domingo, outubro 10, 2010

Entenda se puder...

Imagem: A Bola



Tem umas coisas que não entendo, ou melhor, preferia não ter que tentar entender...


Mas, se não, vejamos:


Gilberto de Nadai, procurador do jogador João Paulo afirmou categoricamente, no blog do Marcos Lopes o seguinte:


”Posso garantir que o João Paulo não assinou nenhum contrato com o Paços de Ferreira. Ele é jogador do ABC até o fim de ano e não tem como assinar um outro contrato. Já pensou se ele assina e alguém dá entrada neste contrato na FIFA? O único prejudicado passa a ser o atleta”.

”Além do mais é negociação incerta porque nada foi acertado com o atleta. Como afirmar que ele vai jogar em Portugal? Ainda existem outros clubes do exterior interessados em João Paulo”.


Vejam bem, são palavras de Gilberto de Nadai, que copiei do blog de Marcos e transcrevo aqui.


Ok então?


Vamos a alguns questionamentos que considero lógicos – ou será que não?


Se João Paulo tem outros clubes europeus ou de outros continentes interessados em sua contratação, o que ele foi fazer em Paços de Ferreira?


Exames médicos, seu blogueiro desatento... pode escrever alguém.


Sim, mas por que atravessar o oceano Atlântico e depois, enfrentar algumas horas de estrada para fazer exames médicos num clube com quem ele não assinou contrato, ou melhor, não pode assinar contrato...


Será que eu, tão “metido a curioso”, deixei escapar algo a respeito da evolução da medicina esportiva em Portugal, ou mais precisamente em Paços de Ferreira?


Caramba!


Devem ter evoluído muito mesmo, pois só algo assim, explicaria os gastos com passagens, estadia, alimentação e os exames.


Por outro lado, se a negociação ainda é incerta, que argumentos usaram os portugueses para manter João Paulo uma semana em Paços de Ferreira?


Fique ó gajo, as raparigas são formosas e à volta existem coisas belas a admirar...


Ora, pois, nem sempre terás oportunidade igual a essa, pois não?


Ou será que o atleta resolveu ampliar sua cultura geral e aceitou conhecer a Citânia de Sanfins, a Igreja Matriz de Carvalhosa, o Dólmen de Lamoso, as serras de Santiago ou da Agrela, ou então, passou esses dias a observar da Rotunda a estátua do Dr. Leão Meireles, o monumento ao marceneiro ou o Palácio da Justiça?


Estranho, mas os argumentos foram tão bons, que João Paulo, não só ficou, com se dispôs a ir ao estádio da Mata Real e assistir ao empate em 1x1 com o Leixões...


Para complicar ainda mais a cabeça deste blogueiro, o Jornal “A Bola”, publica que João Paulo, assinou até 2013 e fecha a informação com a seguinte declaração de João Paulo:


“Fiquei encantado por poder jogar no campeonato português, mas até Novembro ficarei no ABC de Natal para realizar alguns jogos da Copa do Nordeste. Vim apenas para fazer exames e vou regressar ao meu país, mas em Dezembro volto com muita ambição para demonstrar o meu valor, se possível com muitos golos”.

Estranho não?


Mas, enfim, quem sou eu para entender o insondável mundo da bola e seus personagens sempre tão sinceros em suas declarações.



sábado, outubro 09, 2010

O céu, a montanha, a neve e uma longa e vertiginosa descida...

Imagem: Autor Desconhecido

América 1x1 Ponte Preta...


Não gosto de tratar de tratar de futebol amparado por condicionantes, pois o “se” sempre é o “corrimão” pronto para amparar desculpas pelas derrotas e o “quinta coluna” traiçoeiro a evitar vitórias...


Se o chute fosse certeiro...


Se a bola não batesse na trave...


Se o zagueiro não tivesse colocado o pé salvador...


Se o goleiro não espalmasse...


Se o auxiliar não tivesse marcado o impedimento...


Se o árbitro apitasse aquele pênalti...


Se...


Se...


Sempre o “se”...


Mas ontem, saí do Machadão com uma triste convicção...


Se o América não errasse tanto o último passe e se, seus atacantes fossem mesmo talhados para a função, a Ponte Preta teria deixado Natal derrotada.



sexta-feira, outubro 08, 2010

Veloz...

Imagem: Autor Desconhecido


Minha solidariedade a Maeterlinck Rego, sua família e sua empregada...


Soube do drama que o médico do América, Dr. Maeterlinck Rego e sua família, viveram ao ter sua residência invadida por dois assaltantes armados de revolver...


Não fosse Maeterlinck alguém que conheço, esse seria mais um caso de violência contra cidadãos de bem e suas famílias.


Coisa corriqueira no Brasil de hoje.


Por sorte, Maeterlinck, sua esposa, sua empregada e seu sobrinho, que estava acompanhado pela esposa e a filha, nada sofreram de mais grave.


Uma concessão que as vitimas devem agradecer, mesmo que empurrões, tapas e coronhadas tenham sido fartamente distribuídos.


Maeterlinck, seus familiares e sua empregada estão vivos, mas certamente, traumatizados, humilhados e agora, certos que não existe mais nenhum lugar seguro.


Aliás, seguros estão apenas os meliantes, pois andam armados e possuem uma imensidão de brechas legais, que são usadas por centenas de advogados especialistas em manter essa gente livre e atuante no “mercado”.


Claro que não podemos esquecer, dos inúmeros órgãos de direitos humanos que atentos, vasculham cada detalhe da investigação e prisão do fora de lei, a fim de encontrar um mínimo deslize das autoridades, capaz de tornar o infrator em um pobre coitado, a penar nas mãos de “policias trogloditas” e incapazes de entender as dores desse cidadão excluído por uma sociedade maléfica e insensível...


Invadir casas, roubar, matar, humilhar, estuprar, é entre outras coisas, a forma que esses pobres rapazes encontraram para comprar o tênis que a sociedade lhes nega, a cocaína, o crack e a maconha que lhes faz esquecer as agruras da vida.


Sem contar é claro, com as orgias que todo homem tem direito, segundo as leis machistas e a disponibilidade de prostitutas, pagas ou não...


O que foi surrupiado da casa do Dr. Maeterlinck, não vai servir para pagar a escola do filho, não vai para o supermercado da família e nem tão pouco irá quitar as prestações atrasadas do plano de saúde...


O dinheiro será torrado em bebida e mulheres e os objetos, mesmo o de alto valor, serão trocados em alguma boca, por umas pedras de crack ou qualquer coisa do gênero...


Afinal, amanhã é outro dia e outros “otários”, estarão por perto para “entregar” o que ganharam com o suor de seus rostos, para esses rebeldes que a cada assalto ou morte, apenas protestam contra a falta compreensão do mundo, em relação a sua inaptidão para ganhar a vida com trabalho honesto.


Mas, ainda tenho esperança, de quem sabe um dia, o Brasil passe a valorizar seus homens de bem, seus trabalhadores e toda a gente que luta com decência, sacrifício e fé numa vida melhor e não, todo idiota que se escuda na pobreza ou na excessiva riqueza, para burlar a lei, ferir, matar e destruir a base moral da sociedade.


Sejamos intolerantes com os intolerantes, façamos passeatas não pela paz com os criminosos, mas sim, pelo confronto com crime.



Iuhuuuuuuuuuuuuuuuuuu....

Imagem: Autor Desconhecido


David Beckham e Cristiano Ronaldo, faturam milhões com direito de imagem...


O que é direito de imagem de um jogador de futebol?


É a utilização da imagem do jogador em campanhas de publicidade e atividades de marketing do clube...


Quem são os jogadores que mais faturam com o direito de imagem no planeta bola?


David Beckham e Cristiano Ronaldo.


David Beckham, através Beckham Brand Ltda., gere um negócio que só entre 2008/09, atingiu a marca dos 32,4 milhões de euros – nesses valores, não estão incluídos os contratos com a ADIDAS, a Motorola e outros...


Cristiano Ronaldo, depois que chegou ao Real Madrid, passou a ter seus direitos de imagem, avaliados entre 80 e 90 milhões de euros anuais.



O calor da torcida...

Imagem: Autor Desconhecido


O valor do patrocínio das camisas dos clubes da Premier League...


Os últimos 2 anos foram difíceis para os clubes de menor expressão da Premier League em relação à conquista de patrocínios para suas camisas...


A crise econômica que varreu o planeta, principalmente os Estados Unidos e a Europa criou enormes dificuldades para equipes inglesas de menor apelo popular.


Entretanto, a temporada 2010/2011, mostra uma clara tendência de recuperação e no conjunto, os 20 clubes da Premier League detêm hoje, o maior valor em termos de patrocínio de camisas em todo o mundo.


No total, o valor da soma dos patrocínios das camisas das equipes da Premier League, chega à casa dos 403,9 milhões de libras esterlinas, algo em torno de 460,9 milhões de euros em contratos que variam de 1 a 4 anos de duração.


O Manchester United e o Liverpool encabeçam a lista, com acordos no valor de 80 milhões de libras esterlinas (91,3 milhões de euros) com duração de 4 anos.


Cada um recebe 20 milhões de libras por ano.


Acima deles, só Bayern de Munique e o Real Madrid, com contratos no valor de 25 milhões de libras anuais.


Para que se tenha uma ideia da evolução no mundo dos negócios no futebol europeu, o Arsenal fechou em 2007, um acordo com a Fly Emirates no valor de 100 milhões de libras esterlinas (114,1 milhões de euros) por quinze anos...


O contrato incluía o patrocínio das camisas do Arsenal e o “direito de nome” do novo estádio...


A época, a direção da Fly Emirates foi considerada “louca” por realizar um negócio com um clube de futebol nesses valores, mas hoje, o desembolso anual da companhia é de “apenas” 6.666.000 milhões de libras, uma mixaria, se comparado aos novos acordos selados na ultima temporada.


É bom frisar que ainda faltam 11 anos para o término do contrato.


Abaixo a lista dos 20 clubes ingleses da Premier League e seus respectivos patrocinadores, valores e duração dos contratos.


01 – Manchester United FC: AON Corporation – 4 anos de duração – 20 milhões de libras ano.

02 – Liverpool FC: Standard Chartered – 4 anos de duração – 20 milhões de libras ano.

03 – Chelsea FC: Samsung – 3 anos de duração – 12 milhões de libras ano.

04 – Tottenham Hotspurs FC: Autonomy – 2 anos de duração – 10 milhões de libras ano.

05 – Manchester City FC: Etihad Airways – 4 anos de duração – 9,5 milhões de libras ano.

06 – Aston Villa FC: FxPro – 3 anos de duração – 6,6 milhões de libras anuais.

07 – Arsenal FC: Fly Emirates – 15 anos de duração – 6,6 milhões de libras anuais.

08 – Everton FC: Chang Beer – 4 anos de duração – 2,6 milhões de libras anuais.

09 – Newcastle United FC: Northern Rock – 4 anos de duração – 2,5 milhões de libras anuais.

10 – Blackburn Rovers: Crown Paints – 4 anos de duração – 1,6 milhões de libras anuais.

11 – Sunderland FC: Tambola – 2 anos de duração – 1,5 milhões de libras anuais.

12 – West Ham United FC: Sbobet – 2 anos de duração – 1,4 milhões de libras anuais.

13 – Stoke City FC: Britannia – 4 anos – 1 milhão d elibras anuais.

14 – West Bromwich Albion FC: HomeServe – 1 ano de duração – 750 mil libras.

15 – Bolton Wanderes FC: 188Bet – 2 anos de duração – 750 mil libras anuais.

16 – Wigan Athletic FC: 188Bet – 2 anos de duração – 650 ml libras anuais.

17 – Blackpool FC: Wonga.com – 2 anos de duração – 500 mil libras anuais.

18 – Birmingham City FC: F&C Investments – 2 anos de duração 450 mil libras anuais.

19 – Wolverhampton Wanderes FC: Sportingbet – 2 anos de duração – 400 mil libras anuais.

20 – Fulham FC: Fenway Sports Group – 3 anos – 120 mil libras anuais.


Observação: A equipe do Tottenham Hotspurs FC, utiliza o patrocínio da Autnomy, apenas nos jogos da Premier League.


Nos jogos da UEFA e da Taças Inglesas, o clube fechou acordo com a “Investec” com duração de 2 anos e, recebe 5 milhões de libras anuais.


Fonte: Futebol Finance.



quinta-feira, outubro 07, 2010

Como ele conseguiu isso?

Imagem: Picture Alliance

Meus leitores são poucos, mas são o máximo!


Caro Fernando,


Gostaria de saber sua opinião sobre a possível realização da Copa do NE no primeiro semestre, você acha benéfico para o futebol local ou não?


É claro que também, esse assunto de certa forma, passa por outra polêmica que seria o tal do calendário Brasileiro versus calendário mundial. Qual a sua opinião sobre isso? O Brasil deveria se adequar? Ou já está adequado, mas não percebeu?


Inclusive, existe um livro que se chama "A Bola não entra por acaso" escrito por Ferran Soriano que retrata em detalhes as estratégias usadas pelo Barcelona de 2003, que estava em baixa, para ressurgir e ser destaque mundial.


E mostra que para ressurgir o futebol economicamente, antes de uma liga forte, é preciso ter uma administração forte.


Poderia ser até uma sugestão de post.


Obrigado!


Mario de França.


Meu caro Mario,


Antes de qualquer coisa, permita-me parabenizá-lo pelo texto bem escrito e pelo nível de seus questionamentos, além, é claro da sugestão do livro do empresário Ferran Soriano i Compte, atual Presidente da Spanair Linha Aéreas e ex-vice-presidente financeiro do FC Barcelona...


Não li o livro, mas alguns trechos e, confesso, gostei do que li e da forma como Ferran Soriano conduziu o processo de modernização do clube catalão.


Pois bem, prometo a você que vou ler o livro na integra e depois, postarei minha opinião sobre assunto.


Mas vamos a suas questões:


O maior problema que a Liga dos Clubes do Nordeste vai enfrentar, é o prazo estabelecido pela CBF para a realização do Campeonato do Nordeste.


Como é de conhecimento geral, o retorno da competição se deu via acordo judicial e não, pelo convencimento da CBF da importância do campeonato.


Diante da iminente derrota na esfera jurídica, a CBF, a fim de evitar o desembolso de algo em torno de 32 milhões de reais, convocou a Liga e permitiu a realização do Campeonato do Nordeste, mas fixou prazo: três anos!


Isto é, 2010, 2011 e 2012...


Na verdade, não havia dada estipulada, mas como ouvi da boca do próprio Presidente da Liga, Eduardo Rocha, “ou fazíamos agora, ou, corríamos o risco de jamais fazer”.


Portanto, 2010, passou a ser o ano zero da competição em relação ao prazo pré-estabelecido pela CBF.


Terminado esse prazo, a CBF dá por encerrado o acordo e cancela a competição.


Mas, em que aposta Eduardo Rocha, para perenizar o Campeonato do Nordeste?


No seguinte tripé, creio eu...


Solidez econômica, com crescimento constante; presença maciça de público nos estádios e o retorno da atenção da grande mídia (poucas pessoas sabem que no auge da competição, os canais pagos, tiveram uma significativa procura dos jogos do Campeonato do Nordeste, nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, locais onde residem milhares de nordestinos).


Esses, portanto, são os grandes desafios que Eduardo Rocha e os clubes da Liga, vão enfrentar, até 2012.


Entretanto, parafraseando Drummond, existem pedras no meio do caminho e essas pedras, são as Federações e seus presidentes – talvez, a única exceção confiável, seja a FNF de José Vanildo.


Uma Liga forte trará a médio e longo prazo, o esvaziamento das Federações estaduais e consequentemente, o poder de seus presidentes definhará...


Por que afirmo que José Vanildo é único confiável?


Pela simples razão de ele, ter apoiado desde o inicio a competição em paralelo aos campeonatos estaduais.


Vanildo, apesar de lutar pelo fortalecimento do campeonato estadual, é lúcido o bastante para reconhecer o pouco apelo popular dessa competição e sua consequente fragilidade econômica...


Pergunte a Vanildo em quantas portas ele já bateu a busca de patrocínio e apoio?


Pergunte o que ele ouviu?


Vanildo sabe que o estadual é a sanguessuga que consome os grandes clubes locais, mesmo que ele não diga isso nem para seu travesseiro.


Sei que o texto ficou longo, mas era preciso fazer um preambulo, pois a resposta objetiva seria: o Campeonato do Nordeste é ótimo para os membros da Liga, mas é péssimo para aqueles que estão de fora...


A grande questão é: há como inseri-los na competição?


Se não houver, e o Campeonato do Nordeste vigar, não vejo como equipes as equipes menores e interioranas, vão conseguir sobreviver.


Em relação ao calendário mundial, vou lhe contar uma história que responderá sua pergunta:


Conheci um haitiano que trabalhava com exportação e importação e fiquei curioso com o horário de funcionamento de sua empresa...


Ele e seus funcionários entravam no escritório às cinco horas da manhã e fechavam às portas por volta das quatro horas da tarde...


Enquanto outra equipe seguia o padrão local (equipe que fechava negócio com empresas brasileiras)...


Numa festa, não resisti e perguntei a razão daquele horário, digamos incomum...


Ele riu e disse: “vocês brasileiros tem uma enorme dificuldade de se adaptar a realidade... pensam que são o centro do mundo e isso, é péssimo”!


Diante da minha indignação em relação à frase, ele novamente sorriu e com seu forte sotaque francês disse: “Fernando, se abrir meu escritório as oito ou às nove da manhã, só em relação à Grã Bretanha, terei perdido a manhã inteira ou, você esquece que existe um fuso horário”?


E concluiu: “imagine então, em relação à Alemanha, Polônia, Romênia, Finlândia, Suécia e a URSS (na época ainda era União Soviética)”?


Sua lógica era irrefutável e nada mais pude dizer, mas ele, ainda fez questão de me aporrinhar dizendo: “eu vendo e compro coisas, dependo deles e não eles de mim... cada minuto que perco, dólares se vão e, diferente de vocês no Brasil, não tenho nenhum problema de admitir isso”.


Hoje, ele está aposentado, mora numa bela mansão na costa do mar Adriático e seus filhos (três) seguem tocando o negócio nos mesmos horários...


Acho que essa história mostra qual é minha posição sobre o assunto...


Um forte abraço e muito obrigado por frequentar as páginas do Fernando Amaral FC.



The American Journal of Sports Medicine - O efeito de 2 jogos por semana na performance física e no número de lesões...

Imagem: Imago



O artigo abaixo (infelizmente em inglês) foi copiado da The American Journal of Sports Medicine e, trata do aumento significativo das lesões quando se joga duas vezes por semana...


É convenção, reportar incidência de lesões a cada 1000 horas de prática esportiva (jogos e treinos).


Segundo o artigo, jogando-se uma vez por semana ocorrem 4,1 lesões por 1000 horas.


Jogando-se duas vezes por semana esse número aumenta para 25,6 lesões por 1000 horas.


Um aumento de seis vezes mais lesões.


Effect of 2 Soccer Matches in a Week on Physical Performance and Injury Rate.


Gregory Dupont, PhD*†‡, Mathieu Nedelec, MSc†‡, Alan McCall, MSc‡, Derek McCormack, MD‡, Serge Berthoin, PhD† and Ulrik Wisløff, PhD§


†Laboratory of Human Movement Studies, EA 3608, Artois and Lille 2 Universities, France‡Celtic Lab, Sport Science Department, Celtic FC, Glasgow, Scotland§Department of Circulation and Medical Imaging, Norwegian University of Science and Technology, Trondheim, Norway.


* Gregory Dupont, PhD, Laboratory of Human Movement Studies, EA 3608, Artois, Lille 2 University, France, 9 rue de l’universite, 59790 Ronchin, France.


Abstract


Background: Recovery duration may be too short during the congested fixtures of professional soccer players with regard to maintaining physical performance and a low injury rate.


Purpose: To analyze the effects of 2 matches per week on physical performance and injury rate in male elite soccer players.


Study Design: Cohort study; Level of evidence, 3.


Methods: Match results, match-related physical performance, and injuries were monitored during 2 seasons (2007–2008 and 2008–2009) for 32 professional soccer players in a top-level team participating in the UEFA (Union of European Football Associations) Champions League. Total distance, high-intensity distance, sprint distance, and number of sprints were collected for 52 home matches. Injuries and player participation in matches and training were recorded throughout the full season.


Results: Physical performance, as characterized by total distance covered, high-intensity distance, sprint distance, and number of sprints, was not significantly affected by the number of matches per week (1 versus 2), whereas the injury rate was significantly higher when players played 2 matches per week versus 1 match per week (25.6 versus 4.1 injuries per 1000 hours of exposure; P < .001).


Conclusion: The recovery time between 2 matches, 72 to 96 hours, appears sufficient to maintain the level of physical performance tested but is not long enough to maintain a low injury rate. The present data highlight the need for player rotation and for improved recovery strategies to maintain a low injury rate among athletes during periods with congested match fixtures.



Fontes: Blog do Juca Kfouri http://blogdojuca.uol.com.br/ e The American Journal of Sports Medicine http://ajs.sagepub.com/content/38/9.toc



terça-feira, outubro 05, 2010

Die Mainz Boys Band...

Imagem: Picture Alliance


Ops... Foi sem querer "professora"!


O Hertha BSC Berlim caiu para a segunda divisão na temporada passada (2009/2010) e deixou a capital da Alemanha sem nenhum representante na primeira divisão nacional...


Mas ao que parece, o tradicional clube se recuperou do trauma e parte célere em busca do retorno a elite do futebol alemão...


O Hertha na sétima rodada ocupa a primeira posição com 17 pontos...


A equipe venceu 5 jogos, empatou 2, marcou 14 vezes e sofreu 5 gols, mas no último fim de semana, o Hertha não foi bem: jogando em Berlim diante do Alemannia Aachen, ficou no 0x0...


Mas um fato acabou tornando o jogo notícia no mundo inteiro...


O volante Peter Niemeyer ao voltar de costas para seu campo estendeu o braço e acabou passando a mão no seio da árbitra Bibiana Steinhaus...


Ao sentir o toque, Bibiana se assusta, mas ao perceber o constrangimento de Niemyer, acaba sorrindo e o lance passa batido...


E ainda tem gente que diz que eles não têm bom humor e são frios e antipáticos!


Ah, a Bibiana é uma mulher bonita e o sorriso dela é lindo!





A bela Sabine Lisicki...

Imagem: Picture Alliance

No esvaziado Campeonato do Nordeste, América e CRB, empataram em 1x1...


Não fui ao Machadão, não tenho como comentar a partida, mas não posso deixar de lamentar o fato do CRB ter desmontado sua equipe com a competição em andamento e o América ter ido a campo com uma equipe reserva...


Não que tenha nada contra a utilização das bases, muito pelo contrário, quem me conhece ou acompanha minha trajetória no futebol, sabe que sempre briguei por mais espaço para a meninada, pois acredito firmemente que é nas bases que nossos clubes vão encontrar algum desafogo financeiro...


Entretanto, não sei se esse era o momento politico ideal para que CRB e América mostrassem seu desinteresse na competição – principalmente o América, que se vencedor, ainda estaria em condições de lutar por uma vaga na semifinal -: era tudo o que o presidente da Federação Pernambucana podia querer para usar como argumento...


Carlos Alberto Gomes de Oliveira pode ter todos os defeitos, mas é astuto, e como tal, sabe manobrar...


Dar a ele nesse momento, qualquer vantagem é torná-lo forte em sua cruzada contra a realização do Campeonato do Nordeste no primeiro semestre do ano que vem.


Ao que parece, a Federação Baiana de Futebol já se postou ao lado de Carlos Alberto e, verdade seja dita, sem Sport, Náutico, Santa Cruz, Vitória e Bahia, a competição perde poder de fogo junto aos patrocinadores, à mídia nacional e está condenada ao fracasso.


Porém, uma coisa é certa: os clubes deram a Carlos Alberto os argumentos que ele precisava para fazer o jogo da CBF: trataram o Campeonato do Nordeste como um campeonato de segundo escalão, levando a campo times reservas e afastando o público dos estádios...


Queriam o que?


Às vezes não entendo nossos dirigentes e seu raciocínio de curtíssimo prazo...


E olhe que a grande maioria é “graduada na USB” – "Universidade Bezerra da Silva" – e alguns, têm até pós-graduação.



Num piscar de olhos...

Imagem: UOL

Faltou ponderação...


Um assunto que tem tomado conta dos blogs, jornais e programas esportivos das televisões foi à declaração do vice-presidente do Alecrim, Marcelo Henrique, sobre “fatores externos” que teriam contribuído para o não sucesso do Alecrim em sua caminhada na Série C de 2010...


“O grupo é merecedor de aplausos, os atletas sentiram o impacto do rebaixamento”.

“Mas, em algum momento alguma situação de bastidores pode fugir do nosso controle”.

“Não descarto que algum atleta tenha sido influenciado por fatores externos”.

“É possível, que tenha acontecido com um atleta, nós sabemos que parte do futebol não é tão limpo”.

“Boatos nos levaram a crer que existiam algumas possibilidades, e a maioria do nosso grupo foi composta por homens de verdade”.


O texto acima foi integralmente copiado do blog de Marcos Lopes e, é nele, que pretendo basear meu comentário...


Com todo o respeito que Marcelo merece de minha parte – aliás, é bom deixar claro, que ele (Marcelo) foi incansável e de uma dedicação impar para com o Alecrim – não tenho como concordar com tal declaração.


O texto é confuso, pouco esclarecedor e deixa no ar ilações muito perigosas...


Porém, esse tipo de declaração é práxis no futebol brasileiro – algo não dá certo e aí, alguém liga o ventilador e joga uma pá de estrume, mas não aponta quem, quando, como e por que...


Não posso acreditar que Marcelo Henrique tenha se deixado levar apenas por boatos – seu eu fosse publicar todos os boatos que ouço diariamente, já teria deixado muita gente boa numa sai justa e com certeza, já teria batido qualquer recorde de ações judiciais...


Mesmo que Marcelo e a diretoria do Alecrim tenham detectado algum indicio, ainda assim, não caberia sua divulgação, pois indicio não é prova da absolutamente nada: um indício no máximo provoca uma investigação e toda investigação, deve ser criteriosa, séria e capaz de transformar indícios em provas.


O correto a meu ver seria primeiro verificar se a fonte dos boatos era crível, depois, levantar todos os indícios e, a partir daí, começar uma investigação...


Como esses “fatores externos” foram responsáveis por danos ao clube e, segundo Marcelo Henrique, “algum atleta”, pode ter sido influenciado por eles, não descarto uma denuncia formal à autoridade policial...


Mas, infelizmente, Marcelo Henrique se precipitou e ao se precipitar, deixou uma imensa interrogação sobre todos os seus atletas, pois sequer citou nominalmente aqueles que ele considera dignos de aplauso e “homens de verdade”.


Sei da correção de Marcelo, sei que algo sério deve ter chegado aos seus ouvidos, sei também, que seu pai, Marcos Vinicius, é um home de bem e incapaz de compactuar com qualquer coisa amoral e por isso, acho que Marcelo deve retornar e dizer com todas as letras que “coisas de bastidores” escaparam do controle, que “fatores externos” foram esses e qual atleta se deixou influenciar, a ponto de causar tamanho dano ao Alecrim FC.


segunda-feira, outubro 04, 2010

Walter Nones, morreu na Cordilheira do Himalaia...






Walter Nones, instrutor de esqui e alpinismo dos Carabinieri – polícia da Itália -, morreu na manhã de domingo, dia 03 de outubro, ao tentar escalar o maciço Cho Oyu na Cordilheira do Himalaia.

Acompanhado por John Macaluso e Nocker Manuel, Walter Nones tentava uma nova maneira de atingir o pico do maciço de 8201 metros...

O trio se encontrava a 6.800 metros, quando Macaluso e Manuel decidiram regressar, mas Walter Nones resolveu prosseguir sozinho.

Não há ainda detalhes sobre o acidente, Walter Nones, deixa esposa e dois filhos menores.


“A montanha tem algo especial para mim, é um grande mestre da vida, me faz lembrar das limitações do ser humano, dá-me grandes emoções e a força para enfrentar a vida a cada dia com paixão e serenidade”.

“É a origem dos meus sonhos, das minhas aspirações, dos grandes desafios comigo mesmo, às vezes ganho, às vezes perco, mas a montanha me faz sentir vivo e pronto para recomeçar”.


Walter Nones

domingo, outubro 03, 2010

O dia em que os candidatos foram ao estádio...

Imagem: Picture Alliance


Desculpe Brasil, lá vamos nós de novo votar...


Hoje, domingo, dia 03 de outubro de 2010 é dia eleição...


Ou melhor, é o dia em que transformamos nulidades em "excelências" e ainda saímos satisfeitos por termos cumprindo, mesmo obrigados, nosso dever de cidadão.


Hoje, vamos rechear as casas legislativas com todo o tipo de celebridade inútil e com uma gama enorme de enganadores profissionais e ideólogos alucinados a bradarem suas convicções inabaláveis.


Hoje, elegeremos um novo "rei" ou "rainha", senhor ou senhora de nossas vidas.


Hoje, ao fim do dia, saberemos quem estará por longos quatro anos, acima do bem e do mau e legitimado a cometer sob o manto sagrado do mandato popular, toda e qualquer indecência...


Os poucos e raros homens de bem, não terão suas vozes ouvidas, não verão suas ideias florescerem e, ao se erguerem contra a esmagadora maioria das nulidades morais e intelectuais que os cercam, serão silenciados pela força do número e pelo peso dos interesses escusos.


Que os deuses tenham piedade de nós!


Toda e qualquer ideologia, é uma prisão repleta de gente perigosa.



A razão de ser...

Imagem: Picture Alliance


O "inimigo" não é um estranho, mas sim um amigo...


Não são os “pernósticos” e “empertigados” paulistas que trabalham contra...


Não são os “malandros” e “preconceituosos” cariocas que “jogam areia”...


Não são também, os mineiros e suas “armações sempre silenciosas” que tramam o fracasso...


E, nem tão pouco, são os sulistas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com sua “visão miúda e suas origens europeias” que tentam ofuscar o brilho de uma ideia...


Curiosa e ironicamente, quem carrega a pistola e se prepara para disparar, é um “compatriota”, um conterrâneo, um típico e legitimo “cabra da peste”.


Quem deseja matar o Campeonato do Nordeste, não é um “forasteiro”, é um pernambucano.


Seu nome?


Carlos Alberto Gomes de Oliveira.


Seu cargo?


Presidente da Federação Pernambucana de Futebol.


E agora José?


A pedra no meio caminho, não foi atirada por ninguém...


A pedra no meio do caminho, sempre esteve ali!



sábado, outubro 02, 2010

Concentração, equilíbrio e precisão...

Imagem: Rui Paulo Oliveira

Sport 3x0 América...


O América foi a Recife, compareceu ao estádio da Ilha do Retiro, uniformizou seus jogadores e entrou em campo, mas não jogou, não lutou e perdeu sem demonstrar nenhum força de reação.


No primeiro tempo, Sport jogou 45 minutos e marcou dois gols...


Na segunda etapa “cozinhou em fogo brando” seu adversário, até surgir quase ao acaso à chance de marcar mais um...


Marcou e fechou o placar em 3x0.


Para os rubros um péssimo resultado, mas nada que já não fosse esperado.


Por sorte, o Brasiliense empatou, o Vila Nova perdeu e amanhã, será preciso “secar” o Santo André e o ASA de Arapiraca.


Enfim, o torcedor americano tem nessa Série B, uma farta opção de times para “torcer”, além é claro, do próprio América.


sexta-feira, outubro 01, 2010

A cor era amarela, só não consegui anotar a placa...

Imagem: Picture Alliance


Aniversário do Fernando Amaral FC...


Começo me desculpando por não ter atualizado o blog de anteontem até hoje...


Não houve nenhum problema com a Internet ou a máquina que uso para tal.


Na verdade, o que faltou mesmo foi inspiração e sem ela, a indisciplina reinou feliz e saltitante.


Em outras palavras: sem um assunto interessante e seduzido pela preguiça, sucumbi.


Para piorar, descobri hoje, que no último dia 23, o Fernando Amaral FC completou 4 anos de existência e a data passou em branco.


Mas, descoberta a falha bisonha, resolvi tocar no assunto.


Foram até aqui, 5.370 postagens!


Para quem lê o blog, está claro que nem tudo se resumiu a textos, as fotos sempre tiveram destaque e posteriormente, os vídeos...


Sobre as fotos, gostaria de dizer umas poucas palavras: foi o Fernando Amaral FC, o primeiro blog local, dedicado ao esporte a se utilizar delas – basta ir aos arquivos do dia 23 de setembro de 2006 e verificar.


Na época, me dei ao trabalho de usar o Print Screen e capturei todas as paginas existentes e as guardei...


Posteriormente, fiquei feliz de ver a turma seguindo pelo mesmo caminho, pois mesmo que a forma usada, seja diferente, de blogueiro para blogueiro, é inegável que uma imagem sempre será bem-vinda em qualquer publicação.


Eu prefiro usá-las na maioria das vezes como postagem independente, usando o titulo de chamada, ou com irreverencia e humor, ou mostrando uma realidade, talvez desconhecida para alguns.


O detalhe, é que por vezes, escolher um título para elas, foi quase um parto...


No mais, sempre tentei manter um nível de qualidade, a começar pelos comentários dos leitores.


O leitor mais atento vai perceber que são poucos, mas há uma razão: não aceito nenhum comentário que seja ofensivo, não aceito nenhum tipo de agressão gratuita e os poucos que aprovei, eram dirigidos ao blogueiro... motivo, não achava justo, que um sujeito senta-se diante de seu computador e, mesmo sem me conhecer, ou ter trocado qualquer palavra comigo, ficasse buscando frases ofensivas, fazendo especulações e acabasse frustrado por não ver sua obra publicada...


Hoje, confesso que mudei, prefiro deixá-los ainda mais raivoso, a desrespeitar aqueles que usam o espaço para postar suas opiniões ou, dar sugestões.


Mas...


Que fique claro que as criticas ao blogueiro não sofrem censura, continuam sendo publicadas: apenas, os palavrões, os ataques pessoais e as ilações estapafúrdias, foram banidas.


Em relação aos textos, tenho procurado ser atento, pois tratar a língua pátria, como alguns “caneludos” tratam a bola, devia ser crime – principalmente, para quem informa.


Entretanto, não estou imune a escorregões e os leitores, devem fiscalizar e corrigir.


Pois bem, por falar em leitores, nesse momento, o contador, marca 124.644 visitas...


Como sei que muitas dessas visitas, são retornos, não vou me vangloriar de tal marca...


Afinal, perto dos gigantes, estes 124.644 visitantes, são um número ínfimo...


Mas fico feliz.


Portanto, agradeço a todos: aos que passam e não voltam aos que vez por outra voltam e aos que sempre retornam, o meu mais sincero obrigado.


Abaixo, quatro postagens de 2006...


Milutin Soskic, o maior goleiro iugoslavo e o maior rival de Yashin, por trás da "Cortina de Ferro"...

Imagem: Autor Desconhecido


Sobre duas indicações que na época, recebi de meu filho... Publicada em 27 de setembro de 2006


Para quem anda em busca de artilheiros, aí vai minha humilde sugestão...


Felipe Mamão 21 anos e Bruno Rangel 25 anos, ambos atuam no futebol paraense.


Felipe joga na Tuna Luso Brasileira e Bruno no Clube Municipal Ananindeua.

Túmulo de Lev Ivanovich Yashin em Moscou...

Imagem: Autor Desconhecido


Diplomas podem dar verniz a um homem, mas não podem mudar sua alma... Publicada em 26 de setembro de 2006 (sobre a morte de Eduardo Vianna).


Formado em Direito, Filosofia, História e Educação Física, mestre em Antropologia na Universidade do Tenessee (EUA), doutor em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor da Universidade Estadual de Rio de Janeiro (UERJ) e ex-procurador federal.


Poucos brasileiros podem ostentar um currículo como este e, quase nenhuma Federação de Futebol no Brasil tem um presidente com tal nível de formação...


O futebol carioca teve na sua presidência tal homem!


Eduardo Vianna...


Infelizmente, esse senhor decidiu deixar de ser o Doutor e resolveu ser o “Caixa D’Água”.


Sua passagem pelo futebol brasileiro não será lembrada por atitudes que corroborem tal currículo, infelizmente uma boa formação universitária não é garantia para coisa alguma.


Descanse em paz Dr. Eduardo Vianna.


Monumento em homenagem a Lev Ivanovich Yashin em Moscou...

Imagem: Autor Desconhecido


Fabrica de moer talentos... Publicada em 25 de setembro de 2006


O esporte no Brasil sobrevive da teimosia de alguns, da perseverança de uns poucos e do talento dos atletas que fazem do esporte sacerdócio.


Nunca tivemos uma política séria voltada para o esporte, nunca os governos viram os esportes como uma importante via de inclusão social e de cidadania.


Com isso perdemos a chance de poder enfrentar as drogas, a criminalidade e a falta de perspectiva de milhões de jovens por esse país a fora.


Perdemos mais, perdemos talentos, que desanimados por não terem nem estrutura nem apoio, desistem no meio do caminho.


Nunca consegui entender as razões que levam as escolas, a não investem em esporte...


E, nem o porquê da desvalorização dos professores de educação física que aos poucos, perderam espaço na grade curricular e se viram obrigados a ser animadores de recreio ou montarem equipes mambembes para disputa de jogos escolares incipientes e de qualidade duvidosa.


Não posso imaginar que uma semana ou quinze dias por ano possam representar algum ganho esportivo para qualquer estudante que venha a participar dos tais jogos escolares.


Não posso imaginar que um ou dois professores possam coordenar, organizar, selecionar e treinar alunos em tantas modalidades, mesmo restritos a um estabelecimento de ensino apenas.


Como preparar atletas sem o equipamento necessário?


Como medir as possibilidades de cada um sem ter a disposição um laboratório minimamente pronto para dar suporte a uma avaliação séria sobre as reais condições de cada menino ou menina que abraça o esporte?


Essas são perguntas simples e com certeza de fácil resposta, mas o desinteresse é perceptível quando olhamos a estrutura que nossas escolas põem a serviço de professores e futuros atletas.


Nas escolas públicas a pobreza é franciscana e nas particulares, salvo uma ou outra exceção, temos mais bijuteria a enganar leigo e a justificar extorsivas mensalidades, que estruturas realmente condizentes com a formação de esportistas e aptas a receber competições sérias.


Esse é o retrato do esporte escolar no Brasil, e é assim, que ainda moços, garotos e garotas resolvem deixar de lado o sonho de um dia virem a serem atletas ou ao menos ganhar uma medalha e resolvem cuidar da vida, pois cedo aprendem que no esporte a “morte” é certa.



Um negro chamado Walter Tull... Publicada em 27 de setembro de 2006.

Imagem: Haringey Archives



Ao me propor escrever sobre história do futebol e de seus personagens, não tinha ideia de por onde começar, pois queria fugir do lugar comum, queria evitar a mesmice e dar um novo enfoque ao tema.


Seria fácil escolher alguém conhecido e repetir os mesmos elogios, falar das grandes partidas e dos momentos inesquecíveis...


Uma mudança aqui e outra acolá, daria uma cara nova e transformaria em novidade um assunto velho e batido.


Então resolvi buscar algo novo, algo que fosse além, algo que contivesse mais que passes brilhantes, gols fantásticos e dribles impressionantes.


Encontrei Walter Tull.


Neto de escravo, filho de um imigrante das Ilhas Barbados e uma jovem inglesa de Folkestone, Walter Tull foi o homem que derrotou por duas vezes o preconceito e a intolerância.


Venceu uma infância trágica e se foi ainda jovem, num tempo em que a morte colhia sorridente nos campos da Europa, meninos, rapazes e homens.


Nascido em 1888, Walter foi o sétimo e último filho dos Tull, sua mãe morreu logo após o parto e seu pai desgostoso e infeliz, faleceu dois anos depois.


A família de sua mãe sem posses para cuidar da prole, entregou Walter e seu irmão mais velho Edward aos cuidados do Orfanato Metodista em Bethnal Green, Londres.


Ambos permaneceram no estabelecimento até completarem a maior idade, Edward tornou-se um bem sucedido dentista em Glasgow na Escócia, enquanto Walter permaneceu em Londres, vivendo de pequenos serviços e de sua habilidade como jogador de futebol.


Ainda garoto foi convidado a participar do time do Clapton, equipe amadora que disputava as ligas menores da Associação Inglesa de Futebol, porém sua maneira de jogar, seu estilo técnico e sua garra, logo chamou a atenção do treinador do Tottenham Hotspurs.


Em 1908, Walter assinou contrato profissional com os Spurs e ao lado do goleiro Arthur Walton, do Preston North End, tornaram-se os primeiros negros profissionais no futebol inglês.


Walter fez parte da delegação do Tottenham em uma excursão à Argentina e Uruguai e, a cada jogo sua fama crescia e seu futebol brilhava.


Mas um negro, vestindo a camisa de um grande de Londres e ainda tendo a ousadia de desmoralizar defesas e estraçalhar adversários, não poderia ficar impune, na puritana e conservadora Inglaterra de então.


Em uma partida contra o Bristol Rovers, Walter foi covardemente caçado, sob os olhos complacentes do árbitro, após marcar 4 dos 5 gols na goleada sobre o Rovers.


Ao final, Walter saiu gravemente contundido e permaneceu inativo por um longo período, e ao retornar, o treinador o colocou entre os reservas, dando-lhe poucas chances de voltar a jogar.


Em 1910 Walter deixa o Tottenham, ali parecia estar encerrada a carreira do negro hábil, forte e marcador de gols.


Durante um ano, Walter permaneceu parado, até que Herbert Chapman lendário treinador inglês, o convidou para se unir ao time do Northampton Town e disputar a Southern Liga.


Foram 110 partidas pelo novo clube, o estilo permanecia o mesmo, Walter ainda continuava a humilhar defensores e derrotar os fortes esquadrões do reino.


Chega o ano de 1914, o Rangers de Glasgow forma um grande time e vai buscar no Northampton seu principal reforço.


Mas a Europa já não era a mesma, o império Austro-Húngaro invade a Sérvia e a Alemanha sua aliada marcha sobre a França, termina assim o sonho do Rangers, de Walter e de milhares de jovens futebolistas em todo o continente europeu...


A primeira Grande Guerra chega à ilha de sua majestade e Walter se alista no 17º Regimento de Middlesex, é incorporado como sargento ao 23º Batalhão, que ficaria famoso por ser o “batalhão dos futebolistas” dado ao grande número de jogadores de futebol em suas fileiras.


Walter participa da primeira batalha do Somme em território francês e da frente italiana.


O craque da bola, também se mostra um grande soldado, faz história entre seus companheiros, ganha o respeito de seus superiores e retorna de licença a pátria como herói.


Em Londres, seu amor pelo futebol é mais forte, e ele enverga a camisa do Fulham na temporada de 1915, com o mesmo sucesso, com a mesma habilidade e com o mesmo faro de gols.


Em 1818, é reconvocado e devolvido aos campos de batalha e é nesse momento que Walter conquista sua maior vitória.


Volta à guerra como o primeiro oficial negro da história do exército da Grã Bretanha, mas não foi uma vitória fácil, os manuais militares ingleses de 1914, eram específicos: “Nenhum homem negro poderia comandar brancos”.


Walter mais uma vez era o centro das atenções, os oficiais conservadores, lutaram contra a sua nomeação, mas os oficiais que o comandaram não abriram mão, mantiveram a indicação de Walter e foram até as últimas instâncias para verem concretizado o que eles chamavam de “justa promoção”.


Ao final dessa curta, mas renhida batalha, o Supremo Comando das Forças Armadas Inglesas, apoiado em relatórios e depoimentos, promoveu Walter Tull a segundo tenente do 23º Batalhão do 17º Regimento de Middlesex.


A guerra já dava mostras de que não iria longe, seu fim estava próximo e o Rangers voltou a procurar Walter, mas essa história não tem um final feliz.


Numa última e desesperada tentativa de reverter o curso da guerra, os alemães lançam um grande ataque que ficou conhecido como a segunda batalha do Somme e, em março de 1918, perto de Favereuil, morre aos 29 anos Walter Tull.


Chega ao fim à história de um homem simples, filho de um modesto trabalhador, neto de escravo e cuja vida trágica não o impediu de ser maior que a maioria de seus contemporâneos.


Muito pelo contrário, fez dele um forte, um determinado, que enfrentou a solidão, o preconceito e estupidez, da mesma forma que entortou zagueiros, demoliu esquemas táticos e curvou o estado maior das forças armadas britânicas.


Walter não pode desfilar sua categoria no gramado do Ibrox Park, nem comemorar vitórias sobre os Celtic boys, mas é o maior símbolo da luta contra o racismo na Inglaterra e todos os anos no Walter Tull Memmorial Garden, próximo ao Sixfields Community Stadium do Northampton Town, centenas e centenas de fãs do Tottenham, Fulham e Northampton, prestam a ele homenagem.


Conta-se nos pub’s, que em um jogo entre Liverpool e Tottenham Hotspurs, a torcida do Liverpool entoou cânticos racistas contra um jogador do Tottenham, em resposta os torcedores dos Spurs, gritaram em coro o nome de Walter Tull, e então, o goleiro Bruce Grobelaar e Graeme Souness jogadores do Liverpool, pediram silêncio a seus torcedores.


Diante disso, os vermelhos calaram-se.