sexta-feira, outubro 01, 2010

Fabrica de moer talentos... Publicada em 25 de setembro de 2006


O esporte no Brasil sobrevive da teimosia de alguns, da perseverança de uns poucos e do talento dos atletas que fazem do esporte sacerdócio.


Nunca tivemos uma política séria voltada para o esporte, nunca os governos viram os esportes como uma importante via de inclusão social e de cidadania.


Com isso perdemos a chance de poder enfrentar as drogas, a criminalidade e a falta de perspectiva de milhões de jovens por esse país a fora.


Perdemos mais, perdemos talentos, que desanimados por não terem nem estrutura nem apoio, desistem no meio do caminho.


Nunca consegui entender as razões que levam as escolas, a não investem em esporte...


E, nem o porquê da desvalorização dos professores de educação física que aos poucos, perderam espaço na grade curricular e se viram obrigados a ser animadores de recreio ou montarem equipes mambembes para disputa de jogos escolares incipientes e de qualidade duvidosa.


Não posso imaginar que uma semana ou quinze dias por ano possam representar algum ganho esportivo para qualquer estudante que venha a participar dos tais jogos escolares.


Não posso imaginar que um ou dois professores possam coordenar, organizar, selecionar e treinar alunos em tantas modalidades, mesmo restritos a um estabelecimento de ensino apenas.


Como preparar atletas sem o equipamento necessário?


Como medir as possibilidades de cada um sem ter a disposição um laboratório minimamente pronto para dar suporte a uma avaliação séria sobre as reais condições de cada menino ou menina que abraça o esporte?


Essas são perguntas simples e com certeza de fácil resposta, mas o desinteresse é perceptível quando olhamos a estrutura que nossas escolas põem a serviço de professores e futuros atletas.


Nas escolas públicas a pobreza é franciscana e nas particulares, salvo uma ou outra exceção, temos mais bijuteria a enganar leigo e a justificar extorsivas mensalidades, que estruturas realmente condizentes com a formação de esportistas e aptas a receber competições sérias.


Esse é o retrato do esporte escolar no Brasil, e é assim, que ainda moços, garotos e garotas resolvem deixar de lado o sonho de um dia virem a serem atletas ou ao menos ganhar uma medalha e resolvem cuidar da vida, pois cedo aprendem que no esporte a “morte” é certa.



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