O Brasil sediará as Olimpíadas de 2016 na cidade do Rio de Janeiro...
Isso é um fato.
Pois bem, há poucos dias, a atleta Ana Claudia Lemos da Silva, bateu o recorde sul-americano dos 100 metros rasos, durante competição no Centro Olímpico de São Paulo.
Ana Silva correu a distância em 11s, 15 centésimos.
Para quem não sabe, Ana quebrou o recorde que pertencia à outra brasileira, Lucimar Moura que em 1999, atingiu 11s, 17 centésimos.
Os 2 segundos de diferença, significam para Ana Silva, um grande feito e deve ser comemorado com entusiasmo, mas...
Nada significou no contexto da evolução do atletismo em relação ao quadro internacional dos tempos dessa distância.
Hoje, pelo menos 20 mulheres já correm abaixo dos 11 segundos.
A jamaicana Verônica Campell é a recordista mundial com 10s, 78 centésimos...
Os 11s, 15 centésimos de Ana Silva, a colocariam na posição de número 55 no top 100 mundial.
É incrível que uma nação com a extensão territorial do Brasil e com uma população de mais de 180 milhões de pessoas, tenha levado 10 anos para ver uma atleta evoluir dois décimos nos 100 metros...
Porém, se nos 100 metros para mulheres ouve alguma evolução, não se pode dizer o mesmo dos homens... Robson Caetano da Silva bateu o recorde sul-americano ao correr a distância de 100 metros em 10s, mas o feito aconteceu em 1988.
Um comentário:
Fernando, o atual governo tem tido iniciativas condizentes com as práticas de alto rendimento no mundo todo, dentre elas estão o "Projeto Esporte Brasil" (Proesp-br).
O Proesp-br é uma bateria de testes para a indentificação e prospecção de talentos motores, é aplicado principalmente no âmbito escolar e é uma política nacional para o esporte de alto rendimento.
Apesar de boas iniciativas como essa, a verdade e que as escolas públicas contam com pouca ou nenhuma estrutura física e de materias voltadas para a Educação Física e Esportes, no interior, aí é que a situação é "calamitosa"!
A verdade é que a Educação Física e Esportes são profundamente desrespeitadas nesse país, vejo constantemente professores trocando de profissão devido a toda a situação, além dos salários medíocres comparados a outras profissões.
Outro asspecto estrutural que necessitamos mudar para obtivermos melhores resultados é o esporte universitário.
É necessário ampliar e fortalecer as ligas universitárias em todas as modalidades, especialmente naqueles esportes que não contam com grandes somas de valores e adeptos.
Assim caso o "atleta" não obtenha o sucesso desejado, logo estará com uma formação em área de seu interesse.
Para isso é necessário aumentar investimento (ampliar as bolsas para atletas) e melhorar a fiscalização nas ligas universitárias que atualmente servem para muito pouco e são pouco tranparente em sua gestão.
Sou contra o modelo atual dos clubes serem os responsáveis pela formação de talentos esportivos, aqui no Brasil esse modelo esta quase sempre falído, além da exploração do atleta nas relações de trabalho e não se preocupa com a formação educacional do mesmo, ficando os atletas na maioria das vezes em situação complicada no final de sua carreira profissional.
Um abraço!
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