terça-feira, setembro 14, 2010

O tempo passa, o tempo voa, e de meia e meia sola, vamos vivendo numa boa...


Lendo o blog do Pedro Neto, me deparei com uma entrevista feita pelo blogueiro com o Secretário Estadual de Esporte e Lazer, Júlio Protásio...


Fui até a cozinha, enchi a caneca de Coca-Cola, peguei umas azeitonas pretas, limpei o cinzeiro e sentei diante do computador pensando sobre o assunto...


E, não resisti...


Decidi escrever algumas linhas sobre o que li.


Protásio afirma logo de inicio que os amantes do futebol podem ficar sossegados, pois não será por falta de estádio que deixaremos de ter um grande campeonato estadual em 2011...


Diz também, que o governo tem trabalhado de uma forma bem tranquila em relação ao problema e garante que tudo será resolvido com brevidade.


E conclui: “Isso é uma garantia do nosso governador, Iberê Ferreira”.


Ok, vamos lá...


Esse assunto já “rola” há muito tempo.


Posso afirmar que o projeto encomendado por José Vanildo a um escritório de arquitetura em São Paulo, visando à reforma do estádio Juvenal Lamartine, tem pelo menos um ano – estava em sua sala quando ele chegou e todo feliz mostrou os detalhes.


De lá para cá, Vanildo já peregrinou por todos os gabinetes possíveis e, só recebeu sorrisos e vagas promessas.


Mas com a declaração do secretário, entendi a demora – tudo está sendo feito com tranquilidade.


Mas fiquei preocupado mesmo, foi quando dei continuidade à entrevista e vi, ou melhor, li, uma contradição assustadora...


Usando uma técnica velha e surrada, Pedro Neto refez a pergunta que gerou as respostas acima, com outras palavras e saiu isso:


“Caso o governador não autorize o investimento no Juvenal Lamartine como ficará a situação”?


“Não acredito que isso aconteça. A não ser que exista alguma impossibilidade financeira ou burocrática, contudo, sei que o nosso governador de tudo fará para melhorar o estádio Juvenal Lamartine. Agora, caso isso ocorra uma segunda opção será os clubes jogarem no estádio Frasqueirão. Porém, continuo acreditando que o melhor será investir no Juvenal Lamartine por ser este um estádio público”.


Ué, mas o secretário não havia afirmado que os amantes do futebol poderiam ficar sossegados sobre os estádios, pois o governo resolveria com brevidade e que sua afirmação estava calcada numa garantia do governador Iberê Ferreira de Souza?


Afinal, o governador garante ou não?


Algumas linhas abaixo, ao ser questionado sobre o montante a ser investido pelo governo na reforma do Juvenal Lamartine, Júlio Protásio, diz que o valor será de 3 milhões de reais.


E que com esses 3 milhões, haverá melhoras nas arquibancadas, nos vestiários e na iluminação.


Tudo isso?


Não acredito!


Quanta generosidade do governo!


Só que infelizmente, esses 3 milhões, não são suficientes para tornar o Juvenal Lamartine um estádio capaz de receber os jogos do estadual, da Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro.


E as cabines de rádio e TV, necessárias para abrigar a imprensa local e nacional?


E as exigências do Estatuto do Torcedor?


Com todo o respeito que me merece o secretário, os 3 milhões previstos, no máximo, enfeitam o Juvenal Lamartine.


Ah, e para complicar, ainda existe a lei de licitações 8666/93, que exige que uma obra pública seja licitada e que licitação, esteja amparada em um projeto bem definido e um orçamento.


Descendo a vista, encontrei um paragrafo onde o secretário mostra desconhecimento sobre o mundo do futebol...


Júlio Protásio assegura que tem trabalhado no sentido de tornar o nosso futebol forte, e que uma de suas metas é trazer a seleção brasileira a Natal.


Alguém da assessoria do secretário precisa informá-lo, que desde 2005, a CBF mudou a forma de programar os jogos do Brasil...


A Kentaro, empresa de marketing e direitos esportivos, com sede na suíça, foi incumbida de vender os jogos do Brasil e o fez com grande sucesso...


O Brazil World Tour (jogos da seleção no exterior) rendeu aos cofres da CBF, 30 milhões de dólares...


Foram 30 jogos até 2010 e pelo que se sabe, a CBF não pretende modificar o atual status quo – isto é, ou renova com a Kentaro, ou consegue que a substitua.


No Brasil, a seleção só joga partidas das eliminatórias e como não vamos participar das próximas eliminatórias, acho difícil ver as camisas amarelas correndo por aqui, tão cedo.


Outro “sonho” do secretário é, que ao termino da construção da Arena das Dunas, busquemos grandes seleções do mundo para jogarem no novíssimo Arena das Dunas e com isso, divulgar o Rio Grande do Norte mundo afora...


Se eu entendi bem, Júlio Protásio pensa em trazer para jogar em Natal, seleções como Alemanha, Espanha, Itália, Holanda, Argentina, Inglaterra e França...


Mas sabe o secretário quanto cobram tais seleções por um simples amistoso?


A Alemanha, por exemplo, não decola para lugar nenhum, por menos de 800.000 dólares...


Entretanto, caso essa verba seja disponibilizada, quem será o adversário?


ABC, América, Alecrim, Santa Cruz ou Centenário de Pau dos Ferros?


Alemães, ingleses, franceses, espanhóis e italianos, aceitariam tais adversários?


O mais provável é que não e ai, teríamos a disposição os 800.000 dólares para pagar os alemães e mais uns 600.000 dólares para pagar os holandeses?


Tudo isso, por um amistoso apenas.


Ou teremos que nos contentar em ver Bolívia x Albânia?


Essas, certamente viriam por um preço bem menos salgado, mas o problema é saber quantos bolivianos e albaneses temos por aqui, dispostos há largar um dia na praia, para ver suas “gloriosas” seleções jogarem.


Às vezes fico pensando que aprender a ler, escrever e ter frequentado escola, foi um péssimo negócio...


Era preferível ser analfabeto, evitaria muita azia com certeza.


Mas não culpemos o secretário, ele apenas repete, mesmo que não saiba o discurso que há anos é feito por secretários em todo o Brasil.



Um comentário:

Anônimo disse...

FERNANDO,
Trago, para o nosso Secretário, uma sugestão mais apropriada para a utilização do "New Stadium Arena of the Dunes" denominação bem ao gosto da FIFA. Que seja ele, para não ser transformado em elefante branco, utilizado para campeonatos entre Câmara de Vereadores de Natal e time da população residente na penitenciária de Alcaçus. O perigo em um jogo dessa magnitude é o arbitro não distinguir os jogadores de cada time, já pensou se chama um Vereador de marginal ou o contrário, não sei qual ficaria mais indignado!!!!!!

Abraços.