segunda-feira, outubro 25, 2010

ABC 3x1 Águia de Marabá... De volta a Série B.


Faltam uns 30 minutos para a meia noite; deixei para escrever agora, depois que a poeira baixou, as buzinas silenciaram e a euforia dos torcedores deu lugar a aquela sensação de alma lavada e sonho realizado.


Não vou escrever sobre o jogo, esse já é um assunto batido, não vejo por que me estender...


Vou me deter nas horas que antecederam o jogo, o decorrer da partida e suas consequências.


Na noite de sábado, soube que havia sido convocado pela coordenação do TVU Esporte para estar presente na TV Universitária por volta das 7h e 30 minutos da manhã...


Pensei: danou-se e agora José?


Ainda quis argumentar, mas não se tratava de um convite e sim de uma convocação, portanto, teria que estar no horário marcado, serelepe e fagueiro.


Diante do fato consumado, passei a buscar uma solução para minha velha e companheira insônia...


Tentei de tudo...


Afastei-me do computador, mantive a televisão desligada, distanciei-me dos livros, arrumei a cama, fechei janelas e deitei por volta das 9 horas...


No início achei que conseguiria...


O escuro era total, o ventilador produzia um frescor bem agradável e os lençóis recém-trocados por Dona Graça, estavam limpinhos, cheirosos e aconchegantes...


Ah, claro que não me esqueci de ligar baixinho o som, pois o jazz instrumental seria uma arma eficiente contra a “síndrome de coruja” ou de “vigia noturno” que me persegue há anos.


Passados 30 minutos, ainda estava ali, vivo, alerta e cansado de lutar contra os travesseiros que insistiam em “se mexer” de um lado para o outro da cama.


Mas como um homem determinado, insisti!


Às 2 horas da manhã, já havia trocado o jazz pelo blues e, depois de passar para o rock progressivo, desliguei o som e fiquei ouvindo a minha respiração...


Nada...


Ainda permanecia acordado e a essa altura, a vítima de minha ira, era o lençol!


Por volta da 4 horas, o galo do vizinho entoou os primeiros acordes e aí, me veio um enorme desejo de tomar uma canja, mas levantar para “caçar” o maldito galo seria desistir...


Preferi então, esperar e torcer para que o “maldito”, sofresse um ataque cardíaco.


Descobri que galos não sofrem entupimentos de artérias por cantar e o simpático tenor da madrugada continuou seu desempenho até que eles, os alvinegros locais acordassem e começassem uma infernal algazarra de gritos histéricos e pipocar de rojões.


Vencido, levantei, tomei banho, me arrumei e botei o pé na estrada...


No caminho fui pensando em como estaria Natal por volta do meio dia...


Cruzei com muitos alvinegros que seguiam em direção ao Maria Lamas Farache...


A grande maioria seguia de ônibus e carros, mas muitos caminhavam pela Avenida Engenheiro Roberto Freire e, um deles me chamou a atenção: de bermudas, tênis, camisa novinha em folha e um rádio imenso grudado aos ouvidos, lá ia o cidadão, feliz e contente...


Não sei que é, mas hoje, ele se transformou ao menos para mim, no torcedor símbolo do ABC.


Imagino o estado dele, ao retornar para casa!


Na TV Universitária, havia um clima de tranquilidade, mesmo que em um ou outro rosto, se visse alguma ansiedade...


O fiasco da semana passada ainda pairava sobre todos nós.


Mas desta vez, tudo deu certo.


Adoro essa movimentação pré-programa!


As coisas parecem caóticas, mas cada um sabe o que fazer e, se alguém esquece algo, há sempre aquele que corre para resolver.


Todos se perguntavam e aí, será que o ABC passa?


A resposta mais comum era: passa sim!


Até mesmo os torcedores do América, mostravam seu conformismo diante da quase certa chegada do ABC a Série B – naquela hora, ainda era uma possibilidade.


Bem, o programa foi ao ar na hora prevista e quando vimos na telinha às imagens do Maria Lamas Farache lotado, relaxamos e fomos apreciar a partida.


Durante o jogo, o estúdio ficou lotado, a todos acompanhamos com atenção e apreensão o desenrolar da partida...


O Águia começou abusado, para frente e buscando o gol que talvez mudasse sua sorte, mas mesmo sofrendo pressão, o ABC conseguiu controlar os nervos e aos poucos equilibrou o jogo...


Mesmo pegado, o jogo no primeiro tempo chegou pregar sustos e emoção na torcida e nos milhares de telespectadores que acompanhavam a partida.


Primeiro o Águia perdeu uma grande chance, depois, o ABC rondou com perigo a meta de Alan...


No intervalo o clima entre nós era de satisfação pela excelente transmissão da TV Brasil e havia mais confiança em relação ao resultado do jogo...


Depois que a bola rolou para a etapa final, não demorou muito e Leandrão abriu o marcador.


Era só o que faltava para que o Maria Lamas Farache fervesse de vez...


Com a vantagem no placar, o ABC tratou de fazer a bola rolar e aos 33 minutos, Jackson ampliou para 2x0, decretando a derrota dos paraenses e carimbando o passaporte do ABC para a Série B de 2011...


Entretanto, Claudemir que entrara no lugar de Jackson, aos 45 minutos marcou o terceiro gol alvinegro...


Jaime ainda diminuiu a vantagem do ABC para 3x1 aos 49 minutos, mas aí, ninguém reparou...


O Maria Lamas Farache a essa altura, era uma grande festa.


Sim, no estúdio da TV Universitária o clima também foi festivo...


Afinal, a transmissão aconteceu sem nenhum problema e, todos sentiram aquela sensação gostosa do dever cumprido...


Na volta para casa, cansado e sonolento, pensei: que bom que tudo deu certo, mas que bom mesmo que o ABC tenha conseguido seu objetivo, pois caso algo tivesse dado errado, era bem possível que aparecesse algum bocó para dizer que todo o trabalho feito por essa diretoria de nada tinha adiantado...


Só para constar: a equipe da TV Brasil que veio transmitir o jogo para todo o Brasil, ficou encantada com o que viu e, vários amigos meus de Brasília, Rio e São Paulo, me ligaram para dizer que haviam fica impressionados com o Maria Lamas Farache, a torcida, o gramado e a beleza das imagens mostradas.


Parabéns ABC, boa sorte e, que vaidosos e vaidades não emperrem o que tão bem feito tem sido feito até aqui.



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