram para trás e com elas, ao menos para mim, a essência do futebol...
Recebi hoje, através de e-mail um texto sobre as 10 regras do futebol de rua e, segundo seu autor, esse sim, o “verdadeiro futebol de macho”.
Lendo cada uma das regras, não pude deixar de rir, mas também não houve como não voltar ao passado e lá reaver certos conceitos e princípios que deveriam ser imutáveis, não fosse os anos, ativos lobistas a trabalhar pela deformação dos caráteres, transformando meninos sãos em homens cínicos.
Naquele tempo, a rua e a bola, ensinavam lições, mostravam diferenças, criavam laços, mas também rivais...
Fazer parte do grupo, ser aceito entre os peladeiros era como um rito de passagem: ali, deixávamos de ser o “filhinho da mamãe” e passávamos a fazer parte da “rapaziada”...
Lá, na rua, com a bola, aprendemos a perder, a absorver derrotas, a não temer, a enfrentar o mais forte, a correr para salvar a pele e depois, a voltar e recomeçar...
Aprendemos o valor da amizade e a reconhecer nossas deficiências.
Mas também, descobrimos que era possível transgredir as regras rígidas de nossas mães e escapar dos maçantes deveres de casa, passados pela professora: mesmo que isso nos fizesse pular muros, andar na ponta dos pés, correr como um raio em direção à porta ou inventar que o caderno de caligrafia havia ficado na casa do Paulinho e que era só pegar e voltar rapidinho.
O almoço podia esperar o último gol...
O lanche era colocar um presunto ou um pedaço de queijo às pressas no pão e engoli-lo com a ajuda de um suco ou leite, enquanto vestíamos o surrado calção...
O jantar era o pior momento, pois significava o toque de recolher: fim do prazer.
Aprendemos a ter ouvidos seletivos: o chamado do companheiro para correr atrás da bola era audível em qualquer circunstância – mesmo quando morava no quinto andar ou no décimo andar ou então, meu quarto ficava na parte da casa mais distante da rua.
Bastava um assovio, às vezes só o quicar da bola era o suficiente para que tudo mais fosse esquecido...
Mas o grito estridente e em tom autoritário de nossas mães nos chamando, quase nunca era ouvido na primeira vez, ou mesmo na segunda...
O bairro inteiro sabia que aquele Fernandoooooooo, já para casa, era para mim, menos eu...
Fingir que não ouvia fazia parte da inútil convicção que ela desistira...
Mamãe nunca desistiu!
Seu chamado era determinante e determinado...
Não havia atenuantes ou argumentação...
Resistir servia para mostrar a rapaziada que você era valente, mas sempre terminava na humilhante condição de ser levado para casa pela orelha ou no ritmo dos tapas certeiros e cadenciados que só as mães sabem dar.
Certa vez, Walter ousou...
Deu um drible de corpo sensacional em Dona Valdira...
Mas descobriu que mães são implacáveis zagueiros e que nenhum árbitro no planeta é capaz de “amarelar” ou “avermelhar” uma mãe driblada...
Dona Valdira na segunda tentativa deu uma rasteira digna de uma suspenção exemplar e sem esperar que a maca viesse retirar o Walter da calçada, o arrastou pelas orelhas aplicando-lhe sonoros cascudos...
No dia seguinte, as marcas vermelhas do cinto, cintilavam nas costas de Walter e ele, as exibia como um troféu...
Mas quando Nanico disse que dona Valdira era uma megera, Walter precisou ser seguro por todos para que não fosse às vias de fato com aquele que ousou detratar sua mãe.
Foram bons tempos aqueles e mesmo sem confederações, federações, patrocinadores, torcidas organizadas, cotas de TV, empresários, agentes e toda essa gama de coisas que acabam por destruir o lúdico, o belo e a essência do jogo, havia regras sim senhor e é a elas que vamos agora:
01 – A Bola
A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica.
Até uma bola de futebol serve.
No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do irmão menor.
02 – O Gol
O gol pode ser feito com o que estiver à mão: tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, chinelos, os livros da escola e até o seu irmão menor.
03 – O Campo
O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e, nos grandes clássicos, o quarteirão inteiro.
04 – A Duração do Jogo
O jogo normalmente vira 5 e termina 10, pode durar até a mãe do dono da bola chamar ou escurecer.
Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.
05 – Formação dos Times
Varia de 3 a 70 jogadores de cada lado.
Ruim vai para o gol.
Perneta joga na ponta, esquerda ou à direita, dependendo da perna que faltar.
De óculos é meia-armador, para evitar os choques.
Gordo é beque.
06 – O Árbitro
Não tem árbitro, ganha quem gritar foi falta primeiro, ou for o dono da bola ou então, for bom de porrada.
07 – As Interrupções
No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada em 3 eventualidades:
- Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isso não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação.
- Quando passar na rua qualquer garota gostosa.
- Quando passarem veículos pesados.
- Mas apenas de ônibus para cima.
- Bicicletas e Fusquinhas podem ser chutados junto com a bola e, se entrar, é gol.
08 – As Substituições
São permitidas substituições nos casos de:
a) Um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer lição.
b) Jogador que arrancou o tampão do dedão do pé.
c) Porém, nestes casos, o mesmo acaba voltando à partida após utilizar aquela água santa da torneira do quintal de alguém.
d) Em caso de atropelamento.
09 – As Penalidades
A única falta prevista nas regras do futebol de rua é atirar o adversário dentro do bueiro.
10 – Justiça Desportiva
Os casos de litígio serão resolvidos na porrada, prevalece os mais fortes ou quem pegar uma pedra antes.
sexta-feira, setembro 24, 2010
Rugby Portiguar, eles ainda vão dar o que falar...
quinta-feira, setembro 23, 2010
O rádio perde um homem de bem...
Soube ontem da saída de Domingos Sávio da 98FM...
Não quero entrar no mérito da questão, não me interessa e, de mais a mais, quando conversei com por telefone com Domingos, ele mesmo se recusou a falar sobre detalhes.
Domingos é um homem elegante, fino, educado e jamais iria transformar um assunto interno de sua emissora num bate boca fútil e inútil.
Bem, de qualquer forma, escrevo para todos saibam da minha admiração, do meu respeito e acima de tudo da minha solidariedade a Domingos Sávio.
Derrotas não são manchas, são a prova que houve luta...
Não tenho nenhuma procuração para defender Ferdinando Teixeira...
Nada, absolutamente nada.
Também, não recebo e nem recebi nenhum favor de Ferdinando Teixeira...
Nenhum mesmo.
Mas, ontem, li um texto onde a chamada dizia: “O manchado histórico de Ferdinando Teixeira”.
Apreensivo e curioso fui ler, pois talvez, o autor, o radialista Marcos Trindade, por ser um dedicado compilador de dados e números referentes ao nosso futebol, houvesse descoberto algo sobre o comportamento profissional e pessoal de Ferdinando que pudesse enfim, justificar todas as diatribes a ele dirigidas.
Li e reli e não encontrei nenhuma afirmação que confirmasse o título da chamada...
Mas afinal onde está a mancha?
Cadê a sujeira capaz de manchar a carreira do treinador e da pessoa de Ferdinando?
O que encontrei na verdade, foi uma compilação de toda a carreira de Ferdinando, aliás, diga-se de passagem, muito bem feita...
Mas e a tal mancha e a tal sujeira?
Nada, tudo limpo, tudo dentro das conformidades.
Nenhum troco por fora, nenhum acordo espúrio, nenhum envolvimento com grupos, grupelhos ou quadrilhas...
Como disse anteriormente, o que encontrei foi uma longa e bem feita compilação da carreira do treinador, recheada de comentários pessoais e que por serem pessoais, são subjetivos e passíveis de discordância.
Pois bem, considerar que 16 títulos ganhos ao longo de uma carreira à frente de equipes economicamente frágeis e limitadas, é pouca coisa, é um direito...
Desprezar a subida para Série A e para Série B, também é um direito...
Porém, considerar derrotas como manchas é algo acima da minha compreensão...
Derrotas fazem parte da vida dos homens, das nações e das instituições...
Se derrotas são manchas na história de alguém, então, eu e milhões de homens vivos e mortos, estamos sujos até a medula.
Se não vencer é vergonhoso, então, devemos andar todos cabisbaixos, pois certamente, acumulamos mais derrotas que vitórias em nossa existência...
É claro que a carreira de Ferdinando Teixeira não pode ser comparada a de ninguém, pois cada uma tem suas peculiaridades, mas, porém, com todo o respeito aos desafetos de Ferdinando, negar-lhe um lugar na história é assumir que o desgosto nada tem de profissional, é coisa pessoal e aí, nenhum argumento será bastante para reverter o pré-julgamento.
Para encerrar, afirmo que todo mérito é fruto de um duro combate e que, portanto, não existem meios méritos ou quase méritos...
Um mérito é um mérito e ninguém pode menosprezar isso.
A carreira de Ferdinando não tem manchas, tem arranhões...
Aliás, a dele e a de todos nós.
Não fosse a carreira de alguém, algo invisível aos olhos, veríamos em nós mesmos e nos outros, as muitas cicatrizes causadas pelos arranhões dos nossos erros e fracassos.
quarta-feira, setembro 22, 2010
América MG 4x1 América RN...
De que adianta dizer que o América jogou assim ou assado?
Assim ou assado, foi goleado!
Quem em sã consciência, ainda aguarda a grande virada?
Talvez só mesmo os cegos de paixão...
Ontem em Minas Gerais, o América de lá nem precisou jogar os dois tempos...
Jogou o primeiro e no segundo apenas fez os gols.
O América de cá, não tem inspiração...
Vive da transpiração inútil...
Da venda da ilusão fútil de que na próxima vez tudo irá mudar.
Nada mais a acrescentar.