segunda-feira, setembro 27, 2010

Mário Filho, um pernambucano que transformou o Rio de Janeiro e o Brasil...






Foi um pernambucano que selou o encontro do futebol com as massas...


Foi um pernambucano que melhor descreveu a saga dos negros no futebol brasileiro...


Foi um pernambucano que transformou as frias notas sobre os jogos de futebol em crônicas repletas de fantasia, magia e poesia...


Foi um pernambucano que contra muitos, lutou pela construção do Maracanã e colocou o Brasil no mapa mundial da bola...


Foi um pernambucano que melhor entendeu a alma do carioca...


Foi um pernambucano que apaixonado pelo charme do futebol carioca o transformou em amor de todos...


Falo de Mário Filho.


Um pernambucano que o Rio de Janeiro adotou como seu e que até hoje, cultua, admira e reverência...


Aliás, foram dois pernambucanos: Mário Filho e Nélson Rodrigues...


Se quiserem culpar alguém pelo futebol ter saído do gueto e caído nos braços do povo, culpem a eles...


Se quiserem culpar os milhões de brasileiros que ainda hoje torcem apaixonadamente pelo futebol do Rio de Janeiro, culpem a eles...


Eles, Mário e Nélson, transformaram o futebol no orgulho de um povo e o futebol carioca, foi sua lança.


Não serão campanhas xenófobas, toscas, estapafúrdias e discriminatórias que irão matar o que esses dois homens criaram...


Para apagá-los da história, antes terão que criar uma história muito mais rica e muito mais brasileira...


Antes de matar no coração das pessoas o amor pelos clubes do Rio de Janeiro, antes terão que fazer correr pelos gramados, um Heleno de Freitas, um Ademir Queixada, um Perácio, um Gérson, um Carlos Alberto, um Garrincha, um Pompéia, um Zico, um Roberto Dinamite, um Romário, um Dequinha e um Marinho Chagas...


Grandes estrelas, porém, nem todas nascidas no Rio de Janeiro, mas que só se fizeram estrelas, por estarem no Rio de Janeiro e vestirem as camisas dos clubes de lá...


Antes que o último brasileiro, saia da frente da TV e desligue o rádio quando um clube do Rio jogar, será preciso não mais existir a mística de um Fla-Flu, de um Vasco e Flamengo e de um Fluminense e Botafogo...


Antes que a última camisa de um clube do Rio de Janeiro seja jogada no lixo, será preciso que as conquistas se igualem ou, sejam ultrapassadas...


Antes de assumirem a frente de qualquer campanha, terão que saber usar a pena para escrever como escreveram Mário e Nélson...


Terão que falar de inclusão e não de exclusão...


Terão que ser poéticos como Waldyr Amaral que ao fim de cada jogo, encerrava assim sua transmissão: “As luzes se apagaram, o gigante Mário Filho, encontra-se deserto e adormecido... boa noite Brasil”!


Não, não apoio nada que queira tirar de alguém qualquer direito...


Não, não aceitaria ser editor do Pravda, do Iskra ou do Völkischer Beobachter...


Não, não poderia ir contra princípios que para mim são basilares e imutáveis...


Não, não aceitaria no Brasil, um Star Chamber dos tempos de Carlos I na velha Inglaterra...


Não, não poderia dobrar meus joelhos à frente dos santos que tentaram impor sua crença através da inquisição...


O homem só tem sentido ser for livre!


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