Como era de se esperar, a Internazionale, jogando de chuteiras e não de saltinho “15”, venceu a brava equipe do Tout Puissand Mazembe Englebert do Congo por indiscutíveis 3x0...
Na preliminar o Internacional de Porto Alegre, desta vez de chuteiras, derrotou a equipe coreana do Seongnam por 4x2 e ficou com a terceira colocação na Copa do Mundo de Clubes da FIFA.
A Internazionale encarou com seriedade o perigoso adversário e, logo aos 13 minutos marcou o primeiro gol, através de Goran Padev...
Samuel Eto’o quatro minutos depois, ampliou para 2x0...
A equipe italiana ainda teve duas grandes chances com Diego Milito, mas o goleiro Kidiaba evitou o pior.
Na segunda etapa, o TP Mazembe partiu em busca de um melhor resultado, forçou as jogadas de ataque, mas com o talentoso Mutola Kabangu bem marcado, as bolas não chegavam com a qualidade necessária.
Aos 40 minutos do segundo tempo, Jonathan Biabyani se livrou de Kidiaba e decretou o 3x0 final.
O resultado foi justo, pois premiou a equipe mais experiente, mais sólida e mais comprometida com a competição...
O Tout Puissand Mazembe Englebert foi uma grata surpresa para a maioria esmagadora das pessoas e provou ser possível a equipe de uma nação sem tradição no futebol incomodar os já estabelecidos senhores da bola.
O segredo do sucesso:
Ontem o jornal francês “Le Monde”, dedicou um grande espaço a equipe congolesa e nesse espaço, contou qual o seu “segredo”.
Na verdade o segredo é bem simples e nada tem de especial...
Tudo se resume em dinheiro e a soma de competência e eficiência.
O responsável por tudo isso se chama Moise Katumbi Chapwe: empresário e politico congolês.
Chapwe nasceu em 1964 e é filho de Nissim Soriano e uma mulher congolesa.
Soriano, judeu sefarditas, deixou a ilha de Rhodes nos anos 40, então sob o domínio italiano para escapar das leis anti-judaicas estabelecidas no período da segunda grande guerra e se estabeleceu no Congo.
Congo:
O Congo se torna Possessão do rei belga Leopoldo II, após a Conferência de Berlim em 1885, mas em 1908, deixa de ser propriedade da cora e passa a ser colônia da Bélgica, sob o nome de Congo Belga.
Em 1960 o país sob a liderança de Patrice Lumumba, conquista sua independência, mas em julho do mesmo ano, Moise Tshombe derruba Lumumba e assume o poder.
Patrice Lumumba é assassinado em 1961, após ser sequestrado.
No ano de 1965, Mobutu Joseph Desirée, lidera um golpe de estado que derruba Tshombe.
Mobuto foi um dos mais poderosos chefes de governo da África – concentrou em suas mãos o executivo, o legislativo e o judiciário.
Mobuto mudou seu próprio nome para Mobuto Sese Seko Nkuku Ngbendu wa Za Banga, cujo significado é: “O Todo Poderoso Guerreiro que, Por Sua Força e Inabalável Vontade de Vencer, Vai de Conquista em Conquista, Deixando fogo em Seu Rastro”.
Batizou o país de Zaire e obrigou aos cidadãos do país com nomes ou sobrenomes estrangeiros a africanizá-los e, foi assim que Moise Soriano passou a se chamar, Moise Katumbe Chapwe.
Moise Katumbi Chapwe:
Chapwe tornou-se um poderoso minerador de cobre e cobalto, além de possuir prósperos negócios nas áreas de transporte e pesca.
Após redemocratização do país com a chegada ao poder de Joseph Kabila, Chapwe concorreu ao cargo de governador da província do Katanga, vencendo seus adversários sem muita dificuldade.
O novo governado tem feito muito sucesso entre a população.
Com transito livre na esfera internacional, Chapwe atraiu investimentos europeus e americanos para a província, iniciou a construção de inúmeras hidroelétricas na região e tomando suas empresas como exemplo, convenceu as mineradoras concorrentes a plantar no mínimo 500 hectares de milho, mandioca e outros alimentos para distribuição entre os empregados.
Chapwe doou de sua fortuna pessoal, dinheiro para a construção de escolas e clinicas médicas e, em 1990 assumiu o clube de futebol mais popular da região: o TP Mazembe Englebert.
Logo que chegou, Chapwe prometeu a conquista da Copa Africana de Nações aos torcedores locais...
Conquistou duas: 2009 e 2010...
Convenceu a maioria dos jogadores que era melhor esperar um pouco mais, jogando no país a sair ainda muito jovens para algum clube menor da Europa...
Essa política tem dado resultados.
Em reforço aos seus argumentos, Chapwe paga religiosamente em dia (na África como aqui, pagar em dia a jogadores de futebol não é lá um habito muito respeitado) e, os salários são os melhores da África: 16.000 euros mensais, fora generosos bônus por objetivos alcançados.
Ao terminar o jogo contra a Internazionale, Chapwe preferiu deixar os microfones e câmeras para seus jogadores e comissão técnica, mas através de um assessor, mandou dizer que estava muito feliz e que havia sido para ele muito gratificante ver seu clube entre os melhores do mundo.